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[Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai

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MensagemAssunto: [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeSáb 16 Nov 2013, 02:27

O ciclo da vida é algo de que não se pode escapar... Até mesmo as estrelas, tão imponentes, nascem, se desenvolvem e morrem para dar espaço a outros seres. Com os humanos, não é diferente. E por ser algo tal efêmero que a vida é formidável e inestimável... É como um presente divino: tão frágil, mas ao mesmo tempo tão especial...

/--/--/


15 anos atrás, em algum local desconhecido do planeta Terra...

– Senhorita, tudo bem? – questiona uma mulher de vestes claras e longas, ao se aproximar de outra, com roupas semelhantes, mas mais sofisticadas.

– Tudo sim. – responde a morena, de costas para ela.

Diante de uma grande janela, a beldade em questão observa o céu estrelado. Seus olhos não conseguem evitar: deseja permanecer apreciando tão bela visão.

– Seu esposo lhe aguarda na saída do castelo. – diz a outra, que parece mais ser uma serviçal da mais bela, ao se posicionar um pouco atrás dela.

Trata-se do Palácio Estelar, uma espécie de castelo extremamente famoso por suas lendas transcendentais. Já pertencera a vários reis e nobres na Idade Antiga e Média. Hoje, já se encontra em mãos de outras pessoas...

– Descerei em breve. Me espere lá em baixo, por favor... – pede a possível patroa.

– Sim senhora. – acatando a ordem, a serviçal une suas mãos a frente do próprio corpo e, lhe dando as costas, volta a caminhar em direção à porta deste extenso quarto.
Por mais alguns instantes, os olhos negros da mulher continuam observando as estrelas. É quando, repentinamente, um estranho brilho surge no céu, caindo como um meteorito rumo à Terra. É impossível evitar o espanto... E também a fascinação.

– Então finalmente a hora chegou... – pensa ela. – Em breve, os Hakanais despertarão neste mundo e anunciarão o início de uma nova era. Os escolhidos terão de proteger o mundo das forças das trevas, arriscando suas vidas em prol dos mais fracos...

Com sua mão direita aliada à esquerda, ela aperta uma contra a outra. Está aflita, ansiosa, nervosa, amedrontada... Sabia que, cedo ou tarde, o momento chegaria. Por isso, toda noite, checava o céu estrelado à espera do aviso divino. Agora que tem absoluta certeza sobre o despertar dos Hakanais, não tem mais nenhuma dúvida sobre a legitimidade de sua missão.

– Querido filho... – continua pensando, assim que a imagem de seu recém-nascido filho vem à sua mente, permitindo que lágrimas brotem dos seus olhos. – Sempre soube que você era um dos escolhidos... Ainda assim, é tão difícil aceitar tal realidade...

O coração de mãe se aperta. Sua palma direita, aflita, vai em direção a ele. Fechando seus olhos, a mulher se vira, tomando passos acelerados para sair do local o mais depressa possível. E, em tal ritmo, deixa que sua doce voz anuncie seu trágico veredito:

– A Guerra Celestial finalmente começou!!
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MensagemAssunto: 1- Pudins, por tudo o que é mais sagrado!! [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeQui 21 Nov 2013, 15:39

Tudo na vida é passageiro. Afinal, ela em si é finita e limitada. Por outro lado, é tal efemeridade que a caracteriza como o bem mais especial e precioso que um ser humano pode possuir. Porém, até mesmo a graciosa vida pode perder seu brilho singular. Quando se perde o sentido de apreciar as batidas do próprio coração, viver é como se afogar no mar ilimitado da escuridão...

/--/--/

Zona sul da cidade de Midori...

– Moleque safado, volte aqui agora!! – grita uma senhora de certa idade, com uma vassoura em mãos, saindo de sua padaria.

Do ponto comercial, um jovem garoto corre às presas, com quatro pães em suas mãos.

– Vagabundo!! Se vier aqui outra vez, eu te arrebento! – esbraveja a mulher, parando na porta, enquanto observa o afastar do ladrão.

Ele nada diz. Tudo o que pensa é em sair daquele local, e o mais depressa possível. Está morto de fome e não vê a hora de abocanhar o seu almoço de hoje: os pães roubados da tal senhora.

– Eu pensei que iria apanhar dessa vez... – pensa o garoto, que continua a correr sem olhar para trás um segundo sequer. – De qualquer jeito, preciso encontrar um lugar seguro. – reflete, fitando o que está em suas mãos por alguns instantes.

Logo ele se cansa. Dessa maneira, passa por algumas ruas com passos mais calmos até chegar em um beco sem saída. Entrando no mesmo, suspira profundamente, já bem tranquilo.

– Consegui arranjar comida, Star! – exclama, ao se aproximar o suficiente de um pequeno cão de pelagem amarelada. – Você não precisa mais chorar!

Parando bem diante do canino, o adolescente se agacha. Possui cabelos negros e bagunçados, pele parda e cheia de marcas, – tanto de sujeira quanto de ferimentos antigos ou mais recentes – estatura mediana e corpo levemente forte, apesar de ser morador de rua. Aparenta ter uns 14 anos.

– Vamos, vamos! Se anime!! – pede o jovem, tristonho.

Há anos, os dois são parceiros... Amigos. Ambos moram nas ruas e contam apenas um com o outro. Foi o cão que trouxe motivação para a vida de Fubuki. E por seu animal, o adolescente se esforça e se coloca em perigo, à procura de comida e de locais seguros para passarem as noites. Assim é a vida de quem não tem um lar para morar, nem uma cama quente para se acomodar. É preciso se apegar às pequenas coisas e, muitas vezes, cometer atos que grande parte da sociedade – ou talvez ela por inteiro – desaprova.

– Não quero te ver com essa cara angustiada. – revela ele, insistindo.

De alguma forma, quem sabe considerando o quanto seu dono se importa consigo, o cachorro
reage, levantando-se e começando a abanar seu rabo. É o suficiente para despertar um grande sorriso na face de Fubuki.

– Isso aí! Temos que ser animados! Sempre!

Star responde com um latido. Em seguida, o garoto lhe entrega um dos pães que acabara de roubar, enquanto se acomoda ao se assentar bem ao lado direito do canino. Então, abocanha com ferocidade o seu pão, deixando os dois restantes em seu colo.

– O resto é pra janta, tá? – comenta, enquanto permanece de boca bem cheia.

– Hey, garoto!! – a voz de alguém o chama.

Desviando seu olhar do cão para a saída do beco, – por qual, há pouco, aqui entrou – o morador de rua se espanta. Uma desconhecida garota, que aparenta ter mais ou menos a sua idade, se encontra parada a certos metros, fitando-o com os braços cruzados.

– O que quer comigo? – pergunta ele.

A jovem não responde, mas também não continua sem nada fazer. Passa a caminhar com calma e se aproximar de Fubuki e de Star, enquanto eles se alimentam vorazmente sem dar importância ao que ela achará ou deixará de achar. Ao chegar perto o suficiente, cessa seus passos e permanece encarando-o em silêncio.

– Que foi? Eu te conheço, por acaso?

– Ainda não. – responde ela.

– Então, seja lá o que você quer comigo, não deveria se apresentar primeiro? Moro na rua, mas tenho pelo menos senso de educação.

– Um ladrãozinho mequetrefe querendo bancar o moralista? – questiona outra voz, que sequer parece humana.

O olhar do jovem, outra vez, é redirecionado para a saída do beco. Contudo, desta vez, o que encontra é algo surreal: uma espécie de gata rosada com olhos alaranjados, com uma estranha esfera cristalina – da mesma cor que as íris – no ápice de sua cauda, se aproximando de si. Além de todas essas características, a criatura possui um cristal circular menor em sua testa. E é justamente tal criatura quem fizera o comentário anterior.

– O que é essa coisa? – questiona Fubuki, perplexo.

– Não sou uma coisa, sou uma gata, idiota! – a felina o recrimina, logo após se posicionar bem ao lado esquerdo da garota recém-chegada. – Ela se chama Yume e eu, Ketsui.

Yume possui longos cabelos loiros de pontas rosadas presos em um rabo de cavalo até sua cintura. Pele clara, serenos olhos azuis e seios medianos, tal como sua estatura. Pode-se dizer que seu corpo é “normal”, como os das demais garotas de sua faixa etária. Suas roupas sofisticadas e de boa aparência remetem à ideia das consideráveis condições financeiras da família da adolescente.

– Será que esse pão tá com droga? Estou falando com uma gata? – o garoto se pergunta, alternando seu olhar entre o pequeno pedaço de pão que resta em sua mão direita e a gata em questão. – Ou o certo é “uma gata está falando comigo”?

– Afe, que imbecil... – resmunga a felina, um tanto quanto decepcionada.

– Para de me chamar dessas coisas! – exclama ele, um pouco incomodado com toda essa exótica situação. – Sua gata alienígena!

– Yume, fale você com ele! – impera, virando-se bruscamente e se assentando, mantendo-se de costas para o garoto. – Não rebaixarei tanto o meu nível!

– Ketsui, você não precisa ser assim o tempo todo, precisa? – pergunta a loira, observando a expressão indiferente de sua gata, aguardando uma resposta por certo tempo, mas desistindo em poucos instantes.

– Posso saber, afinal de contas, o que está acontecendo? – Fubuki, por sua vez.

– Você tem algo que eu quero. – Yume diz, sendo bem direta.

– Tudo o que tenho é o Star. – alega, indicando o cão bem ao seu lado com um leve movimento do seu rosto, enquanto o animal em questão continua se alimentando sem dar importância alguma para a situação atual. – Mesmo que seja ele o que quer, nunca te darei.

– Ridículo! Ela não quer esse pulguento! – exclama Ketsui, virando-se bruscamente, de novo.

– Star não é pulguento!

– Ele mora na rua, como você. Logo...

– Ketsui, basta. – pede Yume, fazendo a gata falante se calar. – Você tem algo que procuro, mas não é o seu cão.

– Então o que é? – tenta entender, arqueando sua sobrancelha direita.

Repentinamente, os olhos da garota brilham cintilantes. Curioso, Fubuki tenta encontrar neles alguma evidência do real objetivo da desconhecida, mas antes mesmo de ter êxito nessa tarefa, a adolescente ergue seus braços para o alto, cerrando os punhos e declarando:

– Pudim! Pudim! Pudim! Pudim! Pudim!

– Pudim?

– Sim, pudim! – exclama outra vez, mas agora colocando seus braços a frente do corpo, empolgada e sorridente.

– Como assim pudim?

– Você tem algo sagrado! – determina Yume, apontando para a cara do garoto com seu indicador direito. – Não esconda a verdade!

– Mas eu não tenho pudim!

– Mas tem algo que é ainda mais valioso que um pudim!

– Sim, sim, sim... – concorda Ketsui, fechando suas pálpebras e movimentando positivamente a
sua cabeça.

Com um leve suspiro, Yume completa:

– Você tem um vale para muuuuuuitos pudins!

– Eu tenho?

– Tem! E vamos utilizá-lo de imediato!

– Foi para isso que me procurou: por um vale-pudim? – questiona, ao se lembrar que, dias atrás,
encontrou um cupom abandonado no chão, bem próximo da melhor confeitaria da cidade. Naquele momento, não se importou muito com isso e guardou o vale consigo, mas acabou se esquecendo do mesmo. – Mas como sabe de mim? E...

– Investiguei! – declara ela, cruzando os braços. – Eu precisava saber a identidade do ladrão do meu vale-pudim!

– Eu não roubei ele, achei! E achado não é roubado!

– Isso na sua mente limitada, idiota! – afirma Ketsui, intrometendo-se na conversa de novo.

– Não sou idiota!

– Tanto faz, tanto fez, tanto fiz! O importante é que me devolva ele. – determina Yume.

– Yume... – a gata, outra vez, ao olhar para cima e perceber que já está ficando tarde. – Acho que já deve ser quase seis da tarde.

– E daí? – rebate, voltando sua atenção para a felina.

– O cupom vale até 05h45min.

Ouve-se o grito desesperado, que ecoa por todas as ruas próximas. Em seguida, as pessoas que pela área passam podem ver uma rápida menina loira, acompanhada por uma gata rosada e um cachorro de rua, arrastando, freneticamente, um agoniado garoto por uma de suas pernas.

– Alguém me ajudaaaaa!!! Estou sendo sequestradoooo!!!

– Vê se cala a boca, idiota! – declama Ketsui, tão apressada quanto sua dona, para que consiga acompanhá-la.

Em pouco tempo, o grupo chega no local desejado: Cia do Pudim. Yume, sem “piedade”, faz o garoto de rua se assentar em uma das mesas do ponto comercial, junto dela.

– Ei... Você não tem vergonha de vir com alguém como eu para um lugar desses? – questiona, ao se acalmar, segundos após chegarem aqui.

– Tenho vergonha é de perder meus pudins. – responde, encarando-o seriamente. – Onde está o cupom? Ainda dá tempo...

Recebendo a resposta da recém-conhecida, Fubuki leva sua mão direita para um dos bolsos de sua abatida bermuda jeans. Ao procurar, – e encontrar o vale – o entrega para ela.

– Aqui...

– Obrigada... – agradece, com seus olhos cintilando de alegria, mais uma vez.

Virando seu rosto para o balcão, a certa distância, a jovem ergue seu braço direito, chamando a atenção de um dos atendentes do local. Enquanto isso, dando uma rápida olhada pela área, Fubuki nota que as poucas pessoas que se encontram presentes – inclusive funcionários – não param de olhar para ele.

– O que essa menina tem na cabeça? Será que não se importa de ficar perto de um morador de rua que mal conhece? – pensa, voltando seu olhar para a loira em questão.

– O que deseja, senhorita? – indaga o funcionário da Cia do Pudim que se aproxima da mesa dos dois.

Star se encontra no colo de Fubuki. Ketsui, por sua vez, no de Yume. E a dona da gata, então, fitando o homem com um meigo sorriso, articula, ao lhe entregar o cupom dos pudins:

– Aí está o que desejo.

– Entendo... A promoção dos pudins... – avalia o sujeito, sob um breve olhar para com o bilhete dela. – Aguarde apenas alguns instantes. – finaliza, virando-se e afastando-se.

Em sequência, Yume suspira profundamente. É quando nota que Fubuki não para de observá-la.

– Que foi? – pergunta ela, sem entender.

– Você é estranha.

– Por quê?

– Uma pessoa normal não faria tudo isso. Você é estranha.

– Só por ter ido em busca dos meus pudins, sou estranha? – tenta compreender o ponto de vista do garoto, erguendo a sobrancelha direita.

– Também. Mas mais por ter se envolvido, sem receio nenhum, com alguém como eu.

– Fala como se fosse um criminoso hediondo. – alega, elevando ambos os braços, mas baixando-os em seguida.

– Sou um ladrão de pães, não sou?

– Mas faz isso para sobreviver, certo?

Desta vez, Fubuki perde a fala, mas não consegue reter seu espanto, que se evidencia em sua face. Yume nota tal fato, mas não dá muita importância. Não é do tipo de pessoa que leva coisas assim em consideração.

– Lutar para sobreviver não é errado. Enquanto não ferir ninguém, nem fazer mal a ninguém por vontade própria, vou te considerar uma pessoa comum como qualquer outra.

– Mas... Por quê?

– Não tem que ter um porquê. Simplesmente... É assim. – afirma, cerrando suas pálpebras e estimulando seu sorrir.

– Aqui está senhorita. – o funcionário do comércio retorna, com uma bandeja com vários pudins: 15, para maior exatidão.

– Fantástico!! – exclama ela, ao se deparar com tudo isso. – Simplesmente fantástico!!

O sujeito coloca, um a um, os pudins à mesa. Os quatro clientes – sendo deles, Yume a mais interessada – são espectadores por ora. Porém, o processo logo acaba e o homem, pedindo licença e desejando bom proveito para eles, se retira.

– Vamos atacar! – grita a garota, chamando ainda mais a atenção do restante das pessoas do local.

A confeitaria e doçaria está bem cheia hoje, mesmo considerando que, por ser tão boa e requisitada na cidade, sempre é muito frequentada. Entretanto, Fubuki nunca esteve aqui sozinho. Se o fizesse, é bem provável que seria enxotado como um cachorro sarnento. Por outro lado, ele não consegue parar de se perguntar: Yume... Quem é ela para agir assim com quem, por todos, é visto com maus olhos?

– Coma. – exige ela, devorando o seu primeiro pudim, mas parando assim que percebe o olhar cabisbaixo do garoto.

– Anh?

– Comer os pudins. Vamos, coma!

– Mas eles são seus...

– Não, são nossos.

Mais uma vez, ele se vê sem argumentos. Entende que, desde o início, a intenção dela era dividir tudo.

– Não vai comer também não, Ketsui? – pergunta a garota, voltando seu olhar para sua exótica gata falante.

– Não, esse tipo de coisa não faz nada bem para meu pelo. – afirma a felina.

Sem mais delongas, Fubuki pega seu primeiro pudim, sendo que a mesa está repleta deles. É a primeira vez que prova um e não acha nada mal, apesar de não deixar isso transparecer. De certo modo, está grato pelo pouco – que, para ele, é muito – que Yume está fazendo.

– Cara, você ouviu os boatos? – ecoa a pergunta de um certo homem.

Curiosos, os dois adolescentes olham para o lado. Em uma mesa próxima, dois sujeitos ¬– um loiro e outro ruivo – conversam animadamente, como se não se importassem com a presença das outras pessoas. E, o loiro então, o que falara primeiro, completa sorridente:

– A lendária Rouge!

– Sério!? – o ruivo, pasmo. – A Rouge está por aqui?

– Seríssimo! Ela veio participar do Torneio de WWW na cidade!!

– Então não vai ter para ninguém! – exclama o ruivo. – A Rouge é insuperável!

– Hey, que Rouge é essa de quem eles estão falando? – pergunta Fubuki, ao retornar seu olhar para Yume, dando uma pausa no seu pudim.

– É uma jogadora de WWW. – responde Ketsui, enquanto sua dona viaja com o maravilhoso sabor da sua guloseima preferida. – Dizem que ela nunca perdeu uma partida.

– Eu também jogo WWW, mas nunca ouvi falar dessa tal Rouge. Cheguei a escutar sobre o torneio na cidade, mas não tinha dinheiro para me inscrever...

Assim que o garoto diz tal coisa, Yume também pausa a sua apreciação para com o pudim. Colocando-o sobre a mesa, a adolescente silencia a dupla com sua atitude, chamando para si a atenção da mesma. E articula:

– Então você não tem mais nenhuma desculpa!

– Como é? – pergunta ele, arqueando sua sobrancelha direita.

– Você vai participar do torneio do World White War! – exclama ela, sorridente.

– Não posso, eu não...

– Pode sim! Pagarei para você!! – declara, interrompendo-o.

– E-eu... – gagueja, ao sentir que seu rosto está começando a ficar corado. – Eu não posso permitir que uma...

Repentinamente, os olhos gentis da loira assumem uma nova forma: fúria encarnada. Encarando-o, – e deixando-o ainda mais aflito – a amante dos pudins grita:

– Por acaso uma garota não pode atender às necessidades de um garoto!?

– Você fala como se fôssemos namorados...

– Que petulância! – exclama Ketsui, chamando o olhar de Fubuki. – Yume-hime jamais teria algo
com um moleque de rua desprezível!

– Eu não sou desprezível!! – se defende o jovem.

– Calem-se os dois. – impera a garota, com um tom de voz ameaçador e firme, bem diferente do
que utilizara desde o momento em que conheceu o órfão em questão. – Já está decidido: hoje
mesmo, Fubuki, você se inscreverá no torneio de WWW.


– Por quê? – questiona ele.

Mais uma vez, a expressão da jovem muda radicalmente. Com seus olhos cintilantes, a adolescente, em euforia plena, apoia os lados de sua face com suas palmas abertas, argumentando de forma doce:

– O grande prêmio será uma grande quantia em dinheiro e uma viagem com três acompanhantes para Duffing, a cidade dos pudins!

– Eu devia estar esperando por algo assim... – pensa a gata Ketsui, com uma cara de indiferença.

– E se eu não quiser? – indaga Fubuki, cruzando seus braços.

– Se quer continuar com sua perfeita sanidade física, é melhor aceitar. – recomenda Ketsui.
Por alguns instantes, o dono do cão Star reflete. Afinal de contas, entrar em um campeonato de WWW não seria lá tão mal. É um tipo de jogo bem atrativo e mundialmente conhecido, no qual duas pessoas batalham através de cartas em realidade virtual. Além disso, há o grande prêmio, algo que não é nada dispensável – para Fubuki, o indispensável é o dinheiro, obviamente, e não a viagem.

– Tudo bem, aceito!

– Como se tivesse opção... – brinca Yume, entre risos.

Enquanto eles continuam a conversar e aproveitar os pudins sobre a mesa, uma figura masculina os observa em um ponto específico do local. Com o jornal ocultando sua face, o sujeito misterioso sorri, mentalizando:

– Duas crianças, um vira-latas e uma gata falante? Isso será fácil demais...

Com um breve suspiro, ele deixa o jornal sobre sua mesa e se levanta da sua cadeira. Direcionando-se para fora do estabelecimento, chega a passar bem perto dos citados. Porém, eles não percebem o interesse do desconhecido. E, enquanto se apressa para se retirar daqui, eleva o próprio sorriso. E fala, colocando as mãos dentro dos bolsos do seu casaco negro:

– WWW não é nada! Absolutamente nada perante a verdadeira guerra... Que está prestes a começar!!
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MensagemAssunto: 2 - WWW: o ataque! [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeQui 26 Dez 2013, 14:26

Arco 1 – World White War

/--/--/

Dias se passaram desde a ocasião em que Fubuki e Yume se conheceram. Por todo esse tempo, a família da garota permitiu que o jovem ficasse instalado na enorme mansão Agamenon. Afinal, um garoto tão bondoso e gentil – como o julgaram – não merece viver nas ruas. E, assim como ele, o pequeno Star também está em estadia por aqui...

– Ai como eu odeio cães... – reclama Ketsui, encolhida, mas confortável, em seu próprio canto, enquanto observa o vira-latas correr para todo canto do quarto de Yume.

– Ketsuuuuuuuuuui!!! – a voz de sua dona a chama.

Sem delongas, a garota entra no quarto. Com um sorriso estampado em sua face, diz:

– Hoje é o dia! Vamos depressa!

– Dia, mas que dia? – questiona a felina, assim que a humana vem ao seu encontro, recolhendo-a em seus braços.

– O dia do torneio do World White War! – responde Yume, levantando-se de uma só vez após ter agachado para pegar sua gata. – Star, venha você também! Fubuki-chan já vai ter a sua primeira partida no campeonato em breve!

– Fubuki-chan? – questiona Ketsui, que apesar de indignada, é ignorada. – Estou chocada!

Sem esperar mais, a jovem garota se abaixa para recolher Star também. E, segurando tanto ele quanto sua gata, sai do quarto às pressas, usando tudo o que tem para chegar o mais depressa possível no estádio do torneio de WWW.

/--/--/

Enquanto isso, no respectivo estádio...

– Bem vindos, queridos espectadores! Damos início, agora, para o grande show, esperado por todo o ano: World White War! – exclama o anfitrião do evento, em meio à festiva comemoração de todos os presentes.

O local é realmente fantástico de tão grande. Apenas a plateia – que fica em torno do palco principal e do camarim – é colossal, suficiente para acomodar um milhão de pessoas. E é neste gigantesco estádio que o torneio de WWW está sendo organizado.

– Hoje teremos impressionantes batalhas entre os W-players! Portanto, preparem-se!!

W-players é a maneira mais comum de se referir àquelas pessoas que jogam e praticam WWW. Alguns consideram que, de fato, World White War é um jogo. Outros, um esporte. Quem sabe seja ambos?

– Todos aqueles que se inscreveram foram avaliados minunciosamente e, então, selecionados! Dos 245 inscritos, restaram somente os 16 melhores!! Um verdadeiro espetáculo está para começar, galeraaa!!!

Ouvindo isso, a plateia se torna ainda mais eufórica. Tendo que aumentar ainda mais o tom de sua voz, o responsável por conduzir toda essa festa prossegue:

– Imagino que já estão cansados de esperar! Por isso, vamos dar lugar aos dois primeiros concorrentes do dia: a lendária Rouge e sua adversária Mei Sasaki!

A primeira a entrar é a mulher chamada simplesmente por Rouge. Com uma máscara branca ocultando seu rosto, ela apenas deixa exposta a sua pele clara, seu corpo curvilíneo e seus longos cabelos lisos e negros. Os espectadores, ao vê-la, vão ao extremo do delírio: ela é uma W-player conhecida mundialmente. Não há, no planeta, quem não tenha ouvido falar das suas habilidades no jogo – ou esporte.

Já a segunda – também, de pele clara e corpo tão escultural quanto o de sua adversária – é Mei, uma loira com cabelos lisos até o início das costas, olhos castanhos grandes e expressivos e um sorriso sutilmente gentil.

– Podem começar! – diz o anfitrião, afastando-se, no mesmo momento em que os espectadores se acalmam para que o confronto tenha início.

Assim que as duas se posicionam, uma diante da outra, um compartimento no chão, à frente de cada uma, é ativado, erguendo-se. É uma espécie de pequeno pilar, com apenas um metro de altura, o qual possui um disco – o W-disk, usado no WWW. Em seguida, as mulheres em questão depositam sobre o objeto suas três cartas – as de Rouge são douradas, enquanto as de Mei são prateadas. É quando o disco, computadorizado e digitalizado, lê as informações das mesmas. Em segundos, as projeções surgem no espaço de vários metros entre as concorrentes da primeira partida do dia.

– Vejam! – exclama o acompanhador do confronto, analisando as seis figuras femininas formatadas em campo. – Do lado de Mei Sasaki, estão a Sereia Nórdica, a Sereia Sulina e Hipólita!

Sereia Nórdica – VIDA: 2500/ MAGIA: 2500/ FORÇA: 400/ AGILIDADE: 1100
Sereia Sulina – VIDA: 2500/ MAGIA: 2500/ FORÇA: 400/ AGILIDADE: 1100
Hipólita, a Amazona – VIDA: 2500/ MAGIA: 1500/ FORÇA: 2400/ AGILIDADE: 2500

– Do lado da lendária Rouge, estão as poderosas Valquírias: Skuld, Rota e Gundr!

Valquíria Skuld – VIDA: 3500/ MAGIA: 2900/ FORÇA: 1600/ AGILIDADE: 2400
Valquíria Rota – VIDA: 3500/ MAGIA: 2900/ FORÇA: 1600/ AGILIDADE: 2400
Valquíria Gundr – VIDA: 3500/ MAGIA: 2900/ FORÇA: 1600/ AGILIDADE: 2400

Enquanto isso, na arquibancada, Yume – carregando Ketsui e Star – se acomoda em seu lugar, cercada por inúmeros outros espectadores. Atenta ao início do show, já fala:

– Nossa!

– De fato, é impressionante! – afirma a gata, séria, analisando o que está acontecendo ali. – Claramente, a tal Rouge está em vantagem, já que suas W-warriors parecem ser mais fortes.

– Não é por isso que me impressionei. – admite Yume.

– Então é por qual razão?

– Não faço ideia do que está acontecendo ali. – responde, fazendo com que sua felina demonstre uma expressão de indiferença.

Já no campo de batalha, as duas concorrentes se observam. É quando Mei dá a primeira investida do confronto:

– Flechas de Guerra! – obedecendo à tal ordem de Mei, a W-warrior Hipólita ergue seu arco e atira três flechas de uma só vez.

– Trindade Defensora. – diz a mascarada, sendo que suas três guerreiras erguem os braços, formando um escudo cinético de defesa diante de si.

As flechas atiradas ricocheteiam e retornam. Uma atinge a Sereia Nórdica, outra atinge a Sereia Sulina e a terceira volta contra Hipólita, mas ela desvia habilmente.

– Sereias! – Mei, outra vez, fazendo as suas guerreiras marinhas unirem suas mãos. – Torrente Dupla!

Unidas, as sereias invocam uma gigantesca onda de água, que sai de trás de Mei. Essa mesma onda avança contra o escudo cinético das Valquírias de Rouge.

– Então é isso que é uma W-battle. – comenta Yume, fascinada na plateia, referindo-se ao termo usado para definir uma disputa de WWW.

– Está gostando? – questiona Ketsui, em seu colo.

– Devo admitir que é melhor que as partidas de golfe do papai...

A estrondosa torrente permanece em atrito com a muralha circular defensiva das Valquírias, no campo de batalha. Porém, isso dura apenas alguns segundos, pois em seguida, a poderosa onda retorna – e com todo o fervor – contra as W-warriors de Mei Sasaki. E elas são derrotadas, desaparecendo enquanto são engolidas pelas águas.

– Nocaute!! – exclama o anfitrião. – A Rouge venceu!!

E, como antes, os espectadores vão ao delírio.

Com o rosto cabisbaixo, Mei se vira para o outro lado, frustrada.  Assim como a vencedora da disputa, ela caminha e vai voltando para o camarim. E quando chega ao mesmo, se depara com outra pessoa: um homem forte e alto de rosto firme, barba por fazer, e cabelos – milimetricamente arrumados, como o penteado de um militar – e olhos castanhos.

– Você foi muito bem, minha filha. – afirma o homem, bem mais alto do que ela.

A jovem se aproxima do sujeito e se posiciona centímetros à frente dele. Com um sorriso de quem já aceitara o “fracasso em si mesma”, articula:

– Eu já sabia que iria perder. Como uma iniciante venceria alguém tão experiente?

– Deixe de lado essa mania de inferiorização, minha filha. – pede ele, repousando sua palma direita sobre o ombro dela. – Não estaria entre os 16 melhores se não fosse uma excelente W-player!

Em resposta, Mei nada mais diz. Desse modo, do lado de fora do local, o anfitrião do evento grita:

– Próximo confronto: Zang-taichou contra Muey Muong!

– Bem... Preciso ir. – afirma ele, sorridente, tomando passos para ir pra fora.

Por alguns momentos, a filha de Zang se mantem da mesma forma. Contudo, logo se vira em direção ao corredor por qual veio, que permite visão parcial do palco de batalha. Então a bela jovem decide ver daqui a partida da qual seu pai participará.

– Podem começar! – exclama o anfitrião, no campo de batalha, quando os dois concorrentes deste duelo se posicionam, assim como fizeram as duas participantes da disputa anterior.

Zang deposita suas três cartas – douradas – no W-disk diante de si, assim como Muey Muong deposita as suas prateadas – um homem de túnica, luvas e máscara negras, de semblante e corpo totalmente oculto. Então as projeções dos W-warriors de Zang Sasaki surgem: um gigantesco espírito de areia, uma enorme aura de um leão dourado e um colossal humanoide de coloração vermelha. Já as do outro são três múmias com uma espada cada, protegidas por armaduras de ferro.

– Zang-taichou, um dos mais conceituados W-players, acabara de convocar seus melhores W-warriors!

Monstro de Areia – VIDA: 3000/ MAGIA: 1300/ FORÇA: 1800/ AGILIDADE: 900
Maldição do Egito – VIDA: 3000/ MAGIA: 4000/ FORÇA: 200/ AGILIDADE: 100
Caos – VIDA: 3500/ MAGIA: 4000/ FORÇA: 3900/ AGILIDADE: 300

– Já o iniciante Muey Muong trouxe ao nosso espetáculo seu trio de múmias guerreiras!

Múmia Espadachim – VIDA: 3000/ MAGIA: 400/ FORÇA: 1500/ AGILIDADE: 800
Múmia Espadachim – VIDA: 3000/ MAGIA: 400/ FORÇA: 1500/ AGILIDADE: 800
Múmia Espadachim – VIDA: 3000/ MAGIA: 400/ FORÇA: 1500/ AGILIDADE: 800

E a batalha começa. As múmias saltam contra seus alvos, segurando suas, aparentemente, velhas espadas. Apesar disso, Zang não se intimida com o avanço dos W-warriors oponentes e declara para o seu Monstro se Areia:

– Tempestade de Areia! – a criatura de areia, então, atende ao clamor de seu mestre, envolvendo todo o campo com uma derradeira tempestade arenosa.

As múmias são pegas pela tempestade – tempestade qual domina toda a arena de combate – e param de avançar. Nisso, o pai de Mei Sasaki dá a segunda ordem, desta vez para seu W-warrior chamado Caos:

– Impacto Caótico! – e, ouvindo tal ordem, o W-warrior gigante e de cor vermelha salta do seu lugar, mergulhando de ponta-cabeça contra as múmias.

Com apenas um potente soco direito, destrói as criaturas de Muey Muong, erguendo enormes muralhas de pedra por consequência. Instantes depois, todas as projeções – inclusive as da destruição causada por Caos, que foi virtual – desaparecem.

– Zang-taichou é o vencedor! – exclama o anfitrião, erguendo sua palma direita ao alto.

E, como é de se esperar, os espectadores deliram e vão aos gritos.

– E não é que isso é legalzinho? – Yume, sendo uma das poucas pessoas na plateia que se mantêm em silêncio. – Mas gostaria de saber quando será a W-battle do Fubuki-chan.

– Por qual razão está chamando-o desta forma? – questiona Ketsui, voltando seu olhar para a dona.

– Ué, o chamo de Fubuki-chan porque ele é o Fubuki-chan... – explica, como se tal razão fosse bem lógica.

– Pessoal, agora teremos um intervalo de dez minutos até a próxima W-battle! Portanto, por gentileza, aguardem! – pede o apresentador das disputas, deixando a plateia se dispersar.

– Yume-chan! – Fubuki chama a garota, que vira seu rosto para a direita, de onde vem a voz dele.
Com roupas bem diferentes das que geralmente usava nas ruas, o jovem se aproxima dela. Com um sorriso estampado em sua face, se aproxima e se assenta na cadeira vaga ao lado esquerdo da menor. Star, abanando o rabo por causa disso, se desgruda de Yume e trata de pular para o colo do seu dono.

– Hey, garoto! – o jovem o saúda, mantendo seu sorriso alegre.

– Está feliz? – pergunta Yume, fitando-o com os braços envolvendo a sua gata.

– Muito! – exclama ele, voltando o seu olhar para a jovem Agamenon. – Participar deste torneio está sendo “fodástico”!

– Ai como detesto gente ignorante... – reclama Ketsui, fechando suas pálpebras por alguns segundos, enquanto movimenta sua cabeça negativamente.

Muitas das pessoas da plateia, aproveitando o intervalo, saem do estádio. Alguns vão apenas andar um pouco, outros, comprar algo para comer. Enquanto isso, os dois jovens e seus amigos peludos permanecem aqui.

– E não é só isso... – continua Fubuki, com um tom mais comportado. – Sua família me acolheu com muito carinho. Sou grato por isso.

– Pois eu só estarei realmente feliz quando estiver junto de todos os meus pudins! – exclama Yume, com suas mãos entrelaçadas e seus olhos cintilantes.

O dono de Star apenas se mantem sorridente. Não é a primeira vez que nota que sempre que tenta agradecer por tudo o que está recebendo de Yume e da família da mesma, ela desconversa. Sabe que não é falta de educação ou coisa do tipo. Pelo contrário: a dona de Ketsui não é do tipo que pratica uma boa ação esperando algo em troca. Por isso, quando Fubuki é preenchido por gratidão, a jovem Agamenon se torna evasiva.

– Será que dá para você parar de pensar tanto em pudim? – questiona a felina, um pouco irritada.

– Mas é claro que não! – ela responde, mantendo-se tão empolgada quanto antes. – Pudins são maravilhosamente maravilhosos! Não dá para esquecê-los ou deixá-los de lado em nenhuma hipótese!!

– Afe... – suspira Ketsui, em desistência.

Repentinamente, as orelhas da gata se levantam e seus olhos se expandem. Os dois menores de idade notam isso e, sem entender muito bem o motivo da reação da felina, olham para ela.

– O que foi, Ketsui? – indaga Yume.

– Posso sentir... Posso sentir...

– O que você pode sentir? – é a vez de Fubuki perguntar.

– Por acaso é o cheiro de pudim? Estão vendendo pudim por aqui? – a garota se empolga de novo.

– Não, é algo ruim! Algo péssimo!

– O cheiro de um pudim estragado!? – ela cogita tal possibilidade, quase aos prantos.

– Não tem nada a ver com pudim, Yume-hime. – afirma a gata, olhando-a com suas pálpebras entrefechadas.

– Então diz logo o que é porque não sou adivinha!

– Alguém com uma energia extremamente negativa está se aproximando daqui! – exclama, com seus pelos arrepiados e sua cauda em acelerado movimento.

– Energia negativa? Como assim? – o garoto tenta entender, arqueando sua sobrancelha direita.

– Todas as pessoas tem o que pode ser chamado de energia espiritual. É, nada mais, nada menos do que a própria vida que possuímos. – a jovem começa a explicar, olhando para ele. – Quanto mais positiva for a energia espiritual de uma pessoa, mais bondosa será. Quanto mais negativa, mais perversa será. Ketsui, além de falar, consegue captar e identificar a energia espiritual de qualquer um.

Apesar do que acabara de escutar, Fubuki permanece com uma incrédula expressão – mesmo que uma gata que sabe falar já seja um fato quase inacreditável, o que Yume dissera parece ser ainda mais.

– Nunca pude sentir uma energia tão negativa quanto esta! – exclama Ketsui, impressionada com o que sente. – É impossível que exista um alguém tão perverso assim!

– O que quer dizer com isso? – sua dona tenta entender.

– Precisamos ir embora daqui, Yume-hime. – afirma Ketsui, virando-se para sua dona. – Agora!

– Nem pensar! – nega, brava. – Não vamos arredar o pé daqui enquanto o torneio não acabar!

– Yume, é sério! Temos que ir embora daqui!

– Se quiser ir embora, pode ir, sua gata boba! – declara, cada vez mais nervosa com a insistência da felina falante. – Pelo Fubuki-chan e pelos meus pudins, vou ficar!

– Mas...

– Além do mais... – interrompe a gata. – Mesmo sendo tão perverso, o que essa pessoa poderá fazer conosco? Vai vir com uma metralhadora carregada pra matar todo mundo?

– Essa pessoa pode estar vindo atrás de você! E sabe por qual razão!

– Anh? – Fubuki, mais uma vez. – Vindo atrás da Yume-chan?

– Ignore-a. – pede a garota, com um sorriso um tanto quanto forçado. – Essa bichinha não fala coisa com coisa!

– Deve estar com diabetes por conviver com tanto pudim e a doença está afetando a mente da pobrezinha.

Em dois segundos, a rosada salta dos braços da jovem Agamenon e ataca o rosto do garoto com suas garras, deixando visíveis arranhões como lembranças. Em seguida, retorna para o colo de Yume, reclamando:

– Não ouses mais falar assim, atrevido! Além do mais, ninguém se torna diabético por conviver com doces. Se fosse desse jeito, eu já estava no caixão!

– Nossa, que cruel! – diz a garota, chorosa. – Senti como uma facada no meu coração!

– Ah, é? – pergunta sua gata. – Ótimo! Mais uma razão para sairmos daqui o quanto antes!

– Ketsui... – reinicia, fechando seus olhos. – Se quiser ir, vá. Eu ficarei e ponto final.

– Yume-hime, você é uma Hakanai! – grita a felina, de tão preocupada que está com o bem estar de sua dona. – Esta pessoa que está se aproximando pode ser um inimigo ciente disso!

– Do que vocês estão falando? – Fubuki, curioso.

– De nada! – responde a garota, reabrindo suas pálpebras.

– Que de nada o quê! – retruca a felina, voltando seu pequeno rosto para ele. – Por acaso você acha que te encontramos apenas por causa de pudins?

– Ahn... Sim?

– Não, seu tolo! – nega a gata. – Você também é um Hakanai! Rastreei você com as minhas capacidades e, por isso, Yume-hime fez de tudo para te levar para a casa dela!

– Olha como fala, mocinha! Do jeito que está usando as palavras, até parece que fiz isso com intenções sujas! – se defende, exaltada. – E eu também decidi ajudá-lo por que ele precisava e... – quando percebe o que está falando, se cala, corada.

– Não estou falando nada além da verdade. – afirma Ketsui. – Ambos são Hakanais, por isso não podem correr nenhum perigo! O mundo, em breve, precisará de vocês! Vamos embora de uma vez!

– Nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao!!! – Yume escandaliza, abrindo o bocão e chamando a atenção de todos ao seu redor.

– Se não irmos embora, vou contar para o pivete aqui que você...

Antes mesmo da gata concluir sua frase, sua dona lhe pega com sua palma direita e a atira para longe – em direção ao fundo da arquibancada. O miado da felina ecoa, enquanto ela voa por quase sete metros.

– Wow! – exclama Fubuki, impressionado. – Vou me lembrar de nunca te deixar irritada!

A face de Yume se volta para ele. E extremamente – de fato, extremamente – sorridente, declama:

– Ignore a última frase daquela vagabinha!

– O-ok... – diz o garoto, com certo receio.

– Delete ela da sua mente!! – exige, nervosa.

– T-tudo bem, já foi deletado... – afirma, protegendo-se com suas mãos.

Desse modo, Yume volta a exibir um sorriso mais doce e menos assustador. Com as palmas ao redor de sua face, movimenta a cabeça horizontalmente, falando:

– Ai como estou louca para comer um pudim!

– Hehe... – Fubuki se tranquiliza, fechando seus olhos por alguns segundos.

Desviando seu rosto para frente, ele passa a refletir sobre o que ouviu dela e da felina nos últimos minutos. Energia espiritual... Hakanais... Tudo parece ser mais coisa de filme do que da realidade. Porém, se até mesmo uma gata é capaz de falar, o que mais neste mundo pode ser tão surreal? E é sobre essas questões que o jovem, em silêncio, pensa até os momentos finais do intervalo do torneio. Questionando a si mesmo se, no fundo, o que agora vive não passa de um mero, mas apaixonante, sonho...
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MensagemAssunto: 3 - Detalhes lendários [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeQui 02 Jan 2014, 17:15

Zona leste da cidade de Midori, no orfanato Santa Cruz...

Em um dos quartos do orfanato, duas jovens garotas assistem, pela televisão, ao torneio de WWW. A que parece ser mais velha está deitada sobre uma cama, debaixo de um cobertor rosa, enquanto a outra permanece assentada em um banco de madeira ao seu lado direito.

– Sakura-chan, como você está hoje? – questiona Eli, de cabelos lisos e acinzentados até o pescoço, olhos verdes, pele clara e uma estatura nada “miserável” para quem tem 13 anos.

– Bem, Eli-kun... – responde a menina de longos cabelos rosados até o início da cintura, olhos vermelhos, pele tão clara quanto a da mais velha e estatura média para sua pouca idade. – Não me sinto tão mal...

– Mesmo assim, é melhor não cometer exageros. – afirma Eli, ao desviar seu rosto da televisão para a pequena amiga, mas voltar a ver a exibição do torneio segundos depois. – Pense na sua recuperação.

Sakura, uma das garotas que estão aqui há mais tempo, sofre de uma doença rara. Desde seus seis anos de idade, estando hoje com 10, seus ossos são tão frágeis que não tem forças nem para se levantar sozinha. A fraqueza e instabilidade deles, de alguma forma, provoca febre intensa e dores de cabeça em algumas ocasiões. Por esses motivos, a garota não tem a vida que outras crianças têm. E por isso também já perdera a esperança de ser adotada.

– Não sei por qual motivo tenho que me preocupar com isso. – alega Sakura, sorridente, apesar de tudo. – Não vou me recuperar nem ser adotada, nunca...

– Não fale assim! – exclama a mais velha, em tom de desaprovação. – Você vai se recuperar e ter uma nova família, mas deve ter fé também, antes de tudo!

– Todos os melhores médicos da cidade, voluntariamente, já me deram o mesmo diagnóstico: posso viver até o fim dos meus dias, mas sem ter a cura. E quem vai querer ter uma filha doente que não pode nem se levantar da cama?

Repentinamente, dois homens entram no quarto, surpreendendo ambas. Os dois vestem bons ternos, mas enquanto um é funcionário do orfanato, o outro é desconhecido.

– Bom dia, garotas. Meu nome é Gon. – alega o homem desconhecido, um moreno – com uma “barba bem armada” – de olhos verdes bem claros, de cabelos negros lisos até o início dos seus ombros, dotado de uma cicatriz que começa no centro da testa e termina na porção esquerda do queixo. Sua aparência, em resumo, é ligeiramente bruta, mas o que mais é chamativo nele são suas orelhas “exóticas”, mais pontiagudas do que o “esperado”, como as de elfos.

– Bom dia. – dizem as meninas, juntas.

– Estão assistindo o torneio pela TV, não é? – questiona ele, ao se aproximar com alguns largos passos e se colocar ao lado direito de Eli.

O funcionário do orfanato, por sua vez, permanece parado no vão da porta, observando a interação entre as jovens órfãs e aquele homem. Pelo que parece, o tal Gon veio até aqui para adotar.

– Sim. Estamos esperando ver a participação da Envy Scarlette Hellsin, nossa amiga. – declara Eli, alternando seu olhar entre o homem e a televisão.

– He... Eu também iria participar, mas meu patrão me mandou vir para cá e deixar o torneio de lado.

– Sério? – ambas as garotas, impressionadas.

– Você é um W-player de verdade? – Sakura, por sua individual vez.

– Sim, é claro! – responde ele, empolgado. – E um dos bons, já vou logo avisando! Mas não devo pensar nisso agora...

De repente, o alto sujeito se vira, dando as costas para as duas. Colocando suas mãos em seus bolsos, pergunta:

– E então: gostariam de ser adotadas por Apporion Agamenon?

– E que cara é esse? – questiona Eli, arqueando a sobrancelha esquerda.

Outra vez, Gon se vira par as meninas. Mantendo seu agradável sorriso, articula:

– Meu patrão, oras...

Sakura, com dificuldade por estar sentindo uma certa dor em seu pescoço, se esforça para manter seu olhar fixo no sujeito. E, enquanto observa seus profundos olhos, vai se sentindo preenchida por um sentimento que, por muito tempo, não sabia mais do que se tratava: esperança...

/--/--/

Longe dali, no estádio Millenium, responsável por sediar o torneio de WWW...

– Terceira W-battle: Fubuki contra Mika’il! – declara o anfitrião do evento.

Enquanto a euforia da plateia é plena, os dois convocados entram. O primeiro é o dono do cão Star e o segundo é seu adversário, um homem de olhos e cabelos – ondulados até o início do pescoço – castanhos, pele bronzeada e dono de um corpo alto e forte. Sua marca registrada, como um conhecido W-player, são suas vestimentas típicas da vila em que nasceu: uma calça escura e relativamente apertada, um casaco longo com asas desenhadas em suas costas, sandálias romanas e a falta de camisa, que expõe parte do seu tronco definido.

– Que “produção exagerada” para um torneio... – pensa Fubuki, ao se posicionar em seu devido lugar e analisar seu adversário, que por sua vez, se mantem inexpressivo.

Os concorrentes colocam suas cartas, todas prateadas, sobre os respectivos dispositivos no campo de batalha. E, então, três W-warriors, de cada lado, surgem.

Aquiles – VIDA: 2500/ MAGIA: 900/ FORÇA: 2600/ AGILIDADE: 1800
Perseu – VIDA: 2500/ MAGIA: 900/ FORÇA: 3000/ AGILIDADE: 1800
Hércules – VIDA: 2500/ MAGIA: 1000/ FORÇA: 3700/ AGILIDADE: 2400

– Vejam: os lendários heróis de Mika’il acabaram de chegar em campo! – exclama o anfitrião, fazendo referência aos W-warriors Aquiles, Perseu e Hércules. – Já Fubuki trouxe, para nós, três adoráveis feras de neve!

Pantera do Norte – VIDA: 2100/ MAGIA: 2000/ FORÇA: 2300/ AGILIDADE: 3000
Raposa do Norte – VIDA: 2100/ MAGIA: 2000/ FORÇA: 2100/ AGILIDADE: 2500
Lobo do Norte – VIDA: 2100/ MAGIA: 2000/ FORÇA: 2200/ AGILIDADE: 2800

– Podem começar! – exclama o sujeito, tão animado quanto os espectadores que, agora, assistem a tudo.

– Aquiles: Lança de Troia! Hércules: Machado do Olimpo! Perseu: Espada de Athena! – determina o participante mais velho do atual confronto.

Assim que Mika’il declara os ataques que seus W-warriors devem executar, cada um deles parte para cima de uma criatura de Fubuki. Aquiles salta contra a Pantera do Norte, Perseu contra a Raposa e Hércules contra o Lobo. E, furiosamente, os animais virtuais de neve do garoto são golpeados e atirados para longe. Porém, como contra-ataque, ele clama:

– Feras do Norte, podem ir: Aurora Boreal!

Os W-warriors de Fubuki, ao se levantarem do chão, saltam para o alto e parecem até absorver a luz do Sol. Em seguida, essa luz é refletida contra os guerreiros do oponente, que tentam se proteger com seus braços, estáticos.

– Garras Boreais! – exclama o dono do cão Star.

Obedecendo-o, suas três criaturas vão para o solo outra vez. Suas garras começam a brilhar e, desse modo, atingem os W-warriors de Mika’il com uma assustadora e veloz sequência de golpes.

– Escudo-Bumerangue! – o mais velho reage.

O W-warrior Aquiles, enquanto é atacado pelas garras da Pantera do Norte, retira o escudo dourado preso em seu braço esquerdo e o dispara contra ela. Como um bumerangue, o escudo acerta todas as três feras de neve – afetando-as e, por consequência, encerrando seus ataques – para depois retornar ao braço do herói virtual. É nesse mesmo embalo que Mika’il ergue sua mão direita, para apenas abaixá-la depois das seguintes palavras:

– Colisão de Guerra!

O W-warrior Hércules salta do seu lugar. E, com um soco, atinge o Lobo do Norte, que é abatido e desaparece. No instante seguinte, uma nova investida:

– Dança da Lâmina Ateniense!

Desta vez, é o W-warrior Perseu quem recebe a ordem. Avançando contra a Raposa do Norte, a acerta com vários cortes de sua espada, fazendo-a desaparecer também. Então, para Fubuki, resta somente mais uma criatura.

– Acabou... Combo Heroico! – Mika’il, outra vez, assim que seus W-warriors se ladeiam, organizando um ataque em conjunto.

Apesar disso, quando os três W-warriors do sujeito se organizam e saltam para atacar, eles desaparecem também. Desse modo, Fubuki fala:

– Finalmente a Aurora Boreal fez efeito. Bem na hora, para dizer a verdade...

Tudo o que Mika’il faz é demonstrar uma expressão de surpresa. Pelo visto, a técnica utilizada no início por seu oponente não era apenas para ofuscar a visão dos seus guerreiros, mas também para retirar deles a vitalidade, gradativamente.

– Fubuki é o vencedor! – exclama o anfitrião, diante dessas circunstâncias, fazendo a euforia do público presente se elevar ainda mais.

Os dois garotos se aproximam e se cumprimentam com um aperto de mãos e com um sorriso de satisfação pela emocionante W-battle travada.

– Foi muito bom te enfrentar! – declara Fubuki, fitando-o.

– Digo o mesmo.

– Yes! – grita Yume, toda toda no meio da plateia, pulando bem alto enquanto Ketsui se esforça tremendamente para não cair do seu pescoço. – Fubuki-chan mais perto da vitória e eu mais perto dos meus pudins!

– Dá para você parar com essa comemoração exagerada, Yume-hime? – questiona sua gata, pendurada em sua nuca. – Além do mais, a energia negativa que eu estava sentido está cada vez mais próxima!

– Não me importo com isso! Se for alguém problemático, tenho certeza que você dá um jeito! – exclama a garota, dirigindo seu olhar para a felina.

– Existem coisas neste mundo que podem se tornar verdadeiros desafios. E Hakanais que podem destruir a humanidade! Não me superestime!

Repentinamente, Yume para de comemorar, se assentando. Como todos os demais espectadores continuam festejando, Ketsui estranha a reação da dona. E ao saltar para seu colo e virar os olhos para ela, engole seco, preocupada.

– Se ficar enchendo a minha paciência, prometo preparar uma belíssima festa de casamento entre você e o Star-chan. – declara, direcionando seu rosto para o pequeno cão, assentado ao seu lado esquerdo.

Desse modo, a gata se cala. Casamentos entre um cão e uma gata, de fato, não existem – pelo menos não para pessoas “normais”. Porém, não é o melhor momento para corrigir Yume.

– Próxima W-battle: Gon contra Envy Scarlette! – exclama o anfitrião, lá embaixo.

Fubuki e Mika’il se retiram da arena. No lugar dos dois, entra apenas uma jovem garota de volumosos cabelos brancos, levemente cacheados, e sedosos até pouco abaixo de sua cintura. Possui seios medianos e seus olhos são doces e avermelhados – assim como seus lábios – e sua pele é rosada e suave.

Quando o caminho de Envy e Fubuki se cruza, ela o observa por alguns segundos, enquanto passa ao lado direito dele. O garoto, por outro lado, a percebe, mas não dirige seu olhar para a mesma.

– Que bonita... – pensa ele, tendo a impressão de que a garota em questão é uma pessoa cheia de qualidades além da inegável beleza.

É então que a jovem, quem um dia viveu no orfanato Santa Cruz, se posiciona no campo de batalha, aguardando o seu adversário.

– Onde está o adversário de Envy Scarlette!!?? – o anfitrião se manifesta, notando que Gon, quem deveria enfrentar a garota agora, não aparece como ela.

– Ele ainda não apareceu, senhor! – exclama um homem, de longe, ao surgir na abertura do camarim que leva para o palco das W-battles, com o objetivo de dar tal recado.

– Entendo... Se o participante não aparecer em 10 minutos, será desclassificado! – determina o sujeito, virando-se para a plateia.

Enquanto isso, Envy, nada nervosa, permanece de pé no mesmo ponto, observando alguns dos espectadores. É quando se lembra do motivo de estar aqui: ganhar o prêmio pelos órfãos de Santa Cruz. Um dia, Envy também fora uma deles, mas há quatro anos foi adotada por uma das mais importantes famílias da cidade. Desde então, vez ou outra, ela pedia aos pais para passar alguns dias no orfanato junto das preciosas amigas que nele fez. E é por tal amizade que está aqui hoje – além, é claro, de gostar, e muito, de praticar WWW.

Fubuki, por sua vez, já dentro do camarim, caminha em direção a um dos assentos do local. Nele, está assentada a mulher que participara e vencera a primeira W-battle do torneio: a enigmática Rouge.

– Oi... – diz o garoto, ao se assentar ao lado direito dela.

– Olá. – fala a mascarada, mantendo seu rosto para a frente, com um tom de voz assustadoramente firme e seguro. – Eu, Rouge, sou a número dois, não é?

– Ahn? Número dois? – questiona o garoto, sem entender do que se trata tais palavras, fitando-a.

– Sim. Yume Agamenon foi a primeira, a número um.

– Como você conhece a Yume-chan? – faz mais uma pergunta, começando a achar a tal Rouge cada vez mais estranha. – E como assim ela foi a número um?

– Não é essa a pergunta correta a se fazer. Você deveria saber quantas ainda faltam...

– Como é? Putz, eu não estou entendendo absolutamente nada do que tá falando!

– Yume Agamenon foi a número um, eu sou a número dois é a terceira conhecerá em breve. – alega, ao virar seu rosto encoberto por sua misteriosa máscara para ele.

– Poderia ser mais clara?

– Você é um Hakanai especial. É alguém que tem em mãos uma missão extremamente importante.

– De novo esse papo de Hakanai? – pensa o garoto, começando a desconfiar de que Rouge tem alguma relação com Ketsui para falar coisas tão estranhas como ela. Isso explicaria, também, o fato dela parecer conhecer Yume.

– Quando você conhecer as sete garotas, ou melhor, as Sete Virtudes, a realidade de toda a humanidade mudará.

Ao dizer tal coisa, Rouge se levanta. Virando-se para ele e posicionando-se perante o mesmo, a misteriosa mulher continua:

– Caridade... Humildade... Generosidade... Diligência... Castidade... Paciência... Temperança... Cada uma destas virtudes possui sua respectiva representante. E quando você conhecer todas elas, deverá estar preparado para o verdadeiro caos.

– Por quê? – o jovem tenta entender, um pouco confuso. – Eu sou apenas um garoto de rua que não tem nada de especial!

– Deus ama a todos igualmente, independente da aparência, dos modos ou do seu intelecto. Assim também são as leis da vida: não importa quem seja, quando alguém tem uma missão, deve cumpri-la e ser capaz de cumpri-la. – afirma Rouge. – E creio que, após ter conhecido a primeira Virtude, sabe que, assim como ela, você é um Hakanai.

– Mas eu não entendo! Eu...

– Acalme-se. No momento certo, tudo será esclarecido. Não deve temer o amanhã. – afirma, cruzando seus braços. – Mas de fato foi um imenso prazer conhecê-lo, Fubuki. Eu, Rouge, a Virtude da Castidade, poderei lhe ajudar quando for preciso.

– Uma missão de lutar contra o caos... – cita ele.

– Exato. Terá a ajuda das Virtudes, que também são Hakanais e acima de tudo humanas como você. Ou seja, não sou somente eu quem estará lhe auxiliando na guerra que está por vir. Não há o que temer quando se tem fé.

