| | [Ação/Fantasia] Saint Seiya: The Lost Canvas- A Arca do Tempo | |
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Assunto: [Ação/Fantasia] Saint Seiya: The Lost Canvas- A Arca do Tempo Seg 28 Jan 2013, 00:13 | |
| PRÉVIA7 meses antes do despertar de Hades...Santuário de Athena, Salão do Grande Mestre. O sábio e experiente mestre do Santuário, Sage, se dispõe a organizar os livros na estante de sua grande biblioteca. Apesar de poucos conhecerem o lado literário do grande assistente da deusa Athena, de fato esse lado dele era eminente. Sempre que possível , Sage se perde nos livros e esquece do mundo real. São tantos problemas, tantos obstáculos. Se desligar da realidade de vez em quando não faz mal a ninguém. -Mestre Sage...- ecoa uma voz, tranquila e serena. Sage, afastando as mãos de seus amados livros, se vira e se posiciona diante do recém-chegado. -A pontualidade está presente no seu arsenal de qualidades, não é, Albáfica? Ajoelhado , em reverência ao grande mestre, o cavaleiro de ouro mantem a seriedade. -Suas palavras são de fato gentis, grande mestre. Mas não tenho tantas qualidades assim... -Além de tudo, é modesto?- indaga Sage, sorridente. Um breve silêncio paira no ar. Por alguns segundos, ambos permanecem calados. Entretanto, Sage deixa o sorriso de lado e fala: -Em pouco tempo, Hades despertará nesse mundo. Os cavaleiros de Athena devem estar bem preparados para defender a justiça da Terra. Esse é o nosso dever. Contudo... Albáfica, que manteve até tal momento seu rosto baixo, o levanta e olha diretamente nos olhos do sábio mestre. Este, por sua vez, continua: -Contudo, há uma missão que eu gostaria que você executasse. Melhor dizendo, você e mais três cavaleiros de ouro. -Como? Quatro cavaleiros de ouro em uma missão?- pensa o mais belo entre os 88 cavaleiros de Athena, com receio. E a surpresa do cavaleiro tem fundamento. Retirar tantos dourados das doze casas reduz e muito o poder de defesa do Santuário. Contudo, o grande mestre é prudente e não faria isso levianamente. Com toda a certeza, a tal missão teria uma importância extrema. Provavelmente, referente a própia Guerra Santa que se aproxima. -Portanto, Albáfica, gostaria que escolhesse dentre os demais cavaleiros de ouro aqueles que julgue necessário.- diz Sage- Me diga, quais os companheiros você requisita para essa missão? Refletindo por alguns instantes, o valente guardião do Palácio de Peixes declara: -Dégel de Aquário, Kardia de Escorpião e Manigold de Câncer. Voltando a sorrir, o comandante do Santuário opina: -Muito bem, acho que esse time tem mesmo um ótimo entrosamento. Os comunicarei a convocação da missão. Então poderei explicar para vocês o grande objetivo que devem alcançar na mesma. Mas devo ressaltar: o êxito da missão poderá decidir o destino do Universo! |
| Maicon Swords
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| | | Assunto: Re: [Ação/Fantasia] Saint Seiya: The Lost Canvas- A Arca do Tempo Ter 29 Jan 2013, 01:07 | |
| Capítulo 1- O tesouro do TitãPouco mais de 6 da tarde. O anoitecer se aproxima e os raios do Sol começam a abandonar o piso das doze casas do Santuário de Athena. -Poh , que tédio!- reclama Kardia, na presença de Albáfica, Dégel, Manigold e o grande mestre Sage. -Cala a boca, escorpião chato!- exclama Manigold - O velho tá querendo explicar a missão! Kardia e Manigold, mesmo diante da presença do mestre do Santuário, insistem em discutir um com o outro. Albáfica e Dégel, por outro lado, permanecem em silêncio e em total respeito a figura de Sage. -Vou te mandar para o mundo dos mortos com as Ondas do Inferno! -Não se eu te transformar em uma peneira com a minha Agulha Escarlate primeiro! O escorpião e o Câncer, se encarando, levam a discussão por algum tempo. Entretanto, Sage, no limite da sua paciência, interrompe: -Parem já com isso! Vocês dois são cavaleiros de Athena. Cavaleiros de ouro, dois dos mais fortes defensores da nossa deusa. Façam honra a tais títulos. Kardia e Manigold, ao serem repreendidos pelo mestre, voltam seus olhares para o mesmo. -Deveriam seguir o exemplo do Albáfica e do Dégel, que são pessoas calmas e extremamente educadas.- aconselha um outro sujeito, que se aproxima do grupo. Surpreso, Sage recebe o cavaleiro que acaba de chegar: -Asmita de Virgem, o que faz aqui? Asmita, se ajoelhando diante do grande mestre, responde: -Gostaria de falar com Athena. Seria possível? -Sim, ela está ao fundo . A cada dia que passa, percebo que a segurança e divindade de Athena preenchem ainda mais o corpo da jovem Sasha. Sorrindo e de olhos fechados, o virginiano diz: -Sim, isso é muito bom. Agradeço, grande mestre.- retirando_se da posição de reverência, o cavaleiro se levanta e caminha rumo ao fundo do salão, com o intuito de trocar palavras com a deusa. -Oh, Asmita!- grita Kardia, chamando sua atenção- Não me compare com o nerd do Dégel. -E nem com o antisocial do Albáfica.- completa Manigold. O Virgem, que caminhava tranquilamente, para por alguns instantes. Sem ao menos virar sua face para o Escorpião e o Câncer, decide respondê-los: -Mas é claro que não comparo vocês a eles, meus caros. Kardia e Manigold , ambos não passam de crianças imaturas. Seria um insulto da minha parte rebaixar nossos companheiros de Aquário e Peixes ao mesmo nível... Encerrando sua declaração, o cavaleiro considerado o mais próximo de Deus volta a trilhar serenamente o seu caminho até Athena. Já Kardia e Manigold se mostram visivelmente irritados com os dizeres do mesmo. -Quem ele pensa que é?