Sereias e Sirenas: doce melodia da morte
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OBS: o texto não é de minha total autoria, somente busquei informações e mesclei com alguns fatos que já conheço.
Desde milhares de anos, elas instigam a imaginação dos humanos. As sereias são seres mitológicos com cabeça, torso e braços de mulher (apesar de alguns serem figuras masculinas) e cauda de peixe. Caracterizadas por uma beleza diabólica, cabelos longos e uma voz doce que atraía os tripulantes para sua perdição, e segundo a lenda, o único jeito de derrotá-las é cantando melhor que elas. Algumas histórias contam que as sereias se apaixonam por marinheiros que salvaram de naufrágios, mas são raras as ocasiões em que elas não são vistas como mau presságio. Mas se as sereias são malditas, por que aparecem tanto em igrejas e altares? A razão é que na Idade Média e Moderna, elas eram vistas como criaturas naturais, como se fossem um simples animal, não eram consideradas seres sobrenaturais. Durante os sermões, eram comparadas com atrações de riqueza, sexo e vícios. São comuns na arte sacra, geralmente segurando um peixe, simbolizando o cristão que tendia ao pecado por causa de encantos e adulação. Dizia-se que as sereias não tinham alma, mas podiam conseguir uma se aceitassem ser batizadas ou casassem com um humano.
Quando desejam, as sereias transformam a cauda de peixe em pernas humanas para transitarem entre nós. Vestem-se com vestidos longos e elegantes e vão em busca dos seus interesses. Muitas são os casos em que esses interesses são homens jovens e fortes que instigam o desejo dessas belas mulheres. Entretanto, aqueles que se apaixonam por elas podem ser vítimas de sua crueldade. Na melhor das circustâncias, o esposo é abandonado já que a sereia não é capaz de permanecer muito tempo longe do seu lar e de duas irmãs. Já nas piores situações, são levados pelo sublime canto de morte dessas criaturas até os oceanos.
Além das conhecidas mulheres do mar, existem também uma outra espécie dessas criaturas. Ambas apresentavam elementos comuns - tinham uma voz encantadora e eram metade-mulher - mas, depois, havia algo que as distinguia - a parte inferior do seu corpo. Uma delas, aquela que para nós é a mais conhecida, era metade-peixe, mas havia uma outra figura que era metade-pássaro. As primeiras eram também chamadas Sirenas, enquanto que as segundas somente de Sereias.
Até aqui tudo bem, mas à medida que se vão consultando bestiários de diferentes épocas nota-se um fenómeno interessante: apesar de começarem como figuras totalmente distintas, depois parece existir uma fusão de ambas e uma confusão dos seus nomes, algo que é seguido pelo desaparecimento de uma delas.
Ao longo dos tempos ,as sirenas se transformaram nas sereias "comuns" (metade-pássaro), enquanto que as sereias originais acabariam por desaparecer quase totalmente do nosso imaginário. Agora, falta explorar o porquê... não é possível concluir algo com uma total certeza, mas o mais lógico de se pensar é que esta alteração tem a ver com o contexto mitológico de ambas as figuras. Neste contexto faz mais sentido tratarem-se de mulheres-peixe do que de mulheres-pássaro, e talvez seja por razões como essa que o nome transitou de umas para as outras. Veja-se que na arte medieval ambas as figuras se tendem a confundir, e só são distinguidas pelo seu contexto.
No Brasil, temos a Iara também referida como Mãe-d’água. A sereia tem uma beleza fascinante e enfeitiça os homens facilmente, ficando dentro da água, que esconde sua metade que parece peixe. Além de sua beleza, também possui um canto mágico, e é uma sereia muito poderosa, bastando convidar os homens para entrarem na água, e eles entram, acreditando que irão se dar bem com uma mulher bonita, quando na verdade estão indo em direção à morte. São raros os que sobrevivem ao encantamento e estes ficam loucos, podendo voltar ao normal apenas se forem benzidos por um pajé ou uma benzedeira. A lenda conta que Iara era uma linda índia, trabalhadora e corajosa, isso despertava o orgulho do pai e a inveja dos irmãos, estes decidiram matá-la. Certa noite, quando Iara repousava na cama, ouviu os irmãos entrando na cabana com más intenções. Para defender-se, acabou matando-os. Com medo da atitude de seu pai, ela fugiu desesperadamente pela floresta, fazendo seu pai procurá-la. Quando a encontraram, sua punição foi ser jogada no encontro do rio Negro com Solimões, os peixes trouxeram o corpo de Iara à superfície que se transformou numa sereia à luz da lua cheia.
Voltando-se então à questão anterior, serão as "sereias" realmente seres meio-peixe, meio-mulher? Se originalmente essa era uma ideia incorreta, foi tornada correta pelo peso das anos; contudo, se quisermos ser mais precisos , uma sereia é um ser meio-pássaro, meio-mulher, enquanto que a sirena junta à sua parte feminina uma metade de peixe.
Assunto: Sereias e Sirenas 
Sáb 23 Mar 2013, 11:13