Sem mais nada a dizer, ela se vira para a direita, tomando para si novos passos, distanciando-se do recém-conhecido. Porém, ao se levantar do banco, Fubuki questiona:

– Então, se você é a segunda Virtude e representa a Castidade, a Yume-chan, que é a primeira, representa o quê?

Ela para, apesar de se mante de costas para o, aparentemente, mais jovem. Desse modo, suspirando antes, articula:

– Depois de tudo o que vivenciou com ela, tenho certeza que já deve saber.

Mais uma vez, passa a caminhar e se afastar até virar a esquina de um dos corredores do local – que de pequeno não tem absolutamente nada. Em seguida, refletindo sobre todas as coisas que vem ouvindo nos últimos dias, o morador de rua se assenta, curvando seu corpo e apoiando seus cotovelos sobre seus joelhos. Ao se lembrar de tudo o que Yume já fez por ele, mesmo com a desculpa dos pudins, Fubuki se liga à certeza de que tudo aquilo foi sem esperar nada em troca. Não há mais dúvidas para o dono de Star...

– Yume-chan... Generosidade...

/--/--/

Alguns minutos se passam. Do lado de fora do camarim do estádio Millenium, todos esperam, ansiosos, a chegada de Gon, aquele que deverá enfrentar Envy Scarlette Hellsin. Porém, quando o período de tempo ditado pelo anfitrião se esgota, ele se manifesta:

– Pessoal, o tempo acabou! Como o participante Gon não apareceu, ele está desclassificado e Envy ganha a disputa automaticamente!

Um pouco frustrada, a garota olha mais uma vez para a plateia e, logo depois, se dirige para o camarim. Com passos suaves e equilibrados, a jovem se afasta da arena das W-battles.

– Envy... – um homem estranho, ao se colocar no caminho da garota no primeiro momento em que os pés dela tocam o piso do camarim.

– O que quer comigo? – pergunta ela que, apesar de notar o rosto e corpo encoberto do sujeito, não se intimida. – Seu nome é Muey Muong, aquele que perdeu a segunda W-battle, correto?

– É muito insolente da sua parte me classificar dessa maneira, garotinha.

De repente, ela cola ambas as mãos à sua cabeça, abaixando-a. Assim como uma vaga lembrança do seu passado dominara sua mente, uma terrível dor de cabeça veio como brinde. Agora por qual motivo isso acontece – não sendo a primeira vez – nem mesmo a própria garota saberia explicar...
Com sua palma direita, tapada por uma luva negra, Muey ergue suavemente o rosto da jovem. Pouco a pouco, a lembrança embaçada desaparece junto da dor em sua cabeça. Com um rápido olhar, Envy percebe Fubuki assentado em um banco e Zang com o dorso recostado em um pilar do local. Nenhum dos dois parece perceber a situação suspeita em que ela se encontra. Por isso, o estranho aproxima sua face mascarada da de Envy, sussurrando tenebrosamente:

– Quero com você tomar tudo... O que é seu!
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MensagemAssunto: 4 - Densidade [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeQui 09 Jan 2014, 00:54

– Afaste-se de mim! – exclama Envy, diante de Muey Muong, chamando para si a atenção de Zang e Fubuki. – Você não vai ter nada do que é meu!

Rapidamente, os dois se aproximam. Sério, Zang questiona, alternando seu olhar entre a jovem Envy e o homem que vencera na sua W-battle:

– O que está acontecendo aqui?

– Fubukiiiiiiii-chaaaan!!! – grita Yume, ao surgir do interior do camarim, vindo depressa, com Ketsui em seu colo.

– Como entrou aqui? – o garoto pergunta, assim que ela se aproxima o suficiente e se coloca diante dele.

Nessa situação, Muey desiste do seu – seja lá qual for – objetivo e sai de perto de Envy, que observa o seu afastar, assim como Zang. É quando a gata da garota Agamenon, nos braços da mesma, declara:

– O indivíduo com a energia negativa já chegou!

– Próxima W-batlle: Keiko Kozakura contra Misuro Asachi!! – a voz do anfitrião do evento vem da arena para cá, chamando a atenção de Envy, Zang, Fubuki, Yume e Ketsui.

Do mesmo corredor do qual veio Yume e sua felina, surgem duas figuras. A primeira é de uma garota de pele pálida como neve e cabelos lisos repicados brancos como o mais puro gelo – até os seios. É dona de profundos olhos negros e curvas mais ou menos desenvolvidas. Já o outro é um magro homem de pele quase tão clara quanto a dela, de estatura mediana e dono de cabelos longos e negros. Como contraste incontestável, possui olhos que variam entre o roxo e o mais profundo preto.

– É ele! – Ketsui diz em um baixo tom, fazendo com que Yume e Fubuki se virem para o homem que se aproxima.

O tal Misuro Asachi, ladeado à direita por Keiko Kozakura, passa por todos eles e vai rumo à arena de WWW. Assim como os dois amigos, Envy e Zang também olham para os dois desconhecidos.

– Ele é mesmo uma pessoa estranha... – comenta Fubuki.

De repente, sem nem perceber, Envy, um pouco a frente do garoto, volta seu olhar para ele. Porém, na sequência, Yume o puxa pelo pulso esquerdo, correndo na mesma direção por qual chegou.

– O que está fazendo!? – o pobre coitado tenta saber, sendo arrastado pelo local, sem nada poder fazer em sua defesa.

– Vamos sair daquiiiiiiiiiiii!!! Eu quero pudiiiiiiiiiiiiim!!!

Os dois, então, saem do local – na verdade, Yume sai e Fubuki é levado. A gata da garota, por outro lado, salta dos seus braços a tempo e permanece por aqui mesmo.

– Não posso sair daqui. – pensa a felina, olhando para a pequena porção da arena de batalha que pode ver estando no camarim. – Agora que este homem chegou, devo observá-lo e descobrir quem, afinal, ele é...


/--/--/


Na arena das W-battles...

Os cartões prateados de Keiko e os dourados de Misuro já foram colocados em seus respetivos W-disks. Do lado da jovem, estão dois escorpiões gigantes e um gigantesco inseto, parecido com um besouro.

Escorpião Negro – VIDA: 2400/ MAGIA: 1400/ FORÇA: 500/ AGILIDADE: 1300
Escorpião Vermelh0 – VIDA: 2400/ MAGIA: 1300/ FORÇA: 200/ AGILIDADE: 700
Escaravelho – VIDA: 2500/ MAGIA: 1200/ FORÇA: 1700/ AGILIDADE: 2000

Já do lado do enigmático sujeito, um trio de fantasmas sombrios.

Espectro – VIDA: 4000/ MAGIA: 2600/ FORÇA: 100/ AGILIDADE: 1000
Espectro – VIDA: 4000/ MAGIA: 2600/ FORÇA: 100/ AGILIDADE: 1000
Espectro – VIDA: 4000/ MAGIA: 2600/ FORÇA: 100/ AGILIDADE: 1000


– Três cartões de ouro. – pensa ela, observando-o seriamente. – Será difícil...

Existem quatro tipo de cartas em WWW: diamante, ouro, platina e aço. A classe diamante – com apenas sete exemplares – é raríssima e a mais poderosa, enquanto aço – com mais de 8000 seres diferentes – representa a mais comum e fraca. Nesse universo do jogo, são inúmeros e diversos os W-warriors, que são vendidos em lojas especializadas.

– Comecem! – clama o anfitrião do evento.

Sem mesmo ter tempo para agir, a garota vê seus seres sendo atacados pelo inimigo, escutando dele apenas:

– Possessão!

Cada W-warrior de Keiko é possuído por um Espectro. Nos segundos seguintes, todos os seus guerreiros são pulverizados, restando no campo apenas os de Misuro.

– Impressionante! A W-battle mais breve que já vi em toda a minha vida: Misuro Asachi é o vencedor!!

– N-não posso acreditar! – pensa ela, perplexa, vendo ao longe o sorriso do vencedor, que sequer saíra do seu lugar, pois permanecera encarando-a.

– Realmente, esse joguinho ridículo não é nada. – imagina Misuro, dando suas costas para sua adversária, sem se importar com muito mais. – O melhor mesmo ainda está por vir...

Desse modo, começando a andar, ele se retira do local, voltando para o camarim. Em meio à comemoração da plateia, Keiko, ainda impactada, tenta entender como aquilo acontecera de maneira tão rápida. Sente, em seu coração, uma ferida arder como se seu orgulho tivesse sido atingido. É quando pensa, furiosa:

– Inaceitável!!


/--/--/

Anya Crestyn. Em algum ponto do camarim no estádio Millenium, a bela moça observa sua própria face refletida no espelho, com as mãos apoiadas na borda da pia. Seus cabelos lisos longos, tão negros quanto seus olhos, chamariam a atenção de qualquer um que a conhecesse. Sua pele é alva e seu corpo, estruturalmente, de uma bela mulher de 20 anos.

– Aquele homem está aqui. – pensa a jovem, observando-se na superfície de vidro. – Ele veio, afinal...

No momento, ela faz referência ao sujeito que Ketsui apontara como possuidor de uma energia extremamente negativa. Em algum momento do seu passado, Anya o conhecera. E suas poucas lembranças da ocasião não são o que se pode dizer de nostálgicas...

– Como eu pude perder tão facilmente? – Keiko se pergunta, ao entrar de repente no local.

É o banheiro feminino. E, no momento, Keiko empurra a porta e toma passos largos e firmes, adentrando o lugar e chamando a atenção de Anya.

– Keiko-kun... Você perdeu a W-battle? – questiona sua amiga que, assim que percebe de quem se trata, se vira para ela.

Keiko, então, se aproxima o suficiente para se colocar perante a conhecida. Com um leve sorriso, apenas diz:

– Sim, mas está tudo bem agora. Você melhorou?

Pouco antes do início da W-battle que Misuro Asachi vencera, Anya começou a passar muito mal. Sua amiga, solidariamente, veio com ela até o banheiro. Porém, com o chamado do anfitrião do torneio ecoando por todos os cantos do camarim, Keiko não teve escolha e foi para a arena – com a insistência da própria Anya. Acabara que Keiko perdeu a disputa, mas sua amiga melhorou do seu breve mal estar.

– Sim, obrigada e desculpa por te incomodar.

– Não seja boba, amigas se apoiam, certo?

– Certo. – concorda Anya, sorrindo para ela.

Mais uma vez, alguém entra no local. Neste caso, porém, é uma pessoa com um avanço mais sereno e tranquilo – o que não quer dizer que não chame a atenção das duas amigas. É a famosa Rouge.

– O que ainda está fazendo aqui, Anya Crestyn? – indaga a mulher mascarada, se aproximando da dupla.

– Ahn? – a questionada, sem entender. – Eu nem te conheço, do que você está falando?

– Não me conhece mesmo, afinal quem deve conhecer, de fato, não sou eu. – alega a conceituada W-player, se colocando a poucos centímetros delas. – É o jovem Fubuki aquele que anseia por sua presença.

– Fubuki? – Anya, ainda mais confusa. – Não pretendo conhecer nenhum Fubuki, meu bem...

– Essa aí deve ser uma perturbada que saiu do hospício. Não dê importância... – pede Keiko, alternando seu olhar entre a amiga e a desconhecida, desconfiada das palavras desta última. – Dizem que, apesar dela ser uma excelente W-player, não bate muito bem das ideias.

– Uma grande guerra está para eclodir, por isso não podemos perder tempo com banalidades. – afirma Rouge, que em nada é afetada pelo que Keiko fala. – Você, Anya, é uma Virtude. Portanto, deve aceitar o seu destino.

– Virtude!? – repete Anya, perplexa.

– Não vai dar ouvidos para o que essa maluca está falando, vai? – Keiko, fitando-a, se revolta.

– Espere... Eu já ouvi falar sobre a lenda das Virtudes. – comenta, sem deixar de encarar Rouge com uma expressão de surpresa. – Isso não me é nada estranho.

– É bom que não seja totalmente leiga no assunto. – opina a mascarada. – Desse modo, a aceitação do seu destino será algo mais fácil de acontecer, concorda?

Desta vez, Anya não diz nada. Porém, a W-player vencedora da primeira disputa do torneio, prossegue:

– Vim aqui apenas para lhe avisar que tudo o que escutara em seu passado sobre os Hakanais e sobre as Virtudes é verdade.

– Como sabe dessas coisas?

– Digamos que tenho fontes parecidas com as suas. Isso, é claro, julgando pelo fato de que quem lhe informara desses assuntos foi Misuro Asachi.

– Você conhece esse tal Misuro, Anya-kun? – indaga Keiko, mais uma vez, fitando sua amiga. Acabou ficando curiosa, já que achara que o tal Misuro, durante a W-battle que perdera para ele, é um homem estranho até demais.

– Sim. – fala, simplesmente, observando-a por alguns instantes, mas retomando como foco de sua atenção a outra mulher presente. – Nos encontramos, ele e eu, dois anos atrás. Aquele homem veio com um papo muito parecido com o dela e jamais pude esquecer seu nome...

– Ele virá atrás de você novamente. Porém, na próxima, será para ceifar a sua vida. – declara a mascarada, deixando a dupla ainda mais impactada.

– O quê!? – Anya, atordoada.

– Antes da reunião das sete Virtudes, Misuro não pode fazer nada se não esperar. Por enquanto, pode ficar tranquila. Apenas por enquanto...

Finalizando, Rouge lhe dá as costas, com a intenção de sair daqui. Entretanto, antes de dar o primeiro passo, um inesperado e alto som ecoa pelo banheiro: sinal de que o estômago de alguém não anda muito bem...

As três olham para uma das oito cabines do local. E, após alguns segundos, sentem um cheiro – vulgo “fedor” – se espalhar e escutam a descarga do vaso sanitário da respectiva cabine. Em seguida, Mei Sasaki, com uma expressão de quem está com uma dor de barriga daquelas, sai da mesma.

– Credo! – grita Keiko, tapando suas narinas e boca com ambas as mãos. – Essa garota está podre!!

– Não é pra tanto, né? – Anya, usando apenas o polegar e o indicador direito para fechar suas narinas e não sentir a “fragrância”.

Tímida e com um sorriso sem jeito, Mei permanece no mesmo ponto. Envergonhada, pede para o trio:

– Ah... Me desculpem...

Sem interesse em permanecer por aqui, Rouge retoma seu objetivo e caminha em direção à porta. Mei, Anya e Keiko, por sua vez, observam o trajeto da misteriosa mulher com a mesma ideia na cabeça: afinal, quem se esconde por trás daquela enigmática máscara?


/--/--/

Enquanto isso, na arena das W-battles...

– Martina Wincheester é a vencedora!! – clama o anfitrião do torneio.

No campo de batalha, há duas pessoas: um homem e uma mulher. A W-battle que travaram acabara há pouco, com a vitória dela.

– Muito bom! – exclama Fubuki, na plateia, impressionado com a disputa que vira. – Tenho grandes adversários para enfrentar!

– Realmente, muito bom! – concorda Yume, com os olhos cintilantes, mas referindo-se ao pudim que está comendo agora. – Bom até demais!

Há pouco, a dupla retornara da padaria na qual compraram o pudim que, agora, a garota está comendo. Por alguma razão, ela sentira, anteriormente, aquela vontade de comê-lo brotar com todas as forças e não foi capaz de evitar a compra. Enquanto o saboreia, Ketsui permanece em seu colo e Star no de Fubuki.

– Yume-hime, agora não é hora para se preocupar com pudins. – afirma a felina, olhando atentamente para a arena de batalha.

– Agora, mais um intervalinho rapidinho, pessoal! – exclama o anfitrião, distante deles, virando-se para todos os espectadores, eufóricos com o desfecho da última W-battle exibida.

– Aquele homem, Misuro Asachi, é o sujeito com a energia negativa. – afirma Ketsui.

– Falando nisso, a Rouge, que vencera a primeira W-battle, veio me falando sobre uma missão importante que tenho e sobre Virtudes que devo conhecer antes do eclodir de uma grande guerra. Algo assim... – alega o dono de Star, alternando seu olhar entre a felina e Yume.

De repente, a gata vira sua face fofa e peluda – naturalmente, afinal de contas – para o jovem.

Espantada, questiona:

– Então há mais pessoas neste lugar relacionadas com a Guerra Celestial além de nós?

– Guerra Celestial? –o garoto, arqueando sua sobrancelha esquerda, tenta entender.

– Sim. Quando você, que é encarregado de guiar as forças do bem à vitória neste mundo, conhecer todas as sete Virtudes, o exército do mal se levantará e uma violenta guerra terá início. – ela vai explicando, enquanto Yume pouco se importa, pois comer seu pudim lhe é bem mais interessante. – Cada Hakanai no mundo terá o direito de escolher que lado irá seguir.

– Mas, afinal, o que são Hakanais? Se é uma guerra que travaremos, quem serão nossos inimigos? – Fubuki tenta entender: é muita informação repentina para alguém que sempre teve uma vida normal como qualquer morador de rua, apesar de tudo.

– Hakanais são pessoas que possuem habilidades especiais. Os dons que elas possuem podem ser controlados e aprimorados e, sem exceção, estão todos catalogados. Vez ou outra, um novo tipo de habilidade é descoberto, mas é raro isso acontecer. – explica a gata, passando a olhar para sua dona logo em seguida. – Por exemplo, Yume-hime é uma Hakanai da Sacred Summon, na qual ela pode fazer invocações sagradas.

– Sacred Summon? – repete ele, impressionado.

– É verdade, é verdade. – concorda a garota, fitando Fubuki e movimentando sua cabeça positivamente, enquanto come o restante do pudim com calma.

– Eu por exemplo, sou uma criatura sagrada que a acompanha e que tem a missão de defendê-la. Mas se ela quisesse, poderia me invocar ao invés de me criar como um animal de estimação. – afirma Ketsui, voltando a tomar o jovem como foco de sua atenção. – Ou por acaso achou que eu era uma gata comum?

– Claro que não! Gatas comuns não falam e nem são tão estressadinhas como você. – declara o dono de Star.

– Quer que eu desfigure o seu rosto, petulante? – questiona a felina, mostrando suas garras da pata direita.

– Sobre os nossos inimigos... – Yume, mais uma vez, se manifesta, ao terminar de saborear o que tanto ama. – São os Hakanais que escolheram o lado do mal e que pretendem reviver os Shadows, criaturas de pura escuridão.

– Shadows?

– Sim... – confirma Ketsui. – Há muito tempo, os Shadows quase destruíram este mundo e um grupo de Hakanais justos teve que se reunir para derrotá-los. Porém, eles foram apenas selados e, de séculos em séculos, o lacre que os prende enfraquece.

– E sempre nesse período, uma nova geração de Virtudes se ergue, junto do Hakanai escolhido para liderar uma revolução de justiça. – desta vez, é a garota. – Infelizmente, desde o início da batalha entre os Hakanais do bem e do mal, tudo o que pôde ser feito foi selar os Shadows. Contudo, nossa meta agora é derrotá-los de uma vez por todas para que não possam mais renascer.

– Mas o que essas pessoas que querem revivê-los pretendem fazer? Esses tais Shadows não são criaturas que espalham apenas a destruição? – Fubuki, desentendido. – Qual a vantagem de renascê-los?

– Sim, mas se um Hakanai consegue absorver um Shadow, seus poderes crescem exponencialmente, mesmo sendo tomado pelo puro mal. Absorver todos eles faria de um humano alguém virtualmente invencível. – explica a felina. – Porém, aqueles que desejam tamanho poder não podem agir enquanto o selo não enfraquecer. E isso acontecerá somente no exato momento em que as sete Virtudes conhecerem o jovem escolhido.

– Acho que estou compreendendo. – deixa bem claro, sério.

– Ainda bem. Eu estava começando a pensar que você era desprovido de inteligência. – a gata admite.

– Entende agora toda a importância desta guerra e do papel que as Virtudes e você têm? – pergunta Yume, que nem espera a resposta do seu ouvinte. – Se fracassarmos, o mal tomará posse do mundo e destruirá tudo o que há de bom nele. Será o verdadeiro fim.

– Exato. E por falar nisso, eu tenho quase certeza que aquele tal Misuro Asachi é um dos Hakanais que desejam a ressureição dos Shadows. – Ketsui se expressa. – Depois de vê-lo naquela W-battle, não tive mais dúvida alguma!

– O que faremos? – pergunta Fubuki. – Eu nem sei que tipo de habilidade tenho, vocês sabem?

– Quando for a hora, todos nós descobriremos. – alega a felina.

– Enquanto isso, ficamos de mãos atadas?

De repente, Yume se levanta. Olhando para o seu amigo e exibindo um largo e envolvente sorriso, a jovem decide falar:

– Não se preocupe, Fubuki-chan! Cuidarei de tudo até lá!

Ketsui suspira profundamente. Segura nos braços de sua dona, ergue sua cabeça para olhar para ela. Desse modo, articula o seguinte:

– Acho que ele está aqui para interromper o torneio.

Repentinamente, a doce expressão da garota muda: ela, agora, mostra uma face de ira e fúria. É assim que soltando sua felina, que cai de patas ao chão sem se machucar nem nada, a jovem ergue seu punho direito cerrado à frente do seu corpo. Com uma aura densa e firme, ela exclama:

– Ah, mas não vai mesmo! Ai dele se tentar me separar dos meus pudins: aquele canalha vai se arrepender de ter me conhecido!

– Ele ainda não te conheceu, Yume-hime. – observa a gata, com suas pálpebras entrefechadas.

– Não importa! – grita ela, agressiva. – Me afastar dos pudins desse modo... É pedir para morrer!!
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MensagemAssunto: 5 - Manchas de ódio e rancor [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeQui 16 Jan 2014, 01:51

De tempos em tempos, um grupo possuído pela sede de poder se ergue entre os humanos para concretizar seus objetivos mais egoístas. Para proteger a paz do mundo, sete Virtudes são escolhidas para guiar o jovem escolhido com a missão de lutar contra esse mal. E é nesse cenário que a Guerra Celestial eclode e a lenda dos inigualáveis Hakanais ressurge para revestir todo o planeta! O palco está armado para o renascer do mito!

/--/--/

Pele alva, olhos azuis claros, cabelos negros que vão até a cintura, seios fartos, estatura mediana e corpo estrutural: a bela Martina Wincheester. Séria e sozinha, ela caminha agora por um dos corredores do camarim até o celular no bolso esquerdo da sua longa calça negra, que é um pouco apertada, tocar. Mesmo assim, continua caminhando, usando sua palma direita para tomar o aparelho e atender:

– Diga, Gon. Estou sem tempo.

– Nossa, é assim que você me atende agora? – questiona o empregado de Apporion Agamenon, do outro lado da linha.

– Quando tenho o que fazer além de ficar falando com você... Sim, é. – afirma, secamente.

– Está assim só por que eu...

– Sem enrolação, por favor. – pede, cortando o comentário dele. – O que quer?

– Apporion-sama disse que o jovem escolhido desta geração está participando do torneio. Seu nome é Fubuki. – responde, ao tomar um timbre mais sério, algo exigido pelo assunto. – Ele foi abrigado aqui na mansão Agamenon, pois é um morador de rua.

– Morador de rua? – ela se surpreende. – O Hakanai escolhido é um garoto que mora nas ruas?

– Sim, por quê?

– Por nada... O que quer que eu faça?

– O que for necessário para auxiliá-lo. – responde Gon. – Ele ainda não deve saber de tudo sobre a própria missão. Além disso, quanto mais cedo ele conhecer todas as Virtudes, melhor.

De repente, alguém surge na outra ponta do corredor, vindo em direção à Martina: é Mei Sasaki. Correndo histericamente, a garota em questão se aproxima dela com uma preocupação bem evidente em sua face. Porém, é óbvio que sua intenção é apenas passar pela “conhecida” de Gon. E assim – passando pelo lado direito de Martina – ela faz.

– Martina-kun? – Gon insiste, já que Martina, por alguma razão, até parara de andar e passou a prestar atenção na desconhecida Mei.

– Preciso desligar. – reage, enquanto se vira em direção a tal para acompanhar o afastar da mesma com seus belos olhos.

– Por quê?

– Acho que encontrei uma delas, Gon! Te ligo depois, ok?

– Ok. – concorda. – Boa sorte.

Desse modo, Martina desliga e coloca seu celular no mesmo bolso onde ele estava originalmente. Respirando profundamente, diz para si mesma:

– Afinal de contas, até eu tenho a minha missão...


/--/--/


Enquanto isso, em outra área do camarim, mais próxima da arena das W-battles...

Duas jovens, assentadas em um banco, olham através de uma janela, para a arena do estádio Millenium. Atentas, são duas amigas que aguardam o momento em que o anfitrião do evento declarará a próxima W-battle das preliminares: Yuni e Lucy.

Yuni, mais jovem, é uma garota de longas madeixas azuis até sua cintura fina, pele clara e olhos da mesma cor que seus cabelos – porém, em tom mais claro. Apesar de nova, possui uma aparência e uma estatura de impressionar qualquer um.

Já Lucy é uma jovem de pele um pouco mais clara que a de sua amiga, além de ter um corpo menos curvilíneo, ser mais baixa e ser dona de longos cabelos negros até pouco abaixo do início das coxas – presos em um rabo de cavalo. Seus olhos são de um vívido vermelho.

– Putz, esses intervalos poderiam ser mais curtos. – opina Lucy.

– Também acho. – a outra concorda, sendo que ambas olham para o lado de fora.

Alguns passos ecoam no local em que elas estão. Ouvindo-os, ambas se viram para a direção de onde vêm: e se deparam com Misuro Asachi.

– Olá... – ele as saúda, com um sorriso quase sádico em sua face, se aproximando das duas.

Não há mais ninguém por aqui. O camarim do estádio é imenso e, por isso, há pontos em que, mesmo nos intervalos das W-battles, não há nenhuma alma viva. E, por alguma razão, o estranho sujeito se aproveitou para se aproximar das duas.

– Uma Hakanai possuidora da Mystic Water e outra... Ultimate Ice. Não é de se estranhar que são amigas.

– Do que você está falando? – pergunta Yuni, arqueando sua sobrancelha direita.

– He... Elas não sabem que não são humanas normais. – pensa o homem, alternando seu olhar entre elas, por alguns instantes, para depois focar somente em Lucy, que parece ser aquela que mais lhe interessa. – Seu poder me é necessário, garota. – afirma ele, mantendo seu sorriso.

– Meu poder? – questiona ela. – Como assim?

Nenhuma das duas sabe que são Hakanais. Na verdade, são poucas as pessoas na face da Terra que são e que sabem disso. Afinal, todo Hakanai já nasce como tal, mas não há regra para a manifestação dos seus poderes. Como até hoje as habilidades de Yuni e de Lucy não se manifestaram, não estão cientes do que, um dia, serão capazes de fazer.

Finalmente, Misuro se aproxima o suficiente. E, desse modo, continua encarando seu alvo e fala:

– Posso sentir o seu medo fluir de dentro do seu coração. Não pode escondê-lo de mim.
Lucy nada diz. Sua expressão começa a se abalar, mas ainda assim ele não para por aí:

– Posso fazer este medo te devorar por dentro até que não sobre mais nada, tornando-se uma casca vazia em forma humana. Posso destrinchar a sua alma e encontrar cada uma das suas fraquezas para dilacerá-la pouco a pouco. Não há diversão maior do que brincar com os sentimentos de pessoas fracas.

– Não pense que deixarei você vir aqui falar desse jeito com a minha amiga! – exclama Yuni, levantando-se e confrontando-o. – Quem você pensa que é!?

– Laço de Rancor. – cita o sujeito.

Ele olha para Yuni. E quando os olhos deles se encontram, a garota cai de joelhos no chão com uma expressão de horror, extremamente abalada. Sua amiga se vira para ajudá-la, mas antes disso, o homem usa sua palma direita para pegá-la pelo pescoço e erguê-la do chão, levando-a para bem alto.

– O q-que v-você f-fez com ela? – pergunta Lucy, usando ambas as mãos para tentar escapar, em vão.

– Apenas distorci o medo dela e o usei como arma para lhe proporcionar alguns danos mentais. – responde, cada vez mais empolgado, apesar de manter o mesmo timbre de voz. – Não se preocupe, ela ficará bem. Só não posso dizer isso de você também...

– O que você está fazendo!? – grita Fubuki, ao surgir na mesma direção de onde veio Misuro, há pouco.

Junto do garoto está Yume e Ketsui, ambas ao seu lado direito. Sérios, eles encaram o homem, chamando para si a atenção do mesmo. O trio mantem a distância.

– Não se intrometam, moleques. Eu os observei por algum tempo e sei que não são de nada. Se eu quisesse, poderia ter matado ambos há séculos. – exagera o mais velho presente.

– Não o fez porque sabe que precisa matar o Hakanai escolhido apenas quando ele conhecer as sete Virtudes, correto? – questiona a gata nos braços de sua dona.

– Cala a boca, pulguenta. – ordena o homem, voltando seu olhar para Lucy, que continua se debatendo para tentar escapar do seu forte braço. – Não estou interessando em um animal falante.

– Yume-hime, quebra a cara desse vadio agora! – ordena a felina, furiosa, ao olhar para sua dona.

– Não precisa nem pedir... – diz a garota, sorridente.

Ela abre seus braços, permitindo que Ketsui vá para o chão – habilmente, é claro. Estendendo sua palma direita, uma luz azul clara surge e a jovem fecha seus olhos. Em seguida, ergue seu braço e, quando o brilho se dissipa e dá lugar a uma espécie de joia, ela declara:

– Que a permissão divina acolha o meu pedido! Invocação Cobalto: Sieg, a agilidade!

A joia desaparece e, mais uma vez, o brilho azul claro arde. Porém, desta vez, perante Yume, surge um pequeno cão de mesma coloração, de costas para sua convocadora.

– Sieg, ataque aquele homem agora! – ordena ela.

Sem pestanejar, o pequeno animal – pouco maior que o Star de Fubuki – late e corre contra Misuro. A velocidade que o bichinho demonstra é de assustar e, em poucos instantes, se aproxima o suficiente.

– Laço de Confusão. – determina o vilão.

Quando Sieg está a um centímetro da perna esquerda do alvo, ele para, para a surpresa de Yume. E, de uma hora para a outra, o cão azulado começa a correr para todo lado, parecendo ter perdido o senso de direção.

– Que patético... Até mesmo uma invocação por Sacred Summon, de nível C, não passa de lixo para mim. – afirma ele, olhando de lado para o grupo, apertando sua mão no pescoço de Lucy, fazendo-a cerrar os olhos de dor.

– Não posso suportar isso! – grita Fubuki, que furioso, corre contra o homem, cerrando seus punhos e decidido a acertar um bom soco nele.

Vendo isso – e sentindo até mais ameaça no jovem do que na criatura que fora invocada por Yume – ocorrer, Misuro se vira para o dono de Star. E quando direciona sua mão livre para ele, algo tão rápido – ou até mais – quanto o cão Sieg se aproxima. Entretanto, dessa vez, não há tempo de reação: as ávidas garras da pata direita de Ketsui rasgam boa parte do braço do homem, misturando fragmentos de tecido com o sangue que voa pelos ares e pinga no chão.

– Maldita! – exclama o irritado homem, ao dar dois passos para trás, ferido.

Ketsui se posiciona ao lado de Fubuki que, por tudo ter sido tão rápido, cessara seu avançar um pouco confuso. Yume se mantem distante, no mesmo ponto anterior, e Sieg continua correndo para tudo quanto é lado até que a garota movimenta suas mãos. Na sequência, o mesmo brilho de antes surge e assim que desaparece, o cão sagrado também toma o mesmo destino, involuntariamente.
Misuro dá um soco com seu punho direito no estômago de Lucy, fazendo-a desmaiar. Em seguida, a coloca sobre seu ombro direito e, dando as costas para o grupo, se vira para um dos corredores disponíveis. Sua intenção é fugir o quanto antes. E assim tenta fazer, correndo com tudo o que tem.

– Não vai fugir não! – grita Fubuki, voltando a correr, decidindo ir atrás do cara.

Desse modo, ele, Yume e Ketsui passam a perseguir o sujeito, adentrando o corredor que o tal escolhera para fugir. Sem olhar para trás, Misuro olha rapidamente para a jovem desacordada que
capturara. E pensa:

– Laço de Plenitude: Eternidade! – e assim, de repente, ele adquire uma velocidade assombrosa, desaparecendo da visão do trio em míseros momentos.

– Ele fugiu! – exclama Yume, impressionada com o que acabara de acontecer.

– Com essa velocidade, nem adianta tentar persegui-lo! – opina a felina.

Então, pouco tempo depois de terem começado a correr atrás de Misuro Asachi, eles param. Fubuki, ainda bem chocado com tudo o que acontecera, se vira para a garota e diz:

– Agora pude ver que aquele papo de Hakanai não é mesmo balela...

– Fubuki-san... – ecoa uma voz feminina, vindo por trás deles.

Um pouco revoltados por terem deixado o tal sujeito escapar, os três se viram para trás. Distanciada por alguns poucos metros, ainda fora do corredor, Mei Sasaki olha para o grupo, parecendo estar bem tímida.

– Sou Mei Sasaki. – ela se apresenta, se aproximando com passos lentos.

Ketsui observa o aproximar da jovem, analisando-a bem. E, enquanto isso, pensa:

– Será que ela é...

Após alguns segundos, Mei se coloca a centímetros diante de Fubuki, Yume e Ketsui. E, desse modo, se curva para ambos, como se os saudasse. Na sequência, completa:

– Muito prazer em conhecê-los, eu sou a terceira Virtude: Mei, a Temperança...

/--/--/

Em outro ponto do camarim, mais próximo da arena das W-battles...

– Onde ela se meteu? – se pergunta Zang, andando de um lado para o outro, com os braços cruzados e uma expressão preocupada.

O motivo de sua preocupação: Mei, sua filha. De uma hora para outra, ela desaparecera sem deixar rastros. Por conhecer a lenda dos Hakanais e das Virtudes, ele sabe que sua amada filha é alvo de muitos canalhas por aí à fora, sendo a mesma tanto Hakanai quanto Virtude. E como já é, naturalmente, um pai superprotetor, Zang quase tem ataques de histeria só por passar dois minutos sem saber do paradeiro dela.

– Zang... – a voz de uma mulher ecoa pelo local.

Parando, então, o homem se vira na direção correta. E seus olhos encontram Martina.

– Eu estava atrás de uma garota loira que passou por mim, mas me perdi dela. Acho que é sua filha... – alega, sem se aproximar, mantendo os poucos metros de distância.

Sem medo de mostrar sua preocupação com Mei, ele vai rápido até a mulher. Olhando fixamente em seus olhos após se posicionar da maneira devida, recosta suas mãos sobre seus ombros e questiona:

– Onde está ela, onde?

– Não sei e é por isso que estou procurando também. O Gon me ligou e disse que o Hakanai escolhido está participando do torneio.

Assim como Gon e ela, Zang é um daqueles que sabe – e muito – sobre os mistérios e fatos relacionados à lenda dos Hakanais e das Virtudes. Conhece também a Guerra Celestial, ciente de que em breve ela eclodirá.

– Outros interessados nisso tudo, além de nós, já estão movendo seus pauzinhos e se preparando para atacar. – alega ela, sem medo de retribuir o “olho no olho”. – É hora de começar a agirmos, não acha?

– Prefiro agir do meu modo. Sabe como sou. – responde ele, retirando suas palmas dos ombros da mais jovem, dando dois passos para trás, se acalmando e voltando a cruzar seus braços.

Ouvindo isso, Martina dá as costas para o homem. Decide caminhar para longe desta área, mas antes disso, libera tais palavras:

– Eu, você, Gon e Apporion Agamenon temos os mesmos objetivos. Burrice seria se tentássemos agir individualmente quando, juntos, somos muito mais fortes.

Ele não queria, mas suspira e dá o braço a torcer. Afinal, não é a melhor hora para ser teimoso. Não só a vida de sua filha como as de muitas outras pessoas podem se perder por decisões errôneas. Levando isso em consideração, Zang diz:

– Tudo bem. Vamos ir juntos procurá-la.

Então os dois se retiram daqui. Porém, escondida em um dos pilares do local, alguém acompanha o afastar de ambos, que nem haviam notado sua presença: Envy Scarlette Hellsin. Sorridente, sai de trás do pilar e se vira, por completo, para onde foram. É quando imagina:

– Então há mesmo outras Virtudes por aqui. Isso significa que, em breve, será o meu momento. He... Interessante...


/--/--/


Em algum lugar bem longe do estádio Millenium...


Sem nenhum cuidado, Misuro joga a garota que capturara há pouco no chão. Com isso, ela começa a acordar. O local é uma espécie de castelo obscuro, um ambiente tenebroso e sem muita iluminação. Para mais precisão, estão agora em uma grande sala na qual Misuro comete alguns dos seus atos mais vis.

Ao acordar totalmente, a jovem ergue parte do seu corpo e se assenta no frio piso do palácio. E engole seco, temerosa por seu destino.

– Que lugar é esse? – Lucy se pergunta, assustada, olhando para todos os lados.

Seus olhos encontram esculturas negras de dragões, pássaros e outras criaturas horrendas. Sentindo o clima do ambiente pesar por alguma razão desconhecida, ela acaba sendo dominada pelo medo, aliás, pelo terror. Percebendo isso, o homem em questão não consegue segurar suas risadas psicopáticas.

– É maravilhoso sentir esse medo corroer seu corpo, garota. Não sabe o quanto é prazeroso!

– O que quer comigo? – questiona ela, um pouco trêmula. – Eu não sei daquelas coisas que você disse. Por favor, me deixe ir embora...


– Não. – responde de modo frio, ao se tornar sério outra vez. – E não me faça perder a paciência, pois não preciso de você inteira. Se me irritar, vou me divertir um pouco antes de revelar meu objetivo contigo.

Engolindo seco novamente, a jovem coloca seus braços a frente do seu busto como forma de proteção – mesmo que em vão. Sem a intenção de perder um pingo do seu tempo precioso, o vilão esclarece:

– Você é uma Hakanai da Ultimate Ice, uma habilidade que procurei por todos esses anos, mas nunca encontrei. A partir de hoje, você passará por um longo e árduo treinamento para que desperte seus poderes e os domine. Assim, poderei alcançar minha meta.

– Mas... Eu...

– Cale-se! – grita, fazendo-a piscar, por “medo em excesso”. – Você não pode reclamar, opinar, lutar, se esconder ou fugir. A única coisa que pode fazer, caso se recuse a me obedecer, é morrer. Por acaso quer morrer?

– N-não... – nega, movimentando a cabeça negativamente, em sincronia com sua resposta.
Com isso, ele dá as costas para a garota. E clama:

– Muey, venha aqui!

Uma grande porta de ferro, bem distante da dupla, se abre. Por ela, Muey Muong, que participara do torneio de WWW, mas fora derrotado por Zang Sasaki, entra aqui. Com longos passos, leva algum tempo para se prostrar diante do seu mestre. Com o joelho esquerdo dobrado e a cabeça baixa, o recém-chegado questiona:

– O que deseja, meu senhor?

– Cuide para que ela não fuja. – exige ele, fitando-o com superioridade. – Darei uma nova saída e você deve permanecer aqui com tal missão. Caso algo saia errado, o matarei.

– Sim senhor. – se conforma com a ordem, se mantendo da mesma forma.
Sem mais nada a falar para nenhum dos dois, Misuro passa a andar em direção à grande porta. Muey se levanta e, junto dele, Lucy observa o afastar de quem parece mandar por aqui.

– Alguém, por favor, me ajude... – pensa a garota, incontestavelmente amedrontada: e com a mais evidente razão.

Assim, a jovem sente seu medo crescer cada vez mais. Observando mais um pouco do local, adquire a certeza de que não há outra escolha se não obedecer as ordens recebidas. E, provavelmente, aguardar a morte que, de modo atordoante, parecer ser inevitável...
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MensagemAssunto: 6 - Métodos pacientes [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeQui 23 Jan 2014, 09:14

– Acho que não temos mais como nos divertir neste torneio... – fala Fubuki, assentado em um banco. – Com tudo o que aconteceu...
– Porém, não devemos fazer nenhum alarde. Há vários inocentes que nada tem a ver com tudo isso. – afirma Ketsui, no colo de sua dona.
– E eu não queria perder meus pudins... – pensa Yume, entristecida.
Yume está ao lado esquerdo de Fubuki, também assentada. Mei, ao lado direito. No chão, encolhida e inconsolável, a jovem Yuni. E, de pé, perante eles, Zang e Martina. O local é o mesmo em que Lucy foi atacada e levada por Misuro Asachi. E o clima, prioritariamente, é de frustração e decepção. Ninguém pôde fazer muito para evitar.
– Oi pessoal. – Gon os cumprimenta, ao surgir no local, vindo em direção aos demais presentes. – Olá Yume-hime.
– Olá... – corresponde Yume, com um sorriso gentil, mas com um olhar angustiado.
Ao se aproximar o suficiente, o funcionário do pai da dona de Ketsui se coloca ao lado direito de Martina. E, de maneira disfarçada, dá uma olhada nos seios da mesma.
– O que você tá olhando!? – questiona ela, um pouco irritada, ao notar isso.
– Por que você sempre parece mais irritadinha com ele? – Zang, de braços cruzados e ao outro lado de Martina, questiona, fitando-a.
Ela vira seu rosto para o mais velho. Com um suspiro, demonstra a expressão de quem não está interessado em discutir sobre tal assunto – nem ao menos dar sua palavra.
– E agora? – questiona Fubuki, alternando seu olhar entre todos os presentes. – O que é preciso ser feito?
– Aguarde. As próximas Virtudes virão até você. – recomenda Zang, voltando seu olhar para o jovem em questão. – Se Yume Agamenon é a primeira, Rouge é a segunda e minha filha é a terceira, a quarta também deve estar por aqui.
– E o que exatamente vai acontecer quando eu conhecer todas elas? – tenta descobrir, olhando de modo fixo para o pai de Mei.
– Não sabemos. – desta vez, é Gon quem fala, chamando então a atenção de todos, com o imponente timbre de sua voz. – Em cada geração de Virtudes, algo diferente ocorre. É imprevisível e incalculável.
– Porém, sabemos que esta precisa ser a última das Guerras Celestiais. – diz Martina, por sua vez. – Os Shadows, sempre que despertam, ficam mais fortes. Será impossível selá-los novamente.
– Ou derrotamos eles ou eles nos derrotam. – define Zang.
De repente, Yuni se levanta do chão. Com o olhar perdido e o rosto cabisbaixo, ela começa a andar em direção ao ponto onde Gon surgiu.
– Aonde vai, Yuni-san? – questiona Fubuki, preocupado com ela.
– Vou voltar lá para baixo. – responde, sem se virar para ele e sem parar de caminhar. – O torneio ainda não acabou.
– Deixe ela ir, Fubuki-chan. – pede Yume, olhando-o.
Ao devolver seu olhar, ele sente seu rosto corar. A proximidade entre os dois é bem notável, tanto em termos físicos do momento quanto em sentimentais. Se tornaram amigos, é inegável. Bons amigos, pelo menos por enquanto, podem ser chamados assim...
– A amiga dela se foi. – completa a garota, que diferente dele, não cora nem nada. – Além disso, mesmo sendo uma Hakanai, não tem ligação direta com esses assuntos. É melhor agarrar e aproveitar a chance de ter uma vida normal...
– Como assim? – ele, tentando esconder sua timidez por estar tão perto dela, tenta entender melhor o que a jovem Agamenon diz.
Yume vira seu rosto em direção aos que estão de pé. Alternando sua atenção entre Gon, Martina e Zang, respectivamente, vai articulando:
– Nós, que temos relações com a Guerra Celestial, vivemos pela humanidade. Enquanto nossas missões de vida não são concluídas, não podemos nem mesmo morrer em paz.
– A verdade é que nós, independente das habilidades que temos, não somos como os outros. – Gon completa as palavras de sua ama. – Devemos abdicar de muitos dos direitos da vida pelo bem do restante do mundo.
– Eu nunca tive esse tipo de conceito. – alega o garoto, abaixando seu rosto. – Eu...
– Quero pudim! – exclama Yume, levantando-se de uma hora para outra, interrompendo o amigo, que acaba voltando o seu olhar para ela. Unindo suas mãos como se fizesse uma prece, a garota continua: – Só mesmo um para erradicar os sentimentos ruins ao meu redor.
– Deveria ter mais cuidado quando se levanta. – alega Ketsui, revoltada no chão, após ter caído de bunda nele. – Meu traseirinho é como seda e não é de ferro.
– Vamos embora? – pede a dona dela para Fubuki, com os olhinhos brilhando, ignorando os dizeres de sua felina. – Preciso de...
– Pudins... Eu já sei. – afirma ele, se levantando também. – Vamos sim antes que você tenha um ataque histérico e saia por ai me arrastando como um pano de chão.
– Gente, esse menino está ficando esperto. – comenta Ketsui, ao saltar para a nuca de Yume, aqui se acomodando. – Já era hora, pois se continuasse tão bobinho com Yume-hime, iria...
– Já disse para não abrir sua matraca mais do que o necessário. – exige a garota, dando um olhar mortal para seu pet. – Caso contrário...
A felina engole seco e nada mais diz. Da última vez que tentou falar o que sua dona tanto teme que Fubuki saiba, foi atirada para longe como peteca. Não quer sofrer nada equivalente... Ou, quem sabe, ainda pior!
– Então vamos indo. – afirma Fubuki, olhando para Mei, Zang, Martina e Gon. – Até mais pessoal.
– Bye-bye! – a jovem Agamenon acena para cada um dos que fica, sorridente como nunca: vai comer, mais uma vez, aquilo que tanto ama. – Estaremos de volta logo logo.
E, assim, juntos, os três se afastam. Olhando para eles, os que restam permanecem em silêncio. Isso até Mei se manifestar:
– É bonita a relação entre eles.
– São apenas amigos. – diz Gon, como quem tem certeza do que fala.
Ouvindo isso, a Virtude ainda presente sorri. Mantendo seu olhar para os já distantes jovens, apenas fala então:
– Se você diz...
/--/--/
– O intervalo acabou!!
É o anfitrião do evento que continua acontecendo no estádio Millenium, ouvindo todo o alvoroço da plateia. O intervalo de dez minutos acabara e ele está prestes a declarar os nomes dos participantes da próxima W-battle.
– Venham para cá... Yuni e Sisshin Takayama!!
Com o clamor dele, os dois citados surgem e se posicionam onde devem ficar: perante os W-disks da arena. De uma das janelas do camarim, juntas, Anya Crestyn e Keiko Kozakura observam tudo.
– Achei ele bem bonitinho. – opina Anya, prestando muito sua atenção a Sisshin.
– Sério? – Keiko, sem muito interesse.
Sisshin Takayama é um jovem de cabelos ruivos – intensos – curtos, mas espetados, com algumas mechas caindo sobre seu olho direito. Suas íris são verdes, sua pele é clara, seu corpo é atlético e sua estatura, mediana. Sério, ele deposita duas cartas douradas e uma prateada no W-disk, assim como sua adversária. E do seu lado surgem três monstruosos seres.

Hidra – VIDA: 4000/ MAGIA: 1800/ FORÇA: 3300/ AGILIDADE: 400
Fênix – VIDA: 4000/ MAGIA: 1000/ FORÇA: 100/ AGILIDADE: 3500
Cérbero – VIDA: 4000/ MAGIA: 700/ FORÇA: 3100/ AGILIDADE: 2800

Os dois primeiros são dourados e o terceiro é prateado. Enquanto isso, os W-warriors de Yuni também surgem:

Carpa Gigante – VIDA: 2100/ MAGIA: 1800/ FORÇA: 3300/ AGILIDADE: 400
Crocodilo Gigante – VIDA: 2500/ MAGIA: 500/ FORÇA: 2600/ AGILIDADE: 3000
Guerreira Marinha – VIDA: 2500/ MAGIA: 1000/ FORÇA: 2200/ AGILIDADE: 2800

O primeiro é prateado e os dois últimos são dourados.
– Comecem! – exclama o anfitrião.
E, de fato, a W-battle tem início.
– Star, tudo bem contigo, garoto? – questiona Fubuki, ao surgir junto de Yume e Ketsui, no local onde também estão Anya e Keiko.
As duas amigas olham para os recém-chegados. O pequeno cachorro do garoto estava acomodado em uma espécie de cama improvisada que seu dono havia feito. Não queria colocá-lo em perigo quando Ketsui rastreou a energia negativa de Misuro e, junto dela e de Yume, ele decidiu ir atrás do mesmo.
– Ainda bem que não aconteceu nada com ele. – comenta a jovem Agamenon, assim que eles se aproxima o suficiente.
Star, ao acordar pelo chamado do dono, começa a abanar o rabo: quase chega a “rebolar” com tamanha animação. Ao se agachar, Fubuki toma o pequeno cão em seus braços, acariciando-o sua cabeça com a palma direita.
– Nunca me perdoaria se meu companheiro se machucasse, seja lá por qual razão.
Ao longe, Anya e sua amiga observam eles. É quando, de repente, um sentimento estranho a preenche e seu coração começa a bater mais rápido. É como se algo naquele garoto a chamasse, a atraísse. Não parece ser algum interesse em sua pessoa, especificamente, nem tão pouco um laço mais afetuoso: é como se sua alma lhe pedisse para se apresentar a ele.
– Ei, você... – Anya toma coragem, se levantando e chamando para si a atenção de Fubuki, Yume e Ketsui.
O garoto nada fala, mas por alguma razão, já tem ideia do que se trata. Keiko apenas observa a situação, sem entender, enquanto sua amiga se aproxima e se posiciona perante o grupo. Apesar de tudo, nem a própria Anya entende o que está fazendo. Porém, a seguinte frase dita para ela, por Rouge, ecoa em sua mente: “Você, Anya, é uma Virtude. Portanto, deve aceitar o seu destino”.
De longe, escondida atrás de um dos pilares – com o dorso colado no mesmo – do local, a tal Rouge vê toda a situação. Desse modo, suspirando, a grande amiga de Keiko Kozakura, fitando Fubuki, declara:
– Como vai, Fubuki-san? Sou a Anya, a quarta Virtude... A Paciência.
/--/--/
– Aquele garoto é impressionante. – afirma Martina.
Assim como antes, ela está na presença de Mei, Zang e Gon. Desde que Fubuki, Yume e Ketsui saíram deste local, o assunto se tornara ele, o garoto que foi escolhido para guiar a Guerra Celestial desta geração. E há bons minutos em que o tema é o mesmo, afinal.
– Impressionante como? – questiona Gon, com um tom de deboche. – Tá interessada, safadinha?
– Cala a boca, idiota! – grita ela, irritada.
Geralmente, Martina é uma pessoa calma que chega a ser muito gentil e amável quando quer. Até mesmo consegue, vez ou outra, cutucar alguém com ironias leves. Entretanto, seja lá por qual razão, quando o assistente principal de Apporion Agamenon está envolvido, ela age de uma maneira bem diferente. E quem mais percebe isso é Zang.
– Você deveria ser mais sincera com o que sente. – recomenda o pai de Mei, de braços cruzados, olhando para ela.
– Do que está falando exatamente? – pergunta Martina, arqueando sua sobrancelha esquerda, ao voltar sua face para Zang.
– Pessoal, por favor... – pede Mei, intervindo. – Continue com o que estava falando antes, Martina-san.
– Bem... – reinicia, após colocar suas mãos sobre sua cintura e dar um longo suspiro. – O achei impressionante pelo fato dele se dar tão bem com a Yume.
– Sinceramente, acho que há algo entre aqueles dois. – afirma o pai da Virtude presente.
– O que acho é que você está falando até demais hoje, pai. – Mei observa, encarando-o com um meio sorriso. – Para quem prefere falar menos e analisar mais...
– Mas não é apenas pela relação entre os dois. – Martina decide continuar, sem se importar muito com os “comentários paralelos” que acabara de ouvir. – Ser o Hakanai escolhido é algo que traz um peso grande demais. Mesmo assim, ele parece não temer o seu futuro nem a sua missão.
– Isso é normal. Durante toda a sua vida, ele foi um morador de rua. – afirma Gon, sério desta vez. – Foi de uns dias para cá que começou a ter contato com todos esses assuntos.
– Você não entende? – indaga a mulher, olhando nos olhos do assistente do senhor Agamenon. – Independente das circunstâncias, ele é humano, é apenas um adolescente que deveria ter direito a uma vida normal.
– Aonde quer chegar com esse papo? – Gon, outra vez.
– Melhor não falar sobre isso agora. – afirma, virando-se para o outro lado. – Vejo que nem adiantará tentar. Não entenderão mesmo.
– E vai aonde agora? – insiste ele, assim que Martina começa a caminhar e se afastar.
– Irei assistir as próximas W-battles lá de baixo. – responde, referindo-se ao andar térreo, onde estão agora Fubuki, Yume, Anya, Keiko, Star e Ketsui.
E assim ela se afasta. Observando-a e permanecendo assentada no banco, Mei relembra das impressões que teve do dono de Star ao conhecê-lo. E, assim, ela acaba sorrindo, pensando:
– Martina-san, meu pai e Gon-kun podem até não entender o que quis dizer. Porém, eu sim entendi. E muito bem...
/--/--/
Enquanto isso, na área das batalhas do torneio...
– E esta longa e maravilhosa W-battle chega ao fim! – declara o anfitrião, em meio aos gritos animados dos espectadores. – Depois de uma tensa disputa, Sisshin Takayma é o vencedor!!
Desse modo, como prova do valor que dão um para o outro, Sisshin e Yuni apertam as mãos. Na sequência, sérios, eles se afastam e caminham em direção ao camarim. Apesar de tomarem o mesmo rumo, os dois permanecem separados por alguns metros.
– Próxima disputa é entre Lucy e Anya! – declama o anfitrião.
Ouvindo isso, antes mesmo de colocar seu primeiro pé no camarim, Yuni cessa seus passos. Seus olhos, arregalados, permanecem demonstrando a dor que sente ao pensar em sua amiga. Lucy foi levada por uma pessoa inescrupulosa que, segundo o que ouvira, faz de tudo para atingir suas metas. Como poderia não se sentir preocupada com ela, ainda mais nessas circunstâncias?
– A participante Lucy não estava se sentindo bem e teve que abdicar da sua participação no torneio! – declara Yume, para o anfitrião.
De uma hora para outra, a jovem Agamenon se colocara ao lado direito de Yuni, surpreendendo-a. A grande amiga de Lucy, de fato bem surpresa, ergue seu rosto e olha para a dona de Ketsui. Com sua felina em seus braços, a amiga de Fubuki lhe mostra um radiante sorriso para depois lhe dar as costas e voltar a caminhar em direção ao próprio Fubuki, Star, Keiko e Anya: desde que a quarta Virtude se apresentara, todos eles permaneceram aqui.
Enquanto isso, Sisshin Takayama, vencedor da última disputa, desaparecera totalmente. O certo é que tomara seu próprio rumo: apenas Yuni, por sua vez, nota a falta do mesmo. Poucos segundos em que se distraiu o perdera de vista.
– O que está acontecendo? Estou me importando com ele também? – pensa ela, confusa. – Deixa de bestagem, Yuni! É apenas um bom adversário que te venceu em WWW! Nada mais!
Sendo assim, mais apressada do que nunca, decide deixar de lado todo o restante e ir ao banheiro. Se for para chorar, é melhor que seja lá, onde menos pessoas possam vê-la...
– Como uma das participantes da próxima W-battle está incapacitada, ela será desclassificada e Anya Crestyn ganha automaticamente! – declara a voz do anfitrião que, devido ao seu alto tom, vem até boa parte do camarim. – Então, sendo assim, partiremos para a rodada seguinte dos classificados pelas preliminares! Rouge e Zang-taichou, apresentem-se aqui, por gentileza.
Ouvindo isso, Rouge, que permanecera atrás do tal pilar até agora, se vira em direção à arena das W-battles e começa a andar para lá. Fubuki, Yume, Anya, Keiko e Ketsui percebem isso e guiam seus olhares para ela, em silêncio. É quando, do mesmo ponto pelo qual Fubuki, Yume e sua gata vieram para cá anteriormente, surgem, lado a lado, Martina e Zang.
– Bom, é minha vez de novo. – comenta o pai de Mei, indo para a arena.
– Boa sorte. – lhe deseja Martina.
O homem, apressando-se, vai para o local, assim como Rouge já fizera.
– O torneio está avançando rápido demais. – opina Keiko, mantendo seu olhar para a arena, mas no mesmo ponto, sem sair do lugar.
– Verdade. – sua amiga concorda, movimentando sua face positivamente. – Com todo esse tumulto, as coisas estão saindo do “planejado”...
– Olá. – diz Martina, juntando-se ao grupo.
– Olá. – dizem juntos, Yume e Fubuki.
Desse modo, todos passam a dar atenção quase que total para a W-battle que, na área de batalha, está para começar. É quando, já posicionados da forma devida, Rouge e Zang depositam suas cartas de metal nos W-disks.
Para ela, surgem as Valquírias.

Valquíria Skuld – VIDA: 3500/ MAGIA: 2900/ FORÇA: 1600/ AGILIDADE: 2400
Valquíria Rota – VIDA: 3500/ MAGIA: 2900/ FORÇA: 1600/ AGILIDADE: 2400
Valquíria Gundr – VIDA: 3500/ MAGIA: 2900/ FORÇA: 1600/ AGILIDADE: 2400

Para ele, o Monstro de Areia, a Maldição do Egito e Caos.