- retruca o Escorpião. -Kardia, por favor, basta. –comenta Dégel, tranquilo, diferente do detentor da armadura de Escorpião- A missão que o grande mestre pretende nos confiar é muito importante! Portanto vamos ouvi_lo agora, correto? Kardia, respirando fundo, fecha seus olhos por alguns segundos e os abre novamente, já mais calmo. -Beleza , nerd.- diz, fazendo bico insatisfeito como se quisesse prolongar mais as discussões. Albáfica, observando tal situação, fica um pouco surpreso. Já conhecia a grande amizade entre os dois cavaleiros, mas não imaginava que o tão calmo Dégel era capaz de “controlar” daquela forma o indomável Escorpião. Contudo, decide focar nas palavras de Sage. -Bem...vamos ao que interessa.- fala o grande mestre- Albáfica de Peixes, Kardia de Escorpião, Manigold de Câncer e Dégel de Aquário. Vocês deverão cumprir essa missão com êxito! Ela é de suma importância para o destino não só da Terra, mas de todo o Universo! Os cavaleiros, atentos, escutam tudo o que o sábio comandante do Santuário fala. Ele então continua: -A missão é a captura de um artefato terrivelmente poderoso: a Arca do Tempo. -Arca do Tempo?- pergunta Manigold. -O sagrado tesouro do Titã Cronos?- Dégel, por conhecer a lenda da Arca do Tempo, graças ao seu constante hábito de ler. -Exato.- confirma- Cronos era o deus supremo da segunda geração de divindades nos tempos mitológicos. Ele era o pai de Zeus, contudo seu filho tornou_se o rei do céu e divindade suprema da terceira geração de deuses . Isso logo após banir os antigos deuses, conhecidos como Titãs, e derrotá_los. Desde então, Cronos permaneceu preso nos domínios de Hades, acorrentado eternamente. O imperador da morte e rival de Athena ,por ordem do senhor do Olimpo, mantém o Titã como prisioneiro em seus territórios. -Mas o que essa tal Arca do Tempo tem a ver com essa história , afinal?- Manigold, mais uma vez. -Cronos, mesmo detido nos territórios do mundo dos mortos, é muito poderoso. Ele é o deus que governa o espaço_tempo . Por precaução, Zeus retirou de Cronos a Arca do Tempo e a aprisionou no Santuário do Tempo, local qual o próprio Zeus criou. A Arca do Tempo nada mais é que a materialização dos poderes de Cronos em estado físico. -Mas por que isso seria importante para nós agora?- pergunta Kardia. -Sísifo de Sagitário, em suas investigações para com o Exército de Hades, descobriu certo interesse dos espectros no poder do Titã. Não sabemos com exatidão o que planejam com a Arca do Tempo. Porém, sei que ela poderia ser uma perigosa arma nas mãos dos guerreiros do submundo. -Grande mestre, eu conheço a lenda da Arca do Tempo. Eu acreditava de fato que essa história não passava de lenda.- comenta Dégel- Gostaria de saber que poderes exatamente ela pode manifestar. -Como o nome sugere, o artefato controla o tempo. Mais precisamente, as várias linhas e dimensões que o tempo pode criar. O tempo não é uma linha reta como muitos imaginam. Na verdade, é um infinito arranjo de possibilidades. Baseado nessas definições, posso afirmar que a Arca do Tempo revela detalhes do passado, do presente e do possível futuro. Contudo, em mãos erradas, esse poder pode ir muito além e chegar ao ponto de mudar fatos ocorridos e redefinir a história. -Redefinir a história?- Albáfica, pasmo. -Sim. Imaginem o que tamanho poder faria caso Hades o tomasse para si ?Como o poderoso deus que ele é, seria capaz até de mudar a primeira Guerra Santa travada com Athena e matá_la ali mesmo. -Entendo.- diz Dégel- Seria o objetivo dessa missão então trazer a arca para Athena, correto? -Errado.- nega Sage. -Mas se essa tal Arca do Tempo é tão poderosa, por que não usar ela ao nosso favor?- pergunta Kardia. -E também por que nem Hades nem Athena pensaram nisso antes?- indaga Manigold. -Eu já havia dito antes que essa missão pode definir o destino do Universo! Manipular o tempo levianamente pode causar terríveis consequências ao presente ou até destruir o próprio tempo. Além disso, Zeus reforça o selo que impôs sobre o artefato de milênio em milênio. Quando o selo ainda está poderoso o suficiente, é impossível usar a Arca do Tempo. Porém, quando ele enfraquece, fica vulnerável. Após tantas ameaças e riscos de Hades usá_la, Athena decidiu destruir o artefato de uma vez por todas. Sendo vocês quatro os responsáveis por isso. -Uma missão muito mais importante do que eu imaginava.- comenta Albáfica. -De importância colossal!- exclama. Sage, se virando para trás, caminha até seu trono ,a alguns metros dos bravos cavaleiros. Se colocando diante do tal, estende sua mão direita e retira do seu assento um pequeno mapa, mais ou menos do tamanho do elmo de uma armadura. Voltando-se para o grupo de dourados, ele retorna calmo para o ponto qual estava anteriormente e entrega o mapa para Albáfica. -Nesse mapa vocês encontrarão a localização exata do Santuário do Tempo. Tomem cuidado, é possível que deparem_se com obstáculos pelo caminho. Voltem são e salvos e com a Arca do Tempo em vossas mãos! -Sim senhor!- exclamam os quatro. Rapidamente, os cavaleiros usam as capacidades dos seus cosmos e saltam dali, desaparecendo do campo de visão de Sage em segundos. Sorridente, o grande mestre escuta alguns passos do fundo de seu salão, enquanto observa a partida dos dourados. -Eles vão concluir a missão com sucesso, tenho fé nisso.- fala uma doce voz feminina. Sage, que já havia percebido a presença da gentil jovem, se volta para a garota. Ao lado da pequena, o poderoso cavaleiro de Virgem. O mestre , por fim, diz: -Com toda a certeza, não tenho dúvidas disso... jovem Athena. |