Monstro de Areia – VIDA: 3000/ MAGIA: 1300/ FORÇA: 1800/ AGILIDADE: 900
Maldição do Egito – VIDA: 3000/ MAGIA: 4000/ FORÇA: 200/ AGILIDADE: 100
Caos – VIDA: 3500/ MAGIA: 4000/ FORÇA: 3900/ AGILIDADE: 300

– Fubuki-chan, prefere ficar aqui assistindo? – questiona Yume.
– Ahn... – pensa por alguns segundos, com Star em seus braços, assim como ela está com Ketsui. – Sim, se importa?
– Não. – nega ela, sorrindo. – Vou lá comprar meus pudins!
E a garota se vira para o outro lado, levando sua felina consigo. Observando o seu afastar por alguns instantes, o garoto acaba voltando sua atenção para o campo de batalha. Afinal, a que parece ser a mais acirrada W-battle do torneio está para começar...
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MensagemAssunto: 7 - Rouge vs Zang: o valor de uma W-battle [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeQui 30 Jan 2014, 18:24

– Zang tem um estilo bem ofensivo na sua estratégia em WWW! – afirma Martina, junto de Fubuki, Star, Keiko e Anya: todos assistindo o início do confronto entre Rouge e Zang. – Já ela prefere se manter na defensiva. Além disso, ambos sempre venceram. Será mesmo eletrizante esta W-battle!
– Tempestade de Areia!! – ordena o pai de Mei, dando o seu parecer com seu Monstro de Areia.
Todos os seis W-warriors estão a postos. E assim que a declaração de Zang ecoa, sua criatura de areia cria uma densa tempestade de areia, tal qual preenche todo o campo. Rouge, por sua vez, declama calmamente:
– Varredura.
Reunindo suas mãos, as três Valquírias da mulher criam um grande turbilhão de luz e o mesmo dá um fim à Tempestade de Areia. Insatisfeito, decide usar a Maldição do Egito desta vez:
– Providência!
A Maldição do Egito, um ser com a forma da cabeça de um leão dourado, ruge furiosamente. Tal rugido age como uma verdadeira maldição, que faz as mãos das guerreiras femininas de Rouge se separarem e caírem com o joelho esquerdo – ambas – dobrado ao chão.
– Isso será, pelo menos, suficiente para quebrar a defesa delas. – pensa Zang, suspirando para executar um novo ataque. – Impacto Caótico!
Caos, o maior ser presente no campo, salta de ponta-cabeça contra as W-warriors da adversária. Seu punho direito cerrado é preparado para acertá-las, mas um escudo cinético bloqueia a investida.
– Deidade Defensora. – afirma Rouge, enquanto apenas a Valquíria Skuld forma a barreira protetiva, de mãos e rosto para o alto: é a única de suas guerreiras que permanece, de fato, de pé.
Apesar do poder de defesa do escudo, com o punho de Caos colado a ele, a barreira cinética começa a sofrer rachaduras. Por isso, as demais Valquírias também se levantam e se juntam a ela.
– Trindade Defensora. – recita Rouge, quando o escudo é reforçado e repele para o céu, agressivamente, o W-warrior gigante de Zang.
– Só se defender não vai te garantir a vitória! – exclama o pai de Mei. – Ataquem em conjunto, Monstro de Areia e Maldição do Egito: Deserto das Ilusões!
Uma grande luz carmesim envolve todo o local. A área do combate se transforma em um sofrível lugar desértico. Outra vez, as Valquírias fraquejam e caem de joelhos, deixando a barreira que criaram desaparecer. Em seguida, Caos, após ter sido lançado ao céu, retorna à sua posição inicial.
– Apesar de tudo, acho que você não sabe o que este jogo significa para mim. – afirma Rouge, trazendo para si o olhar do seu oponente.
– De fato, não sei. Mas por que deveria, se você também não conhece a minha postura sobre WWW? – retruca ele, usando, apesar disso, um tom ameno e tranquilo. – De certo modo, você é presunçosa. Deveria mudar a sua maneira de se colocar perante os outros.
Zang não pode ver, devido a máscara que ela usa, mas Rouge agora sorri. O motivo: considera que, na realidade, o presunçoso aqui é ele. Desse jeito, fala:
– Você é um homem de pulso firme, com decisão forte. Geralmente pensa bem antes de agir e quando age, acerta. Pelo menos acha que acerta.
– Aonde quer chegar com esse papo? Estamos em meio a uma W-battle! – declara ele, tentando deixar por encerrado o diálogo. – Tríplice!
Os três seres virtuais de Zang se preparam, reunindo o que parece ser energia. Uma grande esfera de luz é criada à frente de cada um dos W-warriors do pai de Mei. Em seguida, as esferas se fundem e dão forma a uma ainda maior, que é disparada contra as Valquírias. Porém, como antes, a Trindade Defensora bloqueia e o ataque se dispersa em energia outra vez. Satisfeita, a mulher prossegue com suas palavras:
– Detesta fugir às regras e, de certo modo, por se julgar como alguém que as segue fielmente, acusa quem não faz o mesmo. Pensa que sua postura diante da vida é a ideal para todos.
– Não sou presunçoso a esse ponto. – tenta argumentar ao seu próprio favor.
– No fundo, você é. E é por ter a hesitação em seu coração que não pode me vencer. Disso não tenho dúvidas...
– Fale sem rodeios! Diga logo que se acha superior. – pede ele, calmo, pelo menos por enquanto.
– Então serei direta: por trás desta armadura, há um bom coração que foi decepcionado e ferido. Porém, ao invés de tentar curar a ferida, você a cultiva como se fosse uma lembrança a si mesmo para que nada viesse lhe fazer sofrer outra vez. Procura, no WWW, uma espécie de refúgio para suas dores, onde encontra a força que, externamente, pensa não ter. – explica, como se pudesse ler a alma do seu adversário, deixando todos os espectadores da disputa impressionados. –  E sei perfeitamente o nome de quem lhe fez tão mal...
– Tríplice!! – exclama ele.
Os seus W-warriors fazem o mesmo “ritual” que antes. Porém, outra vez, o ataque é bloqueado pela defesa cinética das guerreiras da Virtude em campo. Por isso, sorrindo por debaixo de sua máscara, a mulher deixa claro:
– O nome da pessoa que um dia te decepcionou, responsável pela criação da armadura que hoje o reveste... É...
– Pare já com isso! – pede Mei, ao surgir do nada no meio da arena de combate.
Ambos os W-players que agora disputam olham para ela, assim como todos os espectadores. Ninguém poderia esperar que haveria uma interrupção dessas. E vinda logo da filha de um dos participantes da W-battle atual!? Para muitos, o espetáculo está bem melhor do que novela...
– Vocês estão aqui para travar uma W-battle e não para falar da vida pessoal um do outro! – argumenta Mei, dando todo o seu olhar para Rouge. – Você não tem o direito de falar assim do meu pai, por mais que saiba do passado e das reais ideias dele! Ir ao fundo dos sentimentos mais ocultos de alguém machuca e...
– Mei, não preciso ser protegido. – alega Zang, chamando para si o olhar surpreso da filha. – Saia.
– Pai... Eu...
– Saia. Vou terminar com esta disputa, irei até o fim com a minha própria determinação. Meras palavras como essas não vão me desanimar. – insiste ele, bem sereno, mesmo nesta situação.
Mei se vira para o outro lado e começa a caminhar: o que faz por alguns instantes. Porém, para quando escuta:
– Moon. O nome de quem te feriu é Moon.
Hesitante, tudo o que Mei deseja é voltar para defender seu pai. Porém percebe que, para ele, ferir seu orgulho seria ainda pior do que ferir seu coração. Se quer fazer algo por Zang, verdadeiramente, deve apenas assistir e torcer por sua vitória. Sem mais palavras, retoma seus passos e retorna para o camarim.
– Talvez você saiba mais do que deve sendo quem é. – alega ele, julgando isso pelo fato de sua oponente ser a Virtude da Castidade. – Contudo, não precisa compartilhar dessa sabedoria comigo, pois dispenso. Nem tente me entender, já que isso não lhe trará nada em absoluto. O valor deste jogo é lutar com a sua determinação e não com joguinhos mentais, mostrando para todos o potencial que tem.
Isso ele diz pelo fato de que, mesmo tendo uma hierarquia de classes nas cartas de metal no mundo de WWW, o W-warrior – apesar de ser virtual – só é realmente forte quando responde aos anseios do coração de seu usuário. É por isso que o jogo – ou esporte – é aclamado como um dos melhores de todo o mundo. É algo que se conecta diretamente ao jogador, lendo o que ele sente para traduzir isso no campo de batalha. É algo que foi criado 16 anos atrás e que, desde então, faz um sucesso mundial tremendo.
– Benção Divina. – clama a mulher, erguendo seu braço direito para o alto. – Está engado em tudo o que diz.
Um intenso brilho envolve as W-warriors dela. Benção Divina é algo que pode ser feito somente quando as três Valquírias estão reunidas – apenas uma vez – e uma das poucas ferramentas das mesmas que não é ligada, diretamente, à defesa. A função que tem é elevar ao máximo um dos status: VIDA, MAGIA, FORÇA OU VELOCIDADE. E, no caso, é possível ver no W-disk – e também no grande telão na arena que sempre mostra o nome dos participantes e os status de seus guerreiros – de ambos, que o que aumenta é a VELOCIDADE. Todas as Valquírias atingem 5000 no quesito.
– Primeiro: não sei nada além do que devo saber. – afirma a Virtude em campo.
Em seguida, ela suspira. E pensa somente:
– Relampejo da Espada Sagrada...
Somente os W-warriors que possuem ligação total com o jogo e com seus W-warriors é capaz de executar um comando apenas com o pensamento. Afinal, World White War é algo que lê os sentimentos do praticante. Rouge não é famosa apenas por nunca ter perdido uma W-battle, mas também por ser a única que pratica WWW, no mundo inteiro, que tem 100% de compatibilidade com o mesmo.
Por isso, as três guerreiras femininas sacam as suas espadas em suas costas. As lâminas são envolvidas por feixes de luz que parecem pequenos raios.
– Segundo: a sabedoria deve sim ser compartilhada, pois nunca é demais.
Com uma velocidade aterradora, a Valquíria Rota se movimenta. Em um milésimo de segundo, surge diante da Maldição do Egito. Com o movimento da sua espada – o dito Relampejo da Espada Sagrada, algo totalmente ofensivo – pulveriza o alvo após o corte, fazendo-o desaparecer: tanto Zang quanto os espectadores e o anfitrião ficam boquiabertos.
– Terceiro: tentar te entender me permitirá lhe fornecer ajuda. É meu objetivo auxiliá-lo para que possa escapar desta dor que o envolve.
Uma nova Valquíria faz seu imparável movimento: Skuld surge diante de Caos e, com o ataque de espada, o parte em dois, transformando em migalhas que desaparecem.
– E quarto... – inicia, entre um suspiro leve, dando então o “retoque final” antes do quase determinado fim do confronto. – Concordo: o verdadeiro valor deste jogo se encontra na determinação para mostrar o que, nós como humanos, somos e o que podemos fazer. World White War traduz tudo o que sentimos e, como tenho uma ligação tremenda com este jogo, posso ler o coração dos meus adversários em uma W-battle.
Como última cartada, a Valquíria Gundr se aproxima – tão veloz quanto suas antecessoras – do Monstro de Areia e o corta com a espada. Assim como os dois primeiros, ele desaparece. E diante disso uma imensa plateia: atônita.
– Por quê? – questiona Zang, surpreso com tudo, sem nem mesmo acreditar que está perguntando isso para Rouge. – Por que você ama tanto este jogo a ponto de sentir os sentimentos alheios nele?
– Por que, além de Deus, ele é tudo o que me restou.
O silêncio ecoa. Prova de que até o anfitrião do evento está atordoado com o espetáculo que se fizera nesta arena. Entretanto, segundos depois, o tal declara:
– A lendária Rouge é a vencedora!
A mulher caminha em direção ao seu adversário, assim que o silêncio geral se desfaz por completo e a plateia começa a gritar de empolgação como em nenhum outro confronto anterior deste torneio. No fim das contas, ela deu tudo de si. Pois quando Rouge parte para a ofensiva, deixando os métodos de defesa das Valquírias de lado, o valor do seu oponente está sendo reconhecido. É por isso que, no fundo, ciente disso, Zang está satisfeito.
– Todo ser humano tem o direito de ser feliz de verdade. – afirma ela, estendendo sua palma direita para o pai de Mei após se aproximar o suficiente e se colocar diante do mesmo. – Abra seu coração, elimine os sentimentos negativos... E seja feliz.
Ele sorri. E sorri com sinceridade. Nunca havia enfrentado alguém como ela, nem sido derrotado. Foi sua primeira e saborosa derrota, logo após incontáveis W-battles que já passaram das 4000. Sendo assim, o sujeito estende sua mão direita, concluindo o aperto de mãos de alguns instantes.
– Obrigado. – agradece, mantendo o sorriso radiante que sua alma ansiava exibir desde que seu coração fora ferido pela tal pessoa chamada Moon.
Quando o aperto de mãos tem fim, Rouge se vira em direção ao camarim. Começa a dar alguns passos para ele e, logo depois, o pai de Mei Sasaki faz o mesmo. Satisfeita, a Virtude vai pensando em seu trajeto:
– De fato, Deus e este jogo são tudo o que me restou. Mas é tendo ambos que adquiri algo mais: o sonho de, através do World White War, curar as feridas de todo coração.
– Impressionante mesmo! – opina Fubuki, observando o aproximar de Rouge, com Star em seus braços, junto de Keiko, Anya e Martina. – Nunca vi uma W-battle tão fantástica como essa!
– Eu disse que seria. – afirma Martina, sorrindo. – Mas admito que nem mesmo eu esperava algo tão bom.
Rouge, então, passa pelo grupo e segue seu trajeto, em direção a um dos vários corredores internos do camarim. Eles continuam lhe observando, enquanto Keiko fala:
– Ela já venceu este torneio. Não tem para ninguém.
Assim que os pés de Zang tocam o local, Mei corre para seus braços, abraçando com afeto e repousando a porção direita da sua face em seu peitoral. Entre lágrimas e com suas pálpebras fechadas, ela diz:
– Parabéns, pai! Você foi ótimo!
– Assim como você também foi contra ela. – fala ele, acariciando o topo da cabeça da filha com os dedos da mão direita. – Porém, Rouge é uma pessoa que não pode ser derrotada. Não em WWW.
Mei reabre seus olhos e ergue sua face, encarando o pai com ela úmida e avermelhada. Alegre por ter visto tudo aquilo e por agora senti-lo verdadeiramente disposto a ser feliz, a Virtude se aperta ainda mais no pai, declarando:
– Te amo muito!
É... A W-battle travada pelas duas grandes lendas em WWW chegara ao fim. Porém, as marcas por ela deixadas prometem permanecer eternamente nos corações de muitos – e não somente nos de Rouge e Zang. Percebendo tal fato, ele corresponde:
– He... Eu também te amo, e bastante, minha pequena preciosa...
/--/--/
Enquanto isso, em algum ponto interno do camarim...
– Eu preciso parar de chorar... – fala Yuni, saindo do banheiro feminino.
Desde o término da W-battle em que foi derrotada, veio para cá e se derramou em prantos solitários. Não por ter perdido o torneio, mas por ter perdido sua melhor amiga. No fundo, está agora pensando no que será de Lucy, como ela pode estar...
– Mika’il, você por aqui... – se surpreende Sisshin Takayama, de braços cruzados, ao se deparar com o citado.
Com seu rosto cabisbaixo, a jovem Yuni o ergue ao ouvir a voz daquele que travou uma disputa tão acirrada consigo. À certa distância, estão os dois sujeitos que, agora, permanecem um diante do outro se encarando com seriedade. Parecem ser conhecidos de longa data...
– O que quer? – questiona o mais alto, de modo meio rude, sem demonstrar interesse em uma conversa com o ruivo.
– Entender o que houve para mudar tanto. Tudo foi por causa do que aconteceu com a vila?
A vila a que Sisshin se refere é o lar onde vivia Mika’il. Vivia, pois a mesma já não existe mais. Ouvindo o último comentário do ruivo, por alguma razão, Yuni se sente interessada e acaba ficando no mesmo ponto para escutar mais.
– Me deixe em paz, por gentileza. Não me use como bode expiatório para passar seu tempo... – pede o mais velho, desviando-se dele e passando ao seu lado esquerdo.
A mão do menor vai até o pulso direito de Mika’il, prendendo-o com força e impedindo-o de seguir. Irritado, o maior puxa sue braço abruptamente, voltando seu olhar carregado de ira para Sisshin:
– Dá para você parar de me importunar? Vim aqui participar deste torneio por meus próprios objetivos e não para falar com pessoas do seu tipo. E já não tenho nada mais a fazer neste lugar.
Sendo assim, sem de fato ter o desejo ou a intenção de perder um segundo sequer da sua vida com o ruivo em questão, o jovem que fora abatido por Fubuki durante as W-battles das preliminares se afasta, tomando seu próprio rumo. Afinal, é uma pessoa que, após os duros choques da vida, aprendeu a se virar sozinho sem ajuda de ninguém. E, de certa forma, Sisshin sabe que ele não mudará tão facilmente.
– Gostava mais do Mika’il antigo. Era um cara mais maneiro... – comenta para si mesmo, ao colocar suas mãos em seus bolsos e manter todo o seu corpo em direção daquele que se afasta. – Diferente desse “senhor armagura”...
Ao se virar para o outro lado, seus olhos acabam se encontrando com os olhos de Yuni. Por algum motivo, ela sente seu rosto corar e quase morre de tanta vergonha quando ele lhe mostra um estonteante sorriso.
Sisshin toma passos e começa a caminhar em direção a ela, o que faz com que o coração da amiga de Lucy dispare a mil por hora. Entretanto, ainda assim, quando ele está bem perto, se vira e toma como meta um dos corredores do local. Por alguns segundos, ela pensara que Sisshin vinha ao seu encontro.
– Ai garota, para de pensar besteira! – se repudia, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Não é hora de ficar imaginando coisas!
Com isso, Yuni se acalma e respira profundamente. Ainda com Lucy em sua mente, acaba se lembrando de Fubuki, Yume, Mei, Martina, Gon e Zang. É claro que não se lembra dos nomes de todos eles, mas jamais esquecerá as palavras que lhe foram ditas. E, por alguma razão, sente que pode confiar naquele grupo. Ao menos tentar... E é com tal mentalidade que a garota decide enfrentar todos os seus temores e implorar por ajuda. Afinal, não poderá mais ter a paz de antes enquanto não for capaz de resgatar sua amiga Lucy, esteja ela onde estiver.
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MensagemAssunto: 8 - Fubuki vs Envy: migalhas de sofrimento [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeQui 06 Fev 2014, 18:56

– Já é minha vez de novo! – exclama Fubuki, junto de Keiko, Anya e Martina.

Há pouco, o anfitrião do evento declarara os nomes da próxima W-battle. E, como era de se esperar, os chamados foram o dono do pequeno Star e Envy Scarlette Hellsin. Por isso, ele se vira para Anya e entrega seu cachorro, pedindo:

– Cuide do Star, por favor.

– Claro. – diz ela, sorrindo, ao receber o dócil animal

Sem demorar muito, Fubuki e Envy – que já estava próxima do grupo há alguns minutos – caminham para fora do camarim e se colocam em suas respectivas posições, de modo devido.

– Então terei que enfrentar ela... – pensa ele, ao se lembrar de quando a viu pela primeira vez e passar a fitá-la por alguns segundos, enquanto coloca suas cartas de metal no W-disk diante de si.

– WWW é um jogo muito divertido, não acha? – pergunta ela, aparentando estar bem animada, fazendo o mesmo que ele: duas das suas cartas de metal são prateadas e uma delas é dourada.

E os W-warriors surgem.

Pantera do Norte – VIDA: 2100/ MAGIA: 2000/ FORÇA: 2300/ AGILIDADE: 3000
Raposa do Norte – VIDA: 2100/ MAGIA: 2000/ FORÇA: 2100/ AGILIDADE: 2500
Lobo do Norte – VIDA: 2100/ MAGIA: 2000/ FORÇA: 2200/ AGILIDADE: 2800

Faraó – VIDA: 2600/ MAGIA: 2300/ FORÇA: 2000/ AGILIDADE: 1000
Cleópatra – VIDA: 2500/ MAGIA: 2400/ FORÇA: 600/ AGILIDADE: 1000
Esfinge – VIDA: 2800/ MAGIA: 2000/ FORÇA: 3000/ AGILIDADE: 000

– Você é um garoto interessante. – afirma Envy, tendo como carta metálica dourada a que representa a Esfinge.

Apesar do elogio, ele nada diz. Por alguma razão, no fundo, também vê algo nela que lhe desperta interesse. Apenas não saberia dizer exatamente o quê.

– Comecem! – declara o anfitrião.

– Aurora Boreal! – o dono de Star inicia com sua estratégia básica, erguendo o braço direito por alguns segundos, usando seu indicador para apontar para o céu.

A pantera, a rabosa e o lobo saltam para o alto: ao mesmo ponto indicado por seu usuário. Uma forte luz, em seguida, os envolve e se volta contra os W-warriors de Envy.

– Isso não vai funcionar tão rapidamente contra os meus W-warriors, pois eles têm boas pontuações em MAGIA! – afirma a garota, sem se abalar, lembrando-se da execução do Aurora Boreal durante a disputa entre Fubuki e Mika’il.

As feras de Fubuki retornam para o chão após o belíssimo show de suas luzes. No caso, o comentário de Envy se refere ao fato de que a Aurora Boreal é pura MAGIA. Quanto menor a pontuação do seu alvo em tal quesito, mais rapidamente é derrubado.

– Punição Egípcia! – determina ela, sem se preocupar com tal coisa por ora.

O Faraó de Envy movimenta seu braço direito, manuseando um longo chicote dourado. Então, tenta atacar, de uma só vez, todos os três seres do oponente. Porém, habilmente, eles desviam.

– Adaga Egípcia! – mais uma vez, clama a garota, mas agora para sua Cleópatra.

A figura feminina ergue o braço esquerdo e, ao abaixá-lo velozmente, atira a adaga em sua mão contra seus alvos. O objeto, pequeno e dourado, se transforma em uma grande e ameaçadora serpente de mesma coloração. Os três animais brancos – virtuais, todavia – de Fubuki no campo, rápidos, desviam da investida outra vez. Em seguida, a cobra se transforma em uma adaga novamente, permanecendo caída em um canto da arena.

– Rugido Egípcio! – mais uma declaração de Envy.

Agora é a grande Esfinge. A estátua viva abre sua boca e, dela, centenas de pedregulhos são disparados contra os seres do adversário. Mesmo assim, como antes, os animais utilizam de ágeis movimentos para escaparem de cada uma das pedras.

– Ele está tentando ganhar tempo para que a Aurora Boreal faça efeito. – pensa a jovem, observando a face de concentração do oponente.

De repente, a cabeça da bela começa a doer. Levando a palma direita para a mesma, algumas lembranças falhas e desconexas surgem em sua mente no processo.

– O que isso significa? – imagina, tentando entender a razão de estar tendo tais confusas lembranças: até mesmo parecidas com as que teve encontrando-se com Muey Muong.

– Garras Boreais! – exclama Fubuki. – Ataquem o Faraó!

Os três animais se reúnem e, com uma incrível agilidade, se aproximam do alvo e atacam com suas garras cintilantes sem parar.

Envy, que abaixara um pouco seu rosto quando a dor começara, a ergue outra vez – mas mantem sua palma colada nela. Então determina para a Esfinge:

– Paralisação Egípcia!

Os olhos de pedra da criatura se tornam brancos por alguns segundos. Tempo suficiente para paralisar por completo os movimentos das feras de Fubuki, que ficam à mercê do próximo ataque de Envy:

– Florescência Egípcia!

Mais uma vez, a Esfinge entra em ação. Erguendo seu grande braço direito, a criatura tapeia o chão, fazendo pilares de terra – tão colossais quanto ela – surgirem do mesmo, em direção aos W-warriors de Fubuki. O Faraó salta para trás para não ser atingido e, paralisados, os animais são pegos em cheios e jogados para o alto.

– Ponte Boreal! – Fubuki reage, ao olhar para eles no céu e perceber que pelo menos parte dos movimentos dos três voltaram.

A Pantera do Norte é quem age. Com um rugido, cria uma espécie de arco-íris que chega até o chão – porém, esse possui somente branco. Os outros dois animais se remexem no ar e caem de pé – ou de patas – sobre a Ponte Boreal. Em seguida, a própria Pantera do Norte faz isso.
Então, o garoto pensa em fazer o próximo movimento. Contudo, ao notar que sua adversária não está se sentindo bem, questiona:

– Está passando mal?

– Não se preocupe. – pede ela, tentando disfarçar a expressão de quem sofre uma dor de cabeça daquelas.

Os flashes de sua memória vaga continuam a invadir sua mente. Envy tenta deixar isso de lado, mas não consegue: as lembranças insistem e se tornam cada vez mais fortes. Contudo, são coisas incompletas e sem nexo nenhum, que não garantem a ela nenhum entendimento.

– Mumificação! – exclama.

Bandagens, através de uma breve força luminosa, surgem ao redor da Cleópatra. Em seguida, o mesmo acontece com a Pantera do Norte de Fubuki. Segundos depois, ambas as criaturas são desintegradas, varridas da disputa. Por consequência, a Ponte Boreal se desfaz e os dois W-warriors restantes do dono de Star voltam para o chão.

– Você sacrificou sua W-warrior com uma técnica suicida!? – indaga ele, surpreso.

– Sim. E se eu pudesse, cometeria outros sacrifícios para que essas dores em minha cabeça tivessem fim! – grita, estranhamente nervosa. – Veja o que eu, Envy Scarlette Hellsin, a quinta Virtude, sou capaz de fazer!

– Então ela também é uma delas! – mentaliza ele, nem tão surpreso, na verdade: já esperava.

Fubuki agora entende. Talvez pelo fato de WWW conectar os sentimentos dos jogadores de modo formidável. E quando a ligação, dos mesmos, com o jogo é alta e suas essências semelhantes, a compreensão mútua é quase inevitável. É por isso que ele compreendeu: o que lhe chamou a atenção em Envy foi o que vive no coração da mesma.

– Espírito Egípcio! – declama a jovem, enquanto suas dores se elevam cada vez mais.

Um brilho dourado envolve a Esfinge. Em seguida, abre a boca e dispara inúmeros feixes de luz contra os dois seres de Fubuki. Contudo, ainda assim, eles conseguem escapar.

– Os ataques dos meus W-warriors são bem lentos para acertá-los. Será que não posso vencê-lo? – imagina ela. – Porém, eu não posso perder aqui! Não enquanto o pessoal do orfanato estiver precisando de mim!

– Você é órfã como eu, não é? – pergunta o garoto, para a surpresa total dela.

Repentinamente, as memórias vagas que planavam na mente de Envy ganham clareza total. São imagens da época em seu passado de que pouco se lembra. O que está, agora, na cabeça da garota são imagens de uma pequena garota brincando com uma mulher e um homem em um jardim de rosas brancas. Entende que é ela mesma se divertindo com seus pais, em algum momento antes de ir para o orfanato Santa Cruz.

– Eu era, não sou mais. – afirma a jovem, enquanto as memórias continuam planando em sua cabeça. – Hoje tenho uma família, mas não posso esquecer do orfanato e das pessoas que, lá, me acolheram.
A “metralhadora de luzes” na boca da Esfinge cessa, pois chegara ao seu limite alcançável. Ainda assim, os dois W-players continuam se observando na arena de combate.

– É Caridade o que te representa. Não tenho dúvidas. – afirma Fubuki, com plena certeza do que fala.

– Como sabe se eu não disse? – questiona ela, ainda mais surpresa.

– Os nossos sentimentos estão sendo interligados por esta W-battle. – alega o garoto, quando passa a exibir um leve sorriso de aura relativamente tristonha. – Além disso, como também passei por coisas que você pôde ter passado, fica tudo mais fácil. Tenho certeza de que seu objetivo por aqui é ganhar aquele prêmio para levar para o orfanato que deve ter te acolhido.

De repente, lágrimas brotam nos olhos da Hellsin. Sentindo-se no dever de se manifestar de novo, o faz então:

– As pessoas, muitas vezes, pensam que sofrimento é ter uma doença séria, vegetar em uma cama de hospital ou perder alguém que ama. Sejam ricos ou pobres, tolos ou sábios, belos ou feios... Todas as pessoas no mundo estão à mercê dessas dores. Contudo...

– A solidão é o que mais fere. – ele a interrompe. – Estar sem ninguém quando seu coração clama por consolo te faz perder o sentido de viver.

Envy, apesar de ter perdido parte de sua memória por alguma razão, se lembra dos momentos que passou vivendo nas ruas sem ninguém. Fubuki, em um caso semelhante, jamais se esqueceu dos dias amargos passados como um morador de rua. Ela foi acolhida por um orfanato e ele passou a lutar pela vida ao lado do cão Star. Porém, por mais que um pouco de felicidade tivessem chegado às suas vidas, as manchas da solidão não foram apagadas facilmente.

– Faz todo o sentido você ser a Virtude da Caridade e querer agradecer aqueles que lhe acolheram. Eu, se pudesse, também faria o mesmo. – completa, se referindo agora à família de Yume que lhe tirou das ruas.

– Sim. – confirma Envy. – Nós, seres humanos, costumamos dar mais valor ao que temos quando perdemos. E damos ainda mais valor quando nunca tivemos nada e começamos a conquistar.

O sorriso de Fubuki muda. De algo triste, passa a ser feliz e compreensivamente radiante. Não há, no momento, hesitações ou temores em seu estado de espírito.

– E eu quero fazer mais por quem ainda não tem nada. Quero que elas possam se sentir aquecidas como eu me senti. – afirma ela, esbanjando mais e mais lágrimas. – Este torneio seria a maneira de abençoar tantas pessoas que clamam por alguém.

Repentinamente, Fubuki dá as costas para ela. E, para a surpresa de todos, ergue seus braços e começa a gritar:

– Ei vocês! Este não deve ser o espetáculo que esperavam, não é?

– O que o Fubuki-chan está fazendo!? – Yume se pergunta, ao voltar de onde tinha ido e se reagrupar com Keiko, Anya e Martina: todas no camarim, observando a pausada W-battle.

– Está expondo o que sente. – afirma Ketsui, nos braços de sua dona.
Todos os presentes estão surpresos. Pelo visto, um “mero menino de rua” tem a intenção de passar uma lição de moral...

– Vocês ficam aí, se queixando dos seus pequenos problemas e aproveitando seus longos momentos de alegria! Vez ou outra, podem ver nos olhos dos seus filhos, pais, parentes e amigos a verdadeira felicidade! Mas e aqueles que perderam tudo o que tinham!? Como ficam!? – enquanto vai falando, Fubuki vai olhando para o rosto de pessoa diferente na arquibancada: não há ninguém que não presta atenção em suas palavras agora. – Sei que há até quem sonha em ser pai ou mãe e reclama quando um filho biológico não pode vir, mas o engraçado é que são poucos, entre tais, que pensam em adotar. No fundo, no fundo, o sangue acaba sendo mais importante para o amor em suma maioria: deprimente! Se nem ao menos pessoas hipócritas assim se dão ao trabalho de nos entender... Por favor então, não venham nos falar de sofrimento!

Por alguns segundos, ele se cala. E ninguém ousa dar nenhum pio sequer. Apesar disso, após um suspiro, o garoto, revoltado, decide encerrar:

– Me recuso a fazer parte do show que garante o entretenimento para a “galerinha”... Para a provável maioria de vocês, que não olham para nada além do seu pequeno e seleto mundinho.

Na sequência, o garoto se vira para o anfitrião do evento – ele tão bobo quanto os espectadores. Ao erguer a palma direita ao alto, Fubuki declara:

– Eu me ren...

O Faraó e a Esfinge de Envy se tornam migalhas e desaparecem. A Aurora Boreal das criaturas do seu adversário fez efeito. E, surpreso, Fubuki muda seu foco de olhar para ela.

– Eu perdi... – pensa a jovem, no mesmo momento em que sua dor de cabeça some por completo, tal como as memórias que lhe invadiam. – Sakura-chan, Eli-chan... Pessoal...

– Fubuki venceu. – afirma o anfitrião.

Para ele, nem é preciso gritar. O silêncio reina de tal forma que um comentário em tom normal, agora, pode ser ouvido por qualquer pessoa presente neste estádio.

– Fracassei... – diz Envy, para si mesma, em um tom bem baixo, quase como um sussurro. – Eu...

– Eu vou vencer! – exclama Fubuki, ao aparecer perante sua adversária, fazendo-a erguer sua pasma face. – Por você e por aqueles que você luta!

Ela não havia percebido, mas ele veio caminhando em sua direção com um sorriso ainda mais brilhante do que aquele que exibiu antes de suas palavras de dura repreensão ao público. Com seus olhos entre lágrimas, ainda, Envy usa sua mão direita para secá-los. E, vendo que a intenção de Fubuki é fazer com o prêmio o mesmo que ela pretendia fazer, entende: a verdadeira vitória não se resumia a ganhar a W-battle, mas levar ao orfanato – seu amado antigo lar – a ajuda que precisa.

– Obrigada... – agradece, sorrindo também.

Os jovens se ladeiam e caminham em direção ao camarim. E quando entram, Yume corre para ele, abraçando-o com muita força.

– Fubuki-chaaaaaaaan!!! – grita ela, freneticamente comovida por tudo.

– Yu-Yume... Você vai esmagar os meus... Ossos! – fala, com dificuldade, sentindo o seu corpo ser compresso pelo que deveria ser uma prova de afeto.

– Coitado. – alega Ketsui, bem próxima e assentada ao chão, de olhos fechados, movimentando o rosto horizontalmente. – Conquistar o carinho de Yume-hime pode custar bem caro.

Como Envy veio ao lado direito de Fubuki, parara junto dele quando a outra garota “o atacou”. E, vendo a cena, libera algumas leves risadas. Nisso, Yume desata o abraço e o pobre garoto solta um profundo suspiro de alívio, curvando-se por alguns segundos. Anya, Keiko, Martina e a gata “pavio curto” assistem a tudo.

– Você e o Star-chan nunca mais vão estar sozinhos! – declara a jovem Agamenon, com uma plena certeza em sua voz. – Vou abraçar muuuuuuuuuuuuuuito o papai até convencê-lo a deixar vocês viverem conosco de verdade!

Ketsui, com os olhos já bem abertos, se espanta. Saltando para a cabeça da dona, questiona, abaixando sua cabeça um pouco para olhá-la nos olhos:

– Como é que é!? Terei de morar sob o mesmo teto que aquele pulguento!?

Ao ouvir isso, Star, nos braços de Anya, late duas vezes como quem tenta se defender.

– Amargo é você, serzinho inferior! – repudia a felina, dirigindo seu olhar para o cão, como se estivesse falando com ele. – Não tenho que conviver com pulguentos!

Todos, exceto os dois animais, começam a rir – rir seria uma tarefa meio “complicada” para o cachorro, já que nem falar ele sabe... Em poucos segundos, Martina dirige seu olhar para Fubuki ao parar de rir – antes dos demais. E articula:

– Eu estava mesmo com a razão ao seu respeito!

Com isso, todos param de rir também. É então que a voz de outra pessoa ecoa:

– Por favor, me ajudem!

Todos se viram em direção à tal voz. É Yuni. E, aflita, a recém-chegada clama:

– Eu preciso de ajuda! Tenho que salvar a Lucy-kun custe o que custar!!


/--/--/


Longe dali, no refúgio de Misuro Asachi...

– Até quando vou ficar aqui? – Lucy, presa no salão escuro no qual foi deixada pelo vilão, se pergunta, andando lentamente de um lado para o outro. – Será que vou conseguir sair daqui com vida?

– Provavelmente não. – responde uma voz masculina.

A garota para de andar. O fazia para ver se encontrava, no local, alguma maneira de fugir. Ainda não tentara encarar o portão de ferro, mas pela aparência do mesmo, será impossível passar por ele. Porém, ao ouvir o timbre de Muey Muong, se vira de imediato para o mesmo. O aliado de Misuro, ladeado à direita por uma mulher, vem na direção da jovem.

– Misuro-sama pretende quebrar o selo que lacra os 21 Shadows e tomar o poder de cada um deles.

Isso, é claro, quando o Hakanai escolhido conhecer as sete Virtudes. – explica o homem que, se bem analisado, parece um sacerdote com as vestimentas que usa.
Ao se aproximar o suficiente, a dupla para a poucos metros perante Lucy. A mulher que veio acompanhando Muey é dotada de longas madeixas púrpuras que alcançam sua cintura, olhos dourados, pele pálida. Debaixo do esquerdo, há uma cicatriz que vai até seu queixo.

– Esta é Mai Ushiromiya. – afirma o homem, ainda de máscara como quando aparecera no torneio: na realidade, está exatamente do mesmo jeito de quando o fez. – Ela cuidará do treinamento para desenvolver e aprimorar sua Hakanai.

– Isso mesmo. – a mulher se manifesta, sorridente. – E se não conseguir isso em um mês, terei de matá-la.

Os olhos de Lucy se arregalam. Mai acaba rindo, mas prossegue pouco depois:

– Olha, eu costumo mentir por pura diversão, mas desta vez é verdade: se não conseguir ter sua Hakanai sob seu controle em um mês, morrerá.

Ouvindo isso, a garota engole seco. Como quem tenta se proteger, coloca as duas mãos à frente do seu corpo. No fundo, sabe que é em vão. Desse modo, encarando-a, Muey Muong determina:

– Suas chances de sobreviver são mínimas. Tem apenas duas escolhas: cooperar conosco e viver ou nos desafiar é ser morta sem piedade.

Na sequência, mantendo seu sorriso sádico, Mai questiona, com as mãos na cintura:

– E aí? Qual vai ser??
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MensagemAssunto: 9 - Montando cenários [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeSex 14 Fev 2014, 13:45


– Responda garota! – exige Mai. – Qual vai ser?

A pobre Lucy diante de Muey Muong e Mai Ushiromiya. Eles, juntos, aguardam a resposta da garota.

– Vocês estão sendo bonzinhos demais com ela. – fala uma voz masculina.

Os dois aliados de Misuro viram suas faces em direção a quem se aproxima. Notam, como já esperavam, que são quatro sujeitos.

O primeiro à direita é Dante Osphichius, um homem alto de cabelos – até o pescoço – negros levemente arrepiados, olhos vermelhos, pele pálida, corpo com medidas bem distribuídas: foi quem fizera o comentário anterior.

O segundo a esquerda, de estatura mediana, é seu irmão mais jovem Hyro Osphicius, um garoto de olhos azuis e cabelos loiros bem arrepiados, dono de uma pele relativamente bronzeada e uma peculiar cicatriz no lado esquerdo do seu pescoço.

Já quem se encontra do outro lado de Hyro é Pietro Fountelle, um ruivo – com cabelos lisos até a nuca – de pele clara e olhos negros. Possui um piercing de argola na ponta direita da respectiva sobrancelha. Sua face demonstra certa fragilidade. E, apesar de ser o menor dos aliados de Asachi, é também o que demonstra a expressão mais segura.

Por último, mas não menos importante, está o alto Cortam. Aparenta ser o mais jovem do grupo, dono de olhos profundamente amarelos, um corpo atlético e pele pálida, na qual há várias tatuagens – de cor azul escura – tribais, mas nada que o torne “estranho” demais. Seus cabelos são negros repicados e bagunçados.

– São vocês... – comenta Mai, sem muito ânimo.

Lucy, amedrontada, alterna seu olhar entre cada um dos que apareceram agora. Contudo, quando paira sua visão sobre Hyro, sente algo diferente nele. De algum modo, ele não exala o ar de perigo que é capaz de sentir nos demais. E permanece fitando-o por alguns segundos. Entretanto, ele logo percebe e ela desvia seu olhar para baixo.

– Quem ficou responsável por treinar a garota? – pergunta Dante, o irmão mais velho de Hyro, cruzando seus braços e dirigindo seu olhar para Mai.

– Eu. Por quê? – indaga ela.

– Deixe essa tarefa para o Hyro. – recomenda Cortam, chamando para si os olhares de todos.

– Por que eu deveria fazer isso? – pergunta a mulher, colocando suas mãos sobre sua cintura. – Misuro-sama deu a mim a missão de treiná-la ou matá-la caso nenhum resultado seja notado em um mês.

Repentinamente, Cortam coloca sua palma direita sobre o respectivo lado da sua testa. Sem demonstrar nenhum sentimento evidente, fala:

– Meu sistema computacional interno diz que ele é o mais indicado para realizar esse feito. Enquanto você possui apenas 31% de compatibilidade com a missão, Hyro possui 93%.

– Como é!? – ela se espanta ao ficar ciente da absurda compatibilidade de Hyro descrita por Cortam. – Seus parafusos devem estar soltos porque isso não pode ser verdade.

– Mai-san, não desconfie nunca das capacidades analíticas dos sistemas internos de Cortam-san. – recomenda Muey Muong, chamando para si o olhar dela. – Eles foram criados para não cometerem falhas em momento algum.

– Bem, que seja. – fala, abanando sua palma direita bem próxima de sua face, mantendo assim seus olhos fechados. – Não me importo mesmo com essa garota. Contudo, caso Misuro-sama desaprove a decisão, não serei eu que arcarei com a fúria dele.

O grupo presente que segue Misuro são pessoas classificadas como Hakanais Sombrios. Na sociedade secreta que conhece as lendas relacionadas à Guerra Celestial, são indivíduos com essa denominação Hakanais bandidos que cometem crimes utilizando suas habilidades especiais por proveito próprio. O principal objetivo do grupo de Misuro Asachi, no momento, é trazer ao mundo os Shadows, mais uma vez, e domar o poder dos mesmos.

– Quem fica com o treinamento de Lucy-san é o menor dos detalhes. – opina Pietro. – O foco com qual devemos nos atentar é o sucesso do desenvolvimento do potencial que ela tem. E como Cortam-san já deixou claro, não há entre nós ninguém melhor para isso do que o Hyro-san.

Mai suspira profundamente, abrindo suas pálpebras e revirando os olhos. Na sequência, Cortam se vira para Muey Muong. E indaga:

– Onde está Misuro-sama?

– Creio que ele foi dar o primeiro e definitivo passo para o eclodir da Guerra Celestial. – responde. – Me sinto no dever de dizer que temos que nos preparar, pois somos poucos homens para enfrentar adversários tão habilidosos.

– Eu sou mulher. – comenta Mai, cruzando seus braços abaixo dos seus seios, olhando para ele com um olhar de reprovação.

– Usei o termo de modo genérico. – alega Muey, com calma e serenidade. – Zang Sasaki, Martina Winchester e Gon são, atualmente, nossos inimigos principais. É bem provável que as Virtudes estejam em um nível que não ofereça perigo aos nossos planos e posso dizer algo ainda pior do escolhido, que sequer conhece sua Hakanai. Entretanto, há uma mulher que devemos temer...

– Está falando daquela antiga inimiga de Misuro-sama? – pergunta Hyro.

– Exato. Moon. – confirma o mascarado. – Aquela mulher se deu como morta anos atrás, mas descobrimos que foi pura armação. Em algum lugar, ela está se escondendo, arquitetando seus planos para nos destruir. Não podemos permitir.

– E o que iremos fazer a respeito? – desta vez, é Pietro.

– Quando descobrirmos onde ela está, a mataremos. – afirma ele. – Todos nós, juntos, seremos capazes de acabar com aquela criatura desprezível e asquerosa. Sabem que um ou outro acabará morto no processo, não sabem?

– Hum, até parece que essa tal Moon poderá com todos os Dark Six. – ela debocha.

Dark Six é o termo que define os seis mais poderosos seguidores de Misuro Asachi. Estão, aqui, presentes todos eles.

Ao ouvir a afirmação da mulher, Muey Muong utiliza sua mão direita para retirar sua máscara. Ao fazê-lo, todos olham para sua face – inclusive Lucy – e somente Cortam não se surpreende.

– Foi isso o que esse tipo de pensamento em meu passado trouxe para mim. – alega Muey, mantendo sua face, notavelmente afetada, para eles. – Subestime aquela mulher e, quem sabe, perca muito mais do que seu rostinho bonito.

Ninguém nada mais fala. Dessa forma, ele recoloca sua máscara e prossegue:

– Estejam preparados. Antes mesmo do escolhido conhecer as sete Virtudes, a Guerra Celestial vai começar. Estamos movendo nossos pauzinhos para que tudo seja conduzido da forma que nos favorece.

– Tem mais alguma coisa a ser dita nesse debate enfadonho? – indaga Mai, alternando seu olhar entre seus aliados.

– Não. – afirma Muey Muong. – Hyro-san, como você vai cuidar do treinamento da garota, ficará aqui e já começará dando início à sua missão. Todos os demais, inclusive eu, nos retiraremos.

Ao fim das suas palavras, ele começa a caminhar. Sem pestanejar, Mai Ushiromiya, Pietro Fountelle, Cortam e Dante Osphichius passam a segui-lo. Após certo tempo, já não resta ninguém no local se não Lucy e o encarregado de desenvolver sua Hakanai: o irmão Osphichius mais jovem.

A menina, apesar disso, não teme a presença de Hyro. Pelo contrário, se sente aliviada por estar somente com ele e não com todos aqueles outros indivíduos de fazer gelar a espinha.

– Você não é como os outros. – fala ela, encarando-o, assim como ele lhe faz.

– Em que sentido?

– Você não é maquiavélico, nem tem um ar de uma pessoa má. – explica. – Não sei como sinto isso, mas é claro para mim que você não é como eles.

Ouvindo isso, ele se agacha. E quem, até agora, se mantinha sério sorri. E sorri de modo radiante, o que Lucy jamais esperaria ver em um local como este.

– Sou um embaixador do Palácio Estelar infiltrado no grupo de Misuro Asachi. – declara ele.

A voz que invade os ouvidos de Lucy parece ser o envolvente timbre de um anjo. Fica mais do que óbvio que, até o momento, Hyro atuara: e de forma tão formidável quanto Mai, que de atriz ruim nada tem. Por alguma razão, a garota sente uma paz invadir seu interior, eliminando todo o medo.
Com sua forma de se portar bem diferente da anterior, o sujeito determina:

– Não precisa se preocupar. Enquanto eu estiver aqui, nada de ruim lhe acontecerá. Porém, preciso contar com a sua ajuda. Posso?

– O que preciso fazer?

– Primeiro: não levante suspeitas de que sou um espião aqui. – ele, ficando relativamente mais sério, começa a enumerar. – Segundo: faça de conta que sou a pessoa mais perversa e maligna que já conheceu em toda a sua vida. E terceiro: colabore, por favor, com o seu treinamento. Caso nenhum resultado seja identificado na evolução das suas habilidades em um mês, nem mesmo eu poderei te proteger.

– C-claro. Farei tudo isso sim. – confirma ela, exibindo um meio sorriso.

– Ainda bem. – fala ele, voltando a sorrir.

Com isso, Hyro reassume sua posição ereta. Colocando suas mãos na cintura, diz, encarando-a:

– Prepare-se! O seu treinamento vai começar!


/--/--/


Em algum local bem longe dali...


– Então esse é o Deserto dos Pesadelos? – pergunta um homem andando ao lado de uma mulher.

Ele é alto, de pele parda, cabelos negros curtos e espetados, olhos castanhos e corpo relativamente atlético. Além de jovem, usa óculos e parece ser alguém com excelente condicionamento físico.

– Sim. – responde a mulher, que mantem sua face oculta por um grande chapéu branco, decorado por duas pontas de uma fita prateada que, agora, voam ao vento. – Pensei que chegaríamos ao nosso objetivo por conta própria, mas me enganei.

O homem, que mantem em seus braços um caderno prateado e uma caneta atrás da sua orelha direita, volta sua face para frente. Desse modo, percebe que há um verdadeiro batalhão de desconhecidos vestidos de preto. Com uma rápida análise, determina:

– 147 Hakanais, sendo que 40 são classe A, 51 são classe B e 56 são classe C.

– Compreendo. – fala a mulher, ao parar bem aqui.

Seu companheiro também cessa seus passos. Dessa maneira, um dos homens desconhecidos questiona:

– Está com medo!? Logo você, que é tão famosa por sua Hakanai rara e suas habilidades tão singulares!? No fundo, era tudo pura lenda, mulher... !?

Se tratam de seguidores de Misuro Asachi. Além da Dark Six, há vários outros Hakanais Sombrios que desejam trazer os Shadows de volta para a Terra. Sendo famoso por seu poder e por seus feitos no cenário de batalha, Misuro foi capaz de reunir grande parte desses patifes e conseguiu fazer um legítimo exército. Por outro lado, ele reconhece somente os integrantes da Dark Six como verdadeiros guerreiros.

– Por gentileza, permita-me acabar com todos eles. – pede o aliado da mulher, fitando-a enquanto pede.

– Não quero parecer rude, Yuzuru, pois reconheço seu poder. – fala ela, com um doce e sereno timbre de voz. – Contudo, caso eu deixe a tarefa de erradicar esses adversários em suas mãos, levaremos um tempo do qual não podemos contar.

– Em outras palavras...

A mulher salta para o céu na direção do grupo inimigo. Nesse breve momento, é possível apreciar a veloz imagem do seu corpo escultural, da sua pele clara e dos seus longos cabelos prateados que chegam até seus pés – mas que, no ar, esvoaçam como finos fios de prata. Quando chega ao solo, misturando-se com seus adversários, é possível ver uma extremidade de lâmina em cada uma de suas longas mangas: são adagas feitas de diamante.

– Vai acabar com todos eles sem piedade. – Yuzuru completa sua afirmação, retirando a caneta de sua orelha e abrindo o seu caderno. – Preciso fazer anotações.

De modo ágil, a alta e formosa mulher vai abrindo caminho entre seus adversários, atacando-os com suas duas adagas. É tudo tão veloz que eles sequer têm tempo de reação.

– 45... 67... 79... 121... 146... – recita Yuzuru, fazendo anotações enquanto avalia o desempenho de sua aliada.

– Idiota! – grita o último do grupo, ao surgir bem atrás dele, manuseando uma espada com ambas as mãos: pronto para decapitar Yuzuru.

– 147. – termina ele, ao levantar seu caderno e acertar o rosto do seu inimigo sem sequer olhar para trás.

De forma fenomenal, o corpo do sujeito é atirado por metros e metros para trás. A simples cadernada que levara foi o suficiente para isso. Acertando seus óculos com sua mão desocupada, Yuzuru olha para as costas da mulher – afinal, ela está de costas para ele no momento. E questiona:

– Podemos prosseguir agora, Moon-sama.

Ela, agora parada e cercada por vários corpos, abaixa seus braços. Suas duas adagas são recolhidas paras suas mangas – que, de tão longas, ultrapassam alguns centímetros as suas mãos, impossibilitando qualquer um de vê-las mesmo quando ela está em batalha. E alinha seus braços de forma paralela ao seu corpo curvilíneo. Com seus estonteantes olhos prateados, Moon se vira para seu assistente. Sorrindo com seus lábios – tão prateados quanto suas madeixas e íris – chamativos, a mulher fala:

– Vamos sim, querido.

Mais uma vez, ela dá meia volta, começando a caminhar logo depois. Yuzuru fecha seu caderno e coloca sua caneta atrás de sua orelha, passando a segui-la com o passo apertado para voltar a ladeá-la. É assim que a dupla continua sua jornada rumo ao objetivo que, em hipótese alguma, deve ser deixado de lado.



/--/--/


Enquanto isso, no camarim do estádio Millenium...

O torneio está, no momento, em pausa de 10 minutos. Aproveitando tais circunstâncias, Fubuki com Star, Yume com Ketsui, Rouge, Envy, Mei, Zang, Gon, Martina, Anya, Yuni e Keiko estão reunidos.

– Espero que tenha entendido. – declara Zang, de braços cruzados perante Yuni. – Não é nada fácil invadir o quartel general daqueles crápulas, sendo que sequer sabemos onde isso fica. É arriscado demais.

– Sinto muito, mas sua amiga não poderá ser ajudada por nós. – lamenta Martina, notando a agoniada expressão da garota.

– Será que a Ketsui não consegue rastrear algum rastro da energia do tal Misuro? – pergunta Fubuki, chamando para si a atenção geral. – Afinal, ela é a única capaz de fazer isso, certo?

– Infelizmente, isso é impossível, bobão. – declama a felina, que se encontra nos braços de sua dona assim como Star está nos braços de Fubuki. – Seres sensíveis à energia não são capazes de rastreá-las a distâncias longas demais. É preciso estar em um raio de proximidade mínimo para isso.

– Significa que terei que esperar sentada para eles cometerem a boa ação de libertar a minha amiga!? – questiona Yuni, indignada. – Isso é inacreditável! Logo depois de tanto discurso de heroísmo que ouvi de vocês!? Se são vocês os mocinhos, não quero nem esperar para ver os verdadeiros vilões.

– Será que não entende que não há nada ao nosso alcance que possa ser feito em prol da sua amiga? – indaga Zang, que não se altera, respeitando o momento de angústia da mais jovem.

– Talvez haja. – afirma Mei, que recebe os olhares de todos. – Minha Hakanai é a Cosmic Summon. Talvez, eu possa ajudar.

– Ela também é uma Invocadora!? – Yume pensa surpresa, observando-a.

O termo Hakanai é bem amplo e enquadra toda e qualquer pessoa que possui dons especiais, servindo também para se referir a esses poderes sobrenaturais. Alguns tipos de Hakanais são, por exemplo, os Elementais, Sensitivos e os Invocadores. Tanto Yume quanto Mei pertencem ao terceiro grupo.
Com sua mão direita, a filha de Zang toca uma das pérolas cristalinas do seu colar. Fechando seus olhos, recita:

– Estrelas, nebulosas, galáxias... Agora envio o meu clamor! Invocação Cósmica: Ammy, a Estrela Terrestre da Perfeição!

Uma luz surge diante de Mei. Em instantes, se materializa aqui uma criatura humanoide – de aparência feminina – de longos cabelos negros e olhos tão escuros quanto, dotada de asas transparentes bem parecidas com as de uma borboleta.

– Olá Mei-sama. – fala a criatura que parece, e muito, ser uma espécie de fada.

– Olá. – diz ela, sorrindo, ao reabrir suas pálpebras. – Preciso da sua ajuda.

– Gostaria de adivinhações sobre seu futuro? – sugere a amável criatura.

– Não exatamente.

– A habilidade dela é prever o futuro? – pergunta Yume, curiosa.

– Mas como isso poderá ajudar na nossa busca pelo paradeiro da Lucy-san? – desta vez, é Fubuki.

– Ai, que menino lerdo. – reclama Ketsui, revirando seus pequenos olhos. – Se a habilidade da criatura cósmica dela é prever o futuro, ela poderá tentar ver as possibilidades que esperam a Lucy. Isso poderá nos ajudar a descobrir onde ela está.

– Na verdade, Ammy possui outras habilidades, mas a de previsão de possibilidades é a mais útil no momento. – Mei deixa bem claro.

Zang, sem silêncio, fita a face de sua filha. E acaba por sorrir, pensando:

– Já tem nível para fazer uma invocação cósmica classe B com tão pouco tempo de treinamento e experiência? É... Talvez eu estivesse subestimando você, filha...

– De uma maneira ou de outra, como pretendem seguir nessa missão? – questiona Martina. – Mesmo que saibamos onde é o covil dos nossos inimigos, enviar o escolhido e tantas Virtudes para lá será como criar um colapso interdimensional e destruir todo o mundo.

– Como assim!? – Fubuki, arqueando sua sobrancelha esquerda.

– A Guerra Celestial começa oficialmente quando o escolhido conhece todas as sete Virtudes. – Gon decide explicar. – Antecipar o processo pode gerar uma série de alterações que, possivelmente, levarão tudo ao fim. Afinal, se fosse tudo tão fácil, já teríamos organizado um exército de Hakanais poderosos e experientes para o combate sem ser necessário envolver jovens e crianças com tanta vida pela frente.

– Ainda assim, nós precisamos arriscar. – fala Mei, trocando sua atenção entre Gon, Martina e seu pai. – É pelo bem de uma pessoa inocente.

– Em prol de uma pessoa, arriscarão todas as vidas do planeta? – questiona Zang.

– Se não somos capazes de salvar nem mesmo uma pessoa, jamais seremos capazes de salvar o mundo. – Fubuki se apronta em dizer, voltando seu olhar para Mei logo depois.

– Mei-san, por favor...

– Sim... – diz ela.

É quando a Hakanai da Cosmic Summon decide pedir para sua fada a ativação de sua habilidade especial que um grande estrondo chama a atenção de todos: é um forte impacto que vem da arena das W-battles. Todos vão correndo para fora e quando chegam ao seu destino, dão de cara com uma assustadora parte da plateia em frangalhos, como se ali tivesse sido detonada uma bomba daquelas – enquanto todos os espectadores dos jogos se afastam desesperados. E no meio da grande cratera que foi criada na arquibancada, se encontra um sujeito de maquiavélico sorrir: Misuro Asachi. De braços cruzados, ele declama em alto e bom tom:

– Sou eu o mensageiro da morte! E vim, de modo humilde e singelo, avisar que o mundo que conhecem está prestes a acabar!
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MensagemAssunto: 10 - Entre as sombras e a luz [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeQui 20 Fev 2014, 21:34

Fubuki com Star, Yume com Ketsui, Rouge, Envy, Mei, Zang, Gon, Martina, Anya, Yuni e Keiko – Yume e Envy, por outro lado, são as que se sentem no dever de proteger Fubuki, colocando-se, ambas, perante ele. Todos esses, ao longe, encaram o enigmático Misuro Asachi. O local é o estádio que estava sediando o torneio que, por ora, parece estar terminantemente arruinado... Claro, devido à intervenção do Hakanai Sombrio.
 
– É muita cara de pau sua vir até aqui! – grita Zang, sério.
 
– Por acaso já se preparou para a morte, Misuro!? – questiona Gon, ao lado direito do pai de Mei. – Vir para um local onde estão reunidos tantos Hakanais sem mais nem menos é suicídio.
 
– Eu não vim sem mais nem menos. – alega Misuro. – Vim com um objetivo e o cumprirei.
O estádio vai se esvaziando cada vez mais. Com a absurda demonstração das suas habilidades, ele implantara terror em todos. E, de certo modo, ficara feliz com isso.
 
– Pode ter certeza! – declama Fubuki, em seu devido lugar. – Você vai acabar derrotado!
 
– Ele vai pagar caro por ter vindo para cá. Terá de enfrentar o meu Hakanai...

De repente, Misuro sente uma estranha aura cercando-o, algo invisível, mas bem perceptível. Dirigindo seu olhar para Zang, de longe, nota que é ele o causador disso.
 
– Fanatic Illusion. – pensa o vilão. – A lendária habilidade do Zang-taichou, sendo ele um dos Hakanais mais famosos entre os conhecedores das lendas da Guerra Celestial. Ainda assim, ele é tolo ao pensar que poderá me vencer sozinho...
 
Além de Fubuki, Anya, Yuni e Keiko ainda não conhecem suas habilidades, portanto não sabem utilizá-las. Em contrapartida, os outros aqui presentes já são bem experientes: sendo Zang o mais. Diante disso, quando Misuro direciona sua palma direita para o pai de Mei, com a intenção de atacá-lo, ele de imediato salta para trás. Uma grande águia paira sobre o ponto em que ele estava: e Gon está sobre o animal.
 
– Ele iria utilizar algum tipo de técnica de longa distância para atacar Zang enquanto o mesmo estivesse na falsa ideia de que sua ilusão tinha funcionado. – pensa ele, sério, observando o seu alvo, agora, a alguns metros de distância: na arquibancada do local. – Alguém que enfrentou Moon não deve ser mesmo subestimado...
 
Misuro se prepara para atacar Gon desta vez, mas é interceptado por uma espécie de toupeira gigante. O animal sai da terra, no ponto onde estão os pés do inimigo, e o ataca com uma espécie de broca – uma ferramenta, a propósito, que está instalada no tronco da criatura. Apesar disso, o vilão escapa sem nenhum ferimento, pois se esquiva, afastando-se.
 
– Então essa mulher também é uma invocadora da Elemental Summon... – pensa Misuro, ao ver que Martina está sobre as costas da toupeira.
 
A toupeira se posiciona no chão. Olhando para ele, Martina fala:
 
– O que veio fazer aqui? Deve saber, e muito bem, que a Guerra Celestial começa oficialmente após o escolhido conhecer as setes Virtudes. Por acaso está querendo agilizar o processo para sair em vantagem e vencer!?
 
– Isso é balela. – afirma ele, encarando-a de longe. – Os antigos que começaram com essa história esconderam o elemento principal dessa lenda.
 
– Do que você está falando!? – questiona Zang, fitando-o como todos os demais.
 
Já não existem muito mais pessoas aqui além deles. No máximo, ficaram apenas alguns curiosos. Contudo, observando os que permanecem aqui daquele total de espectadores, Martina tem a consciência de que os anos e anos de sigilo e preocupação com a manutenção do segredo Hakanai foi por água abaixo. Em pouco tempo, o mundo estará conhecendo a verdade e isso poderá gerar uma catástrofe sem precedentes.
 
– De um objeto que, há tempos, foi roubado do Palácio Estelar. Fora daquele lugar, ele se encontra com seus poderes lacrados. Desse modo, a linha do espaço-tempo se torna mais frágil e a menor interferência pode arruiná-la. – começa a explicar, alternando seu olhar entre cada um dos seus inimigos presentes: incluindo os jovens que ainda não conhecem suas habilidades. – É por isso que a ideia de que a Guerra Celestial não pode começar antes do escolhido conhecer as sete Virtudes foi divulgada da forma que até mesmo os Hakanais Sombrios passaram a temê-la.
 
– Destiny Break. – conclui Yume, chamando para si a breve atenção de todos.
 
– Exato: o Destiny Break. – confirma ele, sorrindo. – Em uma Guerra Celestial passada, esse objeto foi retirado do Palácio Estelar, onde ele era mantido com seus poderes livres para manter o espaço-tempo em ordem. Entretanto, quando retirado de lá, seus poderes enfraqueceram devido a um selo que se manifestara nele: um selo semelhante ao que prende os Shadows. Se alguém romper o lacre que está sobre o Destiny Break, poderá não apenas deixar de se preocupar com o rumo que a Guerra Celestial tomará como também terá controle sobre o mundo!
 
– É impossível! – declama Yume, assustada com a possibilidade do objeto ser encontrado por Misuro e cair em suas mãos. – Ninguém nunca conseguiu dominar aquilo. Todos que tentaram fracassaram!
 
– Todos que tentaram eram fracos. – define Misuro, encarando-a. – Porém, eu sou diferente. Eu tenho o poder necessário para dar novos rumos tanto à Guerra Celestial quanto ao mundo propriamente dito.
 
Misuro deseja, preferencialmente, libertar os Shadows e tomar para si as capacidades deles. Desse modo, terá sob sua manipulação todo o mundo com o incrível poder que adquirirá. Entretanto, sem o Destiny Break, ele terá que seguir as velhas regras da Guerra Celestial: as que dizem que os confrontos devem começar somente após a revelação de todas as sete Virtudes para que o espaço-tempo não entre em colapso. Sabendo disso e conhecendo as vantagens que o objeto em questão vai lhe oferecer, o maquiavélico está, também, em busca do Destiny Break.
 
– Eu serei como Deus!! – declara ele, abrindo seus braços, entre gargalhadas.
 
– Esse sempre foi o seu erro, Misuro. – ecoa uma voz feminina.
 
Todos olham para um determinado ponto do já abandonado estádio. Dali, se aproximam duas pessoas: um homem e a mulher, sendo ela quem se manifestara.
 
– Nenhum ser humano deve tentar se igualar a Deus. – ela, com parte do rosto coberto por seu longo chapéu, continua. – Ou melhor, nenhum ser vivente entre a terra, o céu e o mar deve sequer se comparar a Ele.
 
– Moon!? – Zang se espanta ao perceber de quem se trata.
 
A mulher, ladeada por seu assistente, para em determinado ponto, mantendo metros de distância tanto de Misuro Asachi quanto dos demais Hakanais presentes.
 
– Olá Zang. – ela o cumprimenta com um doce sorriso.
 
– Então é ela... – pensa Rouge, observadora como sempre costuma ser. – Moon, a atual rainha do Palácio Estelar.
 
O Palácio Estelar se trata de um local extremamente sagrado, no qual inúmeros objetos míticos permaneciam guardados. É também no Palácio Estelar que muitos seres malignos foram selados para que não espalhassem mais o caos pelo mundo – sendo, também, onde estão selados os Shadows. E, acima de tudo, é a sede da sociedade justa dos Hakanais, na qual se encontram periodicamente para discutir e solucionar eventuais problemas. Devido a sua importância, sua posse sempre é entregue para pessoas poderosas e justas que sejam capazes de manter a ordem e a decência. Nos dias de hoje, é Moon tal pessoa.
 
– Sinto muito, Misuro, mas teremos de acabar com você. – declara ela.
 
– Você não é mais forte do que eu. Ao menos, não será quando Destiny Break estiver em minha posse. Assim que a encontrar, atacarei todos vocês e os destruirei. É uma promessa! – afirma ele, sorrindo. – Laço de Plenitude: Eternidade!
 
O sujeito adquire uma velocidade aterrorizadora, desaparecendo da visão de todos ao escapar. Desse modo, Yuzuru aperta seu caderno contra seu peito, dirigindo seu olhar para Moon ao dizer:
 
– Posso segui-lo se assim desejar, Moon-sama.
 
– Não é preciso. – fala ela. – Não são essas as atitudes que devemos tomar no momento. A missão que me trouxe até aqui não foi a de derrotar Misuro, mas a de salvar o escolhido.
 
Moon olha para Fubuki. Ele, por sua vez, quando se depara com os serenos olhos da mulher, sente uma paz que jamais havia sentido em toda a sua vida. É possível perceber a luz interior que arde nela, algo como se a benção de Deus estivesse plena na existência da desconhecida. Desse modo, mentalmente, o dono de Star concluí:
 
– Essa Moon... Ela não tem maldade no seu coração, somente coisas boas. Como isso é possível!?
 
Repentinamente, Moon começa a caminhar em direção ao garoto. Yume e Envy que estão na frente dele se sentem no dever de abrir espaço para que a mulher se coloque diante de Fubuki. E assim ocorre quando a responsável pelo Palácio Estelar se aproxima o suficiente: e acompanhada por Yuzuru, quem nunca a abandona.
 
– Sou uma Hakanai Sensitiva e posso perceber com grande facilidade o que está dentro de você.
 
O garoto permanece em silêncio, mas não esconde sua feição curiosa. Por sua vez, Moon prossegue:
 
– Existe um bloqueio em seu coração e é ele justamente o que está retendo a sua verdadeira essência.
 
Em seguida, a bela olha para Yume e depois para Envy. Sorrindo, fala para ambas:
 
– Vocês duas também precisam de libertação. Há correntes do passado que estão aprisionando a essência de ambas. Assim que o que precisa ser feito com Fubuki for executado, farei também com vocês.
 
Ela estende sua mão direita e a coloca sobre a testa do garoto. Sorrindo, lhe pergunta:
 
– Você acredita em Deus?
 
– S-sim. – responde ele.
 
Repentinamente, Fubuki se sente levado para dentro de si mesmo. Um poderoso fluxo de lembranças é inaugurado, lançando-o às experiências inacreditáveis. Amável, Moon diz: eu fui à casa.
 
– Então aceite, outra vez, o amor...
 
/--/--/
 
 
Anos atrás, em uma noite de neve...
 
Uma criança caminha, solitário, pelas ruas. Enquanto segue sem rumo, puros flocos de neve caem sobre seu corpo, mas nem mesmo isso parece ser tão perceptível para ele.
 
O garoto tem pouco mais de três anos de idade, mas nunca conheceu pai, mãe ou nenhum outro parente. Sempre esteve longe do calor e do afeto de qualquer pessoa. Porém, no fundo, sabe que não é e nunca será o único a passar por essas coisas.
 
– Olá garoto... – fala um homem, ao surgir diante dele.
 
O menino para de caminhar. Andara por horas e horas nesta noite de inverno com frio, fome e sede. Já não tem mais forças nem mesmo para falar algo. Percebendo isso, o desconhecido pergunta:
 
– Gostaria de vir para um lugar onde sua dor deixará de existir?
 
É um alto sujeito de cabelos loiros levemente ondulados e curtos, pele clara, olhos verdes e físico bem atlético. Apporion Agamenon, trajando roupas sofisticadas. E duas pequenas garotas o ladeiam: parecem ter uma idade aproximada ao da que o menino de rua possui.
 
– Como assim? – o garoto, fragilizado, pergunta com dificuldade.
 
– Está é Eli. – o sujeito apresenta a menina do seu lado direito. – Está é Sakura. – apresenta a outra. – Elas têm uma vida parecida com a sua, mas já foram resgatadas do sofrimento. Venha você também...
 
Apporion é um empresário em ascensão. Recentemente, criara um orfanato para crianças carentes e passou a resgatar jovens das ruas e levá-los para lá. Desde que sua amada filha nascera, não teve tempo de pensar em outra coisa se não dar uma família e uma vida feliz para aqueles que não tinham.
 
– Por que o senhor estaria me ajudando? – pergunta o menino, desconfiado.
 
– Muitas são as pessoas que se queixam por sofrerem ou por terem vidas infelizes. Contudo, creio que nenhum sofrimento supera a solidão. Não sou médico para tratar os doentes, nem um professor que possa dar conhecimento para quem sofre sem ele e muito menos um governante que tem em mãos o poder de fazer o melhor por toda uma população. – Apporion começa a falar. – Porém, eu sou humano o suficiente para acabar com a sede de amor de um coração.
 
– Amor? – repete o morador de rua, quase sem acreditar no que acabara de ouvir. – Isso não existe.
 
– Está enganado. – discorda o mais velho. – É o amor que nos criou, é o amor que nos salva e é o amor que nos liberta. Nada nesse mundo, que foi criado pelo amor, pode superá-lo. Pois Deus é amor e amor é Deus.
 
– Venha com a gente... – sugere Sakura, sorrindo. – Apporion-sama é uma pessoa muito bondosa.
 
– É verdade. – a outra menina se manifesta, tão sorridente quanto à primeira. – Vamos recuperar a felicidade porque ele nos ajudou.
 
Fubuki, quase sem forças, alterna seu olhar entre as duas por alguns instantes. Porém, logo depois, volta sua face para o mais velho outra vez. E direcionando sua palma direita para seu peito esquerdo, o menino questiona:
 
– Se o amor existe, porque estou sentindo tanta dor aqui?
Apporion, ao sorrir, se agacha – e consegue se manter cara a cara com o menino. Olhando bem nos olhos dele, o Agamenon decide responder:
 
– Que poder de cura e libertação poderíamos dizer que o amor tem caso não houvesse dor? Você ainda é jovem para entender bem, mas o homem teve a chance de viver uma vida plena junto de Deus e recusou. Foi a desobediência do coração humano que criou o sofrimento e não Ele.
 
– Desobediência do coração? – o menino tenta entender.
 
– Sim. – confirma, permitindo o elevar do seu sorriso. – Os males vêm do nosso próprio coração e tentam torná-lo impuro, mas o amor também vem do mesmo lugar, lutando pela sua pureza. Nós estamos em constantes conflitos internos, entre as sombras e a luz. Todavia, a escolha sobre qual caminho seguir é individual: o caminho do amor e da vida ou o caminho da maldade e da morte. Qual você quer?
 
Fubuki sorri. E sem nem dizer uma palavra, leva à ciência de Apporion sua decisão. Dessa forma, o garoto de rua se junta às duas meninas e, com o homem, se retiram daqui.
 
Posteriormente, todos os três garotos são encaminhados para o orfanato inaugurado por Apporion e nele viveram alguns meses. Entretanto, após um terrível atentado terrorista, o local foi destruído, mas não houve mortes. Porém, houve sequestros. Vários foram retirados de lá e levados para locais desconhecidos, inclusive Fubuki. Outros como Eli e Sakura, em contrapartida, foram levados para refúgios até a reconstrução do orfanato.
 
Desde então, Fubuki – que não se lembra daqueles momentos assim como Sakura e Eli, devido a pouca idade que tinham – voltou a ser um morador de rua quando conseguiu fugir dos sequestradores que pretendiam traficá-lo junto de outras 13 crianças. Foi o único que conseguiu escapar, mas tendo como preço da sua liberdade o retorno à solidão...
 
/--/--/
 
 
Fubuki abre seus olhos. Havia fechado eles quando Moon tocou em sua testa. E, de repente, ele sente uma grande energia fluir de dentro de si.
 
– Como é possível!? – Ketsui, junto de Yume, se espanta ao sentir o novo fluxo de energia dele. – O que fez com ele, Moon-sama?
 
– O libertei. – afirma ela. – Rastreei os sentimentos que ele possui com minha Lyric Sense e, depois, retirei o que era ruim, mas isso não fiz sozinha: Fubuki também precisava aceitar a verdade para que a mesma pudesse salvá-lo.
 
– Agora ele superou o passado? – questiona Envy, surpresa.
 
– Sim. – confirma Moon. – E, então, a energia que estava presa em Fubuki foi liberta. Ele tem um potencial que supera o meu e de qualquer outra pessoa que já conheci um dia. Sem dúvida alguma, é o escolhido.
 
– E nós? – Envy, mais uma vez. – Disse que tem algo para nós também, não é?
 
Moon toma alguns passos e se posiciona perante Envy. E articula:
 
– Há uma maldição em sua vida que lhe foi imposta quando recebeu o seu nome. Isso será quebrado a partir de hoje.
 
A mulher simplesmente coloca sua mão sobre a cabeça da garota e ela cai de joelhos ao chão, ofegante. Sentira uma poderosa luz invadir o seu interior e retirar algo de pesado lá de dentro. Agora Envy se sente leve como nunca antes em toda a sua vida.
 
– Apesar de ser uma Virtude, no seu passado, incontáveis eventos negativos contaminaram sua essência, coisas que foram desencadeadas pela maldição em seu nome. – explica. – Você seria chamada por Chary, mas acabou sendo nomeada como Envy. Bem... Viver na maldição ou na benção: de agora em diante, somente você poderá decidir qual opção será a plena em sua vida.
 
– Para uma pessoa tecnicamente antissocial, estou me envolvendo até demais com problemas alheios. – pensa Keiko, observando Envy, que se encontra de joelhos do seu lado direito.
 
Yume se vira para Envy e se agacha. Com um sorriso meigo, fala, olhando nos olhos dela:
 
– Quer ajuda?
 
A questionada, fitando-a, fala:
 
– S-sim.
 
Com isso, Yume a ajuda a se levantar. É aí que ambas se viram para Moon, quando a mesma declara:
 
– Yume...
 
– Sou eu agora? – pergunta a dona de Ketsui, com a gata em seus braços.
 
– Exato. E creio que já sabe do que tenho que te libertar.
 
Uma expressão de certa tristeza toma conta da face de Yume. Fubuki repara isso e fica surpreso, já que nunca a viu dessa maneira. Contudo, Moon dá as costas para a garota. E sem olhar para ela diretamente, somente diz:
 
– Apagar o que ainda te acorrenta é algo que apenas você pode fazer. Sozinha...
 
Com isso, Moon e seu assistente vão se afastando. E, juntos, eles falam:
 
– Até breve...
 
Todos aqui presentes observam a dupla até que ela sai do estádio de vez. Segundos depois, Gon e Martina fazem os animais que invocaram desaparecerem e se juntam aos demais do grupo.
 
– Há algo que precisamos fazer antes de todas as sete Virtudes chegarem até Fubuki. – Rouge se manifesta.
 
– E o que é? – agora é Anya quem pergunta.
 
Zang determina:
 
– Vamos até a casa Agamenon resolver os detalhes que precisam ser resolvidos. Além disso, ainda há alguns entre nós que precisam conhecer e desenvolver seus poderes.
 
Fubuki, ouvindo isso, sorri. Agora que se lembra de quando conheceu o pai de Yume e agora que também superou toda a dor do seu passado, enterrando-a de uma vez por todas, fica satisfeito. Afinal, sabe que o caminho que escolheu pode ser estreito, mas é o que leva ao destino que tanto o espera...
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MensagemAssunto: 11 - Preparativos de combate [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeQui 27 Fev 2014, 20:04

A notícia sobre o ataque de um estranho homem no torneio de WWW chegou aos ouvidos de todos na cidade. Aliás, foi algo tão repercutido pela mídia que chegou a se tornar algo internacional. Em poucas horas, todo o mundo já estava ciente dos estranhos acontecimentos ocorridos naquele estádio. Entretanto, embora várias fossem as especulações, ninguém chegara a uma resposta comum: o que, de fato, aconteceu? Por outro lado, os Hakanais que vivem escondendo suas habilidades especiais, de certo modo, ficaram contentes com isso. Afinal de contas, é melhor para todos que o mundo não venha conhecer a existência dos mesmos. Pelo menos por enquanto...
 
Cerca de duas horas após a interrupção e cancelamento do torneio de WWW, na mansão Agamenon...
 
– Sejam bem vindos todos vocês. – afirma um homem assentado em uma cadeira diante de um grande grupo de pessoas.
 
Fubuki junto de Star, Yume junto de Ketsui, Envy, Rouge, Zang, Gon, Martina, Mei, Anya, Keiko, Yuni permanecem diante de Apporion Agamenon. Todos eles acabaram de entrar e, por essa razão, a conversa teve início há pouco.
 
– Devo dizer que sei, parcialmente, dos acontecimentos. – inicia o pai de Yume, alternando seu olhar entre cada um dos presentes. – Gon me comunicara sobre algumas coisas antes de chegarem aqui.
 
– Pai... – Yume, com sua gata nos braços, é a primeira a se manifestar. – O Misuro quer o Destiny Break e sequestrara a amiga da Yuni-kun. Precisamos fazer algo a respeito de ambos os fatos.
 
– Não se preocupe, Yume-chan. – pede seu pai, fitando-a com um sorriso, mantendo suas mãos unidas sobre sua mesa. – Sobre o segundo problema, Moon-sama já está sabendo. Ela está organizando uma pequena tropa para invadir o refúgio dos Hakanais Sombrios que estamos enfrentando e salvar a garota em questão.
 
– E sobre o primeiro? – indaga Fubuki, sentindo-se mais aliviado por saber que Lucy poderá sim ser salva.
 
– Vocês serão aqueles que irão em busca do Destiny Break. – afirma, deixando perplexos Yume, Zang, Gon, Martina e Mei. – Ou melhor, um grupo de oito pessoas que será escolhido de acordo com os meus critérios.
 
– Por acaso já sabem onde o Destiny Break está!? – indaga Zang, espantado.
 
– Não, Zang-taichou. Porém, descobriremos. – afirma Apporion. – Independente disso, o escolhido e as Virtudes precisam desenvolver suas habilidades para que possam estar aptos para batalhas o quanto antes. Não podemos contar sempre com o que nós, mais experientes, somos capazes de fazer se são eles quem estarão na linha de frente da Guerra Celestial.
 
– Entendo. – afirma Martina, chamando para si o olhar do dono da mansão. – Porém, creio que não há muito tempo para isso. Caso contrário, Misuro irá encontrar o tal artefato.
 
– Aí é que se engana. – articula o pai de Yume. – De acordo com o que já sabemos, o Destiny Break está em uma dimensão paralela a essa e de difícil acesso. Até mesmo os Hakanais com habilidades capazes de promover viagens interdimensionais precisam de um período de, em geral, uma semana para abrir um portal para lá.
 
– Então há alguém que está fazendo o mesmo ao nosso lado? – pergunta Envy.
 
– Podemos dizer que sim. – corresponde Apporion. – Portanto, vocês têm uma semana para se prepararem.
 
De repente, com calma, ele se levanta da sua cadeira. Apoiando suas palmas abertas na mesa, o homem respira profundamente, dizendo em seguida:
 
– Antes de tudo, gostaria que conhecessem algumas pessoas que irão estar conosco em tudo isso.
A porta se abre e todos dirigem seus olhares para ela. É aí que entram quatro pessoas.
 
– Sisshin Takayama, Sakura, Eli e Mika’il.
 
Todos reconhecem os dois garotos, já que eles participaram do torneio. Contudo, nem todos reconhecem as duas órfãs.
 
– Sakura-kun, Eli-kun... – fala Envy ao se direcionar para as duas.
 
– Há quanto tempo! – declama Sakura sorrindo.
 
Sakura vai em direção a ela e a abraça. Depois, é a vez de Eli.
 
– Creio que já devem conhecer Sisshin e Mika’il. – sugere Apporion. – Ambos já são um pouco mais experientes, mas também precisam aprender muito mais.
 
– Olá pessoal... – fala Sisshin, sorrindo para todos.
 
– Olá. – falam juntos Fubuki, Yume, Mei e Yuni.
 
Com isso, os dois também se misturam com os outros Hakanais nesse grande escritório do dono da casa. É aí que Apporion fala:
 
– Sakura e Eli são duas garotas que adotei recentemente. Elas possuem habilidades especiais não trabalhadas também.
 
– Sério!? – Yume se surpreende.
 
– Se continuar desse jeito, isso aqui vai virar uma creche. – opina Ketsui, revirando seus olhos. – Espero que saiba o que está fazendo, Apporion-sama. – e assim diz, focando seu olhar no citado.
 
– Sim, eu sei o que estou fazendo. – garante ele, sorrindo para a felina. – Entretanto, creio que Sakura tem algo a dizer.
 
A citada em questão se torna o foco da atenção de todos. Sorrindo um pouco tímida, ela se vira para Fubuki: que agora está ao seu lado direito. Um pouco corada, une suas mãos a frente do seu corpo. E fala:
 
 
– Prazer em conhecê-lo. Eu sou a sexta Virtude, a humildade...
 
/--/--/
 
 
 
 
Longe dali, em uma região campestre próxima do refúgio dos Hakanais Sombrios comandados por Misuro Asachi...
 
– Estão preparados? – questiona Moon, diante de três pessoas.
 
– Sim. – confirmam os três homens em questão.
 
O primeiro à direita é Yuzuru, o fiel assistente da rainha do Palácio Estelar. O segundo é um homem chamado Ando e o terceiro é alguém que se chama Sesshou.
 
Ando é um jovem de olhos negros, lisos cabelos curtos de coloração castanha, pele clara, altura considerável – o mais alto do trio – e músculos evidentes. É o mais velho dos três sujeitos.
Sesshou, por sua vez, é o mais baixo dos três, apesar de ser consideravelmente alto. É alguém forte, mas magro, de pele parda. Seus olhos são castanhos e seus cabelos brancos lisos chegam bem perto dos seus ombros.
 
– Será essa a tropa que atacará o refúgio daqueles caras? – Sesshou pergunta para Moon.
 
– Sim. – afirma ela, sorrindo. – Hyro já está infiltrado e foi através dele que conseguimos tantas informações úteis. Os aliados de Misuro sequer sabe que estamos invadindo.
 
– Estamos aqui para matá-los ou não? – questiona Ando.
 
– Não. – nega ela, fitando-o. – Estamos aqui somente para salvar a garota que foi sequestrada. Nossa formação não é voltada para uma guerrilha, compreendem?
 
– Sim. – respondem os três juntos.
 
– Então vamos depressa. – pede ela, dando as costas para os três.
 
A mulher começa a correr e os seus aliados vão seguindo-a. Nessa situação, Sesshou, que se encontra entre Yuzuru e Ando, vira sua face para o segundo, comentando:
 
– Já conheceu uma mulher tão perfeita quanto a Moon-sama?
 
– Cuidado com o que você fala na presença dela. – recomenda Ando, devolvendo a ele seu olhar. – Ela não costuma ser tão piedosa com pessoas pervertidas.
 
– E quem foi que disse que sou pervertido!? – reclama ele, que carrega em suas costas uma espada guardada em bainha. – Sou um cara gente fina, meu chapa!!
 
– Cale-se Sesshou. – exige Yuzuru, que chama para si a atenção do espadachim, mas sem olhar para o mesmo, pois mantem seu foco todo em Moon. – Caso contrário, dissecarei seus órgãos aqui e agora.
 
– Como se eu tivesse medo de você. – desdenha, com um sorriso provocante.
 
Com isso, Yuzuru lança um olhar mortal para Sesshou. É aí que Moon, sem deixar de correr e sem olhar para trás, fala:
 
– Estou sentindo a oscilação dos sentimentos de vocês dois.
 
Todos os três voltam seu foco para a rainha do Palácio Estelar. Ela, por sua vez, decide prosseguir com suas palavras:
 
– Espero que não tenha que ser eu aquela que irá corrigir esse pequeno erro de convivência...
 
– C-claro! – Yuzuru e Sesshou falam juntos, demonstrando certo medo da mulher.
 
– Foi por isso que eu disse, né? – Ando fala para os dois, entre alguns suspiros.
Após alguns segundos, correndo por este local aberto sem árvores ou monumentos, mas com grama verde e algumas rochas por todos os cantos, Moon para. Seus três companheiros fazem o mesmo, mantendo-se bem atrás dela.
 
– Chegamos, Moon-sama? – pergunta Yuzuru, acertando seus óculos com o indicador direito e mantendo um caderno de anotações na mão esquerda.
 
– Vejam. – pede ela, erguendo seu braço esquerdo e usando seu indicador para apontar para um grande castelo medieval ao longe.
 
– Então é ali onde estão aqueles crápulas? – pergunta Ando.
 
– Exatamente. – afirma ela, mantendo seu olhar sereno para o refúgio dos aliados de Misuro Asachi. – Posso sentir pesados sentimentos negativos vindo daquele lugar. São pessoas rancorosas, amarguradas, vingativas...
 
Com isso, a mulher dá meia volta. Alternando seu olhar entre seus três aliados, mantem a sua serenidade “tradicional”, colocando suas mãos sobre a cintura. E indaga:
 
– Estão mesmo preparados?
 
 
/--/--/
 
 
Enquanto isso, no jardim da mansão Agamenon...
 
Estão aqui todos os que, há pouco, se encontravam no escritório de Apporion. Agora, diante do restante, o pai de Yume sorri.
 
– Estão vendo esse dispositivo em minhas mãos? – questiona ele, segurando agora um estranho aparelho branco. – Esse objeto é capaz de absorver parte da energia de um Hakanai quando o mesmo a invoca e identificar, consultando um banco de dados bem complexo, que tipo de habilidade o mesmo possui.
 
– Interessante. – pensa Fubuki, de fato, bem impressionado.
 
– Alguns de vocês já conhecem suas habilidades, mas outros não. – fala Apporion. – Façam uma fila para que possamos fazer os procedimentos necessários: Anya Crestyn, Keiko Kozakura, Yuni, Sakura, Eli e Fubuki.
 
Os citados saem da formação do grupo e criam uma fila na ordem que o pai de Yume chamara. Os demais se afastam com alguns passos para trás e passam a prestar bastante atenção.
 
– Se concentre e tente liberar a sua energia interior. – pede ele, no momento em que Anya Crestyn se coloca diante de si.
 
Ela obedece. Fechando seus olhos, Anya respira profundamente enquanto ele direciona o aparelho para ela. Em segundos, o objeto apita e Apporion declara:
 
– Sua habilidade é a Cards Summon. Você é uma Hakanai do tipo Invocadora que será capaz de trazer vida às W-cards e utilizá-las em batalhas.
 
Ela reabre suas pálpebras, sorrindo e agradecendo:
 
– Obrigada.
 
Anya sai da fila e a próxima, chegando mais perto do pai de Yume, é Keiko. Ela faz o mesmo que sua antecessora fizera e, após alguns segundos, o artefato apita e Apporion declama:
 
– Você também é uma Invocadora e sua habilidade é a Cosmic Summon, com a qual será capaz de fazer convocações estelares.
 
Keiko sorri. Ao se lembrar do que Mei fizera quando ainda estavam no estádio Millenium, fica satisfeita. Por alguma razão, se identifica com tal tipo de habilidade. E, então, se retira da fila e se reúne com os outros que nela não estão, assim como Anya fizera há pouco.
 
– Minha vez. – fala Yuni, a próxima da fila, ao chegar mais perto de Apporion.
 
A garota fecha seus olhos, se concentrando. De repente, a imagem de Sisshin lhe vem à cabeça: e por algum motivo que ela não compreende. Tentando esquecê-lo, se esforça para se concentrar como recomendara Apporion quando o aparelho que o homem em questão manuseia ativa seu alarme.
 
– Sua habilidade é a Mystic Water, Yuni. – afirma ele. – Você tem uma forte conexão com a água e será capaz de desenvolver técnicas relacionadas a ela.
 
– Obrigada. – agradece ao reabrir seus olhos.
 
A melhor amiga de Lucy, quem ainda está sob a custódia dos Hakanais Sombrios, se afasta. Nisso, Sakura se aproxima.
 
– Concentre-se apenas. – pede Apporion, sorrindo para ela.
 
A garota o faz, assim como as demais que já passaram pelo mesmo processo e se reuniram com o grupo. Em poucos momentos, o apetrecho do dono da mansão apita e ele afirma:
 
– Assim como Misuro e Moon-sama, sua habilidade é a Lyric Ark, uma vertente rara que é diretamente ligada aos seus sentimentos. Caso tenha talento, poderá se tornar muito poderosa no futuro.
 
A garota sorri, tímida e, ao mesmo tempo, alegre. Desse modo, agradece com a sua postura tão delicada e vai em direção ao grupo. Na sequência, é a vez de Eli. O mesmo procedimento é feito.
 
– Evoked Earth. Sua ligação é com a terra e, em breve, poderá executar técnicas relacionadas a esse elemento. – explica ele.
 
Com isso, a garota também se afasta, restando somente Fubuki na fila.
 
– Eu estava mesmo curiosa para saber qual a Hakanai do Fubuki-chan. – fala Yume, ao lado direito de Envy.
 
– Provavelmente, é algo que combina com a minha, a Fire Command.
 
– Não seja boba. – a dona de Ketsui desdenha, rindo. – Sei que será algo bem mais original.
 
Fubuki, perante Apporion, faz o mesmo que as garotas que descobriram suas Hakanais antes dele: se aproxima o suficiente e fecha seus olhos, concentrando toda a sua energia interior. E quando o aparelho do pai de Yume dispara seu singular som, ele se espanta.
 
– Não pode ser... – pensa ele, perplexo, lendo o que está registrado no visor do objeto. – Como isso pode ser possível?
 
– O que houve? – pergunta Fubuki, reabrindo seus olhos e percebendo a surpresa estampada na face do dono da mansão Agamenon.
 
Apporion dirige seu olhar impactado para o jovem. E, desse modo, decide dizer:
 
– Fubuki, sua Hakanai é algo ultra raro, gostaria que tivesse plena ciência disso.
 
– Ultra raro!? – o garoto fica surpreso. – O que isso quer dizer... Exatamente?
 
– Que somente uma pessoa, em toda a história conhecida pelos Hakanais, foi registrada como possuidora da mesma habilidade: Tengokumaru Yanagi.
 
– Tengokumaru Yanagi!? – Zang fica espantado, sem conseguir permanecer em silêncio. – Está falando do primeiro escolhido!?
 
– Dele mesmo. – afirma Apporion. – Foi ele o primeiro a conduzir a Guerra Celestial contra os Shadows e aquele que criou o Palácio Estelar. Nunca houve registros de alguém tão poderoso quanto ele.
 
– Pensei que era apenas um mito. – afirma Envy.
 
– Pois não é. – nega o pai de Yume. – Ele existiu de fato e trouxe paz ao mundo por muitos e muitos anos.
 
– Então fala logo, pai! – pede sua filha, impaciente. – Qual o Hakanai do Fubuki-chan!?
 
– Snow Magic. – ele define.
 
– Snow Magic!? – desta vez, é Martina quem fica surpresa. – Então é essa a habilidade mais poderosa de todas?
 
– Não sei dizer se, de fato, ela é a mais poderosa. – afirma o dono da mansão Agamenon. – Não é a habilidade que qualifica um guerreiro, mas um guerreiro que qualifica a sua habilidade. Tengokumaru Yanagi era sábio, íntegro, justo, valente, determinado... Foi um guerreiro sem igual, alguém que, provavelmente, jamais será superado.
 
– Explica sobre essa tal Snow Magic, que você faz e faz suspense, mas não fala do que se trata. – resmunga Yume.
 
– Snow Magic é a habilidade da neve. Dizem que somente uma pessoa de coração puro e destemido é presenteado com essa dádiva. – explica.
 
– Continuou subjetivo demais pra mim. – opina a dona de Ketsui.
 
– Bem, agora que todos já sabem sobre suas habilidades, vamos organizar os grupos. – fala ele, no momento em que Fubuki se reúne ao grupo de novo, se colocando do lado de Yume. – Os instrutores serão Zang-taichou, Martina e Gon.
 
– Gostaria de ser da equipe do Fubuki-kun... – pensa Envy, olhando para o escolhido de maneira bem disfarçada.
 
– Zang-taichou será o treinador de Fubuki, Yume, Rouge, Envy e Sisshin. – declama Apporion.
 
– Será uma boa equipe. – opina Sisshin, de braços cruzados, ao lado da mascarada Rouge.
 
– Concordo. – afirma ela.
 
– Martina será responsável por Mei, Anya e Keiko. – o Agamenon prossegue.
 
– Certo. – Martina aceita com seriedade.
 
– E Gon será responsável pelo treinamento de Yuni, Eli, Sakura e Mika’il. – encerra.
 
– Estamos juntas! – diz Eli, ao lado de sua amiga Sakura.
 
– Estou feliz por isso! – declama Sakura.
 
Desse modo, Apporion pede:
 
– Por favor, se conheçam um pouco melhor nesses próximos dez minutos. Depois, os treinamentos irão começar sem chance de corpo mole. – recomenda ele.
 
Ouvindo isso, Envy se volta para suas duas amigas. Quando ambas percebem isso, dedicam a atenção para ela.
 
– Posso te fazer uma pergunta? – Envy questiona Sakura.
 
– Claro. – afirma ela sorrindo.
 
– Você sempre teve uma saúde debilitada por causa da sua doença. Mal conseguia se levantar. Como, agora, está aparentemente tão bem?
 
Sakura sorri. E, fechando seus olhos, decide responder:
 
– Moon-sama foi a causa da minha recuperação.
 
– Como assim?
 
– Depois que ela passou no estádio Millenium, veio para cá. – afirma Eli, chamando para si o olhar e a atenção de Envy. – Trocou algumas palavras com o Apporion-sama e, depois, quis conhecer nós duas. Quando viu a Sakura-kun em uma cama, disse que ela tem o coração mais humilde que já conheceu. Usou uma técnica especial e consegui, milagrosamente, curar a doença dela.
 
– Sim. Ela me curou. – afirma Sakura, reabrindo seus olhos evidentemente feliz. – Ela também me encheu de esperanças sobre o meu potencial, falando que posso ser alguém, basta querer.
 
– Todos podem ser alguém. – afirma Rouge, se aproximando delas. – Basta querer e ter força de vontade para lutar pelo que anseia.
 
As três garotas dirigem suas faces para a mascarada. Ao se aproximar o suficiente, a conceituada W-player continua:
 
– Aquele que quer fracassar, fracassa. Aquele que quer brilhar, brilha: essa é a grande verdade.
 
Yume, vendo isso, mais que depressa, puxa Fubuki com sua mão direita. Os dois, levando Star e Ketsui, se afastam do grupo. Quando a garota se sente suficientemente segura para ter uma conversa particular com ele, para de puxá-lo e se posiciona perante o mesmo.
 
– O que foi? – indaga ele, arqueando sua sobrancelha esquerda.
 
Por alguns segundos, a garota observa ele com seriedade, chegando a assustá-lo, de certa forma. Porém, após tal intervalo, ela suspira e afirma:
 
– Fubuki-chan, preciso muito te contar algo.
 
– O que é? – questiona ele.
 
Ela toma coragem, revelando:
 
– Depois de ouvir tudo aquilo, Eu... Eu preciso muito, mas muito... De um pudim!
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MensagemAssunto: 12 - Angelical [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeQui 13 Mar 2014, 21:54

Arco 2 – Vila do Sol
 
 
/--/--/
 
Moon, Yuzuru, Sesshou e Ando: o grupo diante do grande castelo negro onde se refugiam Misuro e seus aliados.
 
– Vamos entrar. – ordena a mulher, tomando os primeiros passos.
 
– Moon-sama, existe uma barreira aqui. – afirma Yuzuru, segurando seu caderno contra o corpo, com sua mão direita, e acertando seus óculos com a esquerda.
 
– Eu havia percebido. – afirma ela.
 
Da longa manga esquerda de Moon, é possível ver o ápice de uma adaga. Ao caminhar com tranquilidade e calma, ela executa movimentos extremamente rápidos e precisos, dilacerando a barreira invisível – que ao se desfragmentar, se torna visível em um negro sinistro até sumir por completo.
 
– Ela é mesmo impressionante. – pensa Sesshou. – Foi capaz de identificar e dilacerar uma barreira com tamanha facilidade... Suponho que não era um obstáculo qualquer, considerando o nível dos nossos inimigos. Ainda assim, ela resolveu isso sem problema algum.
 
– Vai vir ou ficar aí? – pergunta Yuzuru, andando junto de Moon e Ando, ao olhar para trás e notar que Sesshou não está caminhando como eles.
 
– N-não! – nega ele, se apressando para se juntar a eles.
 
Com isso, Sesshou, atencioso, presta bastante atenção ao dorso de Moon. E, tomando coragem, decide perguntar:
 
– Moon-sama, qual é a sua Hakanai?
 
– Creio que não precisarei te responder. – afirma ela. – Nossos inimigos já vieram nos receber.
O grupo para, após se colocar a poucos centímetros do grande portão do castelo. Esse se abre, revelando o interior da fortaleza: e nele Muey Muong, Mai Ushiromiya, Dante Osphichius, Pietro Fountelle e Cortam.
 
– Olá Moon... – Muey Muong, com suas mangas unidas diante do seu corpo, cumprimenta a mulher. – Vejo que conseguiu chegar até nós sem nenhum problema. Fez jus à sua fama.
 
Parada, a mulher alterna seu olhar entre cada um dos inimigos. É quando Cortam, observando-a, declara:
 
– Tomem cuidado. Ela está usando um tipo de habilidade para conhecer nossas almas.
 
– Como é? – Mai, voltando sua face para Cortam, sem entender.
 
– É natural. – afirma Muey, nada surpreso. – Afinal, essa é uma das habilidades da Hakanai desta mulher: Olhos de Anjo.
 
– Olhos de Anjo!? – repete Sesshou, em pensamento. – Que tipo de coisa é isso?
 
Moon, apesar de tudo, permanece em silêncio. Após fazer sua rápida análise sobre cada um dos seus oponentes, ela diz para seus companheiros:
 
– Cuidem deles.
 
A mulher começa a andar em direção aos inimigos. É aí que Mai, observando o olhar tranquilo dela, exclama:
 
– Não pense que irá nos vencer facilmente! Não nos subestime!
 
– Darkness Ark. – pensa Moon, fitando Mai e se aproximando com passos suaves dela. – A capacidade de dobrar, produzir e manipular a escuridão...
 
Mai começa a concentrar suas forças, formando uma cortina de energia negra ao seu redor. Em poucos instantes, cria incontáveis serpentes, que se lançam contra Moon.
 
– Snakes of Darkness!! – declama Mai.
 
As serpentes vão se aproximando de Moon em uma velocidade assustadora. E quando estão bem perto, quase atacando-a, algo acontece: todas as serpentes são dilaceradas.
 
– O quê!? – Mai se espanta, percebendo que a atitude não foi obra da mulher adversária e sim de um dos aliados da mesma.
 
Yuzuru. Com rapidez, ele se movera e se colocara na frente de Moon, destruindo todas as víboras negras de Mai com ataques que, de tão ágeis, foram quase impossíveis de serem acompanhados. Desse modo, o assistente fiel da rainha do Palácio Estelar apenas se move um pouco para a direita, permitindo que sua ama continue o trajeto que começou.
 
– Moon-sama disse que cuidaríamos de vocês. É o que faremos.
 
– Maldito... – pensa Mai, irritada.
 
– Sozinhos, podemos não ser capazes de vencê-la. – admite Dante, ao lado direito de Mai. – Contudo, se atacarmos em conjunto, poderemos...
 
Ele se cala, pois Moon simplesmente desaparece do seu campo de visão. É quando a voz da mulher ecoa bem atrás dele:
 
– Como é?
 
Assim como Dante, todos os demais Hakanais Sombrios – além de Sesshou, que jamais vira Moon em ação – ficam pasmos. A velocidade dela ao se movimentar foi tamanha que quase chega a se parecer com habilidade de teletransporte. E agora a rainha do Palácio Estelar se encontra costa a costa do irmão de Hyro, um dos seus discípulos.
 
– Se planejam me enfrentar, devo dizer que não tenho a menor intenção em lutar com vocês. – afirma ela, sem olhar para trás, mantendo seu rosto para o que está à sua frente. – Uma vida inocente me espera. Não posso perder tempo aqui.
 
Dessa forma, Moon volta a caminhar e adentrar cada vez mais o castelo de Misuro Asachi. Os Hakanais Sombrios voltam seus olhares para ela, mas a voz de Yuzuru interrompe o silêncio proposto por tal fato:
 
– Não se esqueçam que somos nós os seus adversários.
 
– Aquela mulher... – pensa Dante, olhando para Moon cada vez mais distante. – O que ela é, afinal de contas?
 
– Concentre-se em nossos inimigos, Dante. – recomenda Mai, já prestando atenção a Yuzuru, Sesshou e Ando, assim como os demais servos de Misuro aqui presentes.
Muey Muong, Mai, Pietro e Cortam se colocam em posição de batalha, decidindo mesmo enfrentar o trio. Dante, por sua vez, dá meia volta e declama:
 
– Irei atrás dela!
 
E, com isso, o irmão de Hyro começa a seguir Moon mantendo certa distância. Percebendo isso, Sesshou olha para Yuzuru e fala:
 
– Não deveríamos detê-lo? Ele está indo atrás da Moon-sama!
 
– Não é necessário. – afirma Yuzuru, ajustando seus óculos com seu dedo indicador esquerdo enquanto observa o grupo de inimigos presentes. – Não importa qual adversário enfrente, Moon-sama não pode ser derrotada.
 
O clima pesa. Uma batalha entre os aliados de Misuro e os companheiros de Moon parece ser, agora, inevitável. E todos aqui se preparam para o conflito que não pode ser mais adiado. Ciente disso, Muey eleva sua energia, encarando o trio e declamando:
 
– Se preparem. Pois vivos daqui não irão sair...
 
 
/--/--/
 
 
 
Longe dali, em determinado ponto do jardim da mansão Agamenon...
 
Presentes estão Fubuki, Star, Yume, Ketsui, Zang, Rouge, Envy e Sisshin. E, no momento, uma pequena batalha: Envy contra Sisshin. Há alguns minutos, os dois estão se enfrentando no corpo a corpo, mas cansada disso, a garota se afastou com alguns passos para trás e decidiu utilizar seu Hakanai.
 
– Espada de Fogo!! – exclama Envy, concentrando sua energia em seu braço direito, criando uma grande e , de certo modo, exagerada espada de chamas.
 
– Está querendo me matar com isso? – questiona Sisshin, fazendo bico e cruzando seus braços, a alguns metros de distância dela.
 
– Eles são mesmo impressionantes. – comenta Fubuki, com Star em seu colo, junto de Yume e a gata da mesma, Rouge e Zang. – Perto do que eles fazem, me sinto um completo inútil.
 
No momento, os outros grupos estão treinando em pontos diferentes do jardim que, de tão grande, chega a superar as proporções do estádio onde o torneio de WWW foi organizado. Apesar disso, Yume sequer está no clima de treinamento, pois o que faz agora é se atentar à degustação do seu pudim.
 
– Não diga isso, Fubuki-chan. – pede Yume, após comer uma porção do seu pudim, voltando sua face para o garoto ao seu lado direito. – Você ainda não teve tempo para desenvolver suas habilidades.
 
– Olha só quem diz. – comenta Rouge. – Logo quem se recusa a treinar para comer pudim.
 
– Eu não preciso me matar de tanto treinar. – fala Yume, voltando seu rosto para Rouge, quem está do seu outro lado. – Sou uma Invocadora e minha força depende da conexão que tenho com aqueles que invoco.
 
O duelo entre Envy e Sisshin continua. Correndo contra ele, a garota usa suas duas mãos para manipular sua espada de chamas. E, com sagacidade, executa vários ataques contra ele ao se aproximar o suficiente, mas tudo o que Sisshin faz é desviar.
 
– Ele não está lutando a sério. – afirma Zang, chamando para si a atenção de Fubuki, Yume, Ketsui e Rouge. – Desde o início, está testando os limites de Envy.
 
– Como pode ter tanta certeza? – indaga Yume, levando em seguida mais uma colherada de pudim para sua boca.
 
– Eu também percebi isso. – a gata falante se manifesta. – Do grupo de vocês, ele é o com capacidades mais refinadas. Creio que seja o mais poderoso dos grupos.
 
– E como pode saber disso se ainda não vimos ele usar a Hakanai dele? – insiste Yume, desta vez, observando a face de sua felina.
 
– Justamente por ele estar usando um estilo aberto de combate.
 
Envy continua avançando contra Sisshin, atacando-o diversas vezes com sua espada de fogo. Porém, o garoto esquiva de cada uma das investidas normalmente, o que induz Fubuki a indagar Ketsui:
 
– Estilo aberto de combate seria o quê?
 
– É quando você luta sem utilizar suas habilidades especiais, ou seja, usando apenas o que lhe é humanamente normal. Isso, é claro, pode parecer algo tolo de se fazer, pois habilidades humanas comuns não podem superar nem mesmo a mais inofensiva das Hakanais.
 
– Por outro lado, quando alguém o faz sem problemas, prova que consegue se manter de igual para igual com um Hakanai apenas com suas capacidades comuns. – completa Zang. – Em outras palavras, Sisshin está mostrando que é forte justamente por fazer o que poucos Hakanais conseguem fazer.
 
– Entendi. – afirmam, juntos, Fubuki e Yume.
 
– Por que ele não me ataca? – pensa Envy, tentando acertar seu adversário com sua espada. – Por que não usa a Hakanai dele?
 
– Já chega. – fala Zang, em alto e bom som, interrompendo a batalha.
 
Envy dá um salto para trás, rodopiando no ar, enquanto Sisshin apenas para em um ponto. A espada da garota se desfaz em chamas e desaparece, sendo que logo depois, ela retorna para o solo. Ambos se viram para o pai de Mei Sasaki.
 
– Por hoje, basta. – declara ele.
 
Ao longe, alguém os observa: Yuni. Por trás de um grande pilar do jardim, ela olha para o grupo, mais especificamente para Sisshin. Sequer saberia dizer por que, de repente, esse interesse tão forte nele despertou em seu interior. Por outro lado, para a amiga de Lucy, de certo modo, é agradável estar com ele – ou pelo menos, observá-lo de longe.
 
– O que será que está acontecendo comigo? – pensa ela, olhando para Sisshin ao longe.
 
Enquanto isso, Envy e Sisshin andam em direção a Fubuki, Star, Yume, Ketsui, Rouge e Zang. O responsável pelo grupo, por sua vez, declara no instante em que a dupla se aproxima o suficiente:
 
– Creio que, agora, todos vocês estão em um bom nível. Já podem cuidar de uma tarefa que tenho para lhes dar.
 
– Como assim!? – questiona Fubuki, boquiaberto. – Minha Hakanai ainda não se manifestou!
 
– Ela terá de se manifestar ou perderá sua vida. – afirma Zang, encarando-o com um olhar frio e assustador.
 
O dono de Star, se abraçando ao seu cachorro, engole seco por se sentir amedrontado com as palavras do mais velho. Percebendo isso, ao terminar de comer seu pudim, Yume vira sua face para o garoto. E declara:
 
– Não se preocupe, Fubuki-chan. Eu irei protegê-lo.
 
– Não se dê preocupe, Yume-san, Fubuki-kun. – Envy se manifesta, se posicionando do outro lado de Fubuki, sorrindo para ele. – Eu também estou aqui.
 
– Será que posso explicar a tarefa de vocês? – questiona ele, se irritando um pouco.
 
– C-claro! – exclamam, juntos, Envy, Fubuki e Yume, um pouco assustados com o tom ameaçador do tutor da equipe.
 
– A tarefa de vocês é ir até um vilarejo chamado Asteca, também conhecido como Vila do Sol. Lá terão de solucionar um grande problema que está assolando o local: uma rixa nada saudável entre dois clãs rivais. – esclarece.
 
– Vilarejo Asteca? – indaga Fubuki.
 
– Clãs rivais? – pergunta Envy.
 
– Lá tem pudim? – Yume, por sua vez.
 
– É um vilarejo de Hakanais, liderado pelo clã Tsurugi e pelo clã Takayama. – afirma Zang.
 
– Takayama!? – repetem, juntos, Fubuki, Yume, Ketsui e Envy: ambos voltam suas faces para Sisshin.
 
– Sim, sim, é a minha família. – admite ele, levando sua mão direita para trás da nuca, suspirando desanimado.
 
– Sua família está envolvida em um conflito de clãs de um vilarejo Hakanai? – indaga Fubuki, bem surpreso. – Nossa, que foda...
 
– Não é nada “foda”, moleque. – rebate Zang, encarando-o com um olhar firme e penetrante. – Essa rixa vem se arrastando por 40 anos e já deu o que tinha que dar. É para isso que vão até lá. Creio que Sisshin não assumirá o lado dos Takayama, já que saiu da sua aldeia justamente por desaprovar as brigas sem coerência entre as duas famílias.
 
– Exatamente. – confirma o garoto, cruzando seus braços. – Jamais pensei que me envolveria com isso outra vez.
 
– Bem, é a missão que vocês têm. A tarefa deve ser concluída para que possam provar que são capazes de estarem nesta guerra. Os outros grupos também estarão executando tarefas para isso. – garante. – A prática ensina muito mais do que a teoria.
 
– Qual o verdadeiro objetivo nisso? – indaga Rouge. – Lutar contra os clãs ou apaziguar a situação?
 
– Faz parte da tarefa descobrir o caminho certo que devem tomar. – articula o mais velho. – Em uma guerra, além de força, são necessárias habilidades de estratégia, suporte, análise e até mesmo a sabedoria para identificar o momento de prosseguir ou de recuar. Vocês precisam mostrar que possuem tudo isso para que eu os veja como qualificados e preparados para a Guerra Celestial.
 
– Seja como for, quando iremos partir? – pergunta Envy.
 
– Agora mesmo. – afirma ele. – Vão até a mansão e arrumem suas coisas. E você Sisshin... – leva seu olhar para o citado. – Será quem guiará o grupo, afinal, ninguém por aqui conhece a Vila do Sol melhor do que você.
 
– Certo... – aceita ele, ainda desanimado.
 
– Nossa, Sisshin-kun, parece tão abatido. – opina Yume, fitando-o. – Será falta de pudim?
 
– Eu não gosto de pudim, obrigado. – agradece ele, sorrindo.
 
A garota fica perplexa, com uma expressão de espanto sem igual. Atordoada, ela coloca uma mão em cada lado de sua face, se balançando de um lado para o outro. Com isso, Ketsui, que estava em seu colo, cai de bunda ao chão.
 
– Não pode ser, não pode ser, não pode seeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeer!!!
 
– Mas o que foi que disse de errado!? – questiona Sisshin, sem entender, dando de ombros.
 
– Senhor dos céus, quando ela surta, ninguém segura! – exclama Ketsui, se afastando da sua dona com alguns passos.
 
– Yume, você está bem? – pergunta Fubuki, colocando sua mão direita no ombro esquerdo dela.
 
Repentinamente, a garota ergue sua face, direcionando-a para Sisshin mais uma vez. Com seus olhos brilhando, ela lhe pergunta:
 
– O que você tem contra pudins?
 
– São guloseimas engordativas que nem tanta graça têm. – diz ele, fechando seus olhos por alguns segundos. – Alguns dizem que é como a doçura dos anjos, mas para mim me dá o mesmo prazer que comer angu.
 
Yume começa a gritar, furiosa. Zang e Rouge, por sua vez, se afastam dela com alguns passos para trás.
 
– Acalme-se. – exige o tutor do grupo.
 
– Nuncaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! – grita ela, de fato, fora de controle.
 
Yume fecha seus olhos e estende sua mão direita. Nela, arde uma luz amarela que, em segundos, materializa uma pedra preciosa.
 
– Que a permissão divina acolha o meu pedido! – exclama ela, reabrindo suas pálpebras. – Invocação Topázio: Ureshi, a felicidade!!
 
A joia desaparece, através da mesma luz, sendo substituída por uma espécie de palhaço amarelo com um chapéu verde e cabelos vermelhos, azuis e brancos.
 
– Aqui estou, Yume-samaaaaaaaaaaaaaaa. – declara o palhaço, se colocando perante ela.
 
– Que coisa é essa!? – se pergunta Rouge, não acreditando no que está vendo.
 
Yume usa seu indicador direito para apontar para Sisshin, o que faz Ureshi dar meia volta. Ainda furiosa, coloca sua outra mão na cintura, exigindo:
 
– Ureshi, use os seus maravilhosos e felizes poderes para envolvê-lo com a graça dos pudins!
 
– Como desejar, Yume-samaaaaaaaaaa. – o palhaço aceita a ordem.
 
– Mas o que está acontecendo!? – indaga Sisshin. – Eu gost... – ele é interrompido, levando um pudim na cara.
 
– Garoto, conheça agora o valor de um pudim! – declama Ureshi, saltando contra ele.
 
Misteriosamente, surge em pudim em cada mão do palhaço. Assim que ele cai sobre Sisshin, envia ambos na boca do garoto, obrigando-o a comê-los.
 
– Magnífico!! – exclama Yume, com seus olhos brilhando e suas mãos unidas perante seu corpo. – Não há nada mais magnífico neste mundo do que o sagrado sabor de um pudim!
 
– Yume, você vai matar o Sisshin-san assim. – fala Fubuki, cutucando-a.
 