| Maicon Swords
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| | | Assunto: Re: [Ação/Fantasia] Saint Seiya: The Lost Canvas- A Arca do Tempo Ter 29 Jan 2013, 23:24 | |
| Capítulo 2- Rumo ao Santuário do Tempo
Dégel, Kardia, Albáfica e Manigold, agilmente, seguem adiante ultrapassando todas as doze casas do Santuário. Além dos quatro, Sísifo de Sagitário também está fora por algumas semanas, em uma missão secreta. Dohko de Libra , outro em missão. Restando assim poucos na defesa das casas do zodíaco, deixando a força militar das mesmas reduzida pela metade. No Palácio de Touro, seu cavaleiro observa, sempre sorrindo e de bom humor, o afastamento dos quatro. Com os braços cruzados, Aldebaran fala consigo mesmo: -Pelo que me parece, eles também estão saindo para uma missão. O Santuário ficará enfraquecido dessa maneira. Além disso, Hades poderá despertar a qualquer momento. Não estamos em um momento qual podemos nos dar ao luxo de enfraquecer nossas defesas. Aldebaran respira fundo e se assenta na porta de sua casa, enquanto continua dizendo, agora sério: -Mas seja o que for , o grande mestre sempre sabe o que faz. Alguns minutos depois, fora dos limites do Santuário, o quarteto de dourados avança velozmente. Dedicados à missão, planejam concluí_la o quanto antes. O Peixes um pouco a frente. Escorpião e Aquário lado a lado e Câncer logo atrás. Todos com as caixas de suas armaduras nas costas, guardando_as dentro das mesmas. -Kardia, Albáfica, Manigold.- fala Dégel- Acho melhor reduzirmos a velocidade. Apesar de importante, nossa missão não é tão urgente. Apressarmos-nos dessa forma somente vai nos deixar exaustos e prejudicará o sucesso da mesma. -Nossa, senhor sorvete, sempre falando tão complicado...- resmunga Kardia. -Mas eu concordo.- diz Albáfica. O grupo reduz, então, a velocidade. Passam a andar normalmente e decidem poupar o cosmo durante o trajeto até o Santuário do Tempo no qual está a lendária Arca do Tempo de Cronos. -Meu camarada Albáfica- começa Manigold, sorridente- Por quê nos escolheu para formamos esse time com você? -Dégel é a mente mais brilhante no Santuário. Kardia é quem possui mais afinidade com ele dentre os demais cavaleiros de ouro. E você porque já executamos algumas missões juntos.- explica, enquanto anda sem olhar para trás. -Agradeço o elogio, Albáfica. E concordo com essa formação, ela ficou de fato muito boa.- diz o cavaleiro de Aquário. -Hehehe...- ri Manigold- Ainda me lembro da nossa missão de deter a Nero, a organização dos cavaleiros negros comandados pelo Ávido. Você se lembra, Albáfica? Manigold tenta se aproximar do companheiro enquanto o quarteto caminha. Porém, o cavaleiro de Peixes responde: -Claro que sim. E me lembro também de dizer pra sempre manter distância de mim. -Você e essa história de se afastar das pessoas...- reclama. Kardia, repentinamente, retira de trás de seu bolso da camisa, uma maçã bem vermelha e a morde. Enquanto mastiga o pedaço, fala: -O seu sangue é venenoso, né ? -Não fale de boca cheia. Tenha modos.- Dégel o repreende. -Senhor sorvete, foi você mesmo que disse “Uma maça por dia, a ida ao médico adia”.- diz ele, olhando para o aquariano. -Mas isso não quer dizer que a boa educação é dispensável.- afirma. -Kardia, respondendo a sua pergunta, sim- fala Albáfica- Eu passei tantos anos em contato com as rosas envenenadas que o meu próprio sangue se tornou um veneno mortal. Por isso... -Hei, me lembrei da Gioca agora...- interrompe Manigold- Aquela pivetinha que se passava por um pivetinho, kkkk... -Você é como o Kardia, não tem bons modos.- fala Dégel, sempre sério. -Vamos nos concentrar na missão.- diz Albáfica- Se continuarmos nesse ritmo, chegaremos ao Santuário do Tempo em quatro dias. Até lá, descansamos em alguns hoteis ou pensões pela noite. -Claro, senhor antisocial!- exclama o dourado de Câncer, sorrindo. -Você e o Kardia adoram criar apelidos para os outros.- comenta o cavaleiro de Aquário. -Eu gosto mesmo.- diz Kardia, comendo a sua maçã- É legal! -É coisa de criança.- opina Dégel- Mas enfim...- voltando seu olhar para Albáfica- Concordo com isso, Albáfica. Já está anoitecendo, devemos encontrar um local para descansarmos por hoje. O cavaleiro de Peixes, consultando o mapa, fala: -Há uma cidade aqui por perto chamada Thesaurus. Podemos ficar por lá. -Então vamos logo, poh!- fala Kardia, jogando o resto “não comestível” da maçã para o lado- To morrendo de fome. -Você sempre está com fome.