– Não fale besteiras! – discorda ela, cruzando os braços. – Ninguém morre com pudins. E caso eu esteja errada, ele morrerá feliz!
 
O palhaço salta para trás, saindo de cima do garoto. Sisshin, por sua vez, permanece de costas no chão, com a cara toda lambuçada e um sorriso de ponta a ponta da sua face.
 
– Vejam isso! – exclama Yume, indicando o rosto de Sisshin. – Essa é a inestimável e verdadeira felicidade!!
 
– O que está acontecendo ali? – Mika’il, ao longe, se aproximando de Yuni e perguntando tal coisa.
 
– E-eu não sei. – responde ela, com sua face corada.
 
Sakura, Eli, Anya e Keiko, se aproximando, se juntam a Mika’il e Yuni: foram atraídas pelo alvoroço criado pelo ataque histérico de Yume. Pelo menos, essa é a definição que Keiko está dando para tudo isso. E por falar nela, entrefechando seus olhos, a melhor amiga de Anya suspira. E diz:
 
– Aquela garota... É doida!!
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MensagemAssunto: 13 - Embates no covil de víboras [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeQui 20 Mar 2014, 19:37

Mansão Agamenon, escritório de Apporion...
Fubuki, Star, Yume, Ketsui, Zang, Rouge, Envy e Sisshin: todos diante do dono da grande casa, que mais parece um palácio.
 
– Eles já estão partindo. – afirma Zang, de braços cruzados, encarando Apporion. – A Vila do Sol os aguarda.
 
– Desejo boa sorte para todos. – fala Apporion, sorrindo. – Por mais perigo que Misuro e a gangue dele possam representar, creio que eles não irão agir diretamente contra vocês no momento.
 
– O que te garante? – indaga Envy, arqueando sua sobrancelha esquerda.
 
– Estarei monitorando vocês. – afirma o ricaço, fitando a garota com uma expressão amigável  e gentil. – Porém, apenas interferirei caso seja de extrema urgência, mas suponho que isso não será necessário.
 
– Como assim nos monitorando? – pergunta Fubuki.
 
– Papai também é um Hakanai muito poderoso, Fubuki-chan. – afirma Yume, voltando sua face para Fubuki, balançando a cabeça positivamente.
 
– Sério? – ele, mantendo Star em seus braços assim como Yume mantém Ketsui, fica bem surpreso.
 
– Bem, sendo só isso, já podem partir.
 
– Até mais. – fala Sisshin, sorrindo e dando meia volta.
 
– Voltaremos trazendo boas notícias, com certeza! – exclama Fubuki, sorrindo para Apporion.
 
– Tenho fé que sim. – afirma o Agamenon.
 
Todos se retiram do local, inclusive Zang, deixando aqui somente pai, filha e sua gata. Encarando a jovem garota, o pai exibe um novo sorriso: gentil, mas ao mesmo tempo, melancólico.
 
– Não exagere muito, viu filhinha? – pede ele, preocupado com ela.
 
– Ouvi falar que lá não tem pudins, mas estarei levando o meu estoque na mochila. – garante, se virando um pouco para que o pai possa ver a mochila vermelha em suas costas.
 
– Não é disso que estou falando.
Yume fecha seus olhos, sorrindo. E declara:
 
– Não se preocupe, eles nunca me deixaram diabética, não será agora que deixarão.
 
– Isso porque você é anormal... – pensa Ketsui, entrefechando suas pálpebras após ouvir o comentário de sua dona.
 
– Yume. – fala ele, em um tom mais sério, fazendo a filha abrir os olhos e ficar séria também. – Sou seu pai. Não precisa manter essa faceta comigo, não quando estamos sozinhos.
 
– Eu também estou aqui. Só uma observação... – fala a felina presente, revirando seus olhos.
A filha de Apporion o encara por alguns instantes, mas logo depois dá meia volta. E diz:
 
– É tanto tempo que, às vezes, chego a esquecer quem sou de verdade.
 
– Você é Yume Agamenon, a minha filha amada. Nunca se esqueça disso. – pede, com um tom mais suave do que o anterior. – Não se esforce além do necessário.
Yume sorri, voltando-se para o pai outra vez. E, fechando seus olhos de novo, articula:
 
– Não se preocupe. Mascarar a minha sina é o que sei fazer de melhor.
 
Dessa forma, levando consigo sua felina, a jovem se retira do escritório do pai. Ele, respirando profundamente, apenas deseja, do fundo do seu coração, que tudo ocorra bem, para todos os envolvidos, nesta missão...
 
– Fique bem... – pensa Apporion. – Minha preciosa Yume...
 
 
/--/--/
 
 
 
Longe dali, no refúgio de Misuro Asachi...
Yuzuru encarando Muey Muong, Sesshou encarando Mai e Ando encarando Pietro e Cortam.
 
– Acho que essa batalha será inevitável. – opina Yuzuru, acertando seus óculos com seu indicador esquerdo. – Uma pena...
 
– Nem vejo tanto problema nisso. – diz Sesshou, retirando devagar a espada de sua bainha, posicionando-a perante todo seu corpo com a mão esquerda. – O problema é que tenho que enfrentar uma mulher.
 
– É melhor para você não me subestimar apenas porque sou mulher. – garante Mai, cruzando seus braços e sorrindo para ele de maneira sedutora. – Eu não sou pouca coisa, bonitão!
 
– Tomem cuidado. – avisa Cortam. – Todos eles parecem utilizar habilidades secundárias que reforçam a força e agilidade. Por isso, confrontos diretos não são viáveis.
 
– Como ele descobriu isso? – pensa Ando, fitando-o.
 
Sem esperar nada mais, Yuzuru avança contra Muey Muong: em uma velocidade que espanta os aliados do mascarado. Contudo, ao tentar acertar um chute na cabeça do seu alvo com seu pé esquerdo, o assistente de Moon nota que o corpo do seu adversário se dissipa em uma névoa negra.
 
– O que é isso? – pensa ele, voltando para o chão e se afastando da estranha névoa com alguns saltos, bem rápidos, para trás.
 
– Minha Hakanai é a Poison Ark. – assim ecoa a voz de Muey Muong, enquanto seu corpo, transformado em névoa envenenada, vai se espalhando por todo o local. – Não posso ser derrotado por pessoas que lutam somente a curto alcance.
 
– A Hakanai de Yuzuru é a Healing Ark. A Hakanai de Ando é a Weapons Mastery. A Hakanai de Sesshou é a Spiritual Ark. – define Cortam, olhando um por um.
 
Os aliados de Moon ficam surpresos por, de forma tão eficaz, o inimigo ter descoberto suas Hakanais. Mai, por sua vez, se prepara para atacá-los.
 
– Venom! – declama ela, direcionando ambas as suas mãos para seu adversário. – Essa névoa tóxica que estou criando, aliada à névoa envenenada de Muey, será mais do que suficiente para acabar com vocês três de uma só vez!
 
A névoa negra de Mai se mistura com a névoa de Muey Muong e, formando uma combinação, envolve o trio invasor. A mulher ri, dizendo:
 
– Quão patéticos eles eram? Apenas isso os deteve.
 
Repentinamente, a mistura da névoa de Muey e Mai começa a ser envolvida por um turbilhão de ventos. Em poucos instantes, já é possível ver o trio que acompanhara Moon até aqui novamente. Entre os outros dois, Ando está movimentando uma lança verde com ambas as mãos, criando com ela um redemoinho, o que toma proporções cada vez maiores. Por consequência, toda a névoa dos Hakanais Sombrios é sugada e anexada ao redemoinho.
 
– Lança-Tempestade! – declama Ando, manipulando sua lança para atirar o tornado envenenado contra seus adversários.
 
Com isso, Mai, Cortam e Pietro são pegos pelo redemoinho e lançados para o alto.
 
– Monstrum! – declama Pietro, ainda vítima do tornado da lança de Ando.
 
No chão, pequenos humanoides negros surgem. Ao todo, passam de centenas: um verdadeiro exército de criaturas das sombras, criadas pela declaração de Pietro. Ao notar isso, Yuzuru, Ando e Sesshou retornam seus olhares para o batalhão de seres da escuridão. Suspirando, o assistente de Moon apenas fala:
 
– Estou vendo que isso aqui não é nenhuma brincadeira...
 
– Então vamos levar a sério. – sugere Sesshou. – Afinal, não temos tempo a perder!
 
 
 
/--/--/
 
 
 
No interior daquele mesmo local, caminha sozinha em silêncio a rainha atual do Palácio Estelar. Serena como as águas de um rio tranquilo, ela sente estar bem próxima do seu destino.
 
– Onde Misuro deve estar neste momento? – se pergunta mentalmente. – Aqui ele não está, pois não o sinto em nenhum lugar com o meu Radar Angelical.
 
Radar Angelical é uma das habilidades secundárias da Hakanai de Moon: Angel Gift. Segundo muitos, a Angel Gift é uma variação ainda mais poderosa da Lyric Ark, pois também funciona se baseando nos sentimentos do seu usuário. E, assim como a Lyric Sense, uma habilidade sensitiva da Lyric Ark, o Radar Angelical identifica os sentimentos de todos ao seu redor. Quanto maior é o potencial de quem o tem, maior é o raio sensorial do Radar Angelical.
 
– Moon-sama, aqui estamos. – fala Hyro, ao surgir no fim do corredor em que Moon caminha agora.
 
Ao lado direito de Hyro, está Lucy, sentindo-se bem alegre por saber que agora poderá ir embora deste lugar.
 
– Fico feliz que tudo esteja dando certo. – conta Moon, se aproximando da dupla.
 
Eles se colocam frente a frente quando se aproximam o suficiente. Sorrindo para a garota, Moon diz:
 
– Prazer em conhecê-la, Lucy.
 
– Igualmente. – garante a menina. – Fico feliz por ter se preocupado comigo, Moon-sama.
 
– Não poderia deixar uma jovem inocente passando poucas e boas, querida. – articula a mais velha, ainda fitando-a. – Vamos. Não tem mais que ficar neste lugar.
 
Repentinamente, outra pessoa surge aqui – e de forma instantânea, como se tivesse se teletransportado. Surpresa, Moon dá meia volta e passa a encarar o recém-chegado: Dante Osphichius. Assim que o nota, Lucy se aperta no braço direito de Hyro, desejando não ter que se afastar dele um segundo sequer.
 
– Então é mesmo um traidor, meu irmão. – fala Dante, encarando-o com um visível desprezo. – Sabia que não deveríamos confiar em você.
 
– Os ideais de Misuro levarão o mundo à destruição. – afirma Hyro, prestando atenção em seu irmão mais velho. – Alguém tão inteligente e independente deveria entender isso melhor do que eu.
 
– O mundo precisa mudar. – argumenta. – E ele apenas mudará quando alguém forte o suficiente domine os Shadows e os use para inaugurar um novo império no planeta. Um império que englobará todas as nações e trará a definitiva paz.
 
– Está enganado. – afirma Moon, chamando para si o olhar de Dante. – Misuro está usando todos vocês para concretizar os desejos egoístas dele. O conheço bem o suficiente para saber que ele quer apenas o poder e nada mais.
 
– Cala a boca. – exige o irmão mais velho, perdendo o controle ao direcionar sua palma direita para eles. – Morrerão os três.
 
Através das suas habilidades – tendo como sua Hakanai a Dimensional Travels –, Dante altera a dimensão em que estão. O que antes era o castelo de Misuro agora é um lugar desértico repleto de sombras. Sorrindo, o irmão de Hyro diz:
 
– Demoniac Dimension, a dimensão dos demônios. – garante, com um sorriso quase sádico. – Aqui será o túmulo de todos vocês!
 
– O que pretende fazer? – pergunta Hyro. – Vai matar o seu irmão?
 
– Arrancarei o seu coração com minhas próprias mãos, mas não antes de fazê-lo sofrer e se arrepender de ter nascido. Farei com que sinta todo o sofrimento que...
 
Ele se cala: Moon acabara de se materializar bem diante de si, separada por meros centímetros. Encarando-o com um olhar ameaçador, a mulher garante, erguendo seu braço direito:
 
– Não me importo que machuquem a minha carne ou a minha alma. Contudo, jamais permitirei que causem dor àqueles que amo bem diante dos meus olhos.
 
– Se acha mesmo invencível? – indaga Dante, saltando para trás.
 
Surgem, atrás dele, inúmeras criaturas grotescas: bem semelhantes a demônios, de fato. De aparências distorcidas e monstruosas, as criaturas saltam contra Moon. Nisso, sorrindo, Dante comenta:
 
– Agora vamos ver como a grande Moon se sairá... No meu mundo.
 
 
 
/--/--/
 
 
Enquanto isso, no jardim da mansão Agamenon...
Juntas aqui estão Martina, Mei, Anya e Keiko. Alinhadas, observam o afastar de Fubuki, Star, Yume, Ketsui, Envy, Rouge e Sisshin.
 
– Partiremos para nossa missão somente mais tarde, correto, Martina-sensei? – indaga Mei, levando seu olhar para a mais velha das presentes.
 
– Não me chame assim. Soa como se eu fosse consideravelmente mais velha que vocês. – fala Martina, suspirando profundamente enquanto coloca suas mãos em sua cintura. – Mas sim, está correta a sua colocação.
 
– Não quer ser considerada como velha, mas acabou de falar como uma. – opina Keiko, entrefechando suas pálpebras.
 
– Por que tanto interesse naquele grupo? – questiona Gon, se aproximando.
 
Ele se coloca ao lado direito de Martina, sorrindo. E nota a ligeira irritabilidade que brotara na face da mesma.
 
– Parece que a minha simples presença te irrita bastante, não é mesmo? – pergunta ele, sorridente.
 
– Exatamente. – confirma ela, dando meia volta, começando a tomar alguns passos para se afastar de Gon. – Vamos garotas! Temos mais algum tempo para treinarmos!
 
Anya e Keiko também se viram e vão acompanhando Martina. Mei, por outro lado, se coloca diante de Gon. Com uma expressão séria, mas gentil, ela fala:
 
– Não fique triste, ela ama você.
 
– Me ama!? – ele, surpreso.
 
No fundo, Gon sempre suspeito que Martina nutria algum sentimento especial por ele e por isso sempre o espezinha daquela forma. Contudo, para ele, “amor” é algo forte demais. Julgaria, no máximo, como uma atração física ou mera paixão.
 
– Sim, ela te ama. Tenho certeza disso. – afirma Mei, com tremenda e sólida convicção. – Só que não sabe ainda. Ou talvez saiba, mas tenta sempre fugir do que está sentindo, sabe?
 
– Acho que sim. – diz ele, suspirando. – Mas amor não é algo forte demais não?
 
– Você precisa aprender a entender melhor o coração de uma mulher. – recomenda a filha de Zang, sorrindo. – Para nós, o amor é algo muito intenso que pode curar ou machucar. Essa essência dual do amor, por outro lado, é o que faz ele ser tão especial.
 
– Não entendo muito dessas coisas. – admite ele, levando sua mão direita para trás da cabeça, usando-a para coçá-la um pouco, por estar sem jeito com uma conversa desse tipo.
 
– Passe a entender, oras. – sugere ela. – Agora preciso ir.
 
Mei começa a correr, indo em direção à Martina e às suas companheiras de equipe, deixando aqui o pensativo Gon.
 
Ele, por sua vez, abaixa sua cabeça e cruza seus braços, atado aos seus próprios pensamentos.
 
– Amor... ? – reflete ele, engolindo seco.
 
O grupo de Fubuki, por sua vez, se encontra cada vez mais distante da casa. Vez ou outra, enquanto caminha junto dos seus amigos, Yume olha para trás para ver sua casa. E sempre que o faz sente um estranho aperto em seu coração.
 
– Está tudo bem, Yume-hime? – indaga Ketsui, notando tais atitudes de sua dona, enquanto anda ao lado direito dela.
 
– Tudo sim.
 
– Deve ser a falta de pudim que está deixando ela triste. – opina Envy. – Mal saímos e já comeu todos que estava trazendo. Não sei como consegue manter esse corpo que tem.
Sisshin ri com o comentário dela por alguns segundos. Rouge, por sua vez, declama:
 
– Vamos manter o foco em nossa missão, por favor. Não gostaria de fracassar por falta de compromisso de uns ou outros.
 
– Você está sempre distante demais, Rouge-san. – comenta Fubuki. – Poderia interagir mais conosco.
 
– É minha maneira de ser. – afirma ela.
 
Por mais algum tempo, o grupo anda em silêncio. Já distantes da casa de Yume, Envy decide perguntar para Sisshin:
 
– O que levou a essa rixa entre seu clã e o clã Tsurugi?
 
– As duas famílias disputam pelo governo da Vila do Sol. Os Takayama dizem que eles são os mais indicados e os Tsurugi falam a mesma coisa. – explica ele, mantendo seu olhar para o que está à sua frente. – Ou seja, brigam por motivos bobos quando ambas as famílias poderiam governar o vilarejo juntos.
 
– Existem outras pessoas na vila além dos Tsurugi e dos Takayama? – questiona Fubuki, com seu cão nos braços.
 
– Sim existem. – garante ele, voltando sua face para o menor. – Ei, espera um momento. Por que você trouxe o seu cachorro? – pergunta Sisshin.
 
– Não consigo ficar sem ele um segundo sequer. – admite Fubuki, sorrindo.
 
– Esperem! – declama Ketsui, cessando seus passos felinos bruscamente.
 
Todos da equipe também param, dirigindo seus olhares para a gata. É aí que Yume pergunta:
 
– Algum problema?
 
– Sim! – exclama Ketsui, com seus olhos arregalados. – Uma energia bem alta está vindo para cá!
 
– É negativa? – questiona Fubuki.
 
– Sim! – corresponde a gata. – Algo me diz que isso será um problema!
 
Com isso, passos começam a serem ouvidos por todos. Em poucos instantes, de algumas árvores presentes à esquerda do grupo, surge um jovem. Um musculoso garoto de rosto chamativo e firme, pele parda, cabelos negros e espetados, olhos castanhos e estatura considerável  – superior a de todos os Hakanais aqui presentes.
 
– Stinger!? – Sisshin fica espantado.
 
– E aí, Sisshin! – declama o recém-chegado, sorrindo, mantendo suas mãos nos bolsos de sua calça negra enquanto se aproxima do grupo.
 
– Você o conhece? – pergunta Envy para Sisshin. – Então poderia me dizer por que ele está sem camisa?
 
– É pra mostrar meu corpo gostoso... – fala Stinger, rindo, passando sua mão direita na sua barriga definida.
 
Repentinamente, Yume grita, assustando a todos os seus amigos e surpreendendo o tal Stinger, que aqui para de andar.
 
– O que houve!? – Fubuki pergunta para ela, preocupado.
 
– Odeeeeeeeeeio garotos convencidos! – exclama a garota, colocando sua mão direita cerrada perante todo seu corpo. – Vou acabar com ele!!
 
– Não! – declama Sisshin. – Não lutaremos contra ele!
 
– Por quê? – questiona Rouge. – Qual a Hakanai dele que o faz ser forte o suficiente para que todos nós tenhamos que temê-lo?
 
– Simplesmente é impossível para nós vencer o Stinger. – afirma Sisshin, chamando para si o olhar do citado. – Ele é o meu irmão do meio e sei do que estou falando.
 
– Ele é seu irmão!? – Fubuki fica surpreso, assim como Envy e Ketsui. – Mas o que ele quer conosco?
 
– Uma coisa bem simples, garoto. – afirma Stinger. – Quero em uma bandeja o coração do escolhido para guiar a atual Guerra Celestial: Fubuki.
 
Todos ficam surpresos. É quando o dono de Star pensa:
 
– Ele quer me matar!? Será que é um aliado do Misuro?
 
– Por que quer matá-lo? – questiona Envy, se colocando à frente de Fubuki.
 
Stinger ri. E articula:
 
– Não adianta tentarem protegê-lo, muito menos esconder a verdade de mim. – e aponta seu indicador direito para Fubuki. – Eu sei quem ele é.
 
Desse modo, Yume fecha seus olhos. Com alguns passos, toma a frente de todo o grupo, chamando a atenção de Rouge, Sisshin, Envy, Ketsui e do próprio Fubuki. Mantendo um sorriso doce no seu rosto, ela indaga:
 
– Você quer mesmo matar o Fubuki-chan?
 
– Sim. – responde Stinger. – Afinal de contas, o coração dele guarda algo que pode levar o mundo ao caos. Não posso deixar que o artefato que esse moleque carrega caia em mãos erradas. É por isso que arrancarei fora o que está dentro dele.
 
Ketsui fica espantada, pois de uma hora para outra, uma forte energia começa a fluir de Yume. A sua dona, por sua vez, mantendo o sorriso doce, abre seus olhos. E quando o faz, passa a exibir uma expressão de ira plena. Cerrando ambos os seus punhos, a garota fala:
 
– Então, primeiro, terá que passar por cima do meu cadáver!
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MensagemAssunto: 14 - Sobrevivência ou extinção [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeQui 27 Mar 2014, 21:58

Demoniac Dimension, um mundo criado por Dante Ospichius. Nele, agora, centenas de criaturas demoníacas atacam Moon, enquanto Hyro protege Lucy.

– Moon-samaaaa!!! – Hyro grita por ela.

– Ela será despedaçada! – declama Lucy, aterrorizada.

– Então esse é todo o poder da lendária rainha do Palácio Estelar? – debocha Dante. – Que deprimente...

Repentinamente, entre as criaturas grotescas que estão atacando Moon, uma luz brilha. E, de uma só vez, as bestas são atiradas para todos os lados. Todos olham para o céu e veem o corpo da mulher se elevando no ar.

– Como isso é possível? – Dante pensa, bem surpreso. – Como ela pode vencer tantos demônios?
Os pés de Moon voltam para o chão. E, serena, ela declara:

– Um demônio jamais pode vencer um anjo, não importa quão forte ele seja ou em quantos eles estejam.

Dante se coloca em posição de guarda. Entretanto, com uma velocidade aterradora, ela surge atrás dele.

– Não tenho tempo para brincadeiras.

A mulher o acerta com um soco direito. E, para a surpresa de Lucy, que não conhece as habilidades de Moon, Dante é lançado para metros e metros de distância. É aí que a rainha do Palácio Estelar diz:

– Cancelamento Angelical.

Desse modo, a dimensão demoníaca é neutralizada e eles voltam ao local em que estavam antes. Dante, por sua vez, está inconsciente no chão.

– Vamos embora. – sugere Moon, dando as costas para Hyro e Lucy. – Misuro chegará a qualquer momento e se isso ocorrer, terei de usar todo o meu poder.

– Todo o poder!? – imagina Hyro, perplexo. – Na última vez que Moon-sama utilizou todo o seu poder, ela destruiu um país inteiro!

– Hyro-san, eu não entendi o que aconteceu. – fala Lucy, dirigindo seu olhar para o mais alto.

– É a Hakanai de Moon-sama: Angel Gift. Com ela, Moon-sama adquire várias capacidades sobre-humanas através da força dos seus sentimentos. Porém, diferente da Lyric Ark, essas capacidades são constantes e não por alguns momentos. É por isso que, naturalmente, ela tem uma força, velocidade, reflexos e inteligência bem acima das de qualquer pessoa comum. – ele explica.

Desse modo, Hyro volta sua face para o desacordado Dante. E, suspirando, pensa:

– Ainda teremos o momento de acertar as nossas diferenças, meu irmão.

Assim, Hyro começa a caminhar, levando consigo Lucy. Ao se colocar ao lado direito de Moon, quem esteve parada até agora esperando a dupla, eles vão andando para se retirarem daqui o quanto antes.

– Vamos até Yuzuru e os outros e sairemos daqui. – estipula Moon, ainda calma.

– Que assim seja, Moon-sama. – Hyro se manifesta novamente.

Lucy, pensativa, observa os longos cabelos da mulher. Por alguma razão que não saberia explicar, se sente muito bem perto de Hyro e Moon. É como se algo que viesse deles pudesse transpassar paz para o seu coração. Sorrindo então, a melhor amiga de Yuni reflete:

– Apesar de ser forte, ela emana uma sensação tão boa. É quase como estar perto de um verdadeiro... Anjo.


/--/--/


– Uma garotinha está me desafiando? – indaga Stinger, dando risadas. – Não posso nem acreditar nisso!

Diante dele, estão Yume, Sisshin, Rouge, Envy, Ketsui, Star e Fubuki. E o objetivo de Stinger é tomar para si um artefato, segundo ele, escondido no coração de Fubuki.

– Não deixarei você tocar em um fio de cabelo sequer do Fubuki-chan. – afirma Yume.

– Vamos ver se é mesmo capaz de me impedir. – fala Stinger, ficando mais sério.

Sisshin salta para bem alto. E, movimentando seu braço esquerdo no ar, grita:

– Lâmina Aérea!

– Ele está criando uma lâmina cortante com sua Hakanai: Aerial Creation. – pensa Stinger, observando a ação do seu irmão mais novo. – Patético.

Quando Sisshin vai lançar seu ataque contra seu alvo, seu corpo para de se mexer bruscamente. Com seus olhos arregalados, ele imagina:

– Droga! Ele me pegou!

– Sisshin-kun, o que houve? – indaga Fubuki.

– Maestria Corporal. – fala Stinger, direcionado seu dedo indicador e médio da mão esquerda para seu irmão.

Quando ele abaixa seu braço bruscamente, Sisshin se choca de modo violento contra o chão, impressionando seus companheiros. É quando Rouge se vira para ele, se abaixando e perguntando:

– Você está bem?

– Fujam. – pede Sisshin, com o rosto bastante ferido e sangue pingando da sua narina esquerda. – Não somos páreos para ele.

– A minha Hakanai é invencível. – fala Stinger, abrindo seus braços. – Eu tenho a Human Handling, a raríssima habilidade que permite tomar controle sobre o corpo dos meus adversários.

– Existe uma habilidade assim!? – pensa Fubuki, perplexo.

– Meu pai virá a qualquer momento acabar com você! – declama Yume.

– Será mesmo? – indaga ele, rindo. – Ele colocou um rastreador em você, mas eu já o destruí, queridinha. Não percebeu não?

A garota arregala os seus olhos. Ainda assim, Stinger continua:

– Ele não sabe onde vocês estão agora. Ou seja, poderei matá-los sem problema algum.

– Espada de Fogo! – declama Envy, já correndo contra o inimigo.

Criando uma espada de chamas, a garota se aproxima com rapidez e começa a tentar atingi-lo.

– Nós, os Takayama, somos exímios espadachins e temos árduos treinamentos físicos desde pequenos. – alega ele, colocando suas mãos nos bolsos e se esquivando de cada uma das investidas da garota. – Uma  ninfetinha qualquer não vai me assustar.

De repente, ele revela seu dedo indicador e médio direito, o que faz o corpo de Envy paralisar completamente. É quando ele diz:

– Maestria Corporal.

Ela começa a se contorcer contra a sua vontade. Envy, desesperada, começa a gritar de dor, sentindo como se seus ossos estivessem sendo esmigalhados. Rouge, vendo isso, não permanece parada. Retira uma espécie de espada da sua bota esquerda e, manuseando-as, salta contra Stinger.

– Idiota. – pensa ele, notando a rápida aproximação da mascarada.

O Takayama direciona seus dois dedos da outra mão para Rouge. De imediato, os movimentos dela também são interceptados.

– Não pode ser! – pensa Rouge, perplexa. – Não consigo mover um dedo sequer!

Enquanto Envy continua gritando de dor, Sisshin se levanta do chão. Aparentando estar bastante machucado, chama para si o olhar de Stinger, quem pergunta:

– Ainda não teve o suficiente? Está querendo apanhar mais?

– A Human Handling é poderosa, mas seu ponto fraco é a quantidade. Você pode controlar apenas um corpo para cada mão. Por isso, poderei acabar contigo agora. – afirma o Takayama mais novo, fazendo alguns movimentos no ar com suas palmas.

Uma esfera de ar surge entre as mãos de Sisshin. Ele declama:

– Canhão Aéreo!!

Com extrema velocidade, a esfera é disparada tendo Stinger como alvo. Contudo, quando está perto o suficiente, acaba acertando o dorso de Envy, que desmaia.

– O quê!? – o garoto se espanta.

– Tolo. – fala seu irmão. – Acha mesmo que, controlando duas garotinhas, me deixarei acertar por seu golpe quando posso usar uma delas como escudo?

Gritando de dor, Envy desmaia, mas seu corpo permanece erguido, pois Stinger continua controlando-a. Sorrindo, ele fala:

– Sinto muito, mas sua colocação sobre a minha Hakanai está equivocada.

A mão direita de Sisshin começa a se mexer, deixando-o espantado. E, sem mais nem menos, ele passa a se sufocar com ela.

– Sisshin-kun!! – Fubuki clama por ele.

– Eu podia mesmo controlar apenas duas pessoas no passado. – confirma Stinger. – Porém, eu evolui, me tornei muito mais forte do que antes. Não sou o mesmo Stinger que você conheceu. Para cada dedo, posso controlar uma pessoa. – garante, movimentando o dedo indicador para controlar a Rouge, o médio para controlar Envy e o polegar para controlar Sisshin: todos da mão esquerda.

– Eles estão totalmente dominados! – pensa Fubuki, aterrorizado.

Com isso, Stinger começa a caminhar em direção a Fubuki, Yume, Ketsui e Star. A garota, por sua vez, dá alguns passos para trás, se colocando perante o dono do cachorro presente. E pede:

– Fubuki-chan, fuja.

– Como é que é!? – ele questiona, surpreso com o que acabara de ouvir.

– Por favor, fuja. – pede ela, ainda mantendo o seu olhar para Stinger, que se aproxima.

– Garotinha, você havia dito que eu teria que passar por cima do seu cadáver se quisesse matar meu alvo. – comenta o inimigo, se lembrando das palavras de Yume. – Que assim seja: você morrerá primeiro.

Atrás dele, Rouge, Envy – sendo que, agora, sua espada de chamas se dissipa – e Sisshin caem desmaiados. Desse modo, Stinger direciona sua mão direita para Yume, mas quando o faz, Ketsui surge acima da sua cabeça, revelando as afiadas garras da sua pata dianteira direita.

– Gata intrometida! – exclama ele, desviando e saltando para sua direita logo depois.

As garras de Ketsui se chocam contra o chão, deixando no solo três grandes fissuras: cada uma de, aproximadamente, dois metros de largura. Porém, logo depois, Ketsui avança contra Stinger. E, desse modo, vai tentando acertá-lo com suas garras de cada uma das suas quatro patas. Por outro lado, ele vai se esquivando, demonstrando certo trabalho para tal.

– A Hakanai que ele possui é letal para humanos, mas inofensiva para qualquer outro ser vivo. – comenta Yume. – Por mais forte e habilidoso que ele seja, não vai representar grande perigo para Ketsui.

Ouvindo isso, Fubuki se sente aliviado. Não por temer por sua vida, mas sim pela de Yume e de Star. Não quer, em hipótese alguma, ver um dos dois sendo machucado. Pensando nisso, o garoto começa a achar que foi um erro trazer seu cão nesta tarefa.

– Bola de pulgas irritante. – fala Stinger, enquanto vai se esquivando.

Ao colocar sua mão para trás de suas costas, ele retira da bainha a espada que carrega. E passa a usá-la com ambas as mãos, atracando-a contra as garras da gata de Yume. Os dois vão se confrontando assim.

– A Ketsui é forte. – pensa Fubuki, surpreso. – Aliás, todos são fortes. Mas eu...

– Eu estou aqui. – afirma Yume, se virando e sorrindo para ele. – Enquanto eu estiver ao seu lado, você não precisa sofrer ou se machucar, nem precisa chorar. Eu estou disposta a arcar com toda dor em seu lugar.

– Yume... – imagina ele, perplexo.

A garota dá meia volta. Fecha suas pálpebras e estende sua mão direita para a frente, na qual surge um diamante belo como só ele.

– Que a permissão divina acolha o meu pedido! Invocação Diamante... – e, enquanto recita o chamado, reabre seus olhos. – Rabu, o amor!!

Através de uma luz branca, surge uma pequena criatura vermelha de grandiosas asas brancas e orelhas duas vezes maiores que seu corpo, este do tamanho do rosto de sua invocadora.

– Rabu, por favor! – pede a garota, erguendo sua mão direita ao máximo que consegue. – Amor Cristalino!

O pequeno animal libera um som similar a um miado. E, de imediato, espalha energia luminosa por todo o local. Logo depois, Fubuki nota que os ferimentos dos seus amigos desmaiados começam a ser curados.

Stinger, enquanto confronta as ágeis garras de Ketsui com sua espada, direciona seu olhar para Rabu. E, mais que depressa, salta e atira sua espada contra a criaturinha, que grita com uma voz aguda, ao receber a lâmina bem no seu centro.

– Esse bicho pode ser perigoso. – pensa Stinger, ainda no ar. – Preciso matá-lo.

Ketsui, por sua vez, salta e começa a tentar acertá-lo ali mesmo. Porém, como antes, ele vai desviando. Por outro lado, desta vez, acerta um chute direito na gata, lançando-a com força ao céu. O Takayama retorna para o chão, mas quando volta seu olhar para Yume, direciona sua palma esquerda aberta contra ela.

– Garota chata. – fala.

Assim como acontecera com Envy, o corpo de Yume começa a se contorcer. Entretanto, ela não grita.

– Yume! Yumeeeeee!!! – Fubuki clama por ela, sem saber o que fazer.

– Estou esmagando os ossos dessa garota. Mesmo assim, ela não grita. – pensa Stinger.

Repentinamente, Ketsui vem mergulhando do céu contra o Takayama, prestes a golpeá-lo com as garras da sua pata direita. Enquanto isso, o corpo de Yume continua a se contorcer, sendo possível ouvir o som dos seus ossos se quebrando.

– Maldito!! – pensa a felina, já bem próxima.

Quando ela vai acertá-lo, algo intercepta. O que Ketsui acerta é a barriga da desacordada Envy, ainda sob controle do Hakanai de Stinger – e isso destrói o tecido sobre a mesma, fazendo jorrar sangue das feridas que se abrem na pele da garota. Fubuki, ao ver isso, fica ainda mais perplexo.

– Bicho chato. – fala Stinger, novamente, acertando um chute na gata.

Com força, ele a lança para longe, fazendo a felina chocar seu dorso contra uma árvore ali. Desse modo, Ketsui cai inconsciente. Já sendo capaz de focar toda a sua atenção em Yume para tirá-la de vez do seu caminho, ele fecha sua mão, dando como último ato desse show macabro o terrível som de todos os ossos dela sendo triturados. A garota cai de bruços em uma poça de sangue.
Stinger gargalha, chamando a atenção de Fubuki, que ainda está com Star em seus braços. O seu cachorro começa a latir, como quem sente a ameaça que o irmão mais velho do desacordado Sisshin representa.

– Agora só falta passar por cima do seu cadáver... – fala o inimigo, caminhando em direção à Fubuki.
O garoto coloca seu cachorro no chão. E pede:

– Star, vai embora. Pelo menos você... – e lágrimas começam a brotar dos olhos do jovem, enquanto ele olha para Rouge, Sisshin, Envy e Yume, respectivamente. – Pelo menos você precisa sobreviver!

De repente, Stinger para. E olhando para Fubuki, pergunta:

– Por acaso faz ideia da razão que me move contra você?

– O Misuro te mandou aqui? – indaga ele.

– Eu nada tenho a ver com aquele imbecil. – afirma o Takayama, cruzando seus braços. – Suponho que você já ouviu falar do Destiny Break.

– Sim, – confirma o garoto, cerrando seus dois punhos, encarando-o com firmeza. – O que tem?

– É o artefato que estou procurando. Os idiotas envolvidos na Guerra Celestial estão como loucos atrás dele quando, na verdade, o seu coração o carrega. – afirma.

O garoto fica perplexo. Ainda assim, Stinger não para de falar.

– Sua importância nesta guerra é muito maior do que você imagina, moleque. Porém, você não tem o poder necessário para carregar esta cruz. Estou aqui para dar um fim ao seu fardo e também dar um fim e esse legado de guerras intermináveis.

– Eu não posso acreditar. – garante o dono de Star, de fato, bem impressionado com as palavras que ouvira.

– Pois acredite. – recomenda, bem sério. – Acabar com sua vida é o mesmo que trazer a verdadeira paz ao mundo, pois no momento em que o Destiny Break for retirado do seu coração, você morre. Saber por quê?

– N-não...

Stinger sorri. E, após um suspiro, esclarece:

– Porque você já morreu um dia, Fubuki!



/--/--/


Bem longe dali, no jardim da mansão Agamenon...
Juntos, andam Gon, Martina e Zang.

– Será que todos aqueles fedelhos ficarão bem? – indaga Gon, na ponta esquerda.

– Eles não são tão fedelhos assim, Gon. – afirma Martina, de braços cruzados. – Além disso, eles têm talento. Todos eles.

– Nisso devo concordar. – afirma Zang.

Com mais alguns passos, eles vão caminhando pelo jardim. Querendo ou não, no fundo, estão sim um pouco preocupados com todos os jovens que foram enviados paras suas respectivas tarefas em grupo. Afinal de contas, por mais talento que tenham, ainda são experientes na arte das batalhas.

– Vejam! – exclama Martina, ao ver algo ao longe, parando de imediato os seus passos.

Seus dois companheiros também param. A mulher direciona seu dedo indicador direito para uma pessoa de manto branco sobre o tronco de uma grande árvore ao longe. Zang e Gon direcionam seus olhares para lá e, junto dela, vão correndo para se aproximar da pessoa desconhecida, de face oculta por um capuz.

– Quem é você? – pergunta Zang, com um firme timbre de voz. – O que faz em uma propriedade privada?

– Aliás, como conseguiu entrar aqui com todo um sistema de segurança altamente avançado!? – Gon tenta entender.

– Tudo o que precisam saber é que sou a última Virtude. – afirma a mulher.

– A sétima Virtude! – pensa Martina, perplexa.

– Vim dizer que, em breve, a Guerra Celestial eclodirá de fato, pois meu encontro com o escolhido não levará muito tempo para ocorrer. – alega. – Por outro lado, vocês devem parar de tentar encontrar o Destiny Break.

– Por qual razão? – pergunta Zang. – Aliás, como podemos confiar nas palavras de quem nem ao menos mostra o rosto?

– Cabe a vocês acreditar ou não nas minhas palavras. Contudo, afirmo que o que digo é pura verdade: o Destiny Break está no coração do escolhido.

– Como é que é!? – Gon, atordoado. – Isso é mesmo verdade!?

– Sim. – confirma ela. – É o Destiny Break que mantem acessa a chama da vida daquele garoto. Caso ele seja retirado dele, o escolhido morrerá.

– Inacreditável! – exclama Zang, tão surpreso quanto seus dois companheiros.

– Mas não passa de realidade. – diz a desconhecida de face oculta. – Não tentem mais procurar o Destiny Break. A verdade é que aquele garoto já passou por algo que retirou dele a vida. Por isso a importância que ele possui não tem precedentes. Fubuki tem apenas duas escolhas: ser protegido por ser fraco ou proteger por ser forte. Caso ele caia na morte uma segunda vez, todo o mundo o acompanhará.

– Apporion-sama e Moon-sama precisam ficar sabendo disso! – exclama Gon, chamando para si a atenção de Zang e Martina.

Um forte assopro de vento bate nas costas da desconhecida, revelando alguns dos seus longos fios loiros. Saltando para trás, ela termina:

– Nos encontraremos novamente como aliados no campo de batalha!

E a mulher desaparece na mata.

– Será que podemos acreditar nela? – indaga Martina, alternando seu olhar entre os dois homens que lhe cercam agora.

Zang, mais que depressa, dá meia volta. Começando a correr, ele diz:

– Não sei, mas que Apporion precisa saber disso tudo, dúvidas não há!!
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MensagemAssunto: 15 - Turbulências [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeSeg 07 Abr 2014, 22:50

– Eu já morri um dia? – repete Fubuki, sem acreditar no que acabara de ouvir.

– Sim. – confirma Stinger.

Sisshin, Rouge, Ketsui e Envy permanecem inconscientes. Yume permanece imóvel sobre a poça do seu sangue. E Fubuki continua cara a cara com Stinger.

– Não entrarei em detalhes agora, mas eu preciso tirar a sua vida mais uma vez. – garante o Takayama, direcionando seu indicador direito para o garoto.

Fubuki sente seu corpo sendo completamente paralisado. Stinger, por sua vez, se vira para Rabu, que fora invocado por Yume há pouco, quem continua com uma espada atravessada em seu corpo – caído ao lado de sua invocadora. Com alguns passos, Stinger se aproxima da criatura, retira sua espada com a mão direita e se volta para Fubuki outra vez.

– Acaba aqui todo o seu sofrimento. Mas não sem antes concluir a minha passagem sobre o cadáver dessa garotinha. Afinal de contas, promessas são promessas.

Dando meia volta, o irmão de Sisshin executa alguns passos, prestes a pisar sobre o corpo de Yume. Contudo, quando vai fazê-lo, a voz dela ecoa:

– Não pense que passará por cima de mim tão facilmente.

– O quê!? – ele se surpreende, assim como Fubuki.

– Yume, você está viva!? – questiona o dono de Star.

O ferimento que fora causado em Rabu pela espada de Stinger, misteriosamente, cicatriza enquanto é envolto por uma luz. Essa mesma luz envolve Yume que, em segundos, vai tendo todo o seu corpo restaurado.

– Rabu é a minha fera sagrada mais poderosa. – afirma ela, movimentando suas mãos e erguendo seu corpo para se levantar do chão. Com um olhar penetrante, dirige sua face para o inimigo. – Não subestime o poder do amor!

– Além de resistir em silêncio a tudo que lhe fiz, ainda consegue se levantar depois de ter todos os seus ossos arrebentados!?

– O amor cura e reconstrói. Foi o que Rabu fez comigo. – afirma ela, finalmente se levantando, mas se mantendo de costas para Stinger: e toda suja de sangue, do seu sangue. – Porém, sobre a dor que não senti, foi simples. – e ela se vira para Fubuki, sorrindo. – Eu não sinto nenhuma dor quando estou lutando por quem amo.

Fubuki fica ainda mais surpreso. E, de repente, Ketsui ressurge, saltando para a cabeça de Yume. Sisshin, Envy e Rouge também acordam: ambos foram curados pelo poder restaurador da fera sagrada mais poderosa de Yume. Em seguida, a felina salta contra Stinger, tentando acertá-lo com todas as garras de suas duas patas dianteiras.

– Tolice! – exclama o Takayama, bloqueando as investidas de Ketsui com sua espada. – Eu posso, agora, acabar com a vida do Fubuki!

Ao ouvir isso, Yume permite o fluxo da sua energia espiritual se elevar ainda mais. E de tal forma que até mesmo os outros além de Ketsui passam a conseguir senti-la.

– Que poder é esse!? – Stinger fica pasmo, encarando o rosto irado de Yume enquanto enfrenta as garras de Ketsui com sua espada. – O amor que ela tem por esse garoto pode lhe dar tanta força assim!?

De repente, Yume sente uma pontada em seu coração. Levando sua palma direita para seu seio esquerdo, abaixa sua face e começa a respirar com dificuldade. Ninguém percebe, mas a garota não está muito bem.

– Logo agora!? – se pergunta mentalmente, sentindo seu coração bem apertado. – Eu não posso parar agora!

Stinger dá um salto para trás, deixando de lado Ketsui. Ao parar bem longe de Fubuki e dos outros, declara:

– Irei embora. Porém, tomara que entendam o que significa manter a Destiny Break no coração de Fubuki. Não sou o único assassino que virá em busca do artefato. Outros virão e, com certeza, cedo ou tarde, alguém conseguirá esse objeto. E em mãos erradas, ele trará fim ao mundo. – dando as costas para todos, o sujeito guarda sua espada. Vai se afastando e prosseguindo com suas palavras. – Espero que tenham ideia do que os espera...

Stinger vai embora. Desse modo, Rabu se envolve por uma luz e desaparece. Yume, ofegante, cai de joelhos ao chão.

– Yume! – declama Fubuki, correndo e se agachando bem diante dela. – Você está bem?

– Eu não acredito que ela conseguiu espantar o Stinger. – pensa Sisshin, perplexo. – Talvez ser uma invocadora contra alguém como ele é uma vantagem crucial. Ou quem sabe, ela esteve ainda mais forte do que o normal por ter de proteger o...

– Se Yume não invocasse Rabu, estaríamos todos mortos. – afirma Rouge. – Temos que agradecer a ela.

– Não é necessário agradecimentos ou preocupações. – fala Yume, se levantando.

A respiração dela vai voltando ao normal, mas sua mão continua sobre seu seio esquerdo. Com um suspiro, ela fecha seus olhos por alguns instantes, mas os reabre ao sorrir para Fubuki. E fala:

– Apenas preciso descansar um pouco.

– Certo. – fala ele, que sem nem pensar, já vai pegando a garota, passando a carregá-la em seus braços.

Yume fica corada. E Ketsui, no chão, olha para ele, revoltada. E questiona:

– O que pensa que está fazendo, pivetinho atrevido!? Se acha que vai se aproveitar de Yume-hime quando ela está vulnerável... – a gata mostra as afiadas garras da sua pata direita, no mesmo instante em que seus olhos brilham com as chamas de sua irritabilidade felina. – Posso arrancar fora o que garante sua classificação no gênero masculino!

– Apenas vou ir levando ela enquanto se recupera. Afinal de contas, de todos, foi quem mais se desgastou aqui. – afirma Fubuki, sério, fitando a felina. – O Star pode vir andando com a gente.

O cão, no chão, late como quem aceita a ideia. Envy, por sua vez, se vira para a frente. Sente, no fundo, um pouco de ciúmes, mas tenta não transpassar isso.

– Então vamos. – sugere ela. – Não temos muito mais tempo a perder não!

O grupo volta a caminhar. Pensativo, Sisshin mentaliza:

– Espero que o Stinger não venha mais atrás de nós...

Yume, sendo carregada por Fubuki, se lembra de quando o viu pela primeira vez, dirigindo seu olhar para a face firme e determinada dele. Em muito pouco ele se parece com aquele garoto ligeiramente fraco e desmotivado das ruas. Em algum momento, Fubuki se tornara um novo alguém. Alguém que roubara seu coração.

Atendo-se a ele, a garota recosta seu rosto no peito esquerdo de Fubuki, ouvindo as batidas do coração do escolhido para guiar a Guerra Celestial. E, mais que depressa, diz:


– Obrigada...


/--/--/


No palácio de Misuro Asachi...

– Espada-Relâmpago!! – declama Ando, manuseando uma espada dourada para atirar inúmeros feixes elétricos contra os humanoides sombrios em seu caminho.

Yuzuru derrota tantos outros no corpo-a-corpo enquanto Sesshou utiliza a sua espada para fatiá-los. Todos os três mostram agilidade em seus movimentos.

– Eles são mesmo fortes. – pensa Mai, assistindo a tudo de longe.

– Não fazem parte do quarteto guarda oficial da rainha do Palácio Estelar. – afirma Cortam.

– Um quarteto? – pergunta Pietro, surpreso.

– Se são quatro os guardas oficiais de Moon, onde está o outro? Quem ele é? – Muey Muong, por sua vez.

Após serem atacados pelo tornado envenenado, eles se afastaram um pouco do confronto direto e deixaram as criaturas sombrias de Pietro na linha de frente. Apesar da violência da investida da Lança-Tempestade de Ando ter sido incontestável, eles conseguem se manter de pé, mesmo com danos. Quanto ao veneno, nada sofreram já que possuem resistência bem alta a substâncias venenosas e similares.

– Não há informações sobre em meu banco de dados. – lamenta Cortam. – Tudo o que sei é que são quatro, mas conheço somente esses três.

Eles ainda não sabem, mas o quarto escudeiro oficial de Moon é Hyro Ospichius.

– Essas coisas são chatas. – fala Sesshou, enquanto destrói várias e várias criaturas escuras.

Passos passam a ser ouvidos. Todos param para prestar atenção e, com isso, Yuzuru abre seu caderno de anotações. Retirando do mesmo uma caneta, aqui registra algo: o tempo que Moon levara para ir e retornar.

– Anotado! – exclama ele, fechando o seu caderno logo em seguida.

Moon, acompanhada por Hyro e Lucy, vem se aproximando.

– O que você está fazendo ao lado dessa mulher!? – Mai, surpresa, tenta entender ao notar Hyro junto dela.

– Sempre fui eu o quarto escudeiro de Moon-sama. – afirma o irmão de Dante, sério. – Estivesse esse tempo todo aqui me passando por aliado quando, na verdade, estava passando informações úteis para o Palácio Estelar.

– Não posso acreditar nisso! – exclama Pietro, surpreso. – Fomos enganados desse jeito descarado!?

Moon levanta seu braço direito à sua direita. Revelando o ápice da lâmina da adaga que utiliza com ela, a mulher fala:

– Se planejam nos impedir de prosseguir, que seja rápido. Não temos nenhum tempo para perder aqui.

A mulher se move com uma velocidade aterradora. E, com isso, corta e mata todas as criaturas da escuridão que foram criadas por Pierre. Yuzuru, por sua vez, vai anotando tudo.

– 94. – diz para si mesmo, dando meia volta.

Após executar movimentos quase impossíveis de serem acompanhados a olhos humanos, Moon paira em determinado ponto: exatamente o mesmo em que estava agora há pouco. Guardando sua adaga, volta a caminhar com serenidade e calma, sendo acompanhada por Hyro e Lucy.

– Essa mulher não existe. – fala Pietro, perplexo depois de ver tudo o que Moon fizera.

– Nos encontraremos muito em breve, provavelmente. – fala Moon, se afastando.

Se preparando, Yuzuru, Sesshou e Ando vão seguindo a mulher. Apesar disso, ela continua falando:

– Caso não se deem conta até lá de que estão no caminho errado, não terei piedade. E quando nos reencontrarmos, se ainda vilões, peço que se preparem para dar seus suspiros finais.

Desse modo, os invasores, levando Lucy, se retiram. Sem saber o que fazer, Muey Muong e os outros apenas observam. Com um pesado suspiro, Mai somente lamenta:

– Agora é esperar pela punição de Misuro-sama...

– Com certeza. – concorda Pietro.

– Vamos nos preparar para irmos para um novo refúgio. – declama Muey, dando meia volta. – Este lugar não é mais útil para nós.

Desse modo, o mascarado vai caminhando para o fundo do local, até desaparecer do campo de visão dos seus aliados. Mai e Pietro fazem o mesmo, deixando somente Cortam por aqui. Com um olhar frio, ele ergue sua face, passando a observar o teto. E o faz como quem reflete sobre sua postura e índole e, quem sabe, sobre as próximas decisões a serem tomadas... Durante o caminho chamado vida.



/--/--/


Bem longe dali...

Andam juntos Mika’il, Sakura, Eli e Yuni. O grupo se encaminha para Garuda, a cidade que os espera para que executem a tarefa dada por Gon para eles.

– Andar tanto é um pouco chato. – admite Eli.

– Pois para mim não há nada melhor! – exclama Sakura, sorrindo.

A garota passara tanto tempo sem andar livremente que, agora que pode, sente como se fosse voar pelos céus. É uma sensação de felicidade tão grande que faz seu sorriso ser inevitável.

– Vocês poderiam falar menos. – sugere Mika’il.

– E você poderia falar mais. – fala Yuni, caminhando assim como todos.

Yuni suspira. E, ao fazê-lo, se lembra de Lucy. Por mais que saiba que Moon fora salvá-la, sente um aperto em seu coração quando pensa nos apuros que ela possa estar passando. Sempre foram grandes amigas e nem mesmo consegue mais imaginar a sua vida sem ela ao seu lado.

– De repente, me bateu uma vontade de comer chocolate. – fala Eli, suspirando.

Ao encontro do grupo, vem vindo dois homens, aparentando ter cerca de 40 anos ambos: um loiro e outro ruivo. Parecem ser viajantes, assim como Mika’il e suas companheiras. Conversando um com o outro, eles vão seguindo seu rumo, se aproximando deles.

– Você ouviu falar na bagunça que está a Vila do Sol? – o ruivo questiona o loiro. – Pelo visto, os Takayama e os Tsurugi estão em conflito de novo.

– Eles sempre estão! – exclama o amigo dele. – Aquelas duas famílias são um bando de doidos! Ouvi boatos de que eles têm até habilidades especiais!

– Habilidades especiais? Para mim, sempre foram espadachins comuns. – o outro deixa claro.

– Para alguns, parece que eles não são não.

Com isso, os dois passam pelo grupo de Hakanais. Eli, Sakura e Yuni prestam bastante atenção na dupla, mas Mika'il sequer se importa.

– Eles pareciam estar falando de Hakanais... – opina Yuni.

– Talvez. – diz Mika’il. – Porém, isso não é importante para nós. Vamos seguindo.

– Nossa, que cara chato... – pensa Yuni, um pouco entediada.

Desse modo, eles vão seguindo o rumo que precisam trilhar. Contudo, atrás de uma árvore, alguém os observa: o mesmo alguém que aparecera no jardim Agamenon para Zang, Gon e Martina. E sem falar uma palavra sequer, a figura feminina desaparece como folha seca em primavera. Afinal, até mesmo ela tem um caminho para seguir...



/--/--/


No escritório da mansão Agamenon...

Zang, Gon e Martina acabaram de se apresentar para o pai de Yume. E já introduziram o assunto: as palavras da mulher desconhecida que se apresentara somente como a última Virtude.

– Foi isso mesmo o que ela disse? – Apporion tenta confirmar.

– Infelizmente. – confirma Martina. – Se ela disse mesmo a verdade, precisamos considerar as palavras daquela mulher.

– Teremos que repensar nossas ações. – fala o pai de Yume. – O fato do Destiny Break estar no coração de Fubuki-kun e estar garantindo a vida dele muda radicalmente o quadro das coisas.

– De fato. – concorda Zang. – Por isso...

Repentinamente, duas pessoas surgem atrás de Apporion, surpreendendo a todos os presentes. É Ando, aliado de Moon, acompanhado por Lucy, que fora resgatada do palácio de Misuro Asachi.

– Lucy!? – Martina fica surpresa ao identificá-la.

– Olá. – fala a garota, sorrindo alegre.

Apporion olha para trás. E, vendo Ando segurando em sua mão direita um tridente prateado, fala:

– O Tri-Flash?

– Exatamente. – o aliado de Moon confirma. – O utilizei para trazer essa garota para cá atendendo à ordem de Moon-sama. A missão de resgate foi um sucesso e ocorreu tudo como o esperado.

– Se feriram? – questiona Gon.

– Não, mas fico grato com a preocupação. – ele corresponde.

– Ando-kun, há algo que gostaríamos de compartilhar com você e Moon-sama. – fala Apporion, se levantando do seu lugar e se voltando para o citado. – Mas antes, Lucy-kun, pode ir descansar. Suponho que tudo o que passara deve ter sido uma grande e péssima experiência.

– Sim, mas já está tudo bem, obrigada. – fala ela, sorridente.

– A levarei para um quarto, Apporion-sama. – afirma Gon, ao olhar para a garota em questão, estendendo sua mão direita para ela.

Lucy se volta para Ando. E agradece:

– Muito obrigada, Ando-san. Vocês me salvaram!

Com isso, a garota toma seus passos e se aproxima de Gon. Juntos, os dois vão até a porta.

– Com licença. – fala ele, abrindo a porta para Lucy passar.

A garota passa e, depois, Gon também, fechando-a. Em seguida, toda a atenção se volta para Ando. Desse modo, Apporion declara:

– A sétima Virtude se apresentou para nós e, pelo que disse, parece que a Destiny Break está no coração do escolhido mantendo a vida do mesmo.

– Destiny Break!? No coração do escolhido!? – repete o aliado da rainha do Palácio Estelar, extremamente surpreso.

– Exatamente. – confirma o pai de Yume. – Ainda não temos certeza da veracidade dos dizeres da mulher em questão, pois ela nem mesmo mostrou seu rosto. Porém, diante dessas circunstâncias, tudo muda.

– Sim, tudo muda. – afirma ele. – Se não me engano, o escolhido foi enviado para a Vila do Sol, correto?

– Correto. – afirma Apporion. – Eu coloquei um rastreador na minha filha para que eu ficasse a par do paradeiro do grupo, mas por alguma razão, ele não está funcionando mais. Suspeito de que algo possa ter acontecido com eles e ficaria grato se pudesse ir em busca desses jovens.

– Falarei disso tudo para Moon-sama. – garante. – Se possível, irei junto de Sesshou atrás deles.
Sesshou, assim como Stinger, é irmão de Sisshin. Eles são os três Takayamas herdeiros do trono do clã. Porém, como o filho do meio foi banido da Vila do Sol e Sisshin a abandonou, tudo indica que será Sesshou, o irmão mais velho, quem assumirá o lugar do seu pai, aquele que atualmente lidera a família.

– Fico grato por isso, aliás, por tudo. – afirma Apporion. – É ótimo contar com as forças do Palácio Estelar.

– Estamos do mesmo lado. Portanto, contem sempre conosco. – estipula Ando, sorrindo. – Há mais alguma coisa que gostariam de falar?

– Poderia trazer mais informações sobre o passado de Fubuki? – pede Martina. – Tudo indica que ele já morreu e gostaríamos de saber como, sendo que nem o próprio se lembra disso. Além do mais, gostaríamos também de tentar entender como o Destiny Break foi parar com ele e quem foi o responsável por isso.