- diz Dégel. Por alguns instantes, os dois escutam as risadas de Manigold e Abáfica. O Câncer em seguida fala: -Então vamos logo, né? Já à noite, no Santuário. Mais precisamente, no Palácio de Touro. Aldebaran, que admira o céu estrelado, percebe a aproximação de alguém. Contudo, não se preocupa. É Sísifo de Sagitário. -Sísifo, há quanto tempo! Bem vindo de volta! O cavaleiro de Sagitário, com a urna da armadura de ouro nas costas, se coloca diante do grande Aldebaran e sorri o cumprimentando: -Como vai, Aldebaran? De fato, não nos vemos há bastante tempo. Fui nessa missão e, antes disso, era você quem estava fora do Santuário. -Hehe, é verdade. Saude Athena e o grande mestre e volte para sua casa para relaxar. Você conclui a missão, não é? Deve ter sido desgastante. -Foi mesmo. Agradeço a preocupação. Já vou indo. Sísifo continua caminhando até atravessar o Palácio de Touro, desejando rever Athena. -Até Sísifo! -Até! Em uma pensão na cidade de Thesaurus... -Sejam bem vindos!- uma bela mulher recebe os quatro cavaleiros de ouro. -Ficamos gratos.- responde Dégel, sorridente. A mulher, loira de cabelos longos, lisos e bem tratados. Fascinantes olhos azuis com cilios bem feitos. Lábios finos e delicados sob um chamativo batom rosa. Alta, elegante, trajando um ousado vestido vermelho, recebe gentilmente Albáfica, Kardia, Manigold e Dégel assim que entram em seu estabelecimento. Os cavaleiros se aproximam da bancada na qual ela se apoia. A bela mulher, em uma posição qual é possível ver parte do seu decote. -Prazer em conhecê_los, meu nome é Audrey Kido, sou a dona e propietária deste local. -Temos o mesmo prazer em conhecê_la. Sou Dégel. Estes são meus amigos Kardia, Albáfica e Manigold. -Albáfica...- fala, em um tom provocante- Nuca vi um homem tão belo em toda a minha vida! -Obrigado.- sorri suavemente, o Peixes. -E o que acha de mim, minha querida?- interfere Manigold, se aproximando mais da dona do local e apoiando o cotovelo esquerdo na bancada- Hein? Audrey se afasta e acerta sua palma direita no rosto do Câncer, o lançando brutalmente para fora do local. Manigold para a poucos metros, ao se chocar com uma parede do outro lado da rua. Tamanha força deixa os demais dourados abismados. -Acho que nunca vi um homem tão idiota na minha vida. Pelo menos não como você.- ao encerrar, volta a olhar para Dégel -O que vão querer? O cavaleiro de Aquário, ainda impressionado, se recompõe do espanto e fala: -Dois quartos, por favor. Com duas camas cada. -Dois se estamos em quatro?- pergunta Kardia. -Isso é simples, Kardia.- diz o aquariano- Temos uma quantia relativamente pequena se optássemos por quatro quartos em oito noites. -Oito noites?- o escorpiano, novamente. -Obviamente. São um total de quatro dias para irmos até o Santuário do Tempo e quatro para voltarmos, totalizando oito dias. Audrey, que até o momento, mantinha um cordial sorriso na face, se toma por uma nítida expressão de medo e surpresa. Albáfica é o único a notar, enquanto Manigold permanece caído lá fora e Dégel dialoga pacientemente com Kardia. -Por qual razão se impressionou tanto ao ouvir o nome “ Santuário do Tempo”?- pergunta ele. Dégel e Kardia, ao escutarem a pergunta do Peixes, ficam calados. Manigold, que ainda estava do lado de fora do estabelecimento, entra novamente. -Poderia nos dizer? Por acaso conhece esse nome?- tenta Albáfica. Trêmula e visivelmente abalada, a loira abaixa seu rosto e fala, com dificuldade: -Não sei quem são vocês, nem o que pretendem indo até lá. Mas tenho a certeza de que não voltarão vivos. |
| Maicon Swords
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| | | Assunto: Re: [Ação/Fantasia] Saint Seiya: The Lost Canvas- A Arca do Tempo Qui 31 Jan 2013, 15:47 | |
| Capítulo 3- Audrey Kido-Está dizendo que iríamos morrer caso fossemos a procura do Santuário do Tempo?- pergunta Dégel. Visivelmente atordoada e de cabeça baixa, ela responde: -Não tenho dúvidas disso. -Ahahahahahahahahahahahahahah...- gargalha Kardia, como se acabasse de escutar a piada do século. O ato do Escorpião faz com que Audrey olhe para ele curiosa. -Não nos subestime!- exclama sorrindo e apontando seu dedo indicador para ela e do mesmo sua unha rubra a se mostrar- Somos guerreiros poderosos que defendem a justiça na Terra. Somos os Cavaleiros de Athena. -Cavaleiros de Athena?- espantada- Eu pensava que eram somente lendas e boatos sem fundamento... -Kardia!- reclama Dégel- Nossa identidade é uma informação sigilosa. Os cavaleiros não podem chamar a atenção assim. Fazendo seu costumeiro “bico de insatisfação”, Kardia recolhe sua unha e cruza os braços. -Ah nerd, por que você sempre tenta estragar minha diversão? Ignorando o Escorpião, Dégel volta seu olhar para Audrey e pergunta: -Como assim? O que você sabe sobre o Santuário do Tempo? Abaixando o rosto outra vez, a bela tenta explicar: - Como já disse, sou Audrey Kido. Minha família é originalmente do Japão, mas nasci na Rússia e vivi lá até meus oito anos de idade. Éramos poderosos, ricos e influentes em várias regiões da Europa e da Ásia. Porém... Lágrimas rolam dos encantadores olhos azuis de Audrey. Visivelmente abalada, ela continua: -Descobrimos que minha mãe tinha uma doença terminal no coração ,que o afetava dia após dia. Isso depois de algumas noites de febre intensa. Kardia, ao ouvir tal coisa, se espanta. Dégel percebe a inquietação do amigo. Entretanto, entende. Afinal, o cavaleiro de Escorpião também sofre de uma doença