– Não garanto nada, mas é bem provável que Moon-sama mova uma equipe de investigação para a resolução de todos esses mistérios quando ficar ciente de tudo. – afirma Ando. – Não se preocupem, faremos o que for preciso pela nossa vitória na Guerra Celestial e pelo bem de toda a humanidade.

– Ficamos, mesmo, extremamente gratos. – agradece Apporion.

– Então até breve. – se despede. – Tri-Flash!

Uma luz prateada é emanada do tridente e, logo depois, envolve Ando, que desaparece. Com isso, Zang respira profundamente. Cruzando seus braços, ele fala:

– Pelo visto, tudo está mesmo sendo conduzido para o inevitável início da guerra.

– Concordo. – Martina se manifesta novamente.

Apporion se volta para eles e se assenta em sua cadeira. Tomando um gole da xícara de cá que está sobre sua mesa, une suas mãos abaixo do seu queixo. E comenta:

– Então vamos seguir adiante, pois ainda há muito no que se pensar...
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MensagemAssunto: 16 - O herdeiro Takayama e a princesa Tsurugi [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeQui 10 Abr 2014, 23:48

A noite cai. Porém, a jornada de Fubuki, Star, Yume, Ketsui, Sisshin, Rouge e Envy rumo à Vila do Sol continua.

– Já estamos andando por horas. – reclama Envy. – Não poderíamos ter pego uma condução até esse vilarejo não?

– Não há nenhuma condução que nos leve lá. – afirma Sisshin. – Além disso, faz parte do treinamento de resistência usar nossas próprias forças para chegar na vila.

– E só temos três dias para completar a tarefa, correto? – indaga Fubuki.

– Sim. – corresponde Rouge.

Ainda desacordada, Yume permanece nos braços de Fubuki. Ele, por outro lado, não demonstra nenhuma fadiga ou exaustão por estar carregando-a por mais de cinco horas. Ketsui nota, inclusive, que ele se sente bem protegendo-a, mesmo que um pouco.

– Será que não poderíamos parar em qualquer lugar para descansarmos não? – sugere Envy. – Estou mesmo exausta!

– Bem, poderíamos achar algum abrigo por aqui... – fala Sisshin, colocando suas mãos na cintura e olhando devagar para todos os lados em busca de um lugar seguro. – Justamente esse o problema...

– Ei vocês... – fala alguém, à direita do grupo, chamando a atenção de Fubuki e todos os demais.

A alguns poucos metros, se apresentam três pessoas.

– Athem!? Orfeo!? Zack!? – Sisshin fica espantado com a aparição do trio, cessando seus passos assim como seus companheiros.

O menor – e que aparenta ser mais novo – tem cabelos castanhos curtos, olhos cor-de-mel, pele clara e corpo típico de um garoto de 10 anos – ou aproximadamente – de idade. É ele Zack.
O do meio, mais alto e mais velho – apesar de ser, também, bem jovem –, possui cabelos verdes e lisos que chegam até sua cintura, quais contracenam com seus olhos azuis e sua pele um pouco mais bronzeada que a do anterior. É um pouco mais forte e “encorpado” que seus aliados: esse é Orfeo.
O outro garoto, por sua vez, tem olhos de um dourado fascinante, capazes de impressionar qualquer um com os mesmos. Seus cabelos curtos e lisos são de um castanho bem claro que quase chega ao louro, sendo sua pele a mais clara dos três. Ele é Athem.

– Os conhece? – pergunta Rouge, dirigindo a palavra para Sisshin.

– Sim. – afirma ele, fitando-a por alguns instantes. – Os três são integrantes dos Tsurugi. Mais do que isso: recentemente, fiquei sabendo que eles foram nomeados como o esquadrão principal de proteção da princesa.

– Que princesa? – indaga Fubuki, sem entender muito bem.

– A princesa dos Tsurugi, a responsável por guiar o clã atualmente. – explica Sisshin, voltando sua atenção para o trio da tal família. – O que fazem por aqui?

– Vocês têm a tarefa de ir até o vilarejo, correto? – questiona Athem. – Já nós temos a missão de auxiliá-los.

– Há uma cabana nossa aqui por perto. – afirma Orfeo, com um tom bem calmo e ameno, diferente do timbre animado e bem firme do anterior. – Vocês podem se abrigar nela durante a noite e irem conosco para a Vila do Sol amanhã quando amanhecer.

– Por mim, tudo bem. – afirma Envy.

Desse modo, eles se juntam. E vão rumo a tal cabana, levando alguns minutos para nela chegar. E quando se refugiam na mesma, Fubuki e seus companheiros se acomodam, sabendo que já estão próximos do vilarejo que os espera...


/--/--/


Enquanto isso, bem próximo daquele lugar...


Uma forte luz arde. E, dela, surgem duas pessoas: Sesshou e Ando, este segurando em sua mão direita a sua Tri-Flash, arma utilizada para teletransporte. Acabaram de vir do Palácio Estelar, sendo que o Takayama adquiriu a permissão de Moon para permanecer na Vila do Sol durante alguns dias.

– Eles não deveriam estar bem aqui? – questiona Sesshou, sem entender o motivo do grupo de Fubuki não estar por perto. – Calculou errado?

– Perdão. – pede Ando. – Ainda não me acostumei totalmente com a Tri-Flash e ainda estou me desenvolvendo com ela por ser uma das minhas armas mais recentes.

– Está tudo bem. – afirma o Takayama, sorrindo para ele. – Afinal de contas, todos os quatro escudeiros de Moon-sama são sensitivos. Portanto, não será problema algum para mim encontrá-los por conta própria.

– Tem certeza? – indaga Ando, preocupado com seu amigo.

– Mas é claro! – e eleva seu sorriso ao exclamar tal coisa. – Sério, vai ficar tudo bem, não precisa se preocupar. Afinal, o que poderia acontecer?

Repentinamente, passos começam a ser ouvidos pela dupla. Ao longe, uma figura feminina com trajes de gueixa se aproxima de modo lento. Com a face oculta por um véu vermelho, ela vem trazendo, apoiado em seu ombro esquerdo, uma sombrinha de mesma coloração.

– Céus! – exclama Ando, surpreso. – Essa mulher possui uma energia muito forte!

Diferente dos demais escudeiros de Moon, Sesshou é o único que utiliza sua habilidade sensitiva por vontade própria. Ou seja, não é algo automático, mas requer sua ativação. É por isso que Ando foi capaz de perceber a aproximação da desconhecida e o Takayama não.

– Há quanto tempo, Tsurugi-hime! – exclama Sesshou, cruzando seus braços, bem empolgadinho.

– De fato, Takayama-oji. – a mulher, com suas longas madeixas loiras esvoaçantes, o cumprimenta enquanto se aproxima.

– Essa é a princesa do clã Tsurugi!? – questiona Ando, fitando seu companheiro.

– Exatamente. – afirma, abaixando o tom e virando sua face para o amigo para que apenas ele escute. – E é uma gatinha que só vendo! Pena que sempre fica com aquele véu tapando o rosto de boneca.

– Eu ouvi isso. – afirma a Tsurugi, usando sua mão esquerda para retirar, de modo lento e gracioso, uma espada do cabo de sua sombrinha, que na verdade, é uma bainha camuflada.

– Pode ir, Ando. O Hakanai dela é muito perigoso e, pelo visto, ela está aqui para usá-lo contra mim. Ao menos, para prezar nossa rivalidade. – garante Sesshou, retirando sua espada das costas.

– Qual habilidade a dela? – questiona Ando.

– Se está tão curioso para saber, fique aqui e descubra. – sugere, observando-o com um largo sorriso por meros momentos, pois sua atenção está com a princesa Tsurugi. – Só recomendo tomar cuidado e se proteger, pois a princesa aí não costuma ser piedosa não.

A Tsurugi para, de imediato, os seus passos: acabara de revelar, totalmente, a sua espada. Ando, por sua vez, ao abaixar um pouco seus olhos, nota que há outras três bainhas presas à cintura dela – e ainda há outras três nas costas dela que não são possíveis de ver devido ao ângulo da princesa.

– Uma usuária do estilo das lâminas múltiplas? – indaga Ando.

– Correto. – declara Sesshou. – Tsurugi-hime utiliza sete espadas em combate. No seu clã, nunca houve um espadachim tão renomado como ela e por isso já subiu ao trono da família.

– Não é de se espantar que ela tenha, também, uma energia tão alta. – imagina quem agora mantem a Tri-Flash sob sua posse. – O estilo de lâminas múltiplas requer muita energia física e espiritual de quem o utiliza e, por ser tão desgastante, foi praticamente banido dos combates. De fato, é mesmo impressionante encontrar alguém que o use.

– Veio mesmo me dar um oi, Tsurugi-hime? – pergunta Sesshou, já em sua pose de batalha.

– É claro. – afirma ela. – Minha espada Gassy, fui capaz de sentir sua aproximação. Não me contive e decidi vir, pessoalmente, te receber.

Gassy é o nome de uma das sete espadas da mulher. Suas três lâminas mais poderosas possuem habilidades específicas e, por isso, foram nomeadas pela própria princesa.

– Contudo, devo dizer que é hora de mostrar a você o seu lugar. – garante a mulher, lançando sua sombrinha levemente para o alto.

Em três segundos, Sesshou e a princesa saem dos seus respectivos pontos: cada um com uma agilidade impressionante, equivalentes. Ando fica surpreso e permite que sua Tri-Flash desapareça por ora para que possa assistir a batalha normalmente.

– Apenas uma espada? – questiona Sesshou, enquanto confronta a espada da adversária com a sua, permitindo que as lâminas se choquem violentamente, o que causa um grande espetáculo visual e sonoro.

– Não usarei mais porque não quero matar o seu amigo. – afirma ela, no embate de espadas.

– Não subestime ele. – sugere Sesshou. – É tão forte quanto eu.

A mulher, que apesar da atividade da luta, permanece de olhos ocultos por seu véu, sorri. E, mesmo que pouco, Sesshou consegue ver os lábios vermelhos e sedutores da princesa. Na sequência, ela salta para o alto e usa sua mão direita para retirar uma das espadas da sua cintura, mergulhando contra seu adversário com ambas em mãos.

– Sendo assim, posso me soltar um pouco mais. – fala a mulher.

A violência dos golpes, agora que ela está com duas espadas, se eleva. E o confronto de espadas, além de expressar sons dos choques, produz faíscas e fortes turbilhões de vento cada vez que se encontram.

– Eu não ficarei atrás, Tsurugi-hime. – afirma ele, mantendo seu sorriso. – Reforço Espiritual!!

Uma luz envolve a espada de Sesshou, fortalecendo-a consideravelmente: o que é necessário para que possa enfrentar as duas lâminas da sua oponente. E a rival dele percebe tal fato.

– Ele já está usando a Spiritual Ark. – pensa Ando, se referindo à Hakanai do seu amigo. – Significa que ela não é mesmo uma adversária para se brincar.

Os Takayama e os Tsurugi são clãs especializados na arte da batalha por espada. Por isso, sempre confrontam seus inimigos com suas lâminas, revelando suas habilidades de Hakanais somente quando necessário. Por essa razão, e por serem tão fortes, ambos os clãs são temidos.

– Tenho saudades do som da sua carne quando cortada por minhas lâminas. – afirma a mulher.

– Será que tem saudade é disso mesmo? – indaga ele, arqueando sua sobrancelha direita.
De imediato, ela salta para trás. E, com rapidez e precisão, retorna a confrontá-lo em meros segundos: já controla, em suas mãos, quatro espadas, pois pegara as outras duas que estavam em sua cintura.

– Sempre repudiei esse tipo de postura. – afirma, séria e irritada. – Muitos tolos como você ousaram me desafiar dessa forma e se arrependeram.

Com isso, a velocidade com a qual ela executa os ataques aumenta assustadoramente. Acuado, Sesshou começa a ser levado para trás e perde a capacidade de atacar, mantendo-se somente na defensiva com sua lâmina.

– Não há nada mais detestável do que homens que veem as mulheres somente como objeto. – opina Tsurugi.

– Pulso Disseminador! – exclama ele.

A mesma luz que, anteriormente, envolvera sua espada, agora envolve seu corpo. Ela cessa, mas suas habilidades físicas são aprimoradas, fazendo com que Sesshou adquira mais velocidade. Por consequência, ele volta a atacar e não somente defender os golpes da sua querida rival.

– Você realmente nunca compreendeu meus sentimentos, Tsurugi-hime. – lamenta ele que, apesar do tom um pouco melancólico, continua sorridente.

– Não preciso compreender absolutamente nada. – afirma ela, permanecendo no embate. – Basta ver nos seus olhos a sua superficialidade!

Sesshou sente um aperto em seu coração ao ouvir isso e, por essa razão, deixa uma abertura. Com um ataque combinado das suas quatro espadas, a princesa o desarma, lançando a lâmina do seu oponente para metros ao céu. Em seguida, ela direciona todas as suas armas para o pescoço do Takayama, enquanto a espada do mesmo cai no chão distante dele.

– Acabou. – fala a mulher que, novamente, tem seus lábios vermelhos revelados.

– Não ouses matá-lo. – exige Ando, ao surgir bem atrás da mulher, carregando consigo um cajado dourado: se movimentara de forma extremamente rápida por causa dele.

– E você não ouses se meter no que não foi chamado. – recomenda ela, sem deixar de observar Sesshou, tão vulnerável, diante de suas lâminas. – Desde o início, eu não tinha o desejo de tirar a vida deste homem.

Dessa forma, ela recolhe suas espadas, guardando as três da sua cintura. Dando as costas para o Takayama, encara Ando por alguns instantes.

– Ser justiceira não é o mesmo que ser uma assassina. – garante ela.

Tsurugi se vira para a direção da sua sombrinha, caída ao chão. Ao caminhar por alguns segundos, se agacha quando se aproxima o suficiente e o pega de volta, guardando sua última espada. Colocando-se de pé outra vez, a princesa reassume sua postura de gueixa, mesmo que de costas para os outros dois presentes.

– Venha logo para a vila, Takayama-oji. – pede ela, ainda de costas. – Você não sabe o quanto a situação está grave. Por mais que sua personalidade pervertida seja detestável, não posso desconsiderar a sua importância nos conflitos que estão eclodindo em nossa terra.

– Como assim? – indaga Sesshou, preocupado. – Há algo que ainda não sei ocorrendo lá?

– Presumo que sim, mas prefiro que veja com seus próprios olhos e calcule com sua própria mente. A verdade é que suspeito de que há algo por trás dessa guerrilha interna na Vila do Sol. Algo que possa acabar com o nosso vilarejo e com o nosso povo. – revela a mulher, aparentemente, bela e sábia. – Sozinha, não posso resolver o problema. É por isso que você, Sisshin-san e os companheiros dele precisam vir o mais depressa possível.

– Certo. – aceita o Takayama. – Assim que encontrar meu irmão e os amigos dele, irei para o vilarejo.

– Cumpra sua palavra, pelo menos desta vez. – exige, voltando a caminhar.

Dessa forma, a mulher vai se afastando, deixando aqui Sesshou e Ando. A arma do aliado do Takayama, inclusive, desaparece. E, ao se colocar ao lado direito do seu amigo, ele questiona:

– Há algo além da rivalidade entre vocês dois?

– É uma longa história. – afirma Sesshou, observando, melancólico, o afastar da gueixa. – E bem longa história...



/--/--/



Mika’il, Sakura, Eli e Yuni: andam juntos rumo à tarefa que devem executar.


– É aqui? – pergunta Yuni, virando sua face para Mika’il, referindo-se ao local no qual acabaram de chegar.

Se trata de um vilarejo nada pequeno. No momento, se encontram na região sul, por qual entraram, sendo que há um portão na zona oeste, leste e norte também. Essa é a lendária Vila do Sol.

– Nossa missão não é coletar os artefatos raros que estão nesta lista? – indaga Sakura, mostrando para o único homem do grupo a folha de papel em suas mãos.

– Exatamente. – confirma ele, andando assim como suas companheiras. – Contudo, vocês acham mesmo que vamos conseguir coletar 50 artefatos raros em três dias com tanta facilidade?

– Tenho que concordar. – afirma Eli. – Querendo ou não, o primeiro dia já está ao fim e não conseguimos nenhum. Se essa tal Vila do Sol faz mesmo jus à reputação que tem, o povo daqui poderá nos ajudar.

A Vila do Sol, aos olhos do grupo, parece ser um local modesto. Contudo, se trata apenas da zona sul, especializada em agricultura com seus moradores calmos, serenos e gentis. As outras porções do vilarejo, tendo com destaque a zona norte, são mais ricas e especializadas em outras “vertentes”. Estão agora, inclusive, em uma feira popular na qual alguns moradores vendem alimentos e utensílios domiciliares.

– De novooooooooooooo!!! – grita alguém.

O grupo olha para sua direita, percebendo que um homem vem correndo em sua direção. Eles desviam do tal, que continua correndo, escandalizando:

– Os Takayama e os Tsurugi estão brigando de novooooooooo!!!

Mika’il, de imediato, tenta entender o que está acontecendo, prestando bastante atenção no homem que se afasta, mas quando o faz, escuta outro grito:

– Vou acabar com você!

– Eu que vou acabar com você!

Dois jovens espadachins, armados com suas lâminas, se encaram com firmeza no momento. De um lado, um ruivo Takayama. Do outro, um loiro Tsurugi.

– O que está ocorrendo por aqui? – questiona Eli, arqueando sua sobrancelha direita sem entender muito bem a situação.

– Rixa entre clãs. – afirma Mika’il, já compreendendo com rapidez a situação, considerando também o certo conhecimento que tem sobre este lugar e sobre seu povo.

– Prepare-se! – declama o Takayama, se colocando em posição de luta. – Vou te mostrar porque nosso clã é o melhor!

– Vai ter que ralar para isso! – corresponde o Tsurugi, se preparando assim como seu adversário. – Até porque mentiras não se tornam verdade apenas por desejarmos...

De imediato, os dois correm um contra o outro e suas espadas começam a se enfrentar. E assim permanecem, na disputa acirrada, sendo observados pelos recém-chegados e por alguns moradores que pararam seus afazeres por causa da batalha.

– Acho que preciso interferir nisso. – fala Mika’il, retirando de trás do seu longo casaco uma W-card.

– O que você vai fazer?! – indaga Sakura, preocupada.

– Utilizarei a minha Hakanai para interromper essa palhaçada. – alega Mika’il, ativando suas habilidades secretas. – Invocação Classe A: Aquiles!!

Ao erguer sua W-card, uma luz a envolve e dá origem ao guerreiro em questão, que se posiciona, de imediato, entre os dois jovens que agora brigam. Aquiles retém a espada do Takayama com a sua própria e a do Tsurugi com seu escudo.

– O que tá fazendo, seu intrometido!? – esbravejam os dois jovens, irritados, focando em Mika’il.

– Dando um fim no confronto sem sentido de vocês dois. – afirma ele, sério. – Além disso, pelo contrário, tenho todo o direito de me intrometer.

– Quem você pensa que é!? – gritam, juntos, o Takayama e o Tsurugi, saltando para cima de Mika’il.

– Invocação Classe A. – recita ele, revelando outra W-card. – Hércules.

Um novo W-warrior surge, sendo que este acerta cada um dos alvos com um punho, jogando-os para alguns metros de distância. Yuni, Eli e Sakura, vendo isso, ficam impressionadas.

– Essa é a Cards Summon! – pensa Yuni, perplexa. – A Hakanai que permite dar vida aos W-warriors!
Em cada mão, Mika’il mantem uma W-card, fitando os dois nocauteados diante dos seus olhos. O Tsurugi, por sua vez, se ergue do chão, com uma expressão de dor. Encarando ele e seus dois W-warriors no local, questiona, com a palma direita sobre sua barriga:

– Afinal, quem é você?

Um leve assopro do vento bate contra o casaco de Mika’il, impulsionando-o para frente. E com um brando suspiro, o sujeito que tem como Hakanai a Cards Summon decide responder:

– Simplesmente aquele que carrega nas veias o sangue Tsurugi assim como o sangue Takayama.

Uma expressão de certa ira toma conta do rosto dele. Ainda assim, ele prossegue:

– E quem perdeu os pais por causa dessa rixa ridícula e sem sentido!!
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MensagemAssunto: 17 - Céu estrelado [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeSex 18 Abr 2014, 17:23

– Quero pudim...

Fubuki, Star, Yume, Ketsui, Sisshin, Rouge, Envy, Athem, Orfeo e Zack. Juntos, eles estão em uma cabana, pois irão à Vila do Sol logo de manhã.

– Quero pudim...

– Você parece já estar com todas as suas forças recuperadas, não é? – questiona Envy, fitando-a com um sorriso, por achar tal situação um tanto quanto cômica.

– É claro! – exclama Yume, com seus olhos cintilantes e um sorriso de ponta a ponta em sua face, virando-se para Envy. – Pudim é vida, querida!! Pudim é vida!

As duas são as únicas que permanecem de pé, pois o restante já se acomodara em almofadas no chão. A cabana é um tanto quanto modesta, mas boa o suficiente para abrigá-los durante toda a noite sem que tenham nenhuma preocupação.

– Yume-hime, você pode chamar o Ureshi-san e resolver o problema. – recomenda Ketsui, deitada de barriga para o chão ao lado direito de Rouge.

– Pudim... – fala Sisshin, tomando uma xícara de chá. – Prefiro muito mais um chá...

A dona da felina presente fecha suas pálpebras enquanto uma joia surge em sua mão direita através de uma luz de idêntica coloração.

– Que a permissão divina acolha o meu pedido. Invocação Topázio: Ureshi, a felicidade!!

Ao encerrar seu discurso, ela reabre seus olhos, observando o palhaço, com pudins em ambas as mãos, surgindo diante de si. A alegria se eleva na face da garota, que une suas mãos, saltitante.

– Ureshiiiii, você já veio preparado!!

– Claro, Yume-hime, pois conheço os gostos e anseios de minha ama. – afirma o palhaço, encarando sua mestra com um largo, mas bem largo, sorriso. – Hoje tenho de morango, de pão, de leite condensado, chocolate branco, baunilha, acerola, cereja, abacaxi e coco! Qual desejas?

– Todos. – responde ela, animadíssima.

– É impressionante esse amor que ela tem por pudins. – afirma Athem, impressionado. – Ela não tem diabetes nem nada disso não?

– Não. – corresponde Fubuki, sorrindo para ele. – De algum modo, ela tem uma saúde perfeita.

– Isso é que é impressionante. – opina Zack.

Rouge se levanta do seu lugar, chamando a atenção de Ketsui. Enquanto Yume ganha pudins de Ureshi e oferece alguns para todos os presentes, a mascarada dá meia volta e se aproxima da única janela do local. Ao se aproximar o suficiente, ela suspira e recosta seu cotovelo direito na borda da mesma, apoiando seu queixo em sua respectiva mão.

– Hoje o céu está estrelado. – fala ela.

De repente, Ketsui salta para a borda da janela, se colocando ao lado da mulher. Assentando-se, passa a observar o céu noturno assim como ela.

– As estrelas são especiais para você? – questiona a felina.

– Sim, são. – responde a mulher.

Com isso, Star, andando, recosta sua cabeça na bota esquerda de Rouge, chamando a atenção tanto dela quanto da gata de Yume. É quando Ketsui, suspirando, fala:

– Esse pulguento não tem mesmo jeito...

– Maravilhoso! – exclama Yume, comendo com amor um pudim de cereja. – Muito obrigado, Ureshiii.

– Faço com prazer, Yume-hime. – garante ele, curvando-se em reverência. – Espero que aproveite.

Com isso, Ureshi desaparece, deixando este mundo e retornando para o seu. Com isso, Fubuki, assentando ao lado esquerdo dela, pergunta:

– Como você se tornou uma invocadora e como descobriu que tinha essa habilidade?

Yume vira sua face sorridente para ele, mas sem deixar de comer seu pudim. Bastante alegre, ela decide responder:

– Foi em uma noite estrelada, quando minha mãe descobriu que tinha uma grave doença. Ela percebeu que a minha energia era diferente das outras pessoas e, então, me entregou a minha primeira Joia Sagrada.

– Joia Sagrada são os objetos que você usa para as invocações, correto? – questiona ele, atento ao discurso de Yume, assim como Sisshin, Envy, Athem, Zack e Orfeo.

– Sim. Ao todo são doze Joias Sagradas que representam, cada, uma fera sagrada. Diferente da Elemental Summon ou Cosmic Summon, por exemplo, não é necessário estipular um contrato ou coisa do tipo. Basta ter a capacidade de invocar uma fera sagrada e possuir a respectiva Joia Sagrada para invocá-la. – explica, comendo seu pudim nas pausas. – A minha primeira Joia Sagrada, a que recebi da minha mãe, foi a da Ketsui, mas minha afinidade com ela foi tamanha que sempre permanece comigo como uma fera sagrada guardiã.

– Como assim fera sagrada guardiã? – desta vez, quem faz tal indagação é Orfeo.

– Todo Hakanai que tem como habilidade a Sacred Summon tem afinidade maior com uma fera sagrada. – afirma ela, ficando mais séria. – Quando essa afinidade ultrapassa certos limites, aquela fera sagrada se torna exclusiva sua e se recusa a ser invocada por outras pessoas. Ketsui é a minha guardiã assim como foi da minha mãe um dia. – e, desse modo, vira sua face para a felina que está assentada na janela, de costas para si. – Por outro lado, a Sacred Summon é muito rara.

– Entendo. – afirmam, juntos, Fubuki e Orfeo.

Yume, ao ouvir tal comentário, sorri e volta a comer seu pudim. Os demais, que também estão com pudins, fazem o mesmo que ela.

– Cada segundo que passo ao seu lado me deixa mais apaixonado, Yume... – pensa Fubuki, sorrindo e observando a face da garota. – E sinto que o laço que nos une também é valioso para você...

– Olá. – fala Sesshou, ao abrir a porta da cabana repentinamente.

– Sesshou-nii-san!? – Sisshin, espantado, ao se levantar do seu lugar.

Ketsui, que já havia percebido a aproximação dele, mas não relatara para ninguém, se vira para o escudeiro da lendária Moon. Rouge faz o mesmo.

– Oi Sisshin-nii-chan. Estava procurando por vocês. – afirma Sesshou.

– Não me chame assim. – pede o Takayama mais jovem presente, cruzando os braços um pouco emburrado.

Sesshou começa a rir. Colocando sua mão direita atrás da nuca, se aproxima do grupo e se assenta entre Yume e Orfeo, fechando a roda.

– Tudo bem, tudo bem... – aceita ele.

– Como vai, Takayama-oji? – indaga Orfeo.

– Vou bem e vocês? – pergunta ele.

– Vamos bem. – afirma Athem.

– A propósito, me encontrei a pouco com Tsurugi-hime. – garante o guerreiro do Palácio Estelar.

– Isso é sério mesmo!? – questiona Zack, surpreso.

– Sim. – confirma, ficando mais sério. – E ela me contou algo de que eu já suspeitava, mas tratarei desse assunto depois.

Sesshou volta sua face para Yume, que oferece pudim para ele. Contudo, recusa com o movimento negativo de sua cabeça.

– O rastreador do seu pai parou de funcionar. Por quê?

– Fomos atacados. – define Fubuki, surpreendendo Sesshou.

– Por quem? – indaga, preocupado, voltando sua face para o dono do cão Star.

– Pelo Stinger. – fala Sisshin, deixando seu irmão ainda mais surpreso. – Ele veio atrás do Fubuki-kun.

– E por uma razão que eu gostaria de entender melhor. – garante o garoto. – Ele disse que o Destiny Break está no meu coração e é o que me mantem vivo.

Todos os ouvintes ficam perplexos. Por mais que os companheiros de Fubuki estivessem junto dele quando Stinger Takayama falara tal coisa, nenhum deles estava em condições de ouvir tais palavras naquele momento. Além disso, até agora, ele as manteve em segredo.

– O Destiny Break te mantem vivo? – indaga Sesshou. – Será que isso é mesmo possível?! – pensa, perplexo.

– Eu posso sanar todas essas dúvidas. – afirma uma bela e serena voz, já bem próxima.

Todos olham em direção à porta da cabana – por qual Sesshou passara há pouco – e por ela surge Moon, a rainha do Palácio Estelar.

– Moon-sama?! – o Takayama mais velho fica espantado ao se deparar com a citada, se levantando depressa e se curvando em reverência. – Algo importante para a senhorita vir aqui pessoalmente?

– Sim. – responde a mulher, tomando mais alguns passos para, enfim, parar em determinado ponto. – Chegou o momento de trazer a verdade ao filho da minha falecida grande amiga.

Fubuki fica espantado com o que houve já que, pelo visto, Moon conhece muito mais do seu passado do que parecia saber. Curioso, o garoto se levanta. E, com um olhar aflito, pede:

– Por favor, eu preciso saber... Quem sou eu!

/--/--/

Enquanto isso, na Vila do Sol...

– Como é que é!? – questiona Eli, pasma com as palavras que escutara de seu parceiro.

Mika’il, seus dois W-warriors, Eli, Sakura e Yuni diante de um Takayama, um Tsurugi e vários outros moradores do vilarejo. No momento, o W-player que tem como Hakanai a Cards Summon permanece fitando a dupla que, há pouco, estava em conflito.

– O que você disse é verdade mesmo? – Eli, novamente, encarando Mika’il.

– Não tenho razões para mentir. – afirma ele. – Eu morava neste vilarejo.

– Agora entendo a razão daquela pequena discussão que ele teve com o Sisshin-kun. – pensa Yuni, se lembrando do momento em que vira a conversa entre os dois citados durante no estádio do torneio de WWW. – Faz sentido de fato...

– Quando eu morava aqui junto dos meus pais, o vilarejo era pequeno, pacato e pacífico. – define Mika’il, permitindo que seus dois W-warriors desapareçam. – Eles eram camponeses e, mesmo com nossa vida humilde, éramos felizes. A questão é que os Takayama e Tsurugi, com o falecer do antigo líder, começaram a disputar o governo da aldeia. De fato, com isso, a Vila do Sol se expandiu, mas perdeu a paz e o sossego que sempre teve: se transformou em algo completamente diferente. Meus pais morreram sem que eu fosse notificado sobre a causa, mas após muito tempo, descobri que eles morreram em uma guerrilha dos clãs, fato que foi escondido de mim naquela época. Quando eles se foram, decidi não ficar mais aqui, pois não era mais capaz de reconhecer este lugar como a minha casa. Tudo isso me fez acreditar que a humanidade realmente é patética.

– Mika’il-san... – fala Sakura, impressionada com a história do seu companheiro.

– A verdade é que sinto como se meus valores tivessem sido contaminados por tudo o que essa rixa desprezível causou à minha família. – revela ele. – Devo dizer que não me importo mais com esta vila, mas sinto que tenho o dever de avisar que essas lutas internas, cedo ou tarde, levarão à destruição de todos vocês.

Dessa forma, ele guarda suas W-cards de platina. E, com um suspiro, completa:

– Façam o que bem entendem, de fato, não me importo.

– Então volte a se importar. – recomenda uma firme voz, vindo de trás do grupo.

Mika’il, Eli, Yuni e Sakura dão meia volta. E, perante eles, se apresenta quem falara instantes atrás: um garoto de pele pálida, olhos verdes brilhantes, mechas castanhas bem claras e arrepiadas e estatura baixa devido a sua pouca idade.

– Percy-kun!? – o Takayama presente fica surpreso com a aparição do menino.

É Percy Vincentt Takayama, um dos jovens mais promissores do clã.

– Tudo bom com vocês? – indaga o garoto.

– Creio que sim. – secamente, responde Mika’il.

– Não liga pra ele, é meio emburrado assim mesmo. – fala Yuni, movimentando sua cabeça positivamente.

– Gostaríamos de coletar alguns artefatos raros. – diz Eli, fitando o recém-chegado. – Você poderia nos ajudar ou tem algum assunto específico para tratar conosco?

Percy sorri. E, alternando o olhar entre eles, responde:

– Não tenho nenhum assunto não, mas será um imenso prazer ajudar vocês!

/--/--/

Longe dali...

Três garotas andam lado a lado: Mei, Anya e Keiko. Em busca da concretização da tarefa que possuem – recolher pergaminhos por 12 diferentes vilarejos Hakanais –, elas caminham com serenidade.

– Estou ficando cansada e com sono. – admite Mei, respirando profundamente.

– Eu também, – afirma Anya. – Poderíamos ter parado na vila da qual acabamos de sair, pelo menos para passarmos a noite.

– Melhor não. – opina Keiko. – Precisamos recolher muitos pergaminhos, apesar de não entender como isso pode nos ajudar em nosso treinamento Hakanai.

– Perceberam como o céu está bonito hoje? – indaga a filha de Zang Sasaki, direcionando seu olhar para as estrelas.

– Percebi. – garante Anya, sorrindo. – Está fascinante...

Mei e Anya continuam observando o céu por alguns instantes, mas logo abaixam suas faces. Ao longe, vindo à direção delas, Mei percebe a figura de um garoto se aproximando. Keiko e Anya também percebem, segundos em seguida.

– O vento purifica, o vento salva, o vento destrói. – recita o garoto, caminhando.

É um jovem de estatura mediana, pele clara, dono de cabelos negros e bem bagunçados e olhos castanhos. No momento, anda com as mãos nos bolsos e a face baixa, tapada parcialmente pelo capuz que está utilizando.

– O vento purifica, o vento salva, o vento destrói. – repete ele, enquanto prossegue com seu percurso.

– O que ele está falando? – pensa Keiko, estranhando a atitude do desconhecido.

Ele passa por elas e, sem conseguir evitar, ambas as três olham para trás quando o estranho se afasta.

– O vento purifica, o vento salva, o vento destrói. – diz ele mais uma vez, como quem fala com outra pessoa, apesar de estar falando consigo mesmo.

Com isso, elas seguem um rumo bem diferente dele. O garoto, então, continua andando até, de uma hora para outra, parar. Em instantes, uma figura masculina surge diante dele. Como resposta, o jovem ergue sua face, passando a encará-lo.

– Você demorou, Aoi. – afirma a tal figura masculina.

– Demorei? – pergunta ele, serenamente.

– Sim, demorou. Nossa missão na Vila do Sol deve ser executada com êxito. – garante quem está diante de Aoi. – Afinal de contas, estivemos esperando por muito tempo por essa noite.

– Por sete anos, precisamente. – alega o garoto.

– Isso mesmo. Se falharmos, não teremos nenhuma outra chance. – garante. – É preciso alcançar a vitória!

Aoi ergue sua face, passando a observar as estrelas do céu. Respirando profundamente, fala:

– Tudo poderá ser resolvido apenas nesta noite?

– É assim que deve ser. Pela realização dos nossos objetivos, sem dúvida alguma!

Aoi, sem deixar de observar o céu, conta:

– Não gosto de derramar sangue debaixo de um céu tão perfeitamente estrelado.

– Será que sua irmãzinha maluca concordaria?

Repentinamente, violentos turbilhões de vento cercam Aoi e, com um aparente poder cortante, se espalham, atacando tudo ao redor. A figura desconhecida salta alguns metros para trás e percebe que uma árvore ao lado direito do garoto é cortada horizontalmente: sua porção superior ai ao chão, levantando um pouco de poeira ao mesmo tempo em que produz um forte barulho.

– Nunca fale dela. – exige Aoi, com um olhar assassino.

– Se não me engano, foi em uma noite estrelada como esta que ela tentou matá-lo, correto? – indaga o sujeito.

Novos turbilhões de vento, porém ainda mais agressivos, avançam contra o homem estranho e somente contra ele. Apesar disso, ele salta para o alto, rodopiando no ar e exibindo um sorriso de contentamento: tudo o que pode ser visto do seu rosto coberto por um capuz negro é seu sorriso.

– Já falei para não falar da minha irmã. Caso contrário, vou te matar. – afirma o garoto, ainda mais irritado.

– Que seja. – diz o outro, voltando para o solo com habilidade e precisão. – Vamos logo para aquele vilarejo. Ainda hoje, ele será destruído.

O homem dá meia volta, parecendo não temer uma possível investida de Aoi contra si. Ao começar a caminhar, o garoto vai acompanhando-o, se colocando ao seu lado direito em poucos instantes.

– Quem mataremos primeiro? Takayama-oji ou Tsurugi-hime? – questiona Aoi, bem mais tranquilo.

– Tanto faz. – diz ele. – Sei que eu matarei ela, pois aprecio o sangue feminino. Se quiser, mate o príncipe dos Takayama, pois não me importo com ele, absolutamente.

– Tudo bem. – aceita o garoto, suspirando.

E, então, a dupla vai seguindo seu rumo, mantendo firme o objetivo que desejam realizar. Algo que só será possível com a total destruição da Vila do Sol...

/--/--/

Bem longe dali, em um dos quartos da mansão Agamenon...

Lucy suspira feliz. Olhando-se no grande espelho circular diante de si, ela experimenta um belo vestido que ganhou de presente de Apporion. Querendo ou não, depois da péssima experiência como prisioneira de Misuro Asachi e dos seus aliados, ela se sente extremamente bem tendo a chance de respirar o ar da liberdade outra vez. E, no fundo, sabe que o pai de Yume lhe presenteara por isso mesmo.

– É bom ter paz vez ou outra. – pensa, sorridente, analisando cada trecho do seu reflexo no espelho.

– Com licença. – pede Gon, abrindo a porta e trazendo uma bandeja com uma xícara de chá e biscoitos.

– Toda. – fala ela, se virando para o mais velho.

Com alguns passos, Gon se aproxima dela. Lucy pega a xícara e o pequeno prato com biscoitos, agradecendo:

– Muito obrigada, Gon-san.

– De nada! – corresponde ele, sorrindo gentilmente. – Parece estar ansiosa para rever sua amiga.

– Sim, estou. – admite, mantendo seu sorriso. – Sempre fomos muito unidas e ligadas e desde que nos conhecemos, nunca ficamos separadas.

– Compreendo. – alega o sujeito. – Parece ser uma amizade extremamente bonita.

– Obrigada novamente.

– Gon! – declama Martina, ao entrar de repente no grande quarto, chamando a atenção de ambos os presentes.

– O que foi? Por qual razão está tão afobada?

– Apporion-sama acabou de me dizer algo de que foi notificado!

– E o que seria?

– Há muito mais por trás do que está acontecendo na Vila do Sol além de uma simples rixa entre clãs. – revela a mulher. – Não conhecemos muitos detalhes, mas é provável que tenhamos que interferir, pois talvez o grupo de Fubuki não seja capaz de lidar com o problema.

– O príncipe Takayama não se juntou a eles? – questiona, cada vez mais preocupado.

– Sim, mas pelo que ele me disse, tudo pode ser mesmo grave e nossa interferência, necessária. – alega.

– Vamos até o escritório dele. – sugere. – Se for assim, quero falar pessoalmente com Apporion-sama.

Desse modo, os dois se retiram do quarto. Um pouco preocupada com tudo o que ouviu, Lucy observa a porta pela qual eles passaram por alguns momentos. Logo depois, se vira para a janela – ainda aberta, apesar da noite – e caminha até a mesma. Direcionando seu olhar para o céu, fala para si mesma:

– Esse céu estrelado... Está tão... Triste...
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MensagemAssunto: 18 - Fubuki Fuyutsu [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeQui 24 Abr 2014, 22:35

Na cabana dos Takayama...

– Certo. – fala Moon, diante de Fubuki, Star, Yume, Ketsui, Sisshin, Sesshou, Rouge, Envy, Athem, Orfeo e Zack. – Contarei tudo o que sei sobre você.

– Estou pronto para saber tudo. – afirma o dono de Star.

– Pois bem. Para iniciar, devo declarar os nomes dos seus pais. São eles Aki e Haru Fuyutsu. Assim como eles, 15 anos atrás, eu era uma sacerdotisa do Palácio Estelar, o cargo mais alto abaixo do rei ou da rainha.

– Aki e Haru Fuyutsu... – repete Fubuki. – Então meu nome completo é Fubuki Fuyutsu?

– Correto. – confirma ela. – Nossa principal função como sacerdotes era preparar as forças do Palácio Estelar para os conflitos aguardando o momento certo através dos avisos das estrelas. E sua mãe, Aki, naquela época, estava grávida de você. Assim como ela, Haru já imaginava que teria grande importância para a humanidade no futuro, mas ambos desconheciam a possibilidade de que o filho deles seria justamente a peça-chave de toda a guerra.

– Os pais do Fubuki-chan... – pensa Yume, observando-o. – Eram sacerdotes do Palácio Estelar...

– Contudo, assim que você nasceu, um de nós, dos sete sacerdotes, se rebelou e tentou matá-lo. Por mais que seus pais fossem poderosos, Haru e eu não estávamos naquele momento e Aki teve que protegê-lo sozinho. Infelizmente, ela quase morreu naquela batalha. – Moon vai contando, tendo a atenção de todos os presentes.

– Uma rebelião de um dos sacerdotes de 15 anos atrás... – imagina Sesshou, surpreso com as palavras que ouve. – Difícil de acreditar, já que tal cargo é entregue somente a pessoas de extrema confiabilidade, sabedoria e poder...

– Contudo, como protetora do Destiny Break, de forma alguma, ela poderia deixar ele cair em mãos erradas ao mesmo tempo em que, como sua mãe, Fubuki, não desistiria de protegê-lo.

– Protetora do Destiny Break?! – Orfeo se manifesta, sem entender. – Mas ouvi falar que esse objeto já não estava mais no Palácio Estelar há décadas.

– Apenas lenda. – garante Moon. – A verdade é que Aki carregava o Destiny Break consigo, pois era a única que compreendia perfeitamente os poderes dele. Portanto, era a única que conseguia mantê-lo sob controle pleno. Para proteger tanto ele quanto o filho, desistiu da luta e tentou fugir. Entretanto, ela já estava extremamente ferida devido o combate feroz contra o rebelde. E, além disso, muitos disseram que você, Fubuki, também havia sido ferido no processo e estava quase morrendo. Por tal razão, ela teria inserido o Destiny Break em seu coração e te enviado para um lugar distante do Palácio Estelar, onde não pudesse ser encontrado por nenhuma mente má.

– Mas, então, é verdade ou não que o Destiny Break está dentro de mim mantendo a minha vida? – indaga Fubuki.

– A verdade é que eu mesma sempre achei que esse trecho da história era exagero. Porém, ligando os fatos, não posso negar que seja bem provável sua realidade. – admite a mulher. – Ninguém neste mundo além dela conseguiu dominar o Destiny Break com perfeição. Aki conhecia habilidades daquele artefato que, até mesmo hoje, nenhuma outra pessoa na face da Terra chegou a descobrir. Além disso, o seu sangue foi identificado no local da batalha entre Aki e o rebelde, assim como o sangue dela. No entanto, apenas o corpo da sua mãe foi encontrado e o seu não. No outro dia, ciente de tudo, Haru montou uma equipe de caça ao homem que tirou a vida da mulher que amava, mas desde então ninguém nunca mais teve notícia dele e dos cinco Hakanais que o acompanharam na missão.

– Que história! – pensa Athem, impressionado com cada palavra discursada por Moon.

– Considerando tudo isso, creio que Aki usou as últimas forças que tinha para salvar sua vida, Fubuki. Impossível saber ao certo se você morreu mesmo ou não, mas é inquestionável que, caso tenha morrido, tudo o que te mantem vivo é o Destiny Break. – esclarece.

– A pessoa que se rebelou e a matou foi o Misuro Asachi? – pergunta o garoto.

– Não. – nega ele. – Foi um homem que, após aquela ocasião, literalmente sumiu do mapa assim como o seu pai.

– Entendo. – afirma Fubuki. – Obrigado por me contar tudo isso. É importante, mais do que qualquer coisa, saber que fui amado por meus pais.

Moon sorri, sem deixar de observar o rosto do jovem. E, com alguns passos, se aproxima o suficiente para que possa abraçá-lo. E assim o faz, enquanto ele apenas fica surpreso sem saber como reagir.

– Quando permanecem a fé, a esperança e o amor, essas três, maior sempre será o amor. – afirma ela, abraçando-o. – E nada pode superá-lo.

Fubuki não recusa o ato de Moon. O abraço dela é quente, caloroso, amável, reconfortante. É como se nada no mundo pudesse acalmar seu coração agora mais do que um mero e simples abraço.

– Todos são dignos de serem amados, basta que reconheçam isso e se entreguem de corpo e alma para tal sentimento. – garante ela, desfazendo o abraço, mas mantendo seu doce sorriso para ele. – Seja feliz... Fubuki Fuyutsu.

Por alguns instantes, impera o silêncio. Então, dessa forma, Sesshou decide quebrá-lo se manifestando:

– Há alguma outra razão por trás da sua presença neste lugar, Moon-sama?

– Sim, há. – afirma ela, voltando seu olhar para seu escudeiro presente, tornando-se mais séria. – Já me comuniquei com Apporion Agamenon e falei a ele tudo o que as forças do Palácio Estelar descobriram a respeito da Vila do Sol.

– Como assim? – indaga Athem, arqueando sua sobrancelha esquerda. – O que tem o vilarejo?

– Se nada for feito, ele desaparecerá. – afirma Moon, para o espanto de todos. – Junto de incontáveis inocentes.

– Você só pode estar louca! – Athem declama, chamando a atenção de todos. – Isso não pode ser verdade! Por mais que nossos clãs estejam em conflitos, não é algo tão grave para dizermos que o vilarejo vai acabar!

– Engana-se. – afirma Moon, fitando-o seriamente. – Takayamas e Tsurugis na sua rixa interna: é apenas a ferramenta utilizada pelos inimigos do seu povo, quais desejam destruí-los.

– Poderia ser mais clara, Moon-sama? – pede Sesshou.

– Com toda a certeza. – garante ela. – Já ouviram falar do clã perdido Takahashi?

– Sim. – afirma Sisshin. – Pelo que sei, eles eram outro grupo da Vila do Sol que tinha uma doutrina bem mais radical do que a dos Takayama e a dos Tsurugi. Por isso, ambos se reuniram contra os Takahashi e os derrotaram.

– Exato. – confirma ela. – Contudo, nem todos os Takahashi foram derrotados. Algumas investigações do Palácio Estelar comprovaram que há remanescentes dos Takahashi. E, provavelmente, estão buscando vingança contra aqueles que um dia se levantaram contra eles.

– Eles ainda existem?! – questiona Sesshou, perplexo.

– Existem. E, após meses e meses de investigação, descobri o que eles podem estar tentando fazer às escondidas na Vila do Sol. – conta Moon.

– O que seria? – questiona Zack Tsurugi. – Somente influenciar um conflito entre as duas famílias principais do vilarejo para que se destruam?

– Não. – nega ela. – O problema vai bem além. Há anos, existia um ritual que era promovido pelos Takahashi chamado Ritual do Sol Noturno. Não encontramos muitos detalhes, mas parece que era uma cerimônia maligna com poderes sobrenaturais. Poderes esses capazes de ameaçar tudo ao seu redor.

– Ritual do Sol Noturno... – pensam, juntos, Orfeo e Zack.

– Hoje se completam sete anos desde a última vez que o clã promoveu o ritual. – revela a rainha do Palácio Estelar.

– E o que isso significa? – pergunta Envy, curiosa como todos os demais.

– Significa que, se eles estiverem mesmo por trás de toda a confusão na Vila do Sol, hoje é a noite em que o ritual será realizado novamente.

– Precisamos detê-lo, correto? – Fubuki, por sua vez.

– Correto. – responde a mais velha dos presentes. – Infelizmente, preciso retornar ao Palácio Estelar, pois tenho pendências extremamente importantes para resolver. Por isso, devo confiar em vocês para solucionarem o problema no vilarejo. E aviso: tomem cuidado com as aparências, pois o clã Takayama e o Tsurugi, ambos, podem estar sendo manipulados pelos Takahashi. Não tomem as dores de suas famílias, mas sim lutem em prol do bem comum.

Fubuki, Yume, Envy, Sisshin, Sesshou, Rouge, Athem, Orfeo e Zack: sérios, movimentam suas faces positivamente, como quem aceita as exigências de Moon. Satisfeita, ela suspira e encerra:

– Irei partir agora, mas antes, tenho palavras finais para você, Fubuki.

– Para mim? – indaga ele, um pouco surpreso, por ter imaginado que ela já teria contado tudo aquilo que deveria retirar debaixo dos panos.

– Sim. – confirma. – Seus poderes ainda não se manifestaram, mas acredito que isso acontecerá quando os seus ideais arderem ao máximo. É preciso confiar em você mesmo para que o gigantesco potencial escondido em seu interior aflore.

Ele permanece em silêncio, apenas ouvindo. Por isso, ela termina:

– Você é filho de dois grandes Hakanais e de dois heróis incomparáveis. Acredito que seja quem veio ao mundo para superá-los e levar adiante a mesma ideologia altruísta e justa que eles carregavam.

– Obrigado... Por tudo. – agradece ele.

Moon sorri, respondendo:

– Não há de quê, Fubuki Fuyutsu...

A mulher dá meia volta. E, com isso, passa a tomar passos para fora da cabana. Ao se retirar, todos os presentes reformam a roda, olhando um para o outro.

– Acho que teremos de ir ao vilarejo hoje mesmo. – afirma Envy.

– Já tenho certeza absoluta disso. – garante Yume, terminando de comer o seu pudim.

– Então vamos depressa! – exclama Athem. – A Vila do Sol e todos os nossos amigos e familiares podem estar em perigo!

– Se algo acontecer à Tsurugi-hime, eu jamais me perdoarei. – pensa Athem.

Fubuki suspira profundamente, refletindo sobre tudo o que ouvira de Moon. Agora sabe quem é, quem foi e quem poderá ser. É como se as palavras dela tivessem ajudado a concluir o caminho que estava desfragmentado do jovem Hakanai. E, por isso, não pode fracassar. Por isso, por seus pais e por todos aqueles que estão ao seu lado neste momento. Sorrindo confiante, ele ergue seu punho cerrado, chamando os olhares para si. E declara:

– Vamos lá! Para varrer tudo de ruim da Vila do Sol!

– Isso aí! – declamam, juntos, Sisshin e Athem, empolgados.

Yume, olhando para Fubuki, sorri. Seu coração, agora, sente uma sensação agradável e alegre. De algum modo, percebera que as revelações de Moon acalmaram o espírito dele. Por essa razão, a dona de Ketsui não consegue reter seu contentamento. Afinal de contas, tudo o que mais anseia... É ver seu amado verdadeiramente feliz...

/--/--/

Em algum ponto da Vila do Sol...

– Isso! – declama Yuni, animada, com uma caixa de prata em suas mãos. – Já conseguimos metade dos itens que deveríamos recolher!

Junto dela, estão Mika’il, Sakura e Eli. O grupo caminha pela zona leste da vila, no momento, após comprar vários dos artefatos da lista que possuem. Conseguiram tudo isso graças ao mercado interno do vilarejo.

– Por outro lado, minha grana voou todinha... – reclama Eli.

– Era preciso, era preciso. – afirma Sakura, balançando sua cabeça positivamente.

– Só dizer isso não vai fazer meus bolsos se encherem de novo. – afirma sua amiga, em um tom choroso.

– Mika’il-kun, já vamos embora deste lugar? – questiona Yuni, ficando mais séria, ao voltar sua face para o citado e notar a inquietação estampada na face dele.

– Tem algo de errado nesta vila. – corresponde ele, sem deixar de olhar para frente.

– Como assim? – perguntam, juntas, as três garotas.

– Hoje faço 20 anos. – revela secamente.

– Sério!? – Sakura e Eli se espantam.

– Deveria ter dito isso antes. – opina Sakura. – Poderíamos ter preparado algo especial para você.

– Não há nenhuma razão para promover comemorações em meu nome. Apenas citei esse fato para justificar a minha afirmação. – esclarece, fitando a pequena por alguns instantes. – Hoje também se completam sete anos desde a morte dos meus pais.

– Sentimos muito. – garante Eli, com um timbre triste por ele.

Mika’il, de imediato, para de andar, assustando Sakura – ela, assim como Eli e Yuni, também param de caminhar. Aflita, Sakura indaga:

– Falamos algo que não deveríamos ter dito?! – e coloca suas mãos perante sua boca, como quem tenta se proteger.

Ele levanta seu rosto, direcionando seu olhar para a lua estampada no céu. De imediato, fala:

– Não vamos embora. Ficaremos aqui.

– Por quê? – questiona Yuni.

– Algo grande está para ocorrer na Vila do Sol e sinto como se a morte dos meus pais sete anos atrás tivesse ligação com isso. – explica ele, voltando sua face para Yuni.

– Algo grande tipo... ? – Eli, tentando compreender.

– Do que estão falando? – indaga Percy Vincentt Takayama, ao dobrar uma esquina e se colocar bem diante deles. – O que estaria para acontecer no vilarejo?

Percy, quem aparecera mais cedo para ajudar o grupo, os auxiliara para as compras dos artefatos que a equipe estava procurando. Depois disso, deu dicas a eles sobre outros lugares fora da Vila do Sol que poderiam ter o restante dos itens e, posteriormente, se separara de Mika’il e das garotas. Afinal, Percy tinha que seguir seu rumo.

– Não sei. – corresponde Mika’il, encarando-o. – Porém, tenho um péssimo pressentimento quanto a esta noite. E por mais que eu não seja lá o mais supersticioso dos homens, não consigo ignorar a sensação estranha que está me dominando.

– Se é sobre as brigas entre minha família e os Tsurugi, afirmo que os conflitos diretos só acontecem entre os mais tolos, como aqueles dois mais cedo. – diz, referindo-se ao Tsurugi e ao Takayama que começaram a lutar entre si, mas foram interrompidos por Mika’il. – A alta cúpula de cada clã disputa de forma pacífica e somente em nome de termos políticos e sociais da Vila do Sol. Garanto que não são todos que vandalizam o que deveria acontecer pelo melhor de todos nós. – argumenta o pequeno.

– Entendemos isso, Percy-san. – diz Sakura. – Porém, sei que Mika’il-kun não está enganado. Ele já foi um cidadão da vila assim como você.

Repentinamente, vindo em direção ao grupo, surge um esquadrão de quatro pessoas: todos homens, sendo que os três mais jovens e fortes fisicamente protegem o que possui vestes e aparência mais sofisticadas. Eles param após dobrar a esquina e se colocarem perante Mika’il, Percy, Eli, Yuni e Sakura.

– Takayama-sama?! – Percy, ao se voltar para o quarteto, fica espantado.

O homem protegido pelos outros três é o líder do clã Takayama. Com sua face oculta por uma máscara dourada, ele dirige a palavra ao menino:

– Percy, quem são seus amigos?

O garoto se ajoelha, abaixando a cabeça e fechando seus olhos: tudo pelo extremo respeito que tem pelo líder do clã. Desse modo, com um ameno tom de voz, articula:

– São visitantes, Takayama-sama.

– O que procuram por aqui, meus caros? – pergunta o sujeito, direcionando a palavra e atenção a Mika’il e às garotas.

– Já encontramos o que procurávamos, mas optamos por ficar aqui um pouco mais. – responde ele. – As noites na Vila do Sol, hoje em dia, devem ser bem mais agradáveis do que eram sete anos atrás...

– Já morou aqui? – pergunta o mascarado.

– Sim. Meus pais morreram e, por isso, abandonei o vilarejo. – corresponde.

– Os pais deste sujeito morreram há sete anos? E ele está retornando justamente hoje? – pensa o líder do clã Takayama, intrigado. – Suponho que seja o Hakanai que carrega o sangue de ambas as famílias. – fala, tentando disfarçar sua surpresa com as palavras de Mika’il. – Creio que ouvi um pouco sobre sua história através da boca do povo.

– Sou. – confirma. – Contudo, não tenho intenção alguma de permanecer aqui.

– Compreendo. Pelo menos, peço que me permitam oferecer uma estadia digna para vocês em minha casa. – oferece.

– Aceitamos. – afirma Eli, cruzando os braços e movimentando seu rosto positivamente. – Estou cansada e não quero ficar andando por aí a essa hora.

Yuni dá uma leve cotovelada com seu braço direito nela, chamando para si a atenção da grande amiga de Sakura. Desse modo, sussurra no ouvido dela:

– Não seja tão apressada, mal conhecemos eles, como podemos saber se as intenções que possuem são boas?

– Bem, então, por favor, nos acompanhem. – pede o líder Takayama, desviando um pouco do grupo, mas retomando seu rumo, sendo seguido pelos seus guardas pessoais.

Percy, por sua vez, reabre suas pálpebras e se levanta do seu lugar, dando meia volta para acompanhar a caminhada do sujeito com seu olhar. Sendo assim, a importante figura da Vila do Sol fala:

– Venha você também, Percy.

– O-obrigado. – agradece o menino.

Mika’il e as garotas também se viram em direção ao líder Takayama. Desse modo, ele declara:

– Vamos.

– Tem certeza, Mika’il-kun? – pergunta Sakura.

– Absoluta. – corresponde, sério. – Na casa principal dos Takayama, poderemos acompanhar de perto qualquer coisa estranha que venha a ocorrer por aqui. E, como eu disse, não estou em condições de ignorar a sensação estranha que estou tendo sobre esta noite...

– Ele está bem estranho. – pensa Yuni, fitando a face de Mika’il. – Do que, afinal, ele está falando, hein?