cardíaca e sabe que sua vida é bem mais limitada que os demais. Somente o próprio Dégel era capaz de retardar o efeito da deficiência do coração do escorpiano, utilizando seu cosmo frio para deter o calor excessivo do mesmo. -Meu pai, Mitsuya Kido, gastou praticamente todo o capital da família procurando os maiores médicos e os melhores tratamentos. Tudo em vão. Três meses depois da descoberta da doença, ela teve uma parada cardíaca e morreu. Desolado, meu pai enlouqueceu e foi internado em uma clínica psiquiátrica. Eu então abandonei a mansão Kido na Rússia aos oito anos , juntamente com meus quatro irmãos mais velhos. Porém , eles ouviram falar do Santuário do Tempo aqui nas terras gregas. Pensaram que caso pudessem usufruir do seu poder, voltariam no tempo e mudariam a história, fazendo a doença de nossa mãe não existir e apagando toda a desgraça de nossa família. Audrey se mantém em silêncio por alguns instantes, até Manigold interromper o momento dizendo: -E depois, o que houve? Chorando sem nenhum controle sobre tal tristeza, ela enxuga seu rosto e respira fundo. Pronta para continuar o que havia começado a dizer, Audrey declara: -Hoje tenho 21 anos de idade. Eles nunca mais voltaram. Mais uma vez, a ditadura do silêncio. Dentre o quarteto dourado, Kardia é quem mais se comove com a história. Não a ponto de derramar lágrimas, pois o Escorpião sempre fora forte e orgulhoso. Nunca se permitiu chorar diante de outra pessoa, até os amigos mais íntimos como Dégel. Entretanto, é notável que as palavras ditas por Audrey mexem com a alma do poderoso cavaleiro de ouro. Isso nem mesmo ele consegue disfarçar. -Mas eu sei que eles estão mortos.- afirma, séria e nitidamente confiante em sua própria declaração. Albáfica percebe a expressão de certeza no olhar da loira. Aparentemente, como se ela própria tivesse presenciado o falecer dos irmãos. Perspicaz, o guerreiro das rosas decide pergunta-la: -Como você tem absoluta certeza disso? -Audrey, não deveria confiar tanto em desconhecidos, minha querida...- ressalta uma voz, antes que ela tenha tempo para responder, um tanto quanto familiar para a dona da pensão. Ela e os cavaleiros olham para a figura que adentra o estabelecimento. Um homem misterioso, dono de uma aura ameaçadora, se aproxima e se apoia na bancada, bem próximo a Dégel. O Aquário, por sua vez, observa o sujeito, precavido assim como seus companheiros. Alto, forte e dono de pele e cabelos claros, usando um chapéu negro escondendo seu rosto e um longo casaco da mesma cor. Audrey, ao vê-lo, instantaneamente para de derramar lágrimas por sua dolorosa história e encara o indivíduo agressivamente. -O que veio fazer aqui depois de tanto tempo, Sebastian? -É assim que minha priminha querida me recebe depois de quase um ano fora?- em tom de sarcasmo , fazendo um leve movimento em seu chapéu com o indicador direito. -Posso sentir...- pensa Albáfica. -Ele tem domínio do seu cosmo. Sendo ele forte e hostil...- mentaliza Dégel. -Fora daqui! Não é bem_vindo neste lugar!- grita Audrey. -Está me expulsando?- pergunta, sem ainda não revelar seu rosto. -Não me obrigue a... -Ei, cara...- fala Manigold, sorrindo debochadamente e colocando a mão direita sobre o ombro esquerdo do sujeito- A moça pediu pra você vazar. Então cai fora! Erguendo o corpo e se virando em direção ao dourado, Sebastian levanta seu chapéu com a mão esquerda mostrando seus rebeldes olhos violetas, em um tom quase azul. Ele e Manigold se entreolham. -Espere um pouco, idiota!- reclama ela, dirigindo a palavra para o canceriano- Eu sei me defender muito bem sozinha, não sou uma fraca e indefesa! Sem sequer se importar com o que ela diz, Manigold acerta seu punho esquerdo na barriga do suposto primo da loira. Sebastian, revidando, acerta seu punho direito no rosto do dourado. Rapidamente entram na luta corporal e , no meio da troca de socos e chutes, vão para fora. -Opa, eu também quero brigar!- grita Kardia. Respirando fundo, desanimado, Albáfica fala; -É...Lá vamos nós de novo... Audrey e Kardia correm as pressas para fora do local. Dégel e Albáfica, contudo, vão calmos e tranquilos sem se abalarem de nenhuma forma. -Mano Mani, não acaba com ele sozinho! Também quero dar uma porrada nesse cara!!- grita Kardia, enquanto observa os dois trocando golpes a alguns metros de si- Nerd, já tá de noite! Eu nem tinha percebido!- comenta para Dégel, ao olhar para o céu já escuro e tomado pelo luar. Dégel não responde, apenas fita atento Manigold e Sebastian. O cosmo agressivo do sujeito chama a atenção não só do cavaleiro de Aquário, mas do de Peixes também. -Dégel, ele não é uma pessoa comum.- comenta Albáfica. -De fato, não é mesmo. -Como ele falou, somos primos.- diz Audrey, próxima a Dégel. Os três cavaleiros olham para ela, que continua: -Ele , apesar de ser da minha família, é natural aqui da Grécia. Foi por causa dele que meus irmãos e eu viemos da Rússia para cá. Mais distante dos outros, Albáfica pergunta: -Ele tem alguma relação com a sua certeza sobre a morte dos seus irmãos? -Sim.- confirma com um firme tom de voz- Na verdade, foi ele quem me mostrou os cadáveres. Ou melhor, os trouxe até mim. Os três ficam pasmos. Audrey, abaixando seu rosto , termina: -Ele era uma pessoa gentil e bondosa. Mas tudo mudou desde que...- uma lágrima solitária cai no chão- desde que... Kardia, Dégel e Albáfica aguardam calmamente as palavras da loira, que se mostra sensível ao assunto. Após alguns segundos, ela levanta o rosto novamente e olha para dentro dos olhos do cavaleiro aquariano. -Desde que ele conheceu ela... -Ela quem?- pergunta Dégel, sem se abalar demais. -A mulher que transpira morte... -Diz logo quem é, poh!- reclama Kardia. -Uma mulher que eu jamais desejei conhecer. Alguém que parece ter surgido dos meus piores pesadelos. O nome dela é Pandora. |
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| | | Assunto: Re: [Ação/Fantasia] Saint Seiya: The Lost Canvas- A Arca do Tempo Sáb 23 Fev 2013, 15:28 | |
| Capítulo 4- Obscurus -Pandora?- o Aquário , abismado. -Sim, esse é o nome dela.- fala Audrey. -Por qual razão o espanto, Dégel?- pergunta Albáfica. Voltando seu olhar para o Peixes, Dégel diz: -A mulher responsável por espalhar o mal ao nosso mundo, que comanda o exército do Inferno abaixo de Hades e o auxilia a cada era que ele desperta. Ela possui o mesmo nome. -Nunca ouvi falar disso. Como sabe dessa tal Pandora?- Kardia, curioso. -Como assistente direto do grande mestre, tenho acesso a muitas informações que os demais cavaleiros não têm.- explica, sério- Ele mesmo comentou certa vez que essa tal de Pandora é a serva direta do imperador do mundo dos mortos. -Se Audrey estiver falando da mesma Pandora, é possível que os espectros já tenham a Arca do Tempo em mãos.- opina Albáfica. -Sério?- Kardia, pasmado, por não conseguir acompanhar o raciocínio dos dois companheiros. -Sério. Audrey, quando foi que seu primo conheceu essa tal mulher?- olhando para Audrey. -Acho que foi logo depois dos meus irmãos partirem para o Santuário do Tempo.- responde, tentando forçar suas memórias. -Entendo.- pensativo, o aquariano coloca a mão direita sobre o próprio queixo- Sendo assim, é possível que ela tenha persuadido seu primo para que matasse seus irmãos assim que os mesmos tomaram posse da Arca do Tempo. -Em outras palavras, eles já devem estar com esse artefato em mãos.- Albáfica completa- Se for assim, a Guerra Santa já estará perdida e o mundo será de Hades. -Mas esse tal de Sebastian poderá nos explicar direitinho o caso.- comenta Kardia, sadicamente, pensando em derrotar e torturar o sujeito até que abra o bico. Enquanto discutem sobre o assunto, Manigold e Sebastian continuam disputando com seus golpes violentos. Sem cessar, permanecem brigando. Mesmo que o cosmo de cada um arda intensamente, ambos não fazem uso deles, se mantendo apenas com chutes e socos comuns. Albáfica e Dégel olham atentos cada movimento dos dois. Pensam que, de alguma maneira, Sebastian tenha ganhado poderes especiais da leal serva de Hades, Pandora. -Você por acaso sabe o que é o cosmo?- o Aquário direciona seus olhos para Audrey, na tentativa de entender melhor a situação. -Sim, eu sei. O cosmo é um pequeno Universo que há dentro de todos nós. Ao dominá_lo, somos capazes de fazer verdadeiros milagres. Quanto mais forte o cosmo arder, mais incríveis serão nossas possibilidades.- define a loira. -E quem foi que te passou esse conhecimento? Como sabe da existência do cosmo?- Dégel, mais uma vez. -Tanto eu quanto meu primo Sebastian passamos por um treinamento de combate. Apesar dos meus irmãos nunca se interessarem por essas coisas, eu ouvia a lenda dos cavaleiros de Athena e resolvi aprender a me defender sozinha. Não gosto de ser tida como fraca, aliás, nunca gostei.- conta. -Mas quem treinou vocês? -Um amigo da nossa família, Alarick Lancaster. -Alarick Lancaster?- repete Dégel, como se já tivesse ouvido esse nome em algum lugar. -Já ouviu falar dele, Dégel?- pergunta Albáfica. -Sei que esse nome não me é estranho...- indaga, pensativo. -Ele nos treinou por dois anos, o tempo que o Sebastian passou na Rússia. Assim que o treinamento acabou, Sebastian voltou pra cá. Alguns meses depois e a doença da minha mãe começou a se manifestar. -Sim...- fala o Aquário. -Chega!!!- exclama Sebastian, na disputa corpo_a_corpo com Manigold. O grito irritado e agressivo chama a atenção de Audrey e dos cavaleiros. -Já cansei de você, acabarei agora mesmo com a sua raça!!- Sebastian grita ainda mais alto. O cosmo do primo de Audrey arde mais intensamente do que antes. Dégel, Albáfica, Kardia e Manigold ficam espantados .O cosmo que ele emana é comparável a de um cavaleiro de ouro, mesmo sem trajar nenhuma armadura. -Prepare_se! O cosmo de Sebastian se espalha pela pequena rua, envolvendo todos ao seu redor. -Não pode ser! Aquela técnica proibida, ele conseguiu domina¬_la?- a prima do sujeito, perplexa ao perceber qual técnica ele usará. O cosmo dele demonstra ódio e ira, como se a alma de Sebastian tivesse sede de sangue. Dégel, percebendo a ameaça, pergunta para Audrey: -Que técnica seria essa? -A técnica proibida que aprendemos com o Alarick! Mas ela é uma técnica proibida pelo efeito que ela causa! -Que efeito?- Albáfica, dessa vez. -Ela envia todas as pessoas próximas para o Mundo dos Mortos e aprisiona suas almas lá, inclusive a do usuário! -Se é assim, não há com o que se preocupar.