Dessa forma, Mika’il, Yuni, Sakura, Eli e Percy vão caminhando, seguindo o grupo do líder Takayama. Porém, o Hakanai da Cards Summon não tira da mente a hipótese de que algo muito suspeito está pairando sobre o vilarejo.

– Se eles pensam que fiquei tantos anos sem procurar conhecer as histórias ocultas da vila, estão enganados. – imagina Mika’il, andando. – Conheço muito bem a existência dos Takahashi e algo me diz que eles estão por trás de toda a rivalidade existente entre Takayamas e Tsurugis. E seja lá o que este lugar esteja escondendo... Eu vou descobrir!!
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MensagemAssunto: 19 - Enganosas aparências [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeQui 01 maio 2014, 22:46

– Tem certeza dessa decisão, Apporion-sama? – questiona Zang perante o pai de Yume.

Diante de Apporion, além de Zang, estão Gon e Martina. O dono da casa, por sua vez, assentado na cadeira do seu escritório. Sério, ele encara o trio.

– Absoluta. – afirma. – Foi Moon-sama quem me recomendou tomar essa atitude.

A decisão da qual falam é a de permanecerem na mansão sem interferir nos eventos da Vila do Sol, por mais preocupante que a situação possa ser no momento. Afinal, a casa dos Agamenon ficaria desprotegida, assim como Lucy. E, como sabem, seria o momento ideal para Misuro atacar a mansão e colocar as mãos na garota novamente.

– Por mais que deseje proteger a Lucy, não podemos ignorar a gravidade da situação. – opina Martina, abrindo seus braços por alguns instantes.

– Sesshou, um dos escudeiros oficiais de Moon-sama, está com os garotos. – argumenta Apporion. – Além disso, eles sabem se defender, Não é preciso tanta preocupação, meus caros.

– Bem, se você pensa assim, não tenho razões para discordar. – articula o pai de Mei Sasaki.

– Então nos resta somente acreditar neles? – indaga Martina.

– Exatamente. – garante Apporion. – Não posso negar que estou preocupado, afinal minha filha também está envolvida nisso. Porém, não posso perder a cabeça quando mais coisas estão em jogo...

Gon respira profundamente. Cruzando seus braços, somente diz:

– Que assim seja.

/--/--/

Vila do Sol, casa principal dos Takayama...

Seguindo o líder do clã Takayama e os escudeiros do mesmo, vão caminhando juntos Mika’il, Sakura, Yuni, Eli e Percy. No momento, estão passando por um dos longos corredores da mansão e se aproximando da ala dos quartos.

– Se concordarem, podem ficar neste quarto. – afirma o dono da casa, ao parar perante uma porta e se virar para o grupo.

Mantendo certa distância, Mika’il e os outros também param. Atentos às atitudes do líder Takayama, eles se mantém em silêncio. Por sua vez, o pai de Sesshou e Sisshin olha para um dos seus escudeiros, que entendendo o recado, usa sua mão direita para abrir a porta.

– Podem entrar, por gentileza. – pede a influente figura do vilarejo, tomando alguns passos para a esquerda para permitir a passagem do grupo.

Sakura, Eli e Yuni, respectivamente, entram. Contudo, os outros dois permanecem do lado de fora.

– Muito obrigado, Takayama-sama. – agradece Percy, se curvando para o citado e entrando logo em seguida.

– Nossa, parece até um dos quartos da casa do Apporion-sama. – comenta Sakura, olhando para todos os cantos do grande cômodo bem impressionada com tudo.

– É verdade. – concorda Yuni, quase tão empolgada quanto ela.

Desse modo, Mika’il, bem desconfiado, também entra. Assim que ele faz tal coisa, o dono da mansão se direciona, mais uma vez, para o grupo. E fala:

– Se precisarem de algo, estou a disposição. Agora, se me permitem, preciso me retirar.

– Claro, Takayama-sama. – agradece Percy, sorrindo.

– As pessoas daqui parecem ser tão gentis. – opina Sakura, direcionando seu olhar para Eli, quem está ao seu lado esquerdo.

Sua amiga, por sua vez, permanece em silêncio, correspondendo ao comentário da garota somente com um sorriso. E        quando o líder dos Takayama e seus acompanhantes começam a se afastar daqui, Mika’il se vira para as garotas e fala:

– Vamos investigar.

– Quê!? – questionam, juntas, Eli e Yuni.

– Isso mesmo que ouviram. – afirma ele. – Vamos investigar esta casa.

– Do que você está falando? – Percy, chamando para si o olhar do ex-morador da Vila do Sol.

– Aquele homem não é o que parece ser. – alega, sério e bem certo no que diz. – Aliás, muita coisa nesta vila não deve ser o que aparenta.

– Como assim? – questiona o garoto, arqueando sua sobrancelha esquerda. – Do que está desconfiado?

– Não posso dizer nada com certeza por enquanto. – revela, dando as costas para eles. – É por isso que precisamos descobrir mais sobre certas coisas e esta casa é o lugar ideal.

Enquanto isso, já distantes do quarto do grupo, o dono da casa e seus companheiros caminham rumo a outro local da mansão.

– Mika’il... – pensa o mascarado, andando com serenidade e tranquilidade. – Ele é diferente dos outros. Porém, não faz mal. De uma forma ou de outra, chegaremos ao mesmo desfecho e ninguém poderá evitar.

– Pai... – recita alguém, ao surgir na ponta do corredor para qual eles estão indo.

É Stinger Takayama – que, apesar de ainda estar com sua barriga à mostra, usa agora um casaco negro que tapa suas costas e braços. Sério, ele vai se aproximando do seu pai e dos escudeiros do mesmo no instante em que o líder do clã fala:

– Podem ir, tenho assuntos particulares a tratar com ele.

Os acompanhantes dele, entendendo o recado, dão meia volta e vão se afastando. Stinger, por outro lado, ao se aproximar o suficiente, para perante seu pai.

– Para todos os efeitos, você foi banido do vilarejo. – declara o mascarado. – Não deveria andar tão levianamente mesmo aqui nesta casa.

– Eu sei. – garante Stinger. – Apenas vim avisar que falhei na missão de tomar o Destiny Break, mas trouxe outras coisas no lugar.

– Alguém como você foi detido por meras crianças? – pergunta seu pai, surpreso. – Que decepção...

– Eu poderia ter matado todos eles, mas era arriscado demais. – afirma. – Se eu estendesse aquela luta por mais tempo, acabaria atraindo pessoas indesejadas que ligariam os pontos e descobririam que o meu desligamento da vila foi uma farsa. Em outras palavras, poderiam descobrir suas verdadeiras intenções, pai.

– Compreendo. – afirma, suspirando um pouco frustrado.

– Além do mais, nem precisamos nos arriscar com algo que não é lá tão importante, não quando o Ritual do Sol Noturno está prestes a ser acontecer com sucesso. – articula, sorrindo de leve.

– Tenho que concordar. – articula o mais velho. – Mas me diga: o que trouxe para nós?

– Vou te mostrar. – diz, dando meia volta.

O filho começa a andar e o pai vai acompanhando. Por alguns segundos, eles andam, acessando vários cômodos e dobrando “certas esquinas” até chegarem a uma grande porta de metal. Com sua mão direita, o Takayama mais jovem empurra a mesma, abrindo-a.

– Ali estão nossos três primeiros sacrifícios. – estipula o irmão de Sesshou e Sisshin, indicando três jovens garotas, sem consciência, caídas de bruços ao chão.

São elas Mei Sasaki, Anya Crestyn e Keiko Kozakura. Stinger, pessoalmente, procurou por Hakanais com seu Sensor Humano, técnica sensitiva que possui, após atacar o grupo de Fubuki e fracassar contra tal. E foram elas três que achara.

– Bom trabalho. – o parabeniza. – Elas parecem ser adequadas para os tributos ao Ritual do Sol Noturno. Basta capturarmos mais quatro pessoas e prosseguir com os demais preparativos.

– Podemos tomar para nós quatro daqueles que estão vindo para cá. – sugere Stinger, se virando para o seu pai. – Meus irmãos, o garoto do Destiny Break e outros estão vindo para cá. Posso sentir, pois meu Sensor Humano ainda está ativo.

– Que assim seja. – concorda o mascarado. – Seja lá quem se opor aos nossos objetivos, cairá.

O homem dá meia volta, tomando passos para se afastar daqui. Com palavras finais:

– Vá se preparando, Stinger. A aparente paz vai acabar em breve.

– Sei muito bem, meu pai, – garante o filho, sorrindo e observando o afastar do chefe da família.

Quando seu pai desaparece do seu campo de visão ao acessar outro ponto da casa, Stinger se volta, novamente, para as três garotas. E, ainda sorridente, diz para si mesmo:

– Desta noite em diante, nada mais será como já foi antes... Nada!!

/--/--/

Na casa principal do clã Tsurugi...

Longos e brilhantes fios loiros. Caminhando serena, a princesa, com sua face coberta por seu típico véu, é acompanhada por um assistente, quem carrega ao lado direito dela uma bandeja de prata com uma xícara.

– Tsurugi-hime, foram adquiridas novas informações sobre a investigação ao líder dos Takayama. – garante o sujeito que está acompanhando a beldade.

– Quais as novidades? – pergunta ela, sem deixar de observar o caminho à sua frente.

– Parece que, nos últimos meses, ele tem adotado atitudes incomuns. – revela.

– Incomuns como? – indaga, direcionando a ele o olhar sem modificar a direção da sua face.

– Segundo nossas fontes, ele sempre manteve uma doutrina amena de treinamento do clã, mas vem adquirindo novas práticas e se tornara mais rígido nessa questão. – conta. – Além disso, está saindo da vila com mais frequência, sendo sempre acompanhado pelos mesmos escudeiros.

– De fato, essas práticas vindas logo dele são estranhas... – pensa ela, voltando seu olhar para sua frente. – Aquele homem está tramando algo?

– Alguns, inclusive, pensam que a expulsão do Stinger foi uma armação para manter a confiança de todos. A hipótese é de que, gradativamente, ele quer tomar o poder do vilarejo e destroná-la, Tsurugi-hime. – esclarece.

– Entendo. – afirma ela, sem se abalar. – De todo modo, estava mesmo esperando por esse tipo de ideia. Contudo, imagino que as coisas vão mais além...

– Como assim?

– Estou dizendo que, em breve, desmascarei aquele homem. – garante. – Pois ele não é o verdadeiro Sírius Takayama.

Sírius Takayama é o nome completo do líder do clã rival dos Tsurugi. Em geral, ninguém se refere a ele se não pelo nome da família, em referência à liderança do mesmo na tal linhagem.

– Está me dizendo que se trata de um farsante?!

– Corretamente. – articula a mulher. – Não há nenhuma suspeita maior do que essa para mim.

– Se ele não é o verdadeiro líder do clã, quem é então? E o que teria acontecido com o legítimo chefe da família?

– Por enquanto, ainda não sei. – ela deixa claro, parando de uma hora para outra. – Mas garanto que irei descobrir...

/--/--/

Ao mesmo momento, em um ponto bem próximo dali...

Pelo ar, um grupo se aproxima cada vez mais da Vila do Sol: Fubuki, Yume, Ketsui, Envy, Sesshou, Sisshin, Rouge, Orfeo, Athem e Zack. Ambos são, agora, carregados por Discos Aéreos criados pela Hakanai de Sisshin.

– Essas coisas de ar são bem úteis. – opina Envy, olhando para seus pés, sustentados pela formação de ar concentrado.

– Só que parecem ser um pouco perigosos. – Zack Tsurugi, por sua vez. – Vai que o ar se dissipa? Vamos todos cair e nos esborrachar no chão, ainda mais considerando a altitude em que estamos.

– Estou mantendo os Discos Aéreos com a minha energia. – afirma Sisshin, sério, mantendo-se na frente do grupo junto de Fubuki e Yume. – Não se preocupem sem razões.

– Você evoluiu desde a última vez que nos vimos, meu irmão. – opina Sesshou, um pouco atrás do seu irmão, contente por ver como as habilidades do mais jovem cresceram.

– Obrigado. – agradece ele, sem olhar para trás ou sem sorrir, apesar de sentir tal desejo.

– O que deverá ser feito quando chegarmos? – pergunta Fubuki, alternando seu olhar entre Sisshin e Yume.

– Acho que deveríamos nos dividir em dois grupos. Um com a missão de ir à mansão Takayama e o outro com a missão de ir à mansão Tsurugi. – opina Envy. – Afinal, se estamos lidando com clãs que, na verdade, podem estar sendo manipulados, a primeira medida deveria ser conscientizá-los disso.

– Excelente ideia. – fala Ketsui, nos braços de sua dona. – É provável que nenhum membro do clã, exceto os líderes, tenham ciência e conhecimento dos Takahashi.

– Está querendo dizer que Tsurugi-hime é aliada deles por livre e espontânea vontade? – questiona Athem, com um tom irritado.

– Sinto muito, mas é o que pode ser. – diz a felina.

– Não acredito nisso! – exclama o garoto. – Tsurugi-hime jamais se aliaria ao mal, de forma alguma! Tudo o que ela faz é pelo bem do vilarejo!

– Seja como for, não podemos tomar as dores de ninguém. – recomenda Sesshou. – Não se esqueçam das palavras de Moon-sama.

– Eu odeio admitir, mas você está certo, Sesshou-san. – se manifesta Orfeo. – Conheço muito bem a índole da princesa, mas não conhecemos nosso inimigo. Nem sabemos ao certo como os Takahashi podem estar envolvidos em toda essa situação.

– Por esse pensamento, é coerente pensar que nossos clãs não estejam colaborando com eles por vontade própria, isso se estão mesmo sendo controlados. – opina Zack.

– Concordo com isso. – articula Fubuki.

– Vejam! – declama Rouge, usando seu indicador direito para apontar a entrada sul do vilarejo, distante por certos metros. – Estamos chegando!

– O que é isso? – pensa Sesshou, preocupado. – Meu Spiritual Sense está indicando energias estranhas na Vila do Sol, de pessoas que nunca senti antes. O que pode ser? Será que são os Takahashi?

– Sinto energias extremamente negativas naquele lugar. – garante Ketsui. – Quase tão negativas quanto a de Misuro Asachi!

Fubuki e Yume, ao escutarem isso, olham juntos para a felina, mas segundos depois, voltam a olhar para a frente. Desse modo, ele pensa:

– Acho que foi mesmo a melhor escolha deixar o Star na cabana. Tudo isso pode ser perigoso demais!

– Acho que os Takahashi já estão nos esperando. – revela Sesshou, levando seus olhos para Ketsui. – Suponho, inclusive, Ketsui-san, que as energias negativas que você detectou são as deles, pois também sinto energias desconhecidas por mim no vilarejo.

– Esperem... – fala a felina, detectando algo mais. – Há algo ainda mais estranho.

– O que seria? – pergunta Fubuki.

– Há uma região determinada do vilarejo, na zona norte, em que não sinto energia nenhuma, como se não houvesse ninguém lá. Porém, considerando o quanto a Vila do Sol é populosa, creio que não existe nenhuma área sem nem ao menos uma pessoa por lá. – deixa claro.

– Zona norte? – indaga Sisshin. – É onde fica nossa casa, a casa principal da família Takayama.

– É lá mesmo! – declama Sesshou. – Não sinto nenhuma energia vindo da nossa casa e sabemos que ela jamais fica totalmente vazia.

– Estou ficando cada vez mais preocupado. – admite Orfeo. – Tudo isso não pode ser apenas coincidências.

Com mais alguns segundos, o grupo finalmente começa a sobrevoar a vila. Dessa maneira, Sisshin diz:

– Se preparem! Vamos aterrissar!

Os Discos Aéreos, que mantiveram até agora uma velocidade bem alta, vão parando gradativamente para não causar a queda de ninguém. Quando param de vez, vão reduzindo os longos metros de distância do chão até, a centímetros do solo do vilarejo, desaparecerem. Todos, então, colocam seus pés no território da Vila do Sol.

– Chegamos. – declara Sisshin.

– O que é aquilo? – pergunta Envy, direcionando seu dedo indicador esquerdo para uma alta torre no centro do vilarejo: o monumento mais alto de toda a vila.

– A Torre do Sol. – responde Orfeo. – E através dela que os líderes dos nossos clãs fazem comunicados importantes e também onde os eventos do vilarejo são organizados.

– Não tem ninguém por aqui. – comenta Yume, olhando de um lado para o outro como quem procura alguém.

– Esperado. – opina Rouge, respirando fundo. – Já são quase meia-noite.

Assim que a mascarada faz tal declaração, o grande sino de prata da Torre do Sol começa a se movimentar, soando bem alto. E isso se estende por três minutos em exatidão.

– Já são meia-noite. – reforça Athem, enquanto o sino soa.

– Escutem com atenção, cidadãos e visitantes que se encontram, agora, na nossa amada Vila do Sol. – declara uma voz, ecoando por todo o vilarejo.

– O que está havendo? – indaga Fubuki, assim que ouve a declaração.

– É nosso pai, Sisshin. – fala Sesshou, ao identificar a voz e ver, em determinado ponto da distante Torre do Sol, uma figura de porte parecido com a do líder dos Takayama.

– Ele está fazendo um comunicado em uma hora dessas? – mentaliza o irmão do escudeiro de Moon, desconfiado. – Tem algo de errado nessa história!

– Hoje é uma noite especial. – afirma o chefe da família, posicionado na ala de comunicação da torre, utilizando um transmissor para passar sua mensagem a todos. – Isso pelo fato que esperei longos anos pelo que, hoje, se realizará.

Algumas pessoas da vila saem de suas casas, movidas pela curiosidade. Todos direcionam seus olhares para a torre, que pode ser vista de todo canto do vilarejo, de tão alta e imponente que a construção é.

– Ele finalmente está tomando o passo sem volta. – pensa a princesa, observando o Takayama na torre de uma grande janela da mansão Tsurugi. – As aparências artificiais não poderão ser mantidas por muito mais depois disso.

– Sete anos atrás, três astros se alinharam com perfeição em nosso universo. – conta o suposto pai de Sisshin e Sesshou, abrindo seus braços e sendo observado por todos da vila. – O nosso planeta Terra, seu satélite natural conhecido como Lua e um astro muito conhecido como Benu, o Sol Negro. Hoje, neste exato momento, a mesma coisa está acontecendo: novamente, a Terra, a Lua e Benu estão alinhados.

– Isso não está cheirando nada bem. – diz Fubuki, ainda no ponto que se colocou quando chegara.

– Com certeza. – concordam, juntas, Envy e Yume.

Sesshou sente uma forte oscilação na energia do seu suposto pai, assim como Ketsui. Por isso, a felina revela:

– Há rastros de negatividade na energia daquele homem! Não sei ao certo, mas acho que ele está mesmo declarando o Ritual do Sol Noturno.

– Eu já não tenho mais dúvidas. – afirma Rouge. – Não quando considero tudo o que Moon nos falou.

O homem que agora se encontra na Torre do Sol abaixa seu braço esquerdo, mas eleva o seu direito ainda mais. Cerrando seu punho, percebe quando quatro figuras ocultas surgem atrás de si: são as energias negativas que haviam sido rastreadas por Ketsui. Dessa maneira, o sujeito declara:

– Se prepare, meu povo! Será nesta noite em que a Vila do Sol renascerá! E a realidade que conhecemos mudará por completo... E para todo o sempre.
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MensagemAssunto: 20 - Sem volta! A guerrilha na Vila do Sol!! [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeDom 11 maio 2014, 15:57

Vila do Sol...

– Nosso pai está mesmo envolvido com o Ritual do Sol Noturno. – concluí Sesshou, estando agora sem dúvida alguma.

– Infelizmente. – lamenta Sisshin.

Junto dos dois, estão Zack, Orfeo, Athem, Fubuki, Yume, Rouge, Envy e Ketsui. Assim como eles, muitas outras pessoas na vila assistem ao discurso do “revolucionário”.

– E aqueles que pretendem impedir a revolução que está prestes a ocorrer nesta vila deveriam saber que serão necessários sete sacrifícios para o ritual se completar. – afirma o líder Takayama, na Torre do Sol. – Temos somente três...

Os sujeitos ocultos atrás dele se afastam. Lâmpadas se ascendem, revelando sete pilares em tal ponto. Presas em três deles por correntes, estão Mei, Anya e Keiko.

– E esses sacrifícios nada mais são do que pessoas egoístas e sem escrúpulos com o potencial para trazer fim ao mundo. – argumenta, como quem tenta arranjar uma desculpa para a prática desumana que está promovendo. – É preciso sacrificar pessoas más e cheias de sentimentos negativos para purificar não só a Vila do Sol como todo o mundo.

– Crápula!! – declama Fubuki, irritado, ao perceber quem são as três presas nos pilares, inconscientes. – Como ele pode fazer uma coisa dessas e ainda se defender com acusações tão dissimuladas?!

– Começará agora a guerra do Ritual do Sol Noturno! – declara o homem, abaixando seu braço que, até o momento, permaneceu erguido. – E garanto que a Vila do Sol vencerá! Pois aqueles que se oporem aos nossos ideais serão vistos como inimigos que querem, somente, a realização dos seus desejos particulares. Nós queremos a realização do melhor para todos!

– Ele está se passando por herói e nos colocando como vilões. – fala Yume, segurando Ketsui em seus braços. – Que detestável!

O responsável pela condução do Ritual do Sol Noturno suspira. Desse modo, fala em um tom mais ameno:

– A batalha começa agora.

Então ele dá meia volta e caminha para o interior da torre. Fubuki, visivelmente irritado, fecha seus punhos. E exclama:

– É inacreditável o fato de que ele consegue fazer algo assim!! Como pode envolver a Mei-san e as outras nisso?!

– A questão, na verdade, é como elas vieram parar aqui. – diz a felina presente, junto do grupo de Fubuki. – Outro fato é que não estou mais conseguindo sentir as energias ao meu redor. Algo está bloqueando a minha habilidade.

– A minha também está bloqueada, mas... Seja como for, creio que não temos muito tempo. – fala Sesshou, alternando seu olhar entre todos. – Vamos nos separar, derrotar os aliados do meu pai e ele próprio para salvar suas amigas.

Sisshin suspira. Com alguns passos para frente, se vira para o restante do grupo e fala:

– Há quatro caminhos possíveis de se chegar à Torre do Sol. Ela possui quatro portões a alguns metros daqui. Cada um é ligado a um singular corredor fechado. E esses corredores se encontram dentro de uma construção, sendo que levam, cada, à locais diferentes da Torre do Sol.

– Ou seja, teremos mesmo que nos dividir em equipes se quisermos salvá-las o mais depressa possível. – fala Orfeo.

– E se quisermos dar um fim em tudo isso da melhor maneira. – completa Envy.

– Exatamente. – Sisshin confirma, suspirando de leve.

Dessa forma, Sesshou toma passos e se coloca ao lado esquerdo do seu irmão. Cruzando seus braços, olha para o grupo, declarando:

– Orfeo, Fubuki e Yume. Rouge e Sisshin. Athem e Envy. Zack e eu. Essas são as equipes. Alguém discorda?

Ninguém se manifesta enquanto ele alterna seu olhar entre cada um dos presentes, esperando pelo sim de alguém.

– Sendo assim, vamos logo! – determina ele.

– Sim! – concorda Fubuki.

Rápidos, os jovens começam a se mover, correndo em direção ao centro do vilarejo. Yume, por sua vez, nota a fúria estampada na face de Fubuki. Ele que, por outro lado, vai mentalizando enquanto avança:

– Ainda não sei o que é exatamente esse Ritual do Sol Noturno, mas sei que não vou permitir que aquele cara continue fazendo o que bem entende... Ferindo pessoas inocentes! Não mesmo!!

/--/--/

Longe dali, em algum local da mansão Takayama...

– Precisamos fazer algo, Mika’il! – exclama Eli, se colando perante ele.

Além dos dois, estão presentes Percy, Sakura e Yuni. A discussão começara após o fim do discurso do líder dos Takayama e a fala de Mika’il na qual ele afirmara que não se envolveriam nisso.

– As garotas estão precisando de nós! – declama ela, se irritando com a expressão neutra dele. – Você ouviu muito bem o que aquele cara falou!

– Cada um tem que assumir seu papel no momento. – argumenta ele. – Não perceberam que as palavras daquele homem não foram para nós?

– Como assim? – pergunta Yuni.

– Outras pessoas estão por aqui, pessoas que representam maiores ameaças para os planos dele do que nós. – garante Mika’il. – É provável que seja o grupo de Fubuki, que a equipe dele esteja na Vila do Sol.

– Agora que me lembro, eles realmente viriam para cá. – diz Yuni.

– Pois é. – confirma ele. – Temos que acreditar que eles serão capazes de enfrentar o problema externamente enquanto cuidaremos dos quesitos internos.

– Poderia ser mais claro? – pede Percy, já bem aflito com toda a situação que se propagara.

– Aquele homem está se passando pelo Sírius Takayama, atual líder do clã. Porém, suspeito de que não seja mesmo o verdadeiro Sírius.

– Sério? – questiona o garoto, mais aliviado. Só de ter a esperança em saber que o bondoso e querido líder dos Takayama não é responsável por tudo o que está acontecendo já tira um grande peso do seu coração.

– Creio que sim. E algo me diz que esta casa pode nos dar pistas sobre o assunto. – infere, sendo bem objetivo, tal como exige o momento.

– Então vamos procurar por algo nesta casa, é isso? – indaga Sakura, um pouco aflita.

– Sim. – corresponde. – Vamos depressa, pois não temos muito tempo.

– Eu conheço bem esta mansão. Não toda, mas conheço bastante dela. – revela Percy. – Posso guiar vocês por este lugar até porque não conseguiria me manter fora dessa depois de tudo o que escutei.

– Ainda bem que está do nosso lado, Percy-san. – fala Sakura, sorrindo para ele.

– Não poderia estar contra vocês. – articula. – Pensando bem, aquele homem não pode, em nenhuma hipótese, ser o verdadeiro Takayama-sama. Nosso líder jamais justificaria os fins pelos meios. Nunca cometeria tanta coisa ruim por nada no mundo.

– Ele deve ser um bom homem, seja lá o que tenha acontecido com o verdadeiro. – comenta Yuni.

– Teremos que descobrir exatamente isso. – lança Mika’il, dando meia volta. – Vamos lá!!

/--/--/

Enquanto isso, na sala principal da Torre do Sol...

De pé perante os sete pilares de sacrifício está o homem que, até agora, se posicionara como o líder dos Takayama. Com calma e sossego, aguarda que os seus quatro principais aliados executem suas tarefas com êxito para que possa ter, então, o número exato de tributos necessários para o início do Ritual do Sol Noturno.

– Tudo está indo como o planejado... – fala para si mesmo. – Nada, nem ninguém poderá me deter agora.

– Não deveria ter tanta certeza. – recomenda uma voz feminina que ecoa por este local.

Ele permanece virado para os pilares, observando as desacordadas garotas presas em alguns deles. A mulher que aqui chegara, por outro lado, vai caminhando em direção ao sujeito. É a princesa do clã Tsurugi, trazendo consigo sua sombrinha e suas típicas vestes de gueixa.

– Estou aqui para dar um fim às suas ambições, farsante. – garante ela, ao parar em determinado ponto do local, fitando-o com atenção.

O homem se vira para ela. E questiona:

– Farsante?

– Exato. – estipula a loira. – Sei muito bem que você não é o verdadeiro líder da casa Takayama. Identifique-se e explique-se. Assim, talvez, eu tenha clemência no seu julgamento.

– Sinto muitíssimo, Tsurugi-hime, mas eu sou o verdadeiro Sírius Takayama. Não sei de onde tirou a ideia de que eu seria um farsante, mas garanto que está enganada. – declara.

– Não acredito. – nega. – Você pode ter a mesma voz, a mesma postura e até um físico bem semelhante, mas sua personalidade em nada condiz com a do legítimo chefe Takayama.

– Se pensa assim, não insistirei em provar que está errada. Pelo menos não com palavras...

Ao dizer isso, o homem retira, com suavidade, uma bainha da manga esquerda de sua túnica branca ­– trocara de roupa antes de vir para a Torre do Sol. Posicionando-a perante seu corpo, se coloca em posição de batalha.

– Não há mesmo outra maneira de resolver esse dilema, correto? – questiona ela, revelando a espada escondida de sua sombrinha, deixando-a cair para sua direita.

– É claro que não. Métodos diplomáticos não podem mais amenizar, quanto menos solucionar o impasse eterno entre nossos clãs. Só existe lugar para um de nós dois no governo da Vila do Sol. – declara o mascarado. – E este lugar é meu.

Com uma velocidade extraordinária, a mulher se movimenta. E as duas espadas se chocam quando ela se aproxima dele o suficiente.

– Retire essas luvas brancas, esse véu. – recomenda ele. – Sua beleza é graciosa demais para ser escondida dessa forma.

– E você retire sua máscara para mostrar sua face, farsante.

– Tente. – ele a provoca, começando a atacá-la com o avanço da sua espada.

Exibindo a mesma agilidade e desempenho com a lâmina que ele, a princesa Tsurugi ora se defende, ora investe. Contudo, as espadas vão se bloqueando. É nesse ritmo que ela fala:

– Partirei essa máscara em duas. E quando meus olhos encararem seu rosto, poderá se preparar para a sua condenação.

– Veremos quem terá a face revelada primeiro: você ou eu. – a provoca outra vez. – Aí sim poderemos saber quem condenará quem.

Com isso, eles continuam no conflito de espadas. E a luta que, por tanto tempo foi adiada, hoje finalmente ocorre. Um confronto no qual apenas um dos dois poderá sair com vida...

/--/--/

Juntos, correm Fubuki, Yume, Ketsui e Orfeo. Há pouco, se separaram do restante e tomaram seu próprio rumo.

– Orfeo-san, o tal portão está muito longe? – indaga Yume, correndo ao lado direito de sua felina e ao esquerdo de Fubuki.

– Um pouco. – revela ele. – A vila é muito grande, por isso vamos demorar um pouco para chegar lá mesmo nessa velocidade.

De repente, Yume sente uma pontada em seu coração, levando sua mão esquerda automaticamente para ele. Sua respiração fica mais pesada, mas ela tenta disfarçar.

– Não, agora não! – pensa ela, aflita. – Não posso perder meu ritmo logo agora! Preciso suportar um pouco mais...

– Está tudo bem com você? – indaga Fubuki, ao direcionar seu olhar para ela.

– Sim, está. – garante, sorrindo.

Repentinamente, Orfeo para. Os outros, por consequência, param também. Ao longe, um grupo de Takayamas armados com espadas vem se aproximando de modo bem veloz.

– Inimigos... – fala Fubuki, voltando sua face para eles.

– De certa forma, isso caiu como uma luva... – imagina Yume, suspirando profundamente e recuperando seu fôlego.

– Vocês são inimigos do Takayama-sama! – grita um dos espadachins que se aproximam. – Não permitiremos que avancem mais!

Trata-se de um grupo de 20 a 25 pessoas. Cada vez mais perto do grupo de Fubuki, eles já se preparam para atacá-los.

– Vamos logo resolver isso... – diz Yume, se preparando para invocar alguma fera sagrada.

– Espere, por favor. – pede Orfeo, erguendo seu braço direito e colocando-o à frente do corpo da garota, interceptando a atitude dela. – Por mais que nossos clãs sejam rivais, eu não gostaria de ferir os Takayama desnecessariamente.

– Então o que faremos? – questiona Fubuki. – Acho que conversar não surtirá efeito. Se eles permaneceram ao lado daquele cara mesmo depois de terem ouvido tudo aquilo, não vão ser convencidos por nada que dissermos.

– Eu não sou tão tolo assim. – garante o Tsurugi, mantendo seu olhar para os inimigos cada vez mais próximos. – Minha Hakanai é a Mind Domain. Não preciso atingir um oponente de forma direta para vencê-lo.

O garoto estende ambas as palmas para os Takayama. E, então, declama:

– Domínio Confuso!

De imediato, todos eles param de correr. E, de uma hora para a outra, alguns começam a andar em círculos, outros caem ao chão ainda conscientes e os demais permanecem imóveis sem nenhuma reação ou expressão evidente.

– O que fez com eles? – indaga Fubuki.

– Atingi a mente deles com um golpe que instalou confusão entre seus pensamentos. Com isso, perderam temporariamente a noção da realidade e da situação em que estão inseridos. – explica, abaixando suas mãos. – Contudo, precisei gastar uma quantia considerável de energia para atingir tantos de uma só vez. – e assim pensa.

– Então vamos continuar, certo? – sugere o garoto, voltando a correr com tudo o que tem.

O grupo volta a avançar, passando pelos Takayamas detidos sem nenhum problema. E, levando alguns minutos, finalmente chegam a uma grande porta de prata que se encontra anexada à uma enorme muralha de uma construção.

– Esse é o portão norte. – afirma Orfeo, parando perante ele. – Vamos entrar.

Quando ele toma a atitude para girar a maçaneta da porta com sua mão direita, alguém o faz em seu lugar, mas do lado de dentro. Surpresos, os jovens se afastam um pouco. E um dos aliados de quem declarara a guerrilha na vila se apresenta:

– Aoi Sora Takahashi.

– Um membro daquele tal clã... – pensa Fubuki.

– Então vocês finalmente deram as caras... – fala Orfeo. – Até que enfim.

– O momento para isso chegou. Portanto, não havia mais motivos para nos mantermos nas sombras. – esclarece o Takahashi.

– Estranho. – pensa Ketsui, observando a aparência de Aoi. – Ele parece ser jovem demais para um clã antigo que, na verdade, deveria estar extinto.

– Qual o objetivo de vocês? – pergunta Fubuki, chamando para si a atenção de Aoi. – O que querem fazendo tudo isso?

– Não tenho a obrigação de responder suas perguntas, mas o farei. – articula Aoi. – Queremos promover uma revolução, não apenas na aldeia, como em todo o mundo.

– Revolução em que sentido? – Yume, por sua vez.

– Nós, Takahashi, sabemos da existência da Guerra Celestial. Nos aliamos ao clã Takayama, que desejava tomar posse da vila, para impedir essa guerra instalando, antes dela, uma nova ordem mundial. – explica.

– Está querendo dizer que aquele homem é mesmo o líder dos Takayama e não um impostor? – questiona Ketsui.

– Sim, é o próprio. – garante o garoto, sério. – O Ritual do Sol Noturno poderá tanto trazer o controle total desta vila para ele quanto quebrantar o legado da Guerra Celestial e arrasar de uma vez por todas com os conflitos do mundo. É uma guerra para acabar com todas as guerras.

– Não estão usando os métodos mais justos para esse objetivo quase nobre. – ironiza Fubuki. – Vocês é que estão espalhando o caos com essas medidas.

– Acredito que determinados fins justificam os meios. – alega, encarando-o. – Somente o poder traz a justiça. Com o poder que o Ritual do Sol Noturno nos oferecerá, teremos o que é preciso para dominar o mundo e erradicar tudo o que é ruim dele.

– Pare de considerar seu bando como a liga salvadora da humanidade! – exige Yume, irritada. – São, na verdade, um grupo egocêntrico que apenas está, mais uma vez, atendendo aos seus ideais egoístas.

– Mais uma vez? Por acaso segue a ideia de que o clã Takahashi era o vilão e que, por isso, fomos detidos pelos Tsurugis e Takayamas? Vocês são ingênuos demais acreditando nesse tipo de historinha. Sete anos atrás, tentamos alterar as estruturas do mundo, mas as duas famílias em questão nos julgaram e se voltaram contra nós. Contudo, hoje, o líder dos Takayama percebe que somente há essa alternativa para trazer paz ao mundo. – disserta Aoi.

– Não acredito nisso. – determina Orfeo, com um timbre de voz bem mais firme que o seu anterior. – Algo que, teoricamente, traz a paz não deveria derramar sangue no processo. Vocês estão dispostos a sacrificar inocentes em prol desse distorcido ideal de mundo perfeito.

– Como eu disse antes, os fins justificam os meios. Afinal, o conceito de justiça é uma variável que depende daquele que a aplica no meio em que está. – se expressa. – Se alguém é mau, mas forte, ele será justo. Se alguém é bom, mas fraco, ele será apenas mais um. O mundo, na verdade, por mais civilizado que seja hoje em dia, gira em torno da lei do mais forte.

– Não!! – grita Fubuki, visivelmente irritado. – A realidade não é assim! Ainda existem pessoas que não possuem ideais corrompidos como os de vocês! Ainda existem pessoas que lutam pela paz sem ferir inocentes e que defendem o amor e a compaixão com a própria vida! Esse tipo de pessoa é que é verdadeiramente capaz de revolucionar o mundo.

– Se tivesse a chance de sobreviver, cedo ou tarde perceberia que está enganado. – afirma o integrante do clã perdido Takahashi. – Contudo, eu não posso permitir que saiam daqui vivos. Vocês chegarão à Torre do Sol, mas mortos.

– É o que veremos. – fala Yume, se colocando na frente de Fubuki com a intenção de protegê-lo.

– Não preciso levá-los com vida. Tudo de que preciso são sete recipientes humanos capazes de guardar uma grande quantidade de energia. Vivos ou mortos... Não faz diferença nenhuma. – ele deixa claro, se posicionando para a batalha. – Por isso... Se preparem para morrer!
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MensagemAssunto: 21 - Face a face com o inimigo [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeSex 16 maio 2014, 15:46

Fubuki, Yume, Ketsui e Orfeo perante Aoi Sora Takahashi.

– Metralhadora de Ar! – declama o inimigo.

Um grande turbilhão envolve o corpo de Aoi. Em seguida, várias balas de vento são criadas e atiradas contra o grupo adversário.

– Aerial Creation, a mesma Hakanai do Sisshin? – pergunta Fubuki, se esquivando dos ataques assim como Yume, Ketsui e Orfeo.

– Não. – nega o questionado, conduzindo os ataques com os movimentos da sua mão, sem sair do ponto onde está. – Minha Hakanai manipula o ar em movimento, ou seja, o vento: Transcendental Wind.

Orfeo, então, salta de onde está. Retirando a espada da bainha em suas costas, a manipula e, mergulhando contra seu adversário, tenta atacá-lo com a lâmina.

– Ventania Espiral. – pensa Aoi, após criar uma espécie de arma com seu vento concentrado e atirar uma poderosa rajada contra Orfeo.

Ao ser atingido, o Tsurugi se segura para não reclamar de dor, mas é atirado para o alto. Vendo isso, Yume se prepara para fazer uma invocação, estendendo sua mão direita enquanto uma luz surge na mesma.

– Que a permissão divina acolha o meu pedido! Invocação Cobalto... – declara, substituindo sua joia em mãos pela criatura que a mesma representa. – Sieg, a agilidade!!

O cão azul surge diante de Yume, encarando o alvo dela. Indicando o inimigo com seu indicador direito, a garota pede:

– Ketsui, Sieg! Ataquem!

As duas criaturas, com velocidades surpreendentes, avançam contra Aoi, que abaixa seus braços. Porém, quando tentam atacá-lo, o Takahashi fala:

– Artilharia do Céu!

Vários tiros de ar concentrado atingem Ketsui e Sieg quando ambos já estão bem próximos do inimigo. Yume olha para cima e percebe que, no ar, agora levitam dois rifles criados pelo Hakanai de Aoi, quais atiraram contra suas criaturas.

– Quando foi que ele criou aquelas coisas?! – pensa, impressionada.

Fubuki, encarando Aoi, corre contra ele, fechando seu punho esquerdo com a intenção de acertar um bom soco no mesmo. E quando os dois rifles de vento de Aoi atiram, o garoto salta para sua direita e os tiros atacam o chão, rachando o mesmo.

– Ele conseguiu se esquivar?! – pensa o Takahashi, surpreso, direcionando sua palma direita para Fubuki. – Porém, me atacar assim é um erro.

– Domínio Paralisante! – declama Orfeo, ao colocar seus pés pouco atrás de Aoi.

– O quê?! – o Takahashi, espantado. – Estou paralisado?!

Desse modo, já bem próximo dele, Fubuki acerta um forte soco no rosto do garoto, jogando-o contra Orfeo. Na sequência, o Tsurugi salta e acerta um chute direito nas costas do inimigo, jogando metros ao chão. E, para terminar o combo, Ketsui e Sieg saltam contra ele, decididos a atacar mais uma vez. Entretanto, dessa investida dupla, Aoi consegue escapar, se levantando depressa e se movimentando para sua esquerda com passos ágeis e largos.

– Tenho que levar isso a sério. Afinal, são três oponentes. – pensa ele, observando Yume, Fubuki e Orfeo, respectivamente. – Pistolas de Vento!

Em cada mão de Aoi, surge uma pistola criada por vento concentrado. Desse modo, manuseando-as, ele aponta uma para Yume e a outra para Orfeo.

– Disparos de Vento!!

Cada pistola atira uma densa rajada de vento. Orfeo se protege com a sua espada, mas a força do choque da rajada com a lâmina o arrasta para trás e o joga de costas no chão. E Yume, quando vai ser atingida, tenta se proteger com seus braços, mas se surpreende no instante em que Fubuki se coloca na sua frente, recebendo o ataque em seu lugar. O garoto é jogado contra ela e ambos caem de costas no chão: lado a lado.

– Fubuki-chan! – clama ela, se assentando ao lado dele depressa, preocupada com o estado dele.

Na barriga do garoto, agora há um rasgo em sua camisa no ponto em que foi atingido. E também um ferimento não muito profundo, mas aparentemente sério.

– Eu estou bem... – fala ele, tapando o machucado com sua mão esquerda, se levantando com dificuldade do chão.

Insatisfeito, Aoi dispara novamente. Várias vezes contra Fubuki e Yume e várias vezes contra Orfeo. O Tsurugi se levanta e vai se protegendo com sua lâmina, mas Fubuki, por sua vez, apenas se coloca na frente da garota, recebendo todos os ataques do inimigo por ela.

– Não faça isso!! – declama Yume, aterrorizada com a visão dele tendo o tecido de sua barriga destruído e sua pele violentada.

Aoi, por sua vez, não para de atirar. Orfeo, vendo a situação crítica de Fubuki, pensa em fazer algo. Porém, sabe que o mínimo movimento que fizer além de se proteger com a espada causará a ele o mesmo que está ocorrendo com o protetor de Yume.

– O que vou fazer?! – pensa, aflito. – O Aoi está conseguindo lidar com nós três ao mesmo tempo como se não fossemos nada!!

Ketsui e Sieg surgem atrás de Aoi. Contudo, novamente, os rifles no céu disparam contra a dupla, acertando-a em cheio. Dessa vez, uma densa cortina de poeira é erguida com o ataque da Artilharia do Céu. E, na sequência, é possível ver as duas criaturas de Yume abatidas em meio a destroços do solo.

– Vou aumentar a agressividade. – fala Aoi, atirando cada vez mais rápido contra Orfeo e Fubuki. – Não tenho tempo para brincadeiras.

Fubuki, no processo, vai gritando de dor. Seu sangue já é visível, escorrendo por seu corpo e caindo ao chão, pois sua carne já se encontra terrivelmente ferida.

– Preciso fazer alguma coisa! – pensa Yume. – Eu vou...

A garota fica surpresa. Ao olhar para os rifles que atacaram suas duas criaturas, percebe que ambos estão direcionados contra si. É aí que Aoi diz:

– Pensa que esqueci de você? Um invocador, quando em equipe, é o tipo de inimigo mais preocupante, pois nunca se sabe que tipo de criatura temos que lidar quando enfrentamos alguém assim. Por isso, desde que você se mostrou ser dessa classe, meu objetivo foi detê-la primeiro.

Os rifles atiram poderosas rajadas de vento, acertando Yume em cheio, fazendo-a gritar de dor.

– Yume-hime!! – clama Ketsui, ainda ferida no chão.

Yume cai de costas ao chão. Fubuki tenta fazer algo por ela, mas não consegue, pois continua sendo vítima dos tiros de Aoi. Orfeo, por sua vez, permanece se defendendo, mas sendo impulsionado para trás. Isso até um tiro certeiro quebrar sua lâmina, permitindo a queda do seu ápice ao chão.

– Minha espada se quebrou?! – mentaliza o Tsurugi, atordoado,

Desse modo, Orfeo passa a ser atingido pelos tiros também, começando a gritar de dor assim como Fubuki.

– Sinto muito, mas terei que dar o golpe final. – declara Aoi, cessando seus ataques.

Orfeo cai de joelhos e, em seguida, de bruços ao chão. Fubuki, por sua vez, permanece de pé, bastante ferido, mas com a convicção de proteger Yume.

– Fubuki-chan... – fala a garota, impressionada, se esforçando para se levantar do chão.

Ketsui, mais uma vez, salta contra Aoi enquanto Sieg desaparece. Porém, voltando-se para a felina, o garoto articula:

– Granada Furacão.

O ar em torno da gata começa a adquirir propriedades de movimento até, instantes depois, criar um poderoso tornado. Nisso, Ketsui é presa e para seu avanço. O turbilhão de vento a ataca com violência enquanto pequenas, mas perigosas explosões de ar no interior do furacão, vão sendo detonadas. A felina grita de dor, sem ter o que fazer.

– Ketsui!! – Yume grita por ela, com seus olhos aflitos.

Quando o golpe tem fim, a gata é lançada para o alto e, depois, cai de bruços ao chão. Perdeu a consciência. Percebendo tal fato, o responsável por isso se volta contra Fubuki, Yume e Orfeo mais uma vez.

– Domínio Cinético! – declama Orfeo, atirando rajadas telecinéticas contra Aoi por sua palma direita, ainda de bruços ao chão.

Com excelência, Aoi escapa das investidas com movimentos precisos, mas despreocupados: e com facilidade. Orfeo, por sua vez, continua atacando-o, mesmo notando o insucesso nos golpes.

– Fubuki-chan... – fala Yume, no instante em que o citado fraqueja e cai sobre seu joelho direito.

O sangue escorre dos sérios ferimentos do garoto. Apesar disso, olhando para ela com um sorriso, ele afirma:

– É minha vez de te proteger...

Yume fica perplexa. Não entende como, mesmo depois de receber ataques tão perigosos, ele consiga manter a força de vontade para protegê-la. Por outro lado, sabe que Fubuki corre riscos de perder a vida caso continue nisso. Por tal razão, ela pede:

– Pare.

– Anh? – indaga ele, enquanto Orfeo se levanta e continua atacando Aoi, apesar do adversário se esquivar de todos os golpes do Tsurugi.

– Não quero ver ninguém mais se ferindo para me proteger. – fala ela, no instante em que seus olhos se umedecem. – Não quero ver você sofrendo por minha culpa.

– Tarde demais. – fala Aoi, ao saltar contra Orfeo e acertar um chute esquerdo no rosto do mesmo, jogando-o para longe.

Ele direciona ambas as suas pistolas contra Fubuki. E, sério, articula:

– Esse jogo acaba aqui.

O garoto atira mais poderosas rajadas, quais acertam o peito esquerdo de Fubuki, impulsionando para trás. Yume, atordoada, apenas vê o corpo dele caindo, sem resistência, para trás, assim que gotas de sangue voam pelo ar.

– Fubuki... – pensa ela, com seus olhos arregalados.

As costas de Fubuki se chocam contra o chão. Ele está inconsciente.

– Fubukiiiiiiiiiiiii!!! – grita a garota, derramando suas lágrimas.

O coração de Yume vai se acelerando. Ao se agachar, ela pega o rosto de Fubuki, apoiando-o em sua barriga. Chorando, vai pedindo:

– Não me abandone, por favor, não vá...

– Não tenho escolha! Preciso arriscar ou vamos todos morrer! – pensa Orfeo, se levantando outra vez e colocando seus dois dedos indicadores em sua cabeça. – Domínio Supercomunicativo!!

Aoi começa a gritar de dor, colocando ambas as mãos em sua cabeça. Ao direcionar sua face sofrida para Orfeo, esbraveja:

– O que está fazendo comigo?!

– Estou utilizando minhas ondas cerebrais para causar danos mentais diretamente à sua cabeça. – garante Orfeo. – Porém, isso reduz a eficácia das minhas atividades nervosas e as consequências do uso não controlado desta técnica podem ser irreversíveis. Mas é o que preciso fazer agora! – mentaliza.

Aoi, desesperado, continua gritando de dor. Entretanto, irritado, ele direciona suas palmas para Orfeo.

– Vou matar você. – declara, em ira.

De repente, Yume, que estava chorando até agora, coloca o corpo de Fubuki no chão. Ela se volta para Aoi e, mostrando uma expressão de pura fúria, chama a atenção dele.

– Yume-san? – se surpreende Orfeo, ao direcionar seu olhar para ela.

O fluxo de energia no corpo da jovem aumenta drasticamente. Em seguida, ela corre contra Aoi, exibindo uma velocidade um pouco maior do que a que costuma ter.

– Ventania Espiral! – declama Aoi, tentando atacar Yume e Orfeo ao mesmo tempo com uma arma de vento que cria.

A arma dispara poderosos turbilhões de vento, mas Yume desvia para a esquerda e depois para a direita com ágeis movimentos. Orfeo, por outro lado, é pego em cheio e sua técnica é quebrada.

– Não vai ganhar de mim em uma disputa física. – afirma Aoi, já livre do ataque contínuo de Orfeo, correndo contra Yume. – É tolice pensar que pode...

Quando os dois se aproximam o suficiente, Yume abaixa depressa e, na sequência, ergue sua perna direita ao apoiar suas palmas no chão. Acerta um forte chute no seu alvo, atirando-o para o alto, deixando o Takahashi perplexo.

– Inacreditável!! – pensa ele.

Yume salta para o alto e, outra vez, acerta um chute, mas agora na barriga dele, jogando de volta para o chão. Girando, Aoi consegue retomar o controle do seu corpo e cair de pés ao solo, se afastando um pouco.

– O que aconteceu com ela? – pensa Orfeo, assistindo a tudo. – Parece até outra pessoa...

– Artilharia do Céu! – exclama Aoi, manipulando seus rifles aéreos para atirar contra ela.

Apesar dos violentos tiros, Yume consegue escapar apenas correndo para frente. Aoi vai conduzindo os tiros, quais vão tentando acompanhar o avanço dela. Porém, irada, a garota declara:

– Nunca mais machuque o meu Fubuki!

Já bem próxima, com um salto, a garota executa dois chutes no seu alvo ao pairar no ar. Um com sua esquerda e o outro com a direita. E este último o lança para alguns metros de distância.
Entretanto, mais uma vez, ele consegue retomar controle do próprio corpo, percebendo que sangue escorre das suas narinas, que acabaram de ser atingidas.

– Ela não é normal! – pensa o Takahashi, impressionado.

– Eu vou... – Yume, que voltara ao chão, tenta correr de novo, mas uma nova pontada em seu coração a interrompe, desenhando em sua face a sensação de dor.

A garota coloca sua palma esquerda sobre seu seio. E, ofegante, imagina:

– Outra vez... Preciso derrubá-lo antes de cair, mas ele é duro na queda!

Aoi, sério, fica encarando a inimiga. E pergunta:

– Posso perceber claramente a diferença na sua respiração. Será que o dano causado pelos meus ataques está lhe prejudicando agora?

Ela não responde, mas tenta normalizar sua respiração. Enquanto isso, por alguns instantes, olha para Fubuki, inconsciente, deitado ao chão a uma distância segura.

– Em você reside o poder para proteger todos aqueles que ama. – ecoa uma voz na cabeça do garoto.

Com dificuldade, Fubuki abre seus olhos, mas ninguém no campo de batalha percebe. A voz em sua cabeça, por outro lado, ecoa outra vez:

– Levante-se, acredite em seu potencial e lute. Você pode proteger seus entes queridos, Fubuki...

– Quem é? – questiona ele, com uma voz fraca, tentando reconhecer o dono da estranha voz.

Na verdade, é dona, pois trata-se de uma voz feminina. Fubuki não consegue se lembrar de quem é a tal voz, mas nota um sentimento quente brotando em seu peito esquerdo. E ao olhar para o mesmo, percebe o sangue que escorre do mesmo.

– Você tem o poder e a determinação necessária para usá-lo. – reforça a voz, começando a desaparecer. – Ultrapasse os obstáculos diante dos seus olhos e conquiste a vitória. Por aqueles que ama...

– Cansei disso. – fala Aoi, encarando Yume. – O Ritual do Sol Noturno não pode esperar muito mais. Acabarei agora com vocês e os levarei como três dos quatro sacrifícios que ainda faltam.

Com sua Hakanai, o garoto cria uma bazuca de vento em suas mãos. Direcionando-a contra Yume, ele se prepara para atirar, falando:

– Adeus.

– Círculo de Neve! – exclama alguém.

Explosão. O tiro da bazuca de vento de Aoi cria uma explosão ao se chocar contra algo. E, em poucos instantes, o inimigo, Yume e Orfeo percebem o que ocorrera: Fubuki se levantara e a protegera.

– Fubuki-chan... – fala ela, surpresa, ao ver o círculo branco que ele utilizara para interceptar o golpe inimigo.

O círculo de neve desaparece. Fubuki, devidamente posicionado, encara Aoi com uma expressão firme. E, com isso, ele declama:

– Se prepare, Aoi! Vai se arrepender por ter feito a Yume chorar! E isso é uma promessa!



/--/--/



Enquanto isso, em outro ponto da Vila do Sol...

Três pessoas. De um lado, Sisshin e Rouge. Do outro, um garoto de pele clara e corpo forte, cabelos lisos negros e curtos, olhos azuis e expressão séria.

– Meu nome é Henry Takahashi, mas podem me chamar de Henrique.

– Que interessante. – fala Rouge, retirando de cada bota uma espada. – Se insistir em ficar em nosso caminho, teremos que retirá-lo à força.

– Se acalme, Rouge. – pede Sisshin, olhando para ela. – Não podemos atacar sem pensar. Temos que estudar o oponente primeiro.

– Não temos tempo a perder, Sisshin. – alega a mascarada, já correndo contra o seu oponente e tentando acertá-lo com suas duas lâminas.

O Takahashi presente apenas a observa com atenção, mas com bastante serenidade. Quando ela se aproxima o suficiente, ele ergue sua palma direita, articulando:

– Barreira Argilosa de Ferro.

Uma barreira de argila, de imediato, se forma entre os dois, bloqueando a investida de Rouge.

– Um usuário de Killer Clay?! – pensa Sisshin, espantado. – Não é algo que se vê todos os dias...

A mascarada salta para trás. Se colocando, outra vez, ao lado do seu companheiro, ela admite, dizendo:

– Parece que isso será mais difícil do que eu esperava...


/--/--/


Ao mesmo momento, em um dos corredores que levam à Torre do Sol...

Duas pessoas correm juntas: Athem e Envy. Por enquanto, nenhum inimigo se apresentara para eles, mas sabem que tal quadro poderá mudar a qualquer instante.

– Tudo está calmo demais. – opina Envy. – Será que estão preparando uma armadilha para nós?

– É possível. – concorda Athem. – Porém, mesmo que seja essa a verdade, não podemos perder mais tempo.

De repente, a dupla percebe uma silhueta ao fim do corredor. Aparentemente, é uma silhueta feminina, que vem ao encontro dos dois de modo lento e gradual.

– Veja, foi só falarmos... – comenta Envy.

Athem e ela, juntos, param. Aos poucos, torna-se possível ver quem se aproxima: uma garota de pele branca, longos cabelos castanhos – levemente cacheados – até o fim de suas costas, seios medianos e íris negras.

– Olá. – a desconhecida os cumprimenta, séria. – Sou Bian Takahashi e estou responsável por acabar com vocês dois.

– Sério?! – questiona Athem, sorrindo empolgado. – Então acho que já está na hora de colocar minhas habilidades em ação.

Ele cerra seus punhos. E ambos são envolvidos por uma camada de energia elétrica, deixando visíveis pequenos raios em torno deles. Dessa forma, o mais jovem dos presentes apenas determina:

– Minha Hakanai: Trial Thunder, o relâmpago do julgamento. – e sorri ainda mais, se posicionando para a batalha. – Se prepare para sua condenação...


/--/--/


Ao mesmo tempo, no quarto corredor...


Três jovens da Vila do Sol: Sesshou e Zack encaram Stinger.

– Nunca pensei que seria você quem encontraríamos. – admite Sesshou. – Porém, é um alívio saber que nenhum dos garotos precisará te enfrentar.

Stinger sorri. De braços cruzados, ele suspira. Sempre teve uma grande rivalidade com Sesshou, pois ambos eram igualmente cogitados para assumir o trono do pai. Por outro lado, devido às atitudes de Stinger, o chefe do clã acabou expulsando-o do vilarejo. Ou pelo menos é assim que ele queria que todos pensassem...

– Faz muito tempo que sonho no dia em que pudesse acabar com você. E finalmente chegou. – comenta, animado. – Nesta noite, o grande Sesshou morre.

– Não se encha de tanta convicção, Stinger. – recomenda o aliado da rainha do Palácio Estelar. – Eu não cheguei onde estou hoje sendo fraco. Por isso, não tente usar armas psicológicas ou emocionais contra mim, pois não vai funcionar.

– Quem foi que disse que eu usaria algo assim? – indaga ele, rindo. – O que quero é provar que sou mais poderoso do que você.

Ambos os irmãos se posicionam como se deve. Zack, vendo isso, engole seco.