- comenta o Peixes, confiante. Audrey, com “cara de interrogação”, olha para Albáfica. O cavaleiro, sorrindo, diz: -Manigold usa uma técnica semelhante: as Ondas do Inferno. Enfrentar essa habilidade do seu primo para o Câncer é brincadeira de criança. Audrey, ainda insegura, observa a expressão do belo cavaleiro. Aos poucos, a estabilidade na voz do guerreiro preenche o coração da mesma. A prima de Sebastian, demasiadamente mais segura, sorri. -Tudo bem. Eu confiarei nos cavaleiros de Athena. Repentinamente, um novo cosmo surge no local. A densa camada de cosmo das trevas que antes envolvia o local se despedaça em pequenos fragmentos que caem pela rua. -O que está acontecendo?- Sebastian fica surpreso por sua técnica, de alguma maneira, ter sido bloqueada e neutralizada. Uma silhueta surge , um pouco atrás de Manigold e Sebastian, caminhando em direção ao todos ali presentes. Um homem de vestes sofisticadas, olhos verdes, cabelos castanhos, pele clara, alto e magro se aproxima. -Quem é dessa vez, hein?- indaga Kardia, um pouco entediado. -Eu me apresento, meu caro. Sou Alarick Lancaster, muito prazer. -Alarick??!!- Audrey, ligeiramente abalada. -Sim, sou eu, minha pequena.- ele responde, sorrindo. -Então ele é o tal Alarick.- pensa Dégel- Realmente , o cosmo dele é muito forte. Sebastian, próximo a Manigold, abalado com a aparição de Alarick, tenta se afastar com alguns passos para trás sem que ninguém perceba. -Onde você está indo, covarde?- pergunta Manigold, sem olhar para Sebastian, apenas observando Alarick. -Agora que esse cara está aqui, estou em total desvantagem. Mas não importa!- grita furioso. Uma névoa negra cobre o corpo do primo de Audrey, que aos poucos desaparece no ar. -Nos veremos novamente! E quando isso acontecer, destruirei todos vocês. E nem mesmo você, Audrey, terá salvação! Ela, permitindo sua ira interior dominar seu belo rosto, declara: -Pode vir, Sebastian! Eu estarei preparada para qualquer coisa que vier de você!! O sujeito gargalha como um sádico incontrolável. Seu corpo some completamente, mas ainda é possível ouvir suas palavras finais ecoarem pelo local: -Aproveitem suas vidas enquanto podem, pois o obscuro manto da morte cairá sobre vocês... O silêncio reina entre Audrey, Alarick e os cavaleiros. Entretanto, ele é quebrado com o dizer do misterioso sujeito que mal acabou de aparecer ali: -Audrey, acho que devemos entrar. Todos nós aqui temos muito o que conversar... |
| Maicon Swords
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| | | Assunto: Re: [Ação/Fantasia] Saint Seiya: The Lost Canvas- A Arca do Tempo Sáb 02 Mar 2013, 17:34 | |
| Capítulo 5- Lamentos de Pandora-Apesar de ter sido responsável pelo treinamento da loirinha, esse tal Alarick não parece ser muito mais velho que ela...- pensa Manigold- Será que eles estão nos falando a verdade? Na sala de reunião da modesta pensão de Audrey, ela, os cavaleiros e Alarick conversam sobre toda aquela situação. Sebastian, a mulher misteriosa citada por Audrey, o Santuário do Tempo...Pelo que indicavam as coisas, ambos tinham relação com algo ainda maior que está por vir... -Kardia, Albáfica, Manigold...Pelo que tudo indica, a Pandora que Audrey citou é a mesma que comanda os Espectros de Hades.- comenta Dégel, serenamente. -Concordo.- fala Albáfica- Isso significa que a Arca do Tempo já está do lado deles e assim que Hades despertar nesse mundo, tudo estará acabado. -Errado.- afirma Alarick. Silenciados, o quarteto de cavaleiros olha atentamente para Alarick. O homem de olhos verdes, por sua vez, continua: -Não tenho um amplo conhecimento sobre esse tal Hades, mas tenho certeza absoluta que Pandora não tem nada a ver com ele. -Como assim, cara!?- Kardia, exaltado- Explica isso ae direito , por que to começando a achar que não posso confiar em você...- revela, em um tom de ameaça. -Kardia, menos, por favor.- diz Dégel- Não é hora para suas gracinhas. -Dégel...- O Escorpião, ligeiramente mais calmo- Esse cara é muito esquisito. E também... como ele pode ter certeza de que não tem o dedo daquele maldito Hades nessa história toda? O Aquário, sempre controlado e tranquilo, diz desviando seu olhar para Kardia por breves segundos e voltando-o a Alarick: -Deixaremos que ele se explique. Alarick suspira fundo. Fecha os olhos, como alguém que procura as palavras certas para declarar uma grande revelação. -Fala logo, Alarick!- grita Audrey- Não suporto mais essa agonia e quero saber de tudo agora!! -A Pandora que você conheceu, Audrey, é uma antiga amiga minha.- conta, com um nítido pesar e lamento no tom de voz. -Amiga?- a loira, surpresa. -Amiga não...ela era bem mais que isso...- fala, com um sorriso forçado. Albáfica, atento às expressões de Alarick, imediatamente percebe o que ele quer dizer sem que seja necessário um discurso mais direto. O Peixes nota a dificuldade do mesmo em falar no assunto e, então, ao ver que ele está prestes a dizer mais, interrompe: -Não precisa falar mais. Apenas nos diga :o que aconteceu para, agora, vocês dois serem inimigos? Novamente, Alarick respira fundo. Um sorriso aparentemente mais sincero toma a face do mestre de Audrey e de Sebastian, que responde: -Ela simplesmente decidiu o caminho dela e eu decidi o meu. -Diz ae, quantos anos você tem?- pergunta Manigold, sem sequer se importar com a “sensibilidade” de Alarick no assunto “Pandora”. -Tenho 24 anos. Por quê?- ainda sorridente. -E você, loirinha?- Manigold olha para Audrey. -Eu? 21... Manigold, com uma expressão séria, faz uma nova pergunta para ambos: -Como o carinha sorridente aqui pode ter te treinado , loirinha, se vocês só têm 3 anos de diferença? Kardia, aproveitando-se da brecha, exclama: -Isso ae!! Boa, caranguejo!!- a longa unha rubra do escorpiano desaponta em seu dedo indicador direito, brilhando ardentemente contra a dupla- E agora? Como os sabichões explicam isso? Longe dali... Nuvens escuras cercam o céu noturno. Singelas trovoadas ecoam sonicamente e pequenas gotículas molham a terra seca. Nas ruas da humilde cidade, uma mulher de longos cabelos negros caminha , sem temer a tempestade que se aproxima. Enquanto abraça a si mesma, as lágrimas de seus olhos escuros se misturam com as gotas da eminente chuva. O som dos seus sapatos representa o silêncio de sua tristeza. Sua face, cabisbaixa, é encoberta pelas suas próprias mechas. Um pouco mais a frente, um homem anda, com passos firmes, segurando um guarda-chuva azul marinho. Seus cabelos castanhos adornam o rosto pardo e seus olhos impacientes mostram sua pressa em chegar a algum lugar longe dali. O sujeito não parece perceber a presença da mulher metros atrás. Assim como ela não o nota a sua frente. Por incrível que pareça, a velocidade dos passos é a mesma para os dois. Mas mesmo assim, a proximidade física não é nada, pois cada um se mantém preso no mundo de seus próprios pensamentos. -Preciso chegar logo em casa!- pensa o sujeito, aflito- Está muito tarde e se e demorar demais, ela pode descobrir... Cada vez mais preocupado, ele acelera seus passos sem nem perceber. A chuva, aos poucos, fica mais forte até, minutos depois, se tornar uma verdadeira tempestade. O guarda-chuva do moreno não agüenta e é levado pelo vento, na direção contrária a si. -Spock, Spock! Vai ser vencido por um ventinho desse?- fala consigo mesmo, irritado. Ao se virar para pegar o guarda-chuva ainda no ar, os olhos de Spock finalmente encontram a bela mulher de cabelos negros. Contudo, ela agora está no chão, caída de joelhos e com suas suaves mãos sobre o rosto. Lágrimas escorrem descontroladamente da mesma, assim como as gotas daquela chuva torrencial. -O que aconteceu com você?- pergunta ele, enquanto corre em direção a ela. A mulher não responde. Continua aos prantos silenciosos, sem se importar com o resto do mundo. Um forte assopro do vento paira sobre a morena, jogando seus longos cabelos para o seu lado direito. Spock , sem nem se importar mais com seu guarda-chuva sendo levado, se agacha diante dela e pergunta: -Me fala o que aconteceu com você, por que está no meio dessa chuva? Novamente, não há resposta. Decidido a levá-la dali com ou sem a tal resposta que queria e sem ao menos saber quem ela é, o jovem a ajuda a se levantar. -Vem comigo, eu vou te ajudar.- fala para ela, caminhando na chuva. Os dois andam juntos por alguns instantes. Aparentemente, por alguma razão desconhecida, a morena se encontra em total desespero. -Alguma coisa fez muito mal pra ela. Será que foi alguém que a machucou?- Spock se pergunta mentalmente, observando os cabelos da mulher sobre seu rosto ainda oculto. Repentinamente, uma forte luz cai a alguns metros a frente da dupla. O impacto de algo que se choca no chão com extrema força cria turbilhões de vento e poeira. A ventania empurra Spock e a mulher para trás. Ambos caem na chuva, que mais parece ser a personificação da ira de um deus. Mesmo assim, a morena mal se importa e não abandona o seu mundo de lamentos. Spock, notando que ela está indefesa, se levanta e encara o perigo. O perigo , um cosmo agressivo que surgira ali junto com a explosão de luz. -Quem é você?- pergunta ele, valente e inabalável. A luz cessa e a figura obscura de um sujeito se revela perante Spock. O jovem, por sua vez, sente um terrível calafrio correr por todo o seu corpo. O indivíduo misterioso se aproxima com passos imponentes e ameaçadores. -Entregue esta mulher para mim agora...- fala com uma voz grave e assombrosa. -Não.- responde, levemente impressionado. O indivíduo, alto e escondido atrás de um manto negro de cosmo, ergue o braço esquerdo preparado para matar. -Então morra!!- exclama o sujeito. -Pare agora!- ecoa uma voz feminina. Spock volta a olhar para a bela mulher. Ela, se abraçando no chão, emana um cosmo ainda mais poderoso do que o homem misterioso. A chuva forte praticamente se torna insignificante diante de duas energias tão grandiosas. -O que que tá acontecendo...?- pensa Spock, olhando para a mulher. Exalando um ar bem diferente do anterior, a morena se levanta e seus cabelos molhados levitam no ar. -Quem é você?- pergunta o moreno, observando as atitudes da mulher. Um sorriso diabólico pode ser percebido na pequena porção visível do rosto dela. Um brilho negro envolve seus braços e ela os estende a sua frente. Instantaneamente, uma caixa recoberta por diamantes e tão escura quanto o tal brilho surge em suas mãos. -Meu nome é... Perséfone. |
| Maicon Swords
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| | | Assunto: Re: [Ação/Fantasia] Saint Seiya: The Lost Canvas- A Arca do Tempo | |
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