– Olha só em que fui me meter: em uma briga de irmãos!

Os dois Takayamas se encaram. Sesshou está sério, mas Stinger está sorridente. E quando a energia de cada um se eleva, exclamam juntos:

– Vamos lutar!!
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MensagemAssunto: 22 - A sombra do olhar [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeSex 23 maio 2014, 20:33

– Vou me arrepender? – questiona Aoi, achando o comentário de Fubuki um tanto quanto cômico. – Você foi quem menos fez algo contra mim nesta batalha.

Orfeo, Yume e Fubuki olham para o adversário. Porém, somente Fubuki o encara de maneira firme e segura. Por isso, o Takahashi prossegue com suas palavras:

– Não vejo razão para ter medo de você.

– É verdade que, até agora, eu não havia conseguido manifestar a minha Hakanai. – admite o dono do ausente cão Star. – E também é verdade que meus amigos tiveram que me proteger até então. Porém, eu descobri que em mim há o poder para defendê-los ao invés de ser somente o protegido.

Yume e Orfeo prestam bastante atenção no que diz Fubuki, sendo que ele continua:

– Agora posso sentir o Destiny Break em meu coração. – e coloca sua mão esquerda sobre seu peito esquerdo ferido. – Não será o poder dele que moverá a minha vontade a partir de hoje, mas sim a certeza de quem se sacrificou pela minha sobrevivência.

– Do que está falando?! – Aoi tenta entender, arqueando sua sobrancelha esquerda.

– Uma pessoa caída nas trevas jamais poderia me entender. – garante Fubuki. – E tenho certeza que aquela voz era a da minha mãe... – pensa, com aquela mesma sensação quente de antes ardendo em seu coração: algo agradável, sem sombra de dúvida.

– Que seja! – declama o Takahashi. – Vamos logo acabar com isso!

Um corre contra o outro. E, de imediato, começam a trocar socos e chutes. Ora Fubuki é golpeado, ora Aoi é golpeado.

– Como ele pode lutar dessa forma nesse estado?! – pensa Orfeo, impressionado. – Por mais que a habilidade dele tenha despertado, creio que ele precisará de um reforço.

Orfeo fecha seus olhos e respira fundo. Desse modo, vai andando em direção à Yume até se colocar ao lado direito dela. Na sequência, determina ao reabrir suas pálpebras:

– Domínio Ascendente!!

A energia do Tsurugi envolve Fubuki. E, de imediato, ele se torna mais ágil e mais forte. Dessa forma, com um soco do seu punho direito no rosto de Aoi, Fubuki o lança para alguns metros de distância.

– O que você fez?! – pergunta Yume, surpresa, voltando seu olhar para Orfeo por alguns instantes.

– Usei uma técnica de suporte nele. – responde. – Eu acelerei todos os processos da mente e do corpo dele. Com isso, ele se tornou mais forte, mais rápido e seus reflexos ficaram mais eficazes.

– Correntes de Ar!! – declama Aoi, ao retomar o controle do seu corpo, pairando no chão e direcionando ambas as mãos contra Fubuki.

Ele cria uma arma de vento que, de imediato, atira incontáveis correntes de ar contra o seu adversário. Porém, mais que depressa, o dono de Star determina:

– Nebulosa de Neve!!

Da palma esquerda dele, vários são os feixes de neve, dançantes, que se chocam contra as correntes de Aoi. Na sequência, o Takahashi se afasta do ponto onde está com um salto para trás. Com suas mãos, cria um canhão de vento, exclamando:

– Canhão-Vendaval!!

Com um só tiro, ele cria uma aterradora tempestade de ventos que avança contra Fubuki. Notando o nível de periculosidade, Orfeo pega Yume em seus braços, dá meia volta e executa alguns saltos para se afastar da ameaça junto dela.

– Fubuki-chan! – pensa ela, preocupada, olhando para o oponente de Aoi.

– Asas de Neve! – exclama Fubuki, criando em suas costas um par de asas feitas da mais pura neve.

Voando como quem, de alguma forma, tem experiência nisso, ele vai executando vários movimentos no ar. Com isso, vai se aproximando de modo louvável do seu alvo. Aoi continua atirando com violência e criando novas e novas tempestades de vento para deter o avanço de Fubuki. Entretanto, com precisão, ele escapa de todas.

– Como ele pode se movimentar desse jeito?! – e direciona, rapidamente, seu olhar para os distantes Orfeo e Yume. – Será que algum deles utilizou uma técnica para reforçar as habilidades dele sem que eu percebesse?

– Apesar de ter reforçado as capacidades do Fubuki-kun, é mesmo impressionante vê-lo fazer tudo isso praticamente sozinho. – admite Orfeo, ao longe, chamando para si o rápido olhar de Yume. – Nem parece aquele de minutos atrás.

Aoi continua atirando seus vendavais e Fubuki continua desviando e se aproximando. E quando está perto o suficiente, ele paira no ar e direciona suas palmas contra o Takahashi.

– Chuva de Esferas de Neve!

Centenas de pequenas bolas de neve surgem ao redor de Fubuki. E, com seu controle, elas avançam violentamente contra Aoi. Ele, por sua vez, ergue seu canhão e atira novamente. Seu novo vendaval dissipa boa parte das esferas, mas são tantas que restam algumas. E estas avançam contra o Takahashi, atacando-o diretamente com exímia velocidade. O jovem tenta se proteger com seus braços, mas quando se dá conta, Fubuki já está atrás de si.

– Fim de jogo... – afirma o guerreiro da neve, surpreendendo-o. – Sopro de Neve!

Fubuki assopra e seu sopro se manifesta como uma rajada de frio intenso, lançando Aoi para longe e revestindo suas mãos, suas coxas, sua barriga e seus ombros – e parte do braço direito e costas – com neve. O sopro é forte o suficiente para lançá-lo a metros de distância contra a parede – com o dorso para ela – no qual está anexada a porta de passagem para o grupo de Fubuki. Quando isso acontece, o garoto libera um urro de dor e, logo depois, cai de bruços ao chão.

– Foram os ideais dele... Que lhe deram força? – pensa Aoi, perplexo e trêmulo pelo frio, de rosto ao chão.

As asas de neve de Fubuki se dispersam. Com isso, ele volta para o chão. Encarando Aoi, respira e fala:

– Defenderei aqueles que me são importantes até o fim dos meus dias. – alega ele. – Essa é a força que me move.

– Como poder confiar tanto nas pessoas? O coração humano é traiçoeiro. – afirma Aoi, se esforçando para olhar diretamente para Fubuki. – A qualquer momento, aqueles que protege podem se voltar contra você.

– Mesmo quem um dia os meus amigos se voltem contra mim, lutarei por eles. Lutarei para que eu possa trazê-los de volta à luz. Mesmo que eu tenha que colocar a mim próprio em risco, jamais abandonarei aqueles que me cercam. – deixa claro. – Sei que não existe dor maior do que a solidão e é por isso que, não importando o que aconteça, jamais deixo quem me é valioso só.

Aoi fica ainda mais surpreso. E sorri antes de desmaiar, imaginando:

– Você tem um longo caminho pela frente caso continue a pensar assim. Porém, têm apenas duas escolhas: cair durante o percurso por ele exigir de você mais forças do que possui ou chegar até o fim como o Hakanai mais poderoso que este mundo já viu.

O Takahashi desmaia. Yume, já com Ketsui desacordada em seus braços, se coloca ao lado esquerdo de Fubuki. Orfeo se coloca ao lado direito. E, juntos, eles se viram, caminhando em direção ao portão que devem atravessar. Enquanto se afastam, na mente do inconsciente Aoi reina o mesmo pensamento:

– E você, Fubuki, me provou que tem o que é preciso para concretizar a segunda opção...

/--/--/

– Lâmina Aérea! – declama Sisshin, ao saltar contra Henry.

A batalha acabara de começar. O Takayama, ao lado de Rouge, enfrenta o Takahashi aliado do seu suposto pai. Porém, apesar da lâmina de ar criada pela investida do irmão de Stinger e Sesshou, a Barreira Argilosa de Ferro de Henry surge diante dele, bloqueando a mesma.

– Entendo. – pensa Rouge, mais distante, com uma espada em cada mão, correndo para sua direita. – A defesa dele protege apenas uma direção. Se atacarmos em direções ou sentidos opostos, um dos nossos ataques irá surtir efeito.

A mulher, ágil, para de correr. Direcionando sua face e voz para seu aliado, bem mais próximo do inimigo, ela clama:

– Sisshin!!

– Sim, já saquei! – afirma ele, retornando ao chão após seu ataque fracassado. – Múltiplas Lâminas Aéreas!

Não somente surge uma lâmina, mas várias. E todas elas avançam fervorosamente contra a barreira de argila de Henry. E quando se encontram com a mesma, fazem um grande estrago na defesa do Takahashi.

– Que ataque! – imagina ele, surpreso. – Preciso reforçar minha barreira ou ela será quebrada!

O adversário da dupla direciona suas mãos para a densa massa de argila que está diante de si. Desse modo, concentrando energia na mesma, aumenta a resistência dela enquanto as lâminas de ar de Sisshin, ferozes, vão tentando destruí-la.

– Uma falha. – fala Rouge, ao surgir bem atrás dele, manuseando suas duas espadas.

– Argila Explosiva. – declara ele, fazendo surgir entre os dois uma nova camada de argila.

Rouge se espanta, mas já é tarde demais. A camada de argila que surgira explode, lançando-a, gritante pela dor e pela surpresa, para alguns metros de distância.

– Rouge!! – Sisshin clama por ela.

Da explosão, Henry salta para o alto sem nenhum arranhão. Utilizara a sua Barreira Argilosa de Ferro para se proteger da própria explosão. E, agora, no ar, chama para si a atenção do Takayama, exclamando:

– Canhão Destruidor de Argila!

Semelhante ao canhão que Aoi Sora Takahashi é capaz de criar, Henry cria um de argila. E, com isso, ainda no ar, o manipula atirando várias esferas maciças do mesmo material. E cada uma que avança contra Sisshin explode, destruindo parte do solo no local. O alvo, por outro lado, escapa de todas, com movimentos evasivos ágeis para trás.

– Ele é forte. – pensa Rouge, se colocando de pé novamente, enquanto vê o trabalho que o inimigo está dando para Sisshin. Ela está com suas roupas bem danificadas, com algumas rachaduras em sua máscara e ferimentos em todo o corpo. Inclusive, segura agora o seu braço esquerdo com a mão direita: está sangrando. – Difícil de acreditar que ele está se saindo tão bem contra nós dois.

Ao voltar para o chão, Henry direciona seu canhão para Rouge. E, desse modo, vai alternando: lança um tiro contra ela e outro contra Sisshin. Ambos vão se esquivando com movimentos precisos, mas não conseguem encontrar nenhuma abertura para atacar.

– Rouge, você terá que usar aquilo. – fala Sisshin, direcionando sua face para sua aliada, bem distante de si agora.

– Não posso! Prometi jamais usar aquilo de novo! – declama ela, enquanto desvia dos tiros de argila explosiva. – Eu não posso!

– É preciso! – afirma, fazendo o mesmo que sua aliada. – Há coisas mais importantes em jogo por aqui.

Sisshin consegue erguer sua mão direita e criar uma nova Lâmina Aérea. A mesma, veloz, avança contra Henry, mas este salta para sua esquerda, escapando, prosseguindo com os tiros alternados.

– Não sei do que estão falando, mas eu já me cansei de você, Sisshin. – o adversário deixa claro, cessando os tiros e lançando seu canhão de argila contra o citado.

O Takayama percebe que o único meio de escapar do material, possivelmente explosivo também, é saltar para o alto. Ciente disso, o faz. Em seguida, o canhão explode, destruindo o chão de modo impressionante e lançando destroços do mesmo contra Sisshin, que se defende deles com seus braços.

– Golem de Argila! – exclama Henry, após criar um gigante de cinco metros do material que manipula.

– Os olhos que trazem a morte... – ecoa o pensamento na cabeça de Rouge, aterrorizada, vendo o que está ocorrendo com Sisshin ao longe.

Ela tenta correr até ele, mas já é tarde demais. O gigante de argila acerta um soco com o punho esquerdo em Sisshin, que ainda está no ar, e o joga para metros e metros de distância, fazendo seu corpo ser arrastado pelo chão e deixar a marca no mesmo do percurso que faz.

– Os olhos que superam tudo o que me afronta... – um novo pensamento de Rouge, no instante em que ela para, atordoada, vendo ao longe seu companheiro extremamente ferido e sem consciência.

Sangue envolve, agora, o corpo de Sisshin. Henry usara boa parte de sua energia apenas para derrotá-lo de uma só vez. Ao notar que já o vencera, ele se vira para Rouge, que está mais distante. Seu gigante de argila faz o mesmo.

– Os olhos que levaram a vida de todas as pessoas que amei um dia. – mentaliza ela, tremendo um pouco.

– Está com medo e por isso está tremendo? – pergunta ele. – Não se preocupe, não serei tão violento com você. Além disso, seu corpo não é tão resistente quanto o de um Takayama ou o de um Tsurugi. Se meu Golem de Argila te atacar diretamente, acabará morrendo.

Após falar tal coisa, o vilão vai se aproximando de Rouge. Ela continua tremendo até que ele se posiciona bem diante dela.

– O medo da morte te faz tremer, não é? – pergunta ele.

– A morte... – pensa ela, ainda trêmula.

Ele ergue seu braço direito, colocando-o sobre a máscara da mulher, Uma camada de argila surge na mesma e, com isso, o integrante do clã Takahashi comenta:

– Quero ver o que esconde com essa máscara. Provavelmente, é um rosto feio ou deformado. Sendo assim, vamos ver o que fará caso eu o danifique ainda mais.

A argila explode, fazendo Rouge cair, lentamente, para trás. Com isso, ela para de tremer enquanto os fragmentos de sua máscara voam pelo ar. Por fim, o dorso da jovem se choca com o chão.

– A diferença entre o meu poder e o de vocês é inegável. – afirma ele, após constatar a beleza do rosto dela, dando as costas para a mulher. – Porém, deprimente pra você foi ser derrotada com medo da morte.

Henry começa a andar. Contudo, quando executa o sétimo passo, para. Está sendo dominado por uma estranha sensação.

– Eu tenho mesmo medo da morte. – avisa ela, se levantando curvada do chão. – Tenho medo da sua morte.

Rouge direciona seu olhar para ele. Henry, então, se volta para ela novamente. E fica espantado: os olhos dela são de um azul celeste que jamais viu igual em toda a sua vida. Porém, o mais impressionante não é a coloração deles e sim a sensação de vulnerabilidade.

– O que está acontecendo com a minha energia? – pensa ele, sentindo-se cada vez mais vazio.

– Olhe para mim. – exige ela. – Não deixe de olhar para mim.

Henry não consegue evitar. A ordem dela parece ser soberana e seus olhos um imenso oceano no qual vai se afogando pouco a pouco. Rouge já não treme mais, mas com sua face bem ferida, se mantem com o olhar firme para ele.

– Queen Eye. – pensa uma garota, assistindo tudo de longe. – Os olhos da morte.

É uma jovem alta, de pele clara, longas e lisas madeixas brancas até a cintura com algumas mechas verdes entre elas, olhos acinzentados, seios medianos e corpo delgado: Yasuko Takayama. Escondida atrás de um pilar, ela observa de bem longe o que Rouge faz com Henry.

Sua intenção era ir diretamente à Torre do Sol por contra própria para que pudesse entender qual o objetivo do líder da família com a guerrilha que declarou na vila. Entretanto, ciente das lendas da Hakanai Queen Eye, decidira ficar por aqui até a estranha se afastar. Meter-se com ela poderia ser uma escolha perigosa.

– De agora em diante, não se envolverá mais nesta guerra. – ordena Rouge, encarando Henry, sem perceber que está sendo observada por Yasuko.

– Não me envolverei mais nesta guerra, minha rainha. – fala ele, completamente domado, dobrando seu joelho esquerdo e abaixando sua face em reverência à ela.

Na sequência, a mulher vai andando em direção a Sisshin. Logo depois, a energia de Henry é zerada – pois o contato visual com o Queen Eye causa isso – e cai de bruços ao chão.

– Muitos podem pensar que esses olhos são uma benção. – pensa ela, se aproximando de Sisshin. – Mas são uma maldição.

Queen Eye é uma habilidade contínua que não pode ser controlada por seu possuidor. Sempre que alguém entra em contato visual com Rouge, sua energia vai sendo drenada – foi assim que, no passado, seus pais e seu irmão morreram tragicamente. Por ser algo espontâneo, Rouge precisa impedir o contato visual das pessoas e sempre usa uma máscara para tal. Além disso, caso ela queira, pode gastar sua própria energia para dominar a vítima e fazê-la realizar todas as suas ordens.

– Sisshin... – fala, ao se aproximar o suficiente dele e agachar para acordá-lo.

Bastante ferido, ele abre seus olhos com dificuldade. Quando o faz, Rouge desvia seu rosto para à direita, mas mantem sua voz:

– Levante-se. Não temos muito tempo.

– Eu não tenho mais forças, Rouge... – fala ele, notando os ferimentos no rosto dela.

É a primeira vez que a vê sem máscara. E percebe o quanto a face dela é atraente, delicada e angelical, contrariando por completo a soberana agressividade que o Queen Eye representa.

– Acho que eu também não estou na minha melhor forma. – afirma ela, sentindo suas pernas fraquejarem, apesar de estar agachada.

Se esforçando para não entrar em contato visual com Sisshin, Rouge respira fundo e se assenta ao lado esquerdo dele. Dobrando seus joelhos e enlaçando-os com seus braços, decide ficar por aqui com o Takayama.

– De repente, me deu um sono... – fala ela.

Com isso, Rouge desmaia, caindo de costas para o chão. Sisshin, preocupado, tenta fazer algo, mas acaba caindo no sono também.

– Soberania do Sono: Indução. – pensa Yasuko, saindo de trás do pilar onde estava escondida.

A garota começa a correr. Séria, olha na direção daqueles dois por alguns instantes, articulando:

– Espero que vocês, seja lá quem forem, fiquem bem. Me culparia por toda a minha vida caso causasse a morte de quem nem conheço. Porém, não posso correr o risco de ser sentenciada pelo Queen Eye. Além disso...

Ela aumenta sua velocidade. Firme, vai tomando seu caminho rumo à Torre do Sol. E encerra suas palavras:

– Tenho assuntos importantes a resolver!
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MensagemAssunto: 23 - Rastros de morte [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeSex 30 maio 2014, 00:26

– Você pode ser uma garota, mas por estar do lado do mal, não vou ter pena de acabar com a sua raça! – exclama Athem, correndo contra Bian Takahashi.

– Que garoto sem classe. – reclama ela, fazendo bico e colocando suas mãos na cintura.

Envy e Athem contra Bian. No momento, Athem está com ambos os punhos eletrizados e preparados para atacar a integrante do clã Takahashi. Inclusive, já está bem próximo dela.

– Você não pode me vencer. – afirma a jovem, decidindo recitar uma de suas técnicas. – Reversão Nova.

O golpe de Athem acerta a barriga da Takahashi, mas para a surpresa dele, não causa nenhum arranhão nela. Aliás, sequer a tira do lugar.

– O que você fez com o meu golpe? – pergunta ele, impressionado.

– Cuidado!! – declama Envy, fazendo-o recuar com alguns passos para trás. – Eu já ouvi falar dessa Hakanai: Reversal! É um tipo de habilidade muito eficaz porque reverte as funções das técnicas dos oponentes.

– Como assim?! – pergunta o garoto, ao se colocar ao lado esquerdo de Envy e passar a somente encarar Bian assim como ela.

– Uma técnica que cura passa a agravar ferimentos. Outra que serve para atacar o oponente, na verdade, recuperaria danos que ele sofreu. – explica ela. – Contudo, esse tipo de habilidade tem duas falhas muito grandes.

Bian corre em direção a eles. Envy toma a frente e, de imediato, entra em luta corporal com ela. Os socos e chutes que as duas executam se chocam e nenhuma é golpeada pela inimiga.

– A primeira falha é que as técnicas referentes à Reversal são bem específicas e devem ser usadas seguindo uma sequência exata.

Bian sorri enquanto desfere seus socos e chutes e bloqueia os mesmos da aliada de Athem.

– A segunda falha é que deve haver um intervalo de tempo entre cada técnica. – garante Envy. – Ou seja, por mais perigosas que suas técnicas sejam, não se tem liberdade para usar quais quiser quando quiser.

– Você parece saber muito sobre a Reversal. – comenta Bian, sendo que elas continuam na disputa corporal. – Meus parabéns.

– É natural. – opina. – Reversal é uma Hakanai lendária. Pesquisei muito sobre várias habilidades especiais lendárias para que eu soubesse lidar com elas quando encontrasse alguém que possui uma.

Envy salta para trás. E, com isso, se afasta de Bian, olha para Athem e pede:

– Ataque!

– Não precisa pedir duas vezes. – fala ele, retirando de sua cintura uma bainha sem lâmina. – Espada Elétron-Lâmina!!

De imediato, uma lâmina de luz surge na bainha. Segurando o objeto com as duas mãos, ele avança contra Bian enquanto ela permanece parada no mesmo ponto.

– Um minuto. – diz ela, ao desviar da primeira investida dele com um salto considerável para trás. – É o tempo que preciso para ativar a minha segunda técnica.

Athem acelera, surpreendendo sua adversária. Desse modo, consegue acertar nela o seu segundo ataque, promovendo um corte na barriga dela.

– Eu disse que não terei dó de você mesmo sendo uma garota. – declara ele.

Sangue escorre do ferimento. Não fora tão profundo, mas o poder de corte da Elétron-Lâmina é extremamente superior a de uma espada convencional. Dessa forma, Athem continua a investir: e cada vez mais depressa. Nos três próximos ataques, Bian consegue se esquivar, mas o último deles fere seu antebraço esquerdo, fazendo dele jorrar sangue.

– Nevoeiro de Cinzas! – declama Envy, ao surgir atrás de Bian.

A Takahashi não havia percebido, mas a garota se aproximara dela enquanto se mantinha ocupada com os ataques de Athem. Desse modo, Bian se surpreende quando o garoto da espada de luz se afasta com um salto e Envy lhe acerta com um turbilhão de cinzas, quais vão queimando sua pele.

– Reversão Crescente. – articula a Takahashi, em meio à névoa de cinzas que foi criada ao seu redor.

Envy também se afasta para não ser vítima da sua própria técnica. E, preocupada com o que acabara de ouvir, se prepara para promover um novo ataque. É quando, saltando contra ela, surge Bian, saindo do nevoeiro.

– O quê?! – Athem, mais distante, fica surpreso. – Como ela conseguiu sair ilesa daquilo?!

Bian executa um soco com sua mão esquerda, mas Envy bloqueia com seu antebraço esquerdo. Em seguida, é um chute direito, mas Envy barra com seu outro antebraço.

– Obrigada. – agradece a Takahashi. – Com seu ataque, os ferimentos que o seu amigo me causou foram revertidos.

– Droga! – pensa Envy, no instante em que a disputa corporal entre elas começa a se prologar outra vez. – Pensei que daria tempo!

– Ainda faltam duas técnicas. – alega Bian. – E quando a minha quarta for ativada, vocês estarão acabados.

A aliada do líder do clã Takayama consegue acertar um chute direito na barriga de Envy, quem grita de dor, lançando-a para longe. Athem, por sua vez, surge bem acima de Bian, conseguindo cortar as costas dela gravemente e lançar sangue da mesma ao ar. Agora é ela quem grita, mas bem mais alto que Envy, pois sua dor foi ainda maior.

– Toma essa!! – grita Athem, movimentando a espada para acertá-la de novo.

Bian abaixa e, girando no chão, consegue dar uma rasteira nele. Quando o garoto vai cair ao chão e ela vai acertar nele um soco com seu punho esquerdo, Envy exclama:

– Serpente Violenta de Fogo!

Distante, com suas mãos, Envy cria uma grande serpente de fogo que, executando movimentos circulares, ataca Bian. Novamente, ela grita, sendo lançada para o alto. Athem, por sua vez, dando um giro no chão, retoma o controle do seu corpo e se coloca de pé novamente. E salta para atacar a inimiga com sua espada enquanto ela ainda está no ar, envolvida pela serpente de chamas de sua aliada.

– Precisamos acabar com ela antes da quarta técnica. – pensa Envy. – Não estou disposta a ver o que acontecerá quando a utilizar.

Athem consegue acertá-la no instante em que a serpente de chamas se dissipa. Promovendo um corte X na barriga de Bian, ele avança no ar e volta para o chão bem ao lado esquerdo de sua aliada. Ao se virar para a inimiga novamente, nota que sangue voa do ferimento que foi aberto nela.

– Isso vai acabar agora! – exclama Envy, erguendo sua palma direita, direcionando-a para a Takahashi que está enfrentando juntamente com seu aliado do clã Tsurugi. – Grandes Serpentes Gêmeas de Fogo!

Duas novas serpentes, porém bem maiores e muito mais ameaçadoras, são criadas pela declaração da usuária de Fire Command. Com um grande potencial de destruição, as criaturas de chamas, em danças circulares, atacam Bian. Instantes em seguida, o fogo se dissipa e Bian cai de costas ao chão.

– Conseguimos?! – indaga Athem, olhando rapidamente para Envy.

– Ela recebeu três ataques fatais diretamente. – afirma ela. – Na verdade, até acho que exageramos. Eu não queria ser responsável pela morte dessa garota.

Envy dá meia volta. Entretanto, repentinamente, a Takahashi dá um salto e se levanta do chão, para a surpresa tanto dela quanto de Athem. A usuária de Fire Command se vira de volta para sua adversária, perplexa.

– Como você pode estar intacta?!

– A Reversão Nova me permite reverter o golpe de um oponente quando ele me ataca. – conta a inimiga. – A Reversão Crescente, por sua vez, me permite escolher alguém que confronto para que seus ataques sejam revertidos continuamente contra mim e foi isso o que usei contra você, querida.

Envy fica ainda mais espantada. Sorrindo, Bian movimenta sua palma esquerda aberta bem próxima da respectiva porção da sua face. Suspirando, diz:

– Seus ataques não me fazem mais mal algum. Pelo contrário, me fazem bem até demais.

– Não pode ser!! – mentaliza Athem, atordoado. – Como se pode vencer um adversário assim?!

– Agora estejam preparados para a minha terceira técnica. – recomenda ela, fechando seus olhos por alguns instantes e reabrindo-os logo depois. – Reversão Cheia!!

A energia de Bian assume a aparência de uma grande lua cheia, qual surge no chão envolvendo Envy e Athem. Os dois adversários da Takahashi ficam impressionados com a figura até ela desaparecer segundos depois. Sorridente, a aliada do líder dos Takayama se manifesta de novo:

– De agora em diante, todas as técnicas de vocês serão revertidas. Desistam e aceitem a morte: é tudo o que lhes resta...



/--/--/



Enquanto isso, na Torre do Sol.

A princesa Tsurugi e o líder Takayama. No momento, ela já manipula quatro de suas espadas enquanto ele se mantem somente com uma. Ainda assim, o responsável por todos os confrontos que estão ocorrendo agora no vilarejo consegue se manter equilibrado na batalha.

– Preciso conseguir desmascará-lo. – pensa quem tem sobre sua face um véu branco. – Porém, não irei conseguir se não usar tudo o que tenho. Por outro lado, não posso matá-lo sem descobrir a identidade dele.

– Está perdendo o jeito, Tsurugi-hime? – pergunta o homem, debochando dela. – Mesmo sem nem experimentar a minha Hakanai? Por acaso minha espada é o suficiente para que eu faça frente ao seu poder?

– Não me subestime. – recomenda ela. – Não sou a líder dos Tsurugi em vão.

– Então faça jus ao seu nome. Ou morra.

A mulher percebe uma poderosa luz envolvendo o corpo do seu adversário. É aí que ele declara:

– Indução Explosiva.

Um feixe luminoso passa das mãos dele para a espada e, então, para as quatro lâminas da princesa. Em poucos instantes, todas elas explodem e se tornam frangalhos. Escapando disso, a mulher gira no ar após executar um salto impressionante.

– Burst Ark. – recita o mascarado, saindo da fumaça causada pelas explosões sem nenhum ferimento. – A Hakanai que me permite transpassar energia explosiva para outros seres e me proteger de explosões. Inclusive, estou agora utilizando a Proteção Explosiva para sair imune disto.

Ela retorna para o chão, mantendo a distância dele. Apesar disso, seu inimigo vem aproximando-se normalmente.

– Minha habilidade é fatal para outros espadachins, pois posso massacrar espadas e qualquer outro objeto sem nenhuma dificuldade. Se não o fiz antes era porque queria testar suas habilidades e me divertir um pouco. – explica. – Sabe como é o tédio, não sabe?

– Ainda tenho estas três. – diz ela, retirando das bainhas as três espadas em suas costas.

– Não importa. Assim que a minha espada entrar em contato com elas, as destruirei. E sem suas espadas, você é indefesa, pois sei muito bem que sua Hakanai funciona através das suas lâminas. – deixa claro, bem convicto de sua vitória.

Com rapidez, ela corre contra ele. E, de imediato, suas três espadas vão sendo manipuladas para confrontar a única espada do seu adversário.

– Indução Explosiva. – fala ele, novamente, liberando energia explosiva do seu corpo para as espadas da princesa.

– Tolo. – garante ela.

As espadas da mulher não explodem, surpreendendo-o. Manipulando uma delas – uma das duas que estão em sua mão esquerda –, investe e por pouco não corta a máscara do inimigo, mas ele salta para trás, escapando.

– Essas três são as minhas lâminas mais poderosas e o legado do meu clã. – garante ela. – Não pense que conseguirá destruí-las com tão pouco. Não seja arrogante a esse ponto.

– Existem espadas neste mundo que podem enfrentar a Burst Ark? – pensa o homem, perplexo. – De fato, essa mulher não deve ser subestimada...

– Eu vou quebrantar a sua máscara. – garante a princesa, direcionando ambas as lâminas em suas mãos. – E acabar com você, farsante desprezível.

– Quantas vezes tenho que dizer que sou o verdadeiro Sírius Takayama? – questiona. – Estou começando a achar que isso é um golpe para que eu retire a minha máscara e você me ataque com alguma habilidade secreta. O que está tramando?

– Se não vai tirar a sua máscara por bem, irá tirá-la por mal. – declara ela, guardando duas das suas espadas, permanecendo somente com uma.

– O que está fazendo? Enlouqueceu?

– É claro que não. – nega ela. – Estou decidida a revelar o verdadeiro poder de uma das minhas três espadas lendárias. Para isso, as outras são descartáveis por ora.

Unindo ambas as mãos para segurar sua lâmina, a mulher concentra sua energia. Dessa forma, declara:

– Dancing Blade. – recita o nome de sua Hakanai. – Espada Aqua: Estilo da Lâmina Eterna!

Sua espada, de cabo azul claro, é envolvida por uma camada de energia e, por isso, sua lâmina se torna bem mais fina. Com isso, a guerreira salta contra seu adversário. Ele, por sua vez, se abaixa e toca o chão com sua mão esquerda.

– Indução Explosiva.

O chão é detonado e a explosão se estende para atingir a princesa. Ela, por sua vez, clama:

– Dança da Água!

Movimentando sua espada graciosamente, ela cria um turbilhão de água ao redor de si mesma que a protege da explosão e dos destroços do solo. Quando está prestes a retornar para o chão, o Takayama surge bem atrás dela, usando sua espada para atacar o turbilhão de água em movimento dela.

– Indução Explosiva!

Desta vez, é o turbilhão de água da princesa que explode. Porém, mais uma vez, ela consegue escapar. Saltando para trás, e séria, ela exclama:

– Dança da Potenciação!

Apontando a Aqua para seu alvo, fazendo surgir inúmeras outras espadas idênticas ao redor. Manipulando-as, a princesa ordena:

– Ataquem!!

Todas as espadas, de uma só vez, vão atacando o Hakanai. Ele, sem o que fazer, vai bloqueando cada uma com a sua própria.

– São muitas... – pensa ele. – Precisarei detoná-las...

Mais uma vez, a mulher movimenta com graça a sua espada, fazendo surgir em torno da lâmina dela um grande turbilhão de água em movimento. Desse modo, dá um berro firme, mas feminino, atacando-o com o mesmo.

– Cretina! – pensa o sujeito, saltando para sua direita.

Quando o faz, nota que as espadas invocadas pela Dança da Potenciação desaparecem. Com isso, executa alguns movimentos para escapar do turbilhão de água, mas a princesa continua manipulando-a.

– Eu vou... – começa a articular.

Um corte vertical no corpo do líder Takayama o interrompe. Não havia percebido quando a sua inimiga se lançou dentro da própria rajada de água e, com isso, o atacara diretamente com a espada Aqua. Sangue jorra junto das duas metades de sua máscara que voam pelo ar.

– Parece que eu ganhei a aposta. E a batalha também... – diz ela, saltando para trás, se referindo à “aposta” que os dois fizeram sobre qual face seria revelada primeiro.

Quando olha para a face do homem, a princesa fica perplexa. E não consegue dizer mais nenhuma palavra. Percebendo isso, ele fala, entre risos:

– Sim, você ganhou a aposta. Mas garanto que, agora, perderá a vida.



/--/--/



No interior da mansão Takayama...

Mika’il, Percy, Yuni, Eli e Sakura, juntos, procuram pelos cômodos da casa algo que possa oferecer uma pista sobre a identidade do homem que está se passando pelo Sírius Takayama – já que julgam que trata-se de um impostor – ou algo que indique onde está o verdadeiro.

– Nada em lugar algum. – comenta Percy, frustrado. – Já procuramos por tantos lugares dessa casa e ainda não encontramos absolutamente nada!

– Verdade. – concorda Eli, suspirando, frustrada como ele.

No momento, o grupo se encontra em um dos quartos da casa. Acabaram de vasculhar o local e não acharam nada demais. Diante disso, Mika’il se vira para Percy e pergunta:

– Tem certeza de que não tem conhecimento de nenhum lugar que não é muito acessado ou alguma porta que nunca viu ninguém abrir?

O garoto pensa, revirando seus olhos. Colocando sua mão direita no queixo, tenta lembrar de algo que seja útil.

– Não, acho que não. – nega ele, voltando seu olhar para o mais velho.

– O que vamos fazer então? – questiona Yuni, chamando para si a atenção de todos. – Ficaremos como um bando de bobos procurando por algo quem nem sabemos o que é?

– Talvez nem exista nada que possa nos indicar algo nesta casa. – opina Eli. – Até por que a casa dele seria um lugar óbvio demais.

– Justamente por ser óbvio demais que, nesse caso, se torna a melhor opção para esconder segredos podres. – afirma Mika’il. – Se é ele quem manda nesta casa, pode manter todos longe de
qualquer cômodo que quiser com a desculpa esfarrapada que for. Além disso, aquele homem que está se passando pelo Sírius Takayama pode, também, ser um dos serviçais dele que se rebelou, matado ele aqui mesmo.

– Entendemos o seu raciocínio. – garante Yuni. – Mas estamos procurando algo faz tempo e não achamos nada de nada ainda!

– Por outro lado, não podemos desistir. – articula Sakura. – O pessoal precisa da nossa ajuda. E o melhor que somos capazes de fazer, no momento, é procurar algo na casa.

O grupo sai do quarto: Eli, Sakura, Percy, Mika’il e Yuni, respectivamente. E quando esta se retira, uma tropa de Takayamas, armados com suas espadas – alguns com duas, outros com apenas uma – surge na ponta esquerda do corredor em que estão.

– O que pensam que estão fazendo aí?! – questiona o Takayama que está liderando o grupo.

– Investigando. – responde Mika’il. – E se vocês são inteligentes o suficiente, terão consciência de que o homem que está se apresentando como o líder de vocês é um impostor.

– Inclusive, o verdadeiro pode estar correndo perigo de vida! – declama Yuni. – Se já não estiver morto... – assim pensa.

– Não acreditamos em vocês. – declara outro deles. – Se invadiram a mansão, são apenas miseráveis que devem ser punidos!

O grupo salta contra eles. Mika’il e Percy se colocam à frente das garotas para protegê-las, mas depois elas fazem o mesmo.

– Fiquem para trás. – recomenda Yuni, olhando para frente e sorrindo.

– É a vez das garotas entrarem em ação. – afirma Eli.

– Isso aí! – concorda Sakura, empolgada, mas um pouco tímida.

O grupo de Takayamas se aproxima. Diante disso, Yuni faz o primeiro movimento, exclamando:

– Múltiplos Jatos de Água!! – e ataca alguns dos Takayamas com impactantes rajadas aquáticas, lançando-os para trás: cerca de um terço deles.

– Depressão! – clama Sakura, direcionando suas mãos para os seus adversários.

Outra boa porção dos Takayamas param e começam a chorar do nada. Envergonhada, a garota fala:

– Me desculpem, mas eu precisei.

– Não peça desculpas a eles, estamos apenas nos defendendo! – declama Eli. – Múltiplos Pilares Terrestres!

Vários pilares de terra surgem do chão, derrubando o restante e fazendo-os gritar. Um dos pilares, o último que surge, cresce um pouco mais e se choca contra o teto, destruindo-o parte dele. Dessa forma, ele arrebenta um alçapão secreto, do qual cai algo.

– O que foi isso? – questiona Percy, notando tal fato.

Parte da tropa Takayama se levanta do chão. Mika’il, Percy e as garotas se aproximam. E todos eles ficam espantados com o que veem agora. Naquele alçapão, estava um corpo em decomposição, agora este permanece estirado no piso da casa, deixando em todos um espanto atordoante... Inexplicável.
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MensagemAssunto: 24 - Identidade [Romance/Aventura/Fantasia] Hakanai Icon_minitimeSex 06 Jun 2014, 23:40

Sesshou e Zack contra Stinger...

Há minutos, os dois irmãos Takayamas lutam espada à espada. Zack, se mantendo distante de ambos, apenas fica espantado com as habilidades aparentemente equiparáveis dos dois.

– Eles são bem mais fortes do que pensei. – imagina o Tsurugi, assistindo a tudo. – Será que eu deveria mesmo ficar por aqui?

– Zack!! – declama Sesshou, enquanto continua, ora investindo, ora se defendendo com sua lâmina. – Siga em frente!

– Como é?! – indaga o mais jovem, surpreso.

– Este é um assunto de irmãos. Tenho que resolver os dilemas com meu irmão por conta própria. – explica, mantendo sua atenção no adversário que agora enfrenta.

Zack respira profundamente. No fundo, sabia que cedo ou tarde ele diria isso. E por mais relutante que esteja em deixar Sesshou sozinho na batalha contra Stinger, sabe que impedir o Ritual do Sol Noturno é algo mais importante e de maior prioridade no momento.

– Tudo bem então! – aceita ele, começando a correr pelo corredor. – Vou seguindo!

– Não encare o meu pai sozinho. – recomenda Sesshou. – Aguarde os aliados para, então, tentar lutar. Ok?

– Ok! – confirma Zack, seguindo.

Stinger, enfrentando a espada do irmão com a sua própria, pouco se importa com o avanço de Zack. Notando isso, o escudeiro fiel da rainha do Palácio Estelar pergunta, fitando-o no auge da disputa:

– Não se importa com ele se aproximando do nosso pai?

– Não. – nega, – Afinal de contas, você era o único daquele grupinho que realmente tinha capacidade de fazer frente a ele. E agora que está aqui, não tem mais ninguém páreo para o pai.

– Se esqueceu da Tsurugi-hime? – indaga Sesshou. – Pode ter certeza que ela não ficará quieta nesta situação toda. Além disso, não é bom subestimar aqueles garotos. Todos eles têm potencial.

– Se pensa assim... – diz Stinger, com um tom debochado e um sorriso irritante.

Com mais um choque de espadas, os dois se afastam com um bom salto para trás. Por alguns instantes, eles se entreolham até Sesshou se manifestar:

– Por que estão fazendo tudo isso? O que estão procurando com a realização do Ritual do Sol Noturno?

– Você deveria estar do lado da sua família e não está. – diz Stinger, deixando de sorrir. – Não lhe devo satisfação alguma.

Stinger direciona seu dedo indicador direito para Sesshou, quem sente a energia que agora emana sobre seu corpo. O aliado do suposto Sírius Takayama volta a sorrir, dizendo:

– Maestria Corporal.

O braço direito de Sesshou, qual porta a espada, começa a se movimentar sozinho. Surpreso com isso, ele questiona:

– Está mesmo disposto a tirar a minha vida?

– É claro. – garante. – O que estamos fazendo é pelo bem comum. Não posso me deter quando mais do que uma simples vida está em jogo.

Stinger, mais cedo, foi também quem convocara Aoi Sora Takahashi para o vilarejo, pois o mesmo estava fora. Foi naquela mesma ocasião que captura Anya, Keiko e Mei, levando-as ao lado de Aoi para a Vila do Sol em seguida.

– Agora acabe de vez com sua própria vida, irmão. – exige Stinger, movimentando com rapidez a mão de Sesshou para que decepe a própria cabeça.

Quando a espada está bem próxima do pescoço de Sesshou, de imediato ela para. Stinger fica perplexo e, desse modo, com um firme timbre de voz, o guerreiro do Palácio Estelar determina:

– Eu não vou perder tão fácil! Justamente por que há muito em jogo além da minha vida!

– Ele está resistindo à minha Maestria Corporal?! – pensa o usuário de Human Handling, impressionado. – Terei que usar mais do que posso se quiser acabar com isso.

Dessa forma, Stinger guarda sua espada e direciona ambas as mãos abertas para seu irmão. O controle sobre o corpo do mesmo se intensifica ao extremo, mas como antes, não consegue dominar os movimentos do seu irmão novamente. É quando percebe uma elevação na energia de Sesshou com seu Sensor Humano.

– O que você está fazendo? – pergunta.

– Minha Hakanai é a Spiritual Ark, se esqueceu? – indaga o aliado de Moon, abaixando seu braço. – Estou utilizando uma técnica que criei para matar habilidades como a sua: Refluxo do Espírito!

– O que é isso?

– É uma técnica variante do Equilíbrio Espiritual, que lava meu espírito purificando e me remediando de danos contra ele ou contra minha mente. – começa a explicar. – O Refluxo do Espírito, por sua vez, é ainda mais avançado, pois passo a colocar minha energia espiritual em contínuo movimento no meu corpo, me prevenindo de danos mentais e espirituais ao invés de remediar. Além disso, essa energia em movimento no meu corpo impede que ele seja controlado por algum fator fora minha energia. Ou seja, de agora em diante, enquanto está técnica estiver ativa, sua habilidade é inútil.

– Ora seu... – Stinger se irrita, abaixando suas mãos, percebendo que tentar controlá-lo será inútil.

– Embora eu tenha que queimar certa quantidade de energia para manter o restante em movimento. – pensa Sesshou. – Em outras palavras... – reassume sua posição de batalha, colocando sua espada entre as duas mãos. – É necessário encerrar essa luta o mais depressa possível!

– Então vamos acabar com isso de vez. – sugere o outro Takayama, tomando de volta sua espada e se colocando em pose de duelo como seu irmão.

E ambos saltam de onde estão, avançando para o confronto que, de certo modo, apresenta o derradeiro ar de que nenhum deles pode escapar: o peso do destino no qual, por tanto tempo, os irmãos foram rivais. E agora a luta entre eles parece encaminhar-se para o fim desta longa e duradoura rivalidade...

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Na Torre do Sol, no campo de batalha entre o suposto líder dos Takayama e a princesa Tsurugi...

– Inacreditável! – pensa a princesa, encarando a face do seu oponente. – Ele tem até o rosto do verdadeiro Sírius Takayama!

– Ainda acha que sou um farsante ou não? – questiona o homem de meia idade, cabelos esbranquiçados cacheados e curtos, pele clara e olhos castanhos claros como mel.

– Por mais que tenha o rosto dele, tenho certeza de que não é o Sírius Takayama. – afirma ela.

O homem exibe um sorriso maquiavélico, abrindo também os seus braços. Começa a gargalhar e, irritada, a guerreira salta contra ele. Entretanto, o sujeito, sem parar de gargalhar, se esquiva. Com sua espada, consegue retirar o véu da princesa e deixar sua face exposta.

– Já chega de teatrinhos, Kagume Tsurugi... Virtude da Diligência. – sugere, costa à costa com ela, separado da jovem por pouco mais de um metro: acabara de encerrar suas gargalhadas.

A loira, de olhos azuis, rosto delicado e lábios tingidos de vermelho, se volta para ele. Em seguida, ele faz o mesmo. Suspirando profundamente, questiona:

– Como sabe que sou uma Virtude? Quem é você, afinal de contas?

– Alguém que está bem perto de realizar seus objetivos. – afirma ele, diminuindo as proporções do seu sorriso. – Acabarei com você e farei da sua existência uma contribuição para o Ritual do Sol Noturno.

A mulher permanece pensativa. E, respirando fundo, diz:

– Basta. – e guarda a espada Aqua, retirando outra das suas lâminas das costas: a espada Gassy. – Não sei como mimetiza a voz, o físico e até mesmo o rosto de Sírius Takayama, mas tenho a absoluta certeza de que tudo não passa de farsa.

Ela direciona sua espada verde para o seu adversário. Séria, articula:

– Nem que eu tenha que queimar toda a minha energia, alimentarei a minha espada até com a última gota das minhas forças para que ela seja capaz de me dizer quem você é.

– Uma espada sensitiva? – indaga ele, surpreso.

– Dancing Blade. Espada Gassy: Estilo da Lâmina Oculta. – recita ela.

A lâmina da sua espada desaparece, surpreendendo seu inimigo. Diante disso, ele questiona:

– Por acaso, a lâmina da sua espada se dissipou no ar?

– Não exatamente. – nega. – Ela se conectou com todo o ar que nos cerca para ampliar suas habilidades, não só as de ataque como as rastreadoras. Desse modo, nenhum tipo de técnica capaz de ocultar ou roubar identidades poderá me enganar.

– Não se dê ao trabalho disso. – diz ele, sorrindo. – Não tenho mais razões para manter essa aparência.

O homem fecha seus olhos. E, quando os reabre, tanto eles quando sua face e seus cabelos se transformam.

– Laço de Plenitude: Eternidade. – afirma ele, já com sua verdadeira aparência. – Essa técnica me permite roubar todos os sentimentos de alguém de forma a torná-lo um ser oco e vazio. Enquanto a Metamorphosis é uma capacidade que me possibilita mimetizar esses sentimentos a ponto de tornar alguém idêntico à minha vítima. É contínuo e não requer uso de energia para sua manutenção, exceto a figura facial, que é a única que necessita de um preço a ser pago. – vai explicando, sendo que a mulher presta bastante atenção em cada palavra. – Por sorte, o verdadeiro Sírius Takayama sempre utilizara aquela máscara e, desse modo, não era necessário gastos para a mimetização da face.

– Então, quando eu cortei sua máscara, você passou a gastar energia para manter a face de Sírius de modo que pudesse me convencer de que era mesmo ele. – supõe ela. – Correto?

– Isso mesmo. – confirma o sujeito. – Pretendia abaixar sua guarda para te atacar e acabar de vez com você. Porém, além de poderosa, é também inteligente e bem esperta. Além do mais, meu plano não era tão perfeito, pois quando a Metamorphosis está ativa, posso utilizar somente técnicas daquele que estou copiando. E, infelizmente, aquele homem não chega a um nível que pode, sequer, rivalizar com o meu.

– O matou? Por quê? – questiona, tentando entender as intenções dele.

– Sim, o matei. – admite. – Era preciso, pois assumindo o lugar dele, poderia tomar para mim várias coisas interessantes. A sua vida, o Destiny Break que está no jovem escolhido para guiar a Guerra Celestial, aquilo que planejo alcançar com a concretização do Ritual do Sol Noturno... Enfim, são prêmios bons demais para serem deixados de lado.

– Canalha. – o critica. – Qual o seu nome, afinal de contas? Ou será que precisarei utilizar a minha espada para descobrir?

– Não gaste suas forças com coisas tão levianas. – recomenda ele, sorrindo confiante. – É melhor pra você economizar sua energia se quer mesmo ter alguma chance de me vencer.

De repente, ele libera um grande fluxo de energia, mostrando tudo o que possui de forças restantes, mesmo após o que fizera nesta batalha se passando por Sírius Takayama. De imediato, a espada Gassy de Kagume sente toda a intensidade da mesma, sequencialmente revelando à sua mestra tais informações.

– Nunca senti uma energia tão maligna. – reflete ela, impressionada, mas mantendo uma expressão neutra para que ele não note seu espanto. – E, mesmo depois de tanto lutar, sua energia continua alta dessa maneira...

O homem continua encarando-a. Satisfeito com o sentimento de espanto que sente vindo dela, ele declara:

– Muito prazer, Kagume. Meu nome... É Misuro Asachi...

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Na mansão principal da família Takayama...

– Takayama-sama!! – grita um dos integrantes da tropa que acabara de atacar o grupo de Mika’il.

É o corpo de Sírius Takayama que está no chão. Mesmo em decomposição, é possível perceber que se trata mesmo dele.

– Então era mesmo verdade. – fala Percy, sentindo seus olhos se encherem de lágrimas.

Sírius sempre foi um homem bom e um líder justo e bondoso. Ajudava a todos que precisavam de sua ajuda, tanto os integrantes do seu clã quanto os Tsurugi e demais moradores do vilarejo. Possuía uma índole íntegra e jamais fez mal a alguém. Essa, pelo menos, é a descrição que cabe ao verdadeiro líder do clã Takayama, agora comprovadamente morto.

– Perceberam agora como estavam errados? – questiona Mika’il, chamando para si a atenção dos Takayamas que permanecem de pé e em sã consciência, apesar de feridos. – Como poderiam ter pensando que aquele que deu início a uma guerra na Vila do Sol seria o mesmo que sempre liderou o clã com justiça e benevolência?

Eles ficam sem palavras. Segurando o choro, Percy se volta para Mika’il, falando:

– Precisamos achar uma maneira de revelar isso para todos.

– De fato. – concorda Eli. – As disputas internas precisam acabar e todos devem se focar somente em um alvo: o impostor.

– Eu posso ajudar nisso. – fala Sakura, tímida, mantendo seus braços para trás do seu corpo.

– Como? – questiona Percy, curioso.

– Posso usar uma técnica que desenvolvi. Chama-se Compartilhamento Memorial. Desde que uma pessoa que está perto de mim pense em outra por qual tem um forte sentimento, posso criar uma ligação entre elas que compartilhará os conhecimentos que uma quer transmitir para a outra, não importando a distância. – explica. – Se cada um de vocês pensarem em alguém por quem têm um sentimento forte, podemos passar a verdade para eles também.

– Excelente! – declama ele, se virando para os demais Takayamas. – Vamos lá pessoal! Podemos fazer isso!

Todos eles começam a se concentrar e pensar em uma pessoa especial. Desse modo, direcionando suas palmas para eles, Sakura diz:

– Compartilhamento Memorial...

Uma luz rósea envolve todo o local. Pouco a pouco, Sakura vai criando ligações entre os Takayamas presentes e pessoas importantes para eles. Desse modo, a verdade aqui estampada vai sendo espalhada pelo vilarejo.

– Não sabia que ela podia fazer algo assim. – comenta Yuni, observando Sakura.

– Nem eu. – corresponde Eli.

As pernas de Sakura fraquejam e ela abaixa suas mãos. Respirando fundo – um pouco cansada por causa da boa parte de energia gasta com tantas pessoas no Compartilhamento Memorial –, a garota fala:

– Pronto. Infelizmente, eu não controlo muito bem essa técnica ainda e gasto mais energia com ela do que deveria, ainda mais quando se tratam de tantas pessoas. Por isso, não poderei fazer de novo.

– Tudo bem assim mesmo. – articula Percy, encarando-a com meio sorriso. – Você já ajudou bastante.

– Descanse. – recomenda Eli, se colocando na frente da garota. – Eu ficarei aqui com você.

– Eu também. – fala Yuni, sorrindo.

– Certo. – concorda Mika’il, olhando para o trio em questão. – Eu irei partir e me envolver com esta batalha diretamente. Agora que boa parte das pessoas estão sabendo que o líder do clã está morto e que aquele homem é um golpista, tudo isso se encaminha para o fim.

– Sim! – concorda Percy, olhando outra vez para o corpo de Sírius Takayama. – E seja quem for, terá que pagar pelo que fez.

– Então vamos. – articula Mika’il, começando a correr, passando pelos outros Takayamas.

– Obrigado Sakura-chan! – fala Percy, ao olhar para Sakura e sorrir, seguindo Mika’il às pressas logo em seguida.

Todos os Takayamas acordados vão acompanhando os dois. Assistindo a isso, as garotas permanecem em silêncio por alguns instantes até Sakura se manifestar:

– Acho que fiz um bom trabalho...

– Melhor do que qualquer um da equipe. – afirma Eli, sorrindo para ela.

– Concordo! – exclama Yuni, sorridente também. – Mas agora vamos sair daqui.

Ela olha para o corpo do defunto e dos poucos Takayamas que permanecem desacordados – menos de 10% da tropa que atacou o time de Mika’il, de Percy e das garotas. Respirando fundo, completa, voltando à seriedade:

– Não quero ficar perto de um morto.

As jovens dão meia volta e se afastam daqui. E, esperançosas, decidem acreditar que todos esses conflitos, de algum modo, terminarão bem.

/--/--/

De volta à Torre do Sol, em uma determinada região da mesma...

Yasuko Takayama. Há pouco, recebera estranhas informações em sua mente: alguém, através do Compartilhamento Memorial de Sakura, lhe passara a verdade sobre a morte do líder do clã. No fundo, já fazia ideia de que o homem que tomara o lugar do verdadeiro era um impostor. Portanto, tal coisa serviu apenas para reforçar sua convicção.

– Preciso chegar na sala central o quanto antes. – pensa a garota, correndo.

De repente, ela para. Ouve vozes e, por isso, decide se esconder atrás de um pilar. De uma direção diferente da qual veio ela, caminham juntos três pessoas e uma gata: Fubuki, Yume, Orfeo e Ketsui.

– Aquela sua fera sagrada de cura tem mesmo habilidades bem úteis. – opina Fubuki, entre os outros dois.

– Rabu. – corresponde a garota do trio. – Sim, ele é a fera sagrada mais poderosa que possuo.

– Mais forte do que a gatinha estressada? – questiona Orfeo, recebendo um olhar fatal de Ketsui por isso.

– Sim, mais forte do que ela. – corresponde Yume, direcionando sua atenção total para o Tsurugi, sorrindo.

– Aquele garoto é do clã Tsurugi... – pensa Yasuko, se mantendo escondida enquanto o grupo passa bem próximo do seu pilar sem notar a presença dela.

– Minhas habilidades sensitivas ainda estão confusas e muito imprecisas. – comenta Ketsui, atraindo a atenção dos outros da sua equipe. – O líder dos Takayama, se for mesmo ele, deve ter responsabilidade nisso.

– De qualquer forma, não estamos muito longe do salão central não. – afirma Orfeo.

Fubuki e seus aliados estão evitando correr por estarem tentando manter ao máximo suas forças. A batalha contra Aoi Sora Takahashi foi mais desgastante do que imaginaram que seria e, por saberem que o possível confronto com “Sírus Takayama” não será simples, estão se preservando.

– Acho que, teoricamente, eles são aliados e não inimigos. – pensa Yasuko, quando eles já estão longe o suficiente.

No ponto em questão, o corredor maior se divide em outros – circulares, sete no total. Todos eles, apesar das passagens diferentes, levam ao mesmo destino: a sala central da Torre do Sol, onde são organizados eventos, cerimônias e comunicados importantes. O grupo de Fubuki acessa um dos corredores e, com isso, Yasuko volta a correr e acessa outro deles.

– Eles são pesados. – reclama uma voz feminina.

Mais uma vez, Yasuko cessa sua corrida. A tal voz feminina veio de algum ponto um pouco à sua frente. Avançando a partir daqui com mais cuidado para não ser notada, os olhos da Takayama se deparam com uma garota arrastando três pessoas pelo chão – segurando uma perna de todas elas, levando-as dessa forma.

– De qualquer forma, eles me deram mais trabalho do que pensei que teria. – completa a tal garota, falando para si mesma.

É Bian Takahashi, levando consigo Envy, Athem e Aoi. Os dois primeiros conseguira derrotar e, então, capturou. O terceiro, por outro lado, vem trazendo desde que foi atrás dele e o encontrou inconsciente.

– Não farei distinção de aliados ou inimigos. – pensa Bian, avançando com seriedade e serenidade: e com suas roupas em trapos devido a batalha que travara anteriormente. – Não enquanto o Ritual do Sol Noturno não estiver concluído!

– Três pessoas. – mentaliza Yasuko, a seguindo com cautela. – Será que são as últimas necessárias para o ritual?

Yasuko engole seco. Se pudesse, enfrentaria agora a aliada do falso Sírus Takayama, mas sabe que não pode gastar suas forças com os subordinados quando há a possibilidade de enfrentar o mentor de tudo isso. Um pouco aflita, reflete:

– Pela honra do Takayama-sama, do meu clã e pelo bem e todos... Darei um fim a esta guerra!!


Última edição por Maicon Swords em Sex 27 Jun 2014, 19:17, editado 1 vez(